quinta-feira, agosto 30, 2007

RADAROLOGIAS

Suscitou basta polémica a minha entrada sobre a remoção dos radares. Descontada a má educação anónima, a que nunca respondo, o debate vivo nos comentários foi profícuo e esclarecedor. Insisto que os radares instalados pela CML são estúpidos e devem ser removidos. Além de outros perigos que causam. Exemplos: o radar à saída do túnel da João XXI, do lado das Olaias, está colocado imediatamente antes de um semáforo, exactamente como o radar instalado junto à Universidade Independente (sítio especialmente apropriado para coisas estranhas). Neste sítio, aliás, é frequente ver pessoas a atravessar a Avenida onde é proibido em vez de utilizarem a passagem de peões. É um convite ao atropelamento, mas destes potenciais suicidas e infractores poucos falam. Não podia haver sítio mais inteligente... O radar instalado à saída do mesmo túnel do lado do Campo Pequeno está instalado não antes de um semáforo, mas entre dois semáforos, num hino supremo à inteligência. Eu já previa o maniqueísmo do "quem é contra os radares é a favor da sinistralidade rodoviária". É coisa que não me preocupa e nem me ofende, porque trata-se de mais uma variante da estupidez dos próprios radares. Sendo certo que os casos patológicos de violação dos limites de velocidade nas cidades existirão com radares ou sem eles, e devem ser severamente punidos, já agora, gostaria de conhecer os números oficiais de acidentes nos sítios em que foram instalados os radares. Alguém os pode fornecer? Quanto à cobrança efectiva das coimas que serão certamente aplicadas na sequ~encia da notificação dos infractores das respectivas contra-ordenações, cá estaremos para ver o resultado. Há coisas que não vale mesmo a pena dizer antes de acontecerem. Cá estaremos.

14 comentários:

Anónimo disse...

"QUAL A ALTERNATIVA? COMO REDUZIR AS VELOCIDADES LOUCAS PRATICADAS EM LISBOA?"

Não acho que os comentários tenham sido "esclarecedores"....assim.

"...violação dos limites de velocidade nas cidades existirão com radares ou sem eles,.."

Pois é....mas é provável que a frequência baixe um "bocadinho", o que poderá poupar uma ou outra vida, um ou outro mutilado, uma ou outra criança sem pais, ou pais sem filhos, enfim este tipo de desgraças que só chega ao próximo....

JA

Anónimo disse...

"má educação anónima"???

Por favor! Isto é de rir.
Quem chama estúpidos a quem não concorda consigo, é o senhor em todos os posts!! Ainda agora voltou a usar "estupidez".

Paulo Ferrero disse...

Radares à parte, achei laracha à indirecta à Indy, he, he, bem apanhada.

FR disse...

Pois é o caso do tunel da Av. João XXI é demais.
No sentido Olaias/C.Pequeno os acidentes realmente aconteciam mas eram em resultado da inclinação da estrada e não do excesso de velocidade.
No sentido C.Pequeno/Olaias posso testemunhar pois passo lá todos os dias duas vezes e até começar esta locura dos radares nunca presenciei nhenhum acidente ou vestigios dele, no entanto mal a coisa começou a funcionar lá apareceram as marcas do oleo e pó branco posto pelos bombeiros.
E não vai ficar por aqui pois alguns condutores ao verem de repente o radar, travam a fundo e como em Portugal se tem o péssimo hábito de não manter distâncias lá vai mais um para a sucata.

Anónimo disse...

"...e como em Portugal se tem o péssimo hábito de não manter distâncias lá vai mais um para a sucata."

pois é....mas isso não me parece culpa dos radares....!?

JA

Anónimo disse...

Caro Jorge Ferreira,

Por acaso nem achei que tivesse havido má educação nos comentários a favor ou contra o seu post. Também não li ninguém a acusa-lo de ser "a favor da sinistralidade rodoviária". Com esta sua vontade de vitimisação, dificilmente discutiremos o que interessa.

No entanto, neste post como no anterior, acho que há alguma arrogância, típica aliás de quem ponderou pouco um assunto - o que é normal, e que pode até nem ser o seu caso, mas dada a inexistência de argumentos objectivos, alguma moderação, humildade e contenção nos adjectivos ficaria sempre melhor e aumentaria o nível da conversa.

Reparei também que não respondeu às perguntas objectivas, que lhe colocaram. Duas muito semelhantes, porque argumenta, para além da petição, contra todos os radares:

"QUAL A ALTERNATIVA? COMO REDUZIR AS VELOCIDADES LOUCAS PRATICADAS EM LISBOA?"

Tirando os radares e os limites de velocidade, gostaria de saber qual é a alternativa para controlar este tipo de infracções e insegurança?

O Carlos Medina Ribeiro perguntou:

PORQUE É QUE SÓ AGORA HÁ GENTE PREOCUPADA COM RADARES QUE (a crer nesses placards) SEMPRE ALI EXISTIRAM?

Já agora pergunto também:

Com que bases objectivas é que acha estúpido o controlo do limite de velocidade de 50 km/h antes de passadeiras semaforizadas, junto a paragens de autocarro e equipamentos com milhares de utentes e trabalhadores?

Pergunto também se tem a noção que, se se seguisse o seu concelho, seriamos a única capital europeia que não controla os excessos de velocidade com radares e, apesar das estatísticas alucinantes, a única com limites de 80 km/h antes de passadeiras?

Compilo estas perguntas com o melhor espírito de troca de ideias e boa educação e fico a aguardar as suas respostas.

Cordialmente,
PA

Anónimo disse...

Caro Jorge Ferreira,

Esqueci-me de lhe responder à pergunta que faz no post. Para já limito-me a fazer copy and paste de comentários meus neste blog:

Na cidade de Lisboa, 1895 pessoas foram vítimas de atropelamento, sendo que 30 morreram, 230 ficaram gravemente feridas e 1785 tiveram ferimentos ligeiros. O grupo de maior risco é o dos idosos, com mais de 65 anos. No entanto, o mesmo relatório aponta ainda a faixa etária até aos cinco anos como um dos grupos de grande risco oito crianças daquelas idades morreram, 38 ficaram gravemente feridas e 319 tiveram ferimentos ligeiros. As avenidas 24 de Julho e Almirante Reis, assim como o Campo Grande, são os locais da capital onde o número de atropelamentos atinge maiores dimensões.
(...)


Mas já alguém disse que o Campo Grande, e não custa acreditar para já, é a via com maior número de atropelamentos em Lisboa.

Por exemplo, em 2005, a Av. Infante D. Henrique teve 19 atropelamentos, 222 colisões e 51 despistes...

Umas pesquisas no google encontrará outros valores.

Cordialmente,
PA

Paulo Ferrero disse...

À indirecta à Moderna, queria eu dizer ... a cartilha é parecida mas não é igual igual...

F. Penim Redondo disse...

Os defensores dos radares falam como se eles fossem acabar com os acidentes.
A Av. Infante D. Henrique teve, segundo Paulo Antunes, 19 atropelamentos portanto instalamos um radar, parece um raciocínio lógico.
Olhemos então para a questão com mais atenção: a Infante D. Henrique tem cerca de 10 km de comprimento e os radares cobrem cerca de 100 metros, ou seja 1% da sua extensão. Foi aí que os 19 atropelamentos aconteceram todos ?

E aconteceram porquê ? Porque é que as pessoas atravessaram a avenida e em que locais ? Não se pode evitar esses atravessamentos ? colocar uma passagem aérea ou subterrânea ?

No sítio onde os radares estão não parece local de atravessamento já que de um dos lados da avenida é a linha do combóio. Atravessam para se ir atirar para debaixo do combóio ?

Tudo isto é demasiado primário e baseado em preconceitos e motivações ideológicas.
Embora tentem disfarçar com argumentos pretensamente científicos.

É vergonhosa a manipulação dos sentimentos e a utilização dos mortos, a quem não foi pedida autorização, para fazer valer como inquestionável aquilo que são meras opiniões.

Visitem o blog especializado http://radares50-80.blogspot.com

Anónimo disse...

Partindo de uma realidade de demasiadas décadas, numa cidade onde se conduz com demasiada velocidade e com demasiada frequência, gostaria de saber qual é a alternativa(s) para controlar este tipo de infracções e insegurança?

"É vergonhosa a manipulação dos sentimentos e a utilização dos mortos, a quem não foi pedida autorização, para fazer valer como inquestionável aquilo que são meras opiniões."

Bolas .... a sua argumentação entrou mesmo num beco sem saída...

JA

Anónimo disse...

Caro Penim,

Habitue-se a responder ao que as pessoas escrevem e não àquilo que você acha que elas pensam. Generalisar e fazer julgamento de intenções é uma das características feias do autoritarismo desesperado.

Já lhe foi explicado muitas vezes que todos os radares )50 km/h) estão colocados antes de passadeiras e, no caso da Av. Infante D. Henrique, estão a poucos metros de uma paragem da carris! Depois de se ter esquecido dos peões na sua petição, parece óbvio que, agora você quer pôr os peões em túneis e passagens superiores em avenidas em meio urbano. Colocar redes e muretes no espaço público. Ver-se livre dos peões para alguns condutores ganharem uns segundos. Se ler com atenção o que já escrevi, perceberá porquê que não é uma boa ideia. É de facto uma ideia egoísta e pouco sensata.

Poderia com facilidade esclarecer, com mais detalhes e números, que o efeito de redução de velocidade dos radares não se esgota em 100 metros - existem vários estudos em vários países que o demonstram.

Mas você tem contribuido para a discussão com teorias inventadas por si e não publicadas em qualquer artigo, revisto por pares, em revistas da especialidade. Por isso as suas ideias, não passam disso - suas ideias. Obviamente pensou e estudou pouco o assunto, mas não é por isso que as suas ideias deverão deixar de ser escutadas. Não são difíceis de perceber, mas agora justifique-as com ponderação, factos e menos arrogância. Ainda poderá aprender qualquer coisa.

Os seus dois últimos parágrafos demonstram bem que está de facto num beco sem saída - gostaria que me esclarecesse qual a forma de comentar segurança rodoviária sem citar estatísticas de mortos e feridos? Aliás, respondendo a uma pergunta, óbvia, do Jorge Ferreira. Quanto às motivações ideológicas, parece-me alguém, fora do seu tempo, numa batalha quixotesca contra moinhos de vento.

Lançou uma petição, pouco ponderada e agora não sabe bem como se justificar.

Continuo à espera da resposta às perguntas, por parte do Jorge Ferreira.

Cordialmente,
Paulo Antunes

Já agora aproposito de "teóricos da bola":

PS fr disse:

"...os acidentes realmente aconteciam mas eram em resultado da inclinação da estrada e não do excesso de velocidade".

Este forma de raciocinar é engraçada - "...eu não ia em excesso de velocidade, mas estava a chover...", "Sr. juíz, eu até nem ia depressa, mas a curva era apertada...". Um hábito nacional. Não é de espantar que Portugal tenha as estatísticas que tem.

F. Penim Redondo disse...

Caro Paulo Antunes,

Vou focar apenas uma questão pois a discussão está um bocado caótica.

Viz você "Já lhe foi explicado muitas vezes que todos os radares )50 km/h) estão colocados antes de passadeiras e, no caso da Av. Infante D. Henrique, estão a poucos metros de uma paragem da carris!"

Não era mais racional pôr, em vez dos radares, câmaras que permitissem penalizar quem EFECTIVAMENTE desrespeitasse os semáforos ou as passadeiras dos peões ?

Em vez de penalizar quem PODE EVENTUALMENTE não conseguir travar não seria mais produtivo castigar quem REALMENTE não respeitou as passadeiras para peões ?

Isto parece-me tão evidente que não compreendo como é que alguém "normal" não percebe...

Como estou farto de dizer quem REALMENTE provoca mortos e feridos é tratado com grande compreensão, como vários casos de entradas em contramão na auto-estrada ou dois casos de atravessamento da ponte, no Porto, por cima dos carris do Metro. Comportamentos de alto risco como um caso ainda recentemente noticiado de um indivíduo apanhado pela QUINTA VEZ com 4 gramas de álcool no sangue são generosamente tolerados.

Em contrapartida um cidadão responsável passa a 55 km/h no prolongamento dos Estados Unidos da América e é tratado como um criminoso.

É esquizofrénico não acha ?

E disse...

Adira ao movimento Lisboa+Viva. Conto consigo!

Anónimo disse...

"Em contrapartida um cidadão responsável passa a 55 km/h no prolongamento dos Estados Unidos da América e é tratado como um criminoso.

É esquizofrénico não acha ?"



Não sei se é esquizofrénico, é seguramente ciníco, profundamente cínico e demagógico.

E muito útil, permite arranjar, sem mais, os tão necessários culpados para um problema de facto sério, poupando ao estado (ou autarquias ou a quem for) os encargos de uma actuação mais profunda. E dá dinheiro, muito dinheiro (será sempe muito, seja lá qual for a sua percentagem no grande total das receitas públicas).

Deve ser por isso que para controlar a velocidade não escasseiam os meios. Inclusivé, alargando a questão para fora do âmbito urbano, não faltam os tão afamados "carros descaracterizados", orgulhosamente apresentados em reportagens feitas por "jornalistas" que nunca fazem perguntas inconvenientes. Carros potentes e velozes (e que bem poderiam ser substituídos por abundantes carros, devidamente caracterizados, patrulhando com frequência e de forma bem visível as estradas, com isso inibindo a infracção. Em lugar de a deixar acontecer, idealmente deixando-a mesmo atingir valores vistosos, longamente filmados e devidamente explorados à naúsea, nos telejornais, para depois facturar).

Mas para perseguir os verdadeiros criminosos, para isso, há decrépitos carros, mais que envelhecidos, que se arrastam há décadas, incapazes de seguir e parar um assaltante minimamente decidido e que esteja ao volante de um vulgar carro utilitário.

Ou então automóveis recentes, mas bem mais vocacionados para transportar tranquilamente um casal e filhos (e eventualmente - conduta a punir sem piedade - exceder por um punhado de km/h o limite aplicável).

Para instalar novos radares não faltaram os fundos - eu sei, eu sei que estes até avisam primeiro - mas para ter agentes a patrulhar as ruas com uma frequência minimanente aceitável, nunca há homens ou nunca há material).

Não é a questão da condução irresponsável, em excesso de velocidade (e não só), que está em causa. É a completa desproporção da atenção que lhe é dedicada.

É a deplorabilíssima conduta do Estado que a elegeu como a fonte de todos os males e assim actua, com o cinismo de quem, com isso, se demite de tantas responsabilidades ligadas à condução automóvel.

Mas para tanta e tanta gente, desde que se apanhem uns tantos condutores por dia, tudo se resolve.

Costa