quinta-feira, maio 31, 2018

Estive hoje a assinar livros e a conversar com vários amigos na Feira do livro. 7 ou 8 amigos uma quinzena de assinaturas. Uma tarde bem passada.
Voltarei no dia 5 de Junho a estar com a Colibri ( A 28) e a conversar e dar uso a caneta, de tinta permanente!
E comprei, para me entreter, mas os tempos mortos não existiram, pelo que foi em casa que já dei uma avanço na leitura deste livro, crónica pessoal, do meu camarada Fernando Pereira Marques, com quem tive relações amistosas e que perdi de vista há talvez 25 anos.
O livro é o homem, sóbrio, reflectido, e nalguns pontos brilhante.
Memórias de luares passados, de lutas partilhadas, de discussões épicas continuarão a povoar a realidade ou a sua imaginação.
Obrigado por esta partilha Fernando.
Haverá sempre praias para descobrirmos...

segunda-feira, maio 28, 2018

Já terei referido aqui a que considero uma das melhores revistas do pensamento, crítico.
Este número é sobre um dos temas que aventesma o nosso quotidiano e realidade. Os nazionalismos e o populismo anti-democrático que lhe está associado. Será que não há quem repare que Putin e a alt-rigth estão por trás de todos os nazionalismos, do Brexit, ao catalão, do America First ao Italixit, do ascenso do nazismo ( outro nazionalismo) na Alemanha e Austria ao inqualificável Orban ou aos novos senhores da anti-semita Polónia, será que não há quem ainda se deixe iludir?
Aqui tem uma revista para ajudar a reflectir, quem ainda quer sair dos factos alternativos e dos dogmas de pensamento que nos... aventesmam.


FEIRA DO LIVRO!

Estarei no dia 30, das 17 ás 20 h., no Pavilhão da COLIBRI, para dois dedos de conversa e para assinar alguns documentos.
Espero-, que como habitual seja um bom momento, e -vos.



domingo, maio 27, 2018

Poderá ser tema para um colóquio, que venha(mos) a realizar:
https://elpais.com/elpais/2018/05/25/ciencia/1527257820_374244.html
a questão do Antropoceno, é tema de discórdias e também um instrumento para confronto com a realidade.
Se tenho dúvidas sobre a denominação, ela própria antropocênrica, e a questão do quando terá começado ou se já começou é o centro das discussões, sendo que as transformações irreversíveis estão aí.
A nuclear, o domínio do átomo e as primeiras experiências no Novo México, ainda hoje e por milhões de anos presentes e as alterações climáticas, que penso irreversíveis, com a consequente perda da biodiversidade são eixos centrais da luta por novos modelos de gestão da energia e caminhos para a sustentabilidade, que possa reduzir a entropia que esses dois elementos aceleram e muito.
Tudo o resto está com isso relacionado.

sexta-feira, maio 25, 2018

Faz hoje um ano estive com ele, e alguns dos verdadeiros amigos.
Passou um ano, hoje passa mais um aniversário.
A obra e o exemplo da sua vida, as suas opiniões e continuação no nosso quotidiano permanecem, também.
Hoje um abraço carinhoso, para o grande mestre, e querido amigo,
                                                           OBRIGADO Gonçalo e parabéns!
Escapa-nos muitas exposições e eventos, em Lisboa e pelo país.
Por vezes as recuperamos, quando deixam registos.
Esta foi uma (re) descoberta...
no/do magnífico palácio Pimenta, onde não posso deixar de chamar a atenção para a excelente exposição " Lisboa, Triste e Alegre", este  testemunho, agora encontrado num excelente livro/catálogo.

quinta-feira, maio 24, 2018

Está na Gulbenkian uma interessante exposição de arte moderna...
esta com uma estética mao...

esta mais engravatadinha...
esta mais ao centro...
muito interessante os nichos da exposição sobre diversos tempos e modos...



terça-feira, maio 22, 2018

Tem a Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo, e em particular saúdo o meu velho camarada de lutas, António Mota Redol, elaborado uma quantidade impressionante de publicações sobre este movimento, lógica estética, elaboração literária ou artística contextualizada e também enquadramento socio-político, que teve e continua a ter a maior relevância no nosso país e em tantos outros, com referentes desiguais, é certo.
Tem-me o António ofertado grande parte das publicações, que guardo e tenho que dizer costumo nelas ler um ou outro artigo de temas que me interessam mais.
Este li-o quase todo, tem artigos muito interessantes e é um tema que me interessa muito. A imagem em movimento e o seu enquadramento, a lógica da sua produção, o guião, a montagem, a realização, para além do apreço do outro lado.
Edições  Colibri, um número a reter, especialmente para os devotos desta arte...


sábado, maio 19, 2018

Ontem numa visita guiada, visitei vários pontos das Alcaçarias:
http://lisboaantiga.blogspot.pt/p/banhos-da-alfama-ou-alcacarias-da.html
esta é uma excelente informação sobre essas.
Verifiquei o cuidado e empenho dos técnicos da C.M.L. que nos acompanharam para com o património e sua recuperação, assim como tenho que dizer o que, do meu ponto de vista, é a falta de empenho político na recuperação desta zona e destes espaços monumentais.
As Alcaçarias tem memórias que não podem ser obnubiladas por palimpsextos, nem adulterações avulsas, tem que haver uma lógica integrada para recuperação e mesmo se não houver uso pelo menos usufruto destes espaços e das suas águas, seja em lógicas termais ou geotérmicas, seja em lógicas da sua derriva adequada, que também não prejudique, a curto ou médio prazo a estabilidade e estruturas do edificado construído, muitas vezes mal, muito mal, construído na zona da sua envolvência.
O espaço das antigas termas ( Alcaçarias do Duque) é ... indescritível e fantástico, e hoje nas mãos de privado tudo se pode esperar, embora tenha ficado com a sensação que pior do que a actual negligência e abandono não será possível. Um plano de recuperação envolvendo uma equipa multi-disciplinar e articulação com a actividade empresarial seria possível, mas...
Voi outras "coisas" e ouvi outros "recados" sobre o que vai mal, muito mal nesta zona fabulosa de Lisboa, onde se notam todos os elementos destruidores de cidade, seja no polular de hostéis e quejandos, no abandono dos seus ocupantes de sempre vizinhos e um aviltar do espaço por lógicas espúrias e que deveriam ser instaladas noutro lado ( e falo do Museu Judaico).
Mas devo dizer, temo que se não nos organizarmos para romper os bloqueios em que o Salgadismo e a sua filosofia vão aplastando a nossa cidade não haverá nada, ou muito pouco para continuar a memória,,, a não ser os tais palimpsextos (manuscritos medievais escritos sobre outros e outros e outros).
Lisboa, aqui o digo com toda a frontalidade, não tem estratégia e não tem oposição ao que não tem, salve-se algumas acções cívicas exemplares, mesmo quando de algumas discordo, do Forum Cidadania Lisboa: http://cidadanialx.blogspot.pt 
e alguns cidadãos avulsos, por aqui e por ali.
É necessário encontrar bases e superar algumas vaidades e questicúluncas pessoais e começar a criar movimento que possa recriar na, para  C.M.L. capacidade de pressão e crítica e porque não assaltar, democraticamente, a Praça do Município. O som do vento dá-nos ilusão, o correr das águas força mas é preciso gentes,  as gentes que desde João de Barros nos são contadas e fizeram cidade.

sexta-feira, maio 18, 2018

Embora seja mais das tauromaquias populares e da sua ligação à ruralidade e à perenidade dos festejos socio-religiosos que lhe estão associados, e tenha visto com interesse a classificação como património dessa lógica sócio-cultural e ambiental, os toiros marcam o território e constróiem paisagem, sobre isso falei muitas vezes com o meu querido amigo para a semana a contar mais um ano, a quem envio toda a ternura, Gonçalo Ribeiro Telles, sou também um grande apreciador de cavalos e do que eles fazem, nós com eles, face aos toiros.
No Campo Pequeno ontem houve mais uma corrida, com casa quase cheia, uma noite grande, como me referiu no Oh Pereira o dono.
Um primo do tio Gonçalo,
o rejoneador Hermoso Mendonza, com cavalos árabes, e um dos actuais melhores da família Moura.
Forcados de Lisboa e Coruche, que estiveram excelentes, e mesmo no último toiro com 3 a serem retirados em maca, fizeram a pega, valentes.
A corrida poderia ter sido excelente, mas salvo 1, talvez quase 2, os toiros eram maus, até muito maus.
A Praça, sem turistas, era conhecedora e deu nota alta ao esforço dos cavaleiro.
Aqui Moura Caetano, num passe de baile, no último, que já deveria ter ido para carne antes da corrida, quase 700 quilos, o que enviou para o hospital os 3 forcados, mas que era impróprio.
e aqui:
excelentes também os lusitanos. Nota alta, muito alta para todos os cavalos, e claro os cavaleiros que os cultivam, também.

quinta-feira, maio 17, 2018

Comprei-o há talvez dois anos. Razões várias levaram-no a marinar.
Ainda só li 300 páginas, mas desde já posso dar opinião, é uma obra de enorme envergadura e qualidade. A história dos livros...
Uma viagem inesquecível pelos registos da memória, presente, passado e caminho de futuro.

segunda-feira, maio 14, 2018

O governo português contribui para o extermínio, dos últimos:
orangotangos, que vivem nas florestas tropicais que estão a ser detruidas para plantar oleo de palma (palmeiras). Aqui:
https://zero.ong/zero-contra-governo-portugues-que-aceita-oleo-de-palma-na-producao-de-biocombustiveis/
isto é inadmíssivel. Assim como os kitkats e a nutella! cheios desse produto.

domingo, maio 13, 2018

É um personagem incontornável. Um europeista, um resistente, um escritor notável, ministro em 2 países, e um polemista suave.
Neste livro leio uma interessante análise do percurso de Gramsci, na linha do que penso e da sua incapacidade de concluir o seu objecto teórico e central, o conceito de hegemonia, e a ruptura com o leninismo, seja por estar na prisão isolado, seja por estar em minoria absoluta no PCI.
O livro, recolha de artigos tem repetições mas é um texto, globalmente, de grande utilidade, nestes tempos de "rising of populims"... ou arriscamo-nos a acabar....

sábado, maio 12, 2018

A apresentação foi chatíssima, a revista tem meia dúzia de artigos e entrevistas de maior interesse e outros com menos, que devo dizer nem li porque estão no âmbito da velha, muito velha política e cheios de ranço do tempo, mas mesmo esses vale a pena neles passar os olhos, até porque infelizmente revistas de pensamento crítico não há por cá.
Li, enquanto ouvia a tal apresentação o artigo do meu estimado Henrique de Sousa, um intelectual orgânico, como se dizia noutros tempos, de grande gabarito e com uma trajectória de vida ímpar.
Tínhamos falado recentemente e mencionei o impasse do MIA entre a hegemonia (na lógica de conquista de consenso com base na "consciência prática da necessidade histórica") na linha de António Gramsci, e o velho leninismo e apocalipse revolucionário, na linha do totalitarismo de pensamento e acção.
"A sociedade civil é um momento do Estado, e não se pode comprender fora das relações sociais de mercado", tenho tentado contra os " anti-capitalistas" que tomaram conta do MIA em Espanha impôr uma pauta de transparência e defesa da economia de mercado, no qual a nuclear seria facilmente posta fora.
Nesta revista artigo sem dúvida a ler e meditar, embora discorde de alguma abordagem ainda sem ruptura total com o leninismo, é o artigo do Henrique, precisamente sobre o hoje, remetido ao silêncio, como foi depois por todo o leninismo dos Partidos Comunistas, Gramsci.
Uma revista importante para as discussões...

sexta-feira, maio 11, 2018

Lembro-me bem desses tempos, em que também privei e admirei o Prof. Domingos Moura.
Num mês de aniversário a palavra de António Sá da Costa:
http://www.apren.pt/pt/mensagem-do-presidente-maio-2018

Podemos acordar um destes dias, ou mesmo ontem, e estar mergulhados numa guerra sem fim....
Já vimos muitos destes maus filmes, infelizmente realidades, e sempre com invenções, bonecos irreais, noticias falsas e truques por baixo da mesa. E interesses bem à vista, as empresas de armamento, alguns oligopólios sempre contra o mercado, empresas de (re) construção, e interesses especulativos.
O Trump só é novidade pela boçalidade e falta de tudo, de cultura a educação básica.
Depois temos outros títeres para animar a festa, da China ( e Coreia...) , da Rússia, de Israel e Arábias, do Irão ao Daesh que quer acabar, também com esses chitas, todos o mesmo personagem.
Hoje alguma esperança, que a Europa se afirme...
https://elpais.com/internacional/2018/05/10/actualidad/1525976998_891049.html
mas não vai chegar,,,, o petróleo já disparou...

quinta-feira, maio 10, 2018

Enquanto os nossos jornais se dedicam a nulidades, vamos lendo verdadeira imprensa, ainda, por aqui por ali e acolá ( peço desculpa aos bons jornalistas que por cá tentam romper o bloqueio de editores desqualificados para os cargos)...
Pois hoje leio num dos melhores uma excelente reportagem sobre alguns dos nossos bons restaurantes ( muitos a estrear por este escriba!):
https://www.theguardian.com/travel/2018/may/10/lisbon-best-new-restaurants-chefs-jose-avillez-lusia-fernandes
e é claro as tascas que vão começando a reviver, também, por cá...

terça-feira, maio 08, 2018

Hoje, Dia Internacional do Burro, que projecto voltar a introduzir em Lisboa... os da minha geração bem se lembram a leiteira que nele montava oa enormes bilhas que vendia de porta a porta ou do das hortaliças que parava na esquina...


segunda-feira, maio 07, 2018

Esta semana vai-se realizar, na Fábrica do Braço de Prata, dia 10 pelas 18 horas uma reunião decisiva para o futuro do M.I.A.
nesta estas questões vão ser apresentadas, numa reunião aberta:

A ideologia e a luta anti-nuclear, o caso português

Não há, temos que dizé-lo com toda a clareza, ideologia nuclear. A nuclear é um resultado de desenvolvimentos científicos, aplicados (a fissão do urânio!) para aquecer água e produzir energia em alternador com tecnologia industrial.
Poluente para sempre e muito, muito arriscado.
A nuclear tem inimigos, a democracia política e a economia de mercado. E tem aliados, o comunismo ( a URSS e o seu sucessor e a China) e o proteccionismo capitalista (o caso de França é o paradigma, mas Espanha também ou hoje Inglaterra são exemplos).
A democracia é o maior inimigo da nuclear, veja-se a Austria, Itália (e quero saudar especialmente a minha estimada amiga Emma Bonino!) ou Portugal e as economias abertas, os E.U.A. até Trump, a Inglaterra até Hickley,  a Espanha hoje (1), e claro também Portugal e países onde o nuclear Kaputt (como na Alemanha que juntou as duas coisas! Democracia e economia).
A nuclear, como tecnologia é pois neutra, e tem sido um erro, do meu ponto de vista, associá-la a ideologias, todas as ideologias defendem essa tecnologia, algumas respeitam, também, a sociedade aberta e outras não...
A ecologia é transversal, deve ser, a todos os partidos e a defesa de sociedades conviviais é um desiderato que pode enquadrar-se em todas as ideologias respeitadoras dos direitos.
Existem diversos modelos, esses sim antagónicos de organização social e poder político, em relação aos quais se estabelecem lógicas de confronto e aí sim as ideologias tem o seu papel.
 A centralização ou descentralização, o privilegiar um ou outro sistema urbano ou de transportes, o primado de um modelo industrial ou determinado desenvolvimento agrícola, as determinantes da construção do sistema de poder e eleitoral.
Não em relação à nuclear, que é energia centralizada, capitalista ou comunista, mesmo modelo.
 Já mencionei os sovietes mais electricidade, nuclear, como me tentavam convencer os membros do Partido Comunista Português que lhe chamavam revolução técnica e científica, que esbarrou em Chernobyl, que nunca esqueceremos, ou os adeptos do apoio do Estado ( a pagar tudo...) na lógica do “tout electrique (et la force de frappe!)” ou os monopólios que vivem à conta das, ás costas do Estado ( Framatone, Areva, EdF).
E  todos, todos, os partidos políticos depois da revolução de Abril eram a favor da nuclear, excepto o P.P.M. partido monárquico, democrático e centrista e talvez os então quase inexistentes maoístas albaneses (UDP) , não havia centrais na Albânia, senão.... No P.P.M. era figura de referência Gonçalo Ribeiro Telles, que consideramos no coração dos ecologistas ainda hoje!
Como se ganhou a batalha da nuclear em Portugal contra todas as ideologias? Formigando, na lógica de E.O. Wilson, em todas elas e criando alianças com todas elas, sem excepção. Nunca fazendo discursos de hostilização senão os necessários na coerência, e não entrando noutras guerras senão as do direito e do ambiente.
Conseguimos, os ecologistas, unir a direita à esquerda, alguma direita a alguma esquerda, juntámos interesses capitalistas e desejos de autonomia, juntámos a economia a uma ideia social, demos sempre lugar ao mais importante em cada momento. Criámos condições para desenvolver renováveis e também lógicas de participação e envolvimento (*).  Colocámos o mercado a bombar e em todos os partidos conquistámos aliados. Isto não é uma alteração do sistema, é uma alteração do paradigma em que este se vive.
Em Portugal conseguimos ter connosco (MIA) gente de direita e de esquerda, temos conflitos, temos contradições e até discrepâncias. E embora não deixemos de reconhecer maiores empenhos de alguns sectores temos que esses, por exemplo, em nome do tal capitalismo de estado ou comunismo, são contra as renováveis, porque dão ...lucro.
Matéria para outro artigo.
(1) Se se der voz ao mercado e à democracia as centrais espanholas... fecham.
(*) nada disto envolve todos os ecologistas, alguns remaram, remam contra esta corrente...

Este artigo é a prova de debilidade do panorama editorial português. Estava para ser publicado, mas como outro jornal publicou outro artigo meu, completamente diferente e sobre outro tema...
Mas hoje, como habitualmente, quando continua a haver falsos amigos das renováveis que lhes dão machadadas...


A produção doméstica de electricidade a partir de painéis fotovoltaicos correspondeu a 451,1 kWh, o que permitiu abastecer todos os seus consumos, os pequenos electrodomésticos e a iluminação do vizinho, e o  aquecimento de águas a partir de painéis solares térmicos em Lisboa permitiu a uma família poupar, por exemplo, 12,40 m3 de gás natural, durante o último mês. 
O sol começa, continua a romper espartilhos...
Que também não resistem aos ventos...
A produção de electricidade de origem eólica no mês passado permitiu abastecer 24 % das habitações de Lisboa.




domingo, maio 06, 2018

Conheci Miguel Boeiro era ele Presidente da Câmara de Alcochete, quando nos empenhámos contra o alargamento do Campo de Tiro desse concelho.
Tenho partilhado com ele outros momentos. É vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Naturologia http://www.spnaturalogia.pt/wp/pt/a-spn/, um esperantista e  homem com grandes e magníficos conhecimentos de plantas medicinais (não o serão todas?).
É um interessado pela vida, que regularmente oferta aos amigos textos sobre variadas plantas e seus usos.
Um dos últimos é sobre o cacaueiro:
e eis o texto:

" Depois de ter andado por várias roças de cacaueiros na ilha de São Tomé, visitei na Tasmânia (Austrália) a fábrica de chocolates da Cadbury e, mais tarde, o magnífico Museu do Chocolate da cidade de Colónia (Alemanha). Modéstia à parte, este era já um currículo chocolateiro invejável, mas faltava ainda conhecer a Rota do Chocolate organizada pelo Cacau Clube de Portugal, cujo itinerário abrange Aveiro, Porto e Viana do Castelo. Esta persistente “cacaufilia” foi estimulada pela tertúlia “Do Cacau para o Chocolate”, realizada em março na Associação de Cozinheiros Profissionais de Portugal, brilhantemente dirigida pelo professor gastrónomo Virgílio Gomes e pela leitura da obra, que vivamente recomendo, “Um Ano de Chocolate”, de Odete Estêvão.
Na Rota do Chocolate há a destacar a visita à “Feitoria do Cacao” em Aveiro, a pernoita no Hotel Fábrica do Chocolate, integrando a visita ao respetivo museu interativo na antiga fábrica de chocolates vianense, em Viana do Castelo e finalmente o passeio pelas tradicionais chocolatarias do Porto: “Equador”, “Maria Chocolate” e “Chocolataria das Flores”. Não é possível mencionar neste singelo escrito os riquíssimos pormenores, sentires, saberes e sabores que o cronista fruiu, mas deu para refletir e aprender. Condensa-se, a seguir, numa síntese imperfeita, de formulação obviamente discutível, algo do muito que foi apreendido.
O cacaueiro, ou seja, o Theobroma cacao é uma pequena árvore que geralmente não excede os 6 metros de altura, existente apenas nas regiões tropicais, mais propriamente numa faixa que raramente ultrapassa a latitude de 20 graus acima e 20 graus abaixo da linha do equador. Desenvolve-se em solos férteis com pluviosidade elevada, temperaturas que variam entre os 18 e os 32 graus centígrados e à sombra de árvores de maior porte.
Os botânicos incluíram o cacaueiro na família das Malvaceae. A planta é perene, estando em flor e frutificando durante todo o ano. É uma espécie caudiflora, ou seja, as flores e os frutos surgem ao longo do tronco principal e nos ramos adjacentes. As folhas são grandes, pecioladas, elípticas ou oblongas e alternas. As flores surgem aos cachos, muito pequenas, esbranquiçadas, em forma de estrela. Os frutos são carnosos e oblongos, cuja cor que, contudo, não indica o estado de maturação, vai do amarelo ao vermelho e quando secos passam a castanho-escuro. No seu interior, as sementes de cacau (30 a 40 por fruto) encontram-se encapsuladas numa polpa branca agridoce que serve para preparar uma excelente bebida refrescante, como a que nos foi dada a provar à chegada ao Hotel Fábrica do Chocolate.
As civilizações pré-colombianas desde há 1500 anos a.C. já utilizavam uma bebida amarga confecionada com as sementes do cacau, a que chamavam tchocolat, considerada estimulante e afrodisíaca. Diz-se que o imperador azteca Montezuma bebia, por dia, 50 malgas dessa bebida para aumentar o seu vigor. Acrescente-se que Theobroma se decompõe em theo (deus) e broma (alimento), logo, “alimento dos deuses”. O seu valor era tal que chegavam a utilizar as sementes como moeda de troca.
Os espanhóis trouxeram para a Europa essa bebida divina a que se adicionou açúcar, frutas e especiarias como a baunilha, entre outras. A massa do cacau originou a tablete de chocolate. A junção de leite em pó foi uma invenção de Henri Nestlé que teve enorme sucesso e o chocolate, finalmente, universalizou-se.
A maturação dos frutos demora, em regra, 5 a 6 meses. A colheita é feita manualmente e os frutos são esventrados para retirar as sementes, grãos, castanhas, ou favas, como também são chamadas. Dá-se depois a fermentação e a secagem. Nas respetivas fábricas do chocolate procede-se à torrefação, à retirada da casca, à moagem para obter a pasta de cacau que contém cerca de 50% de gordura (manteiga de cacau), ao envelhecimento, à conchagem, à temperagem e à moldagem. Bem, o processo é complexo e este escriba não dispõe de conhecimentos suficientes para detalhá-lo. Quem quiser saber mais visite, por favor, a Feitoria em Aveiro e o Museu em Viana.
O cacau proporciona um sem número de especialidades gastronómicas bem mencionadas no admirável livro de Odete Estêvão. A manteiga de cacau que derrete à temperatura do corpo humano (36 graus centígrados) é usada em medicina e em cosmética. O cacau serve para confecionar batons, champôs, velas, sabonetes, cervejas, sorvetes, geleias …
Ninguém é alérgico ao cacau, pelo contrário. As alergias que porventura poderão surgir são devidas, ou ao leite, ou à lecitina de soja, ou ao açúcar ou a outras incorporações adicionadas nos chocolates.
O cacau é muito rico em antioxidantes e contém centenas de compostos úteis para a saúde, entre os quais, teobromina, cafeína, cálcio, cobre, ferro, magnésio, manganês, potássio, zinco, vitaminas B, C, E e provitamina A. O chocolate negro (com mais de 70% de cacau e sem açúcar) é um superalimento com as seguintes propriedades no que respeita à saúde: antidepressivo, estimulante da serotonina/cérebro, preventivo das doenças degenerativas, diminui o risco de enfarte, melhora a circulação, combate as doenças intestinais, aumenta a sensibilidade à insulina, baixa o colesterol, possui ação inflamatória, fornece energia e desperta o humor e a boa disposição."
O Miguel dá ainda aulas sobre estas delícias.

sexta-feira, maio 04, 2018

Assino por baixo. Não é que não hajam muitos e bons jornalistas, mas a imprensa, e televisão nem falar, escapam entre os pingos da chuvas algumas rádios e  alguns jornais regionais, está nas mãos dos grandes grupos e tem editores ao serviço de nada, e coisa nenhuma, ou melhor do entretêm e vende publicidade, do maior balofismo e colecção de mentiras.
Sem perceberem que as vendas de jornais e audiências vão diminuindo, por isso...
e aqui:https://elpais.com/especiales/mayo-del-68/

quinta-feira, maio 03, 2018

É já amanhã, anuncia-se casa cheia. O livro é um bom-bom e irei falar, a não ter outra inspiração súbita, da viagem do D.Quixote, pela imaginação e pelo espaço. O tempo deste assim como o humanismo desse livro maior da nossa literatura.

http://oinstalador.com/noticia/id/1030/Lancamento-de-Viagens-Imperfeitas-de-Antonio-Eloy

quarta-feira, maio 02, 2018

Maio, 68. Tempo incontornável. Para o pensamento, para a acção social e política, que ainda hoje avantesma as ditaduras de todo o lado, e o politicamente correcto, o populismo e fanatismos.


Esta foto de Praga é icónica, segundos depois os tanques soviéticos, desorientados é certo, começavam a destruir a chamada Primavera, mas como sabemos estas não se podem aprisionar....
As revoltas de 68 foram momentos únicos na história, do México, aos Estados Unidos, de França à Checoslováquia, de Berlim a Manathan...
https://www.youtube.com/watch?v=JTTC_fD598A&list=RDJTTC_fD598A

Em Lisboa o nosso 68 seria o velho ditador a cair de uma cadeira pobre, e um regime iníquo a entrar em estertor, que ainda provocaria muitos, muitos mortos.
O meu 68 foi mais em 78, mas esse é outra estória, outro relato.
Hoje no Guardian um excelente artigo:
https://www.theguardian.com/culture/2018/apr/30/time-for-a-riot-how-the-art-of-1968-caught-a-world-in-turmoil, de onde piquei a foto em ilustração.

terça-feira, maio 01, 2018

o dia das maias... e uma prenda, também do passado...
https://files.acrobat.com/a/preview/ba99086c-d9db-48f7-981e-4d439487daa1
os cinemas de Lisboa!
Quando decorre, com alguns excelentes filmes mais um INDIE.