sábado, setembro 21, 2019

Mais aviões, aviõezinhos e avioezões


Em busca de um secretário de Estado perfeito

Que não há e se houvesse não seria certamente Alberto Souto de Miranda.
Como é habitual no burocratês cinzento que caracteriza os membros do governo no artigo em que procura desmentir, não só o manifesto Poupem o Montijo, como muitas outras críticas que a generalidade da comunidade ambiental, mas também uma grande parte dos políticos independentes do nosso país, ou seja daqueles que não estão na fila para as benesses, muitos pilotos e trabalhadores do sector aeroportuário, além de cidadãos de várias áreas a que muitas vezes os políticos vem pedir palmadinhas tem feito a mais um, mais um insensato projecto de aeroporto para continuar e alargar a Portela.
Mas nesse só semeia frases feitas, inverdades, manipulações e conversa da banha da cobra.
Era vereador na Câmara Municipal de Lisboa quando nos tentaram também vender, com argumentos parecidos aos actuais, em 2007 que esta estaria esgotada em 2012, que a Ota, um aeroporto entre duas serras (uma teria que ser demolida) sobre um paúl ( que teria que ser atolado) e águas subterrâneas (com essas não havia nada a fazer) era a solução para os nossos males, e na margem Sul ( onde andará esse personagem?) jamais, jamais....
Pois temos que recuar aos últimos tempos da ditadura, que já anunciava o esgotamento da Portela e fez um estudo, sobre 18 localizações.... a pior de todas... já adivinharam... era a que queremos poupar.
Por causa do estuário (hoje Rede Natura), por causa dos milhões de aves (protegidas por legislação comunitária), por causa, dos acessos ( já viram 20 minutos de shutle mais meia hora de barco, no mínimo), por causa até dos comunistas.... pois eles continuam todos por aí, mais agora o ruído (que como ouvi numa das sessões públicas de discussão do Estudo de AIA, só é minimizado no papel, é que não há verbas para a insonorização que o sr. Secretário, imperfeito, anuncia) e claro o aumento e dinâmica das águas que vai transformar este espaço em fora de qualquer, mas mesmo qualquer, uso aeronáutico, e nem preciso de falar em tsunamis...
Mas é claro que o tal secretário de Estado só pretendeu ocupar espaço público, o processo de Avaliação Impacte Ambiental não está a correr a gosto do governo e já se vê claramente, que não há consenso nenhum, mas mesmo nenhum.
Mais, muito mais de 1000 documentos, contestações, nalguns casos substanciosos foram entregues a contestar este estudo (A.I.A.), que além de partir de premissas erradas é inquinado por opções políticas de que deveria estar expurgado.
E pago, como sempre!, pela empresa promotora!
E já percebemos que a última coisa que todos querem, todos até o eng. Pompeu, é  uma avaliação global, estratégica e ambiental, que coloque tudo em cima da mesa, que analise com seriedade e sem números especulativos a evolução do trafego aéreo, também no quadro, (e agora que andam todos com o clima na boca,  mas onde é que ele está ?, se continuam a projectar mais, muitos mais low cost e turistas), também  no quadro das alterações climáticas que  consumem o nosso bem estar e  emitem toneladas, muitas, muitas de CO2.
Mas onde é que vão buscar o incremento do trafego aéreo, se anunciam um nova, e outra, e outra crise económica, se as companhias de transporte em lata estão a dar o berro, se a aviação vai ter que mudar de paradigma e dirigir-se, talvez noutro tipo de modelo,, noutro tipo de transporte aéreo, para outros horizontes.
Este aeroporto no Montijo será chumbado pela A.P.A. se por milagre não o for, será chumbado pela U.E. (União Europeia) ou pela I.A.T.A. (Associação Internacional de Transportes Aéreos ) e teremos que voltar a discutir  projectos e até outros  insensatos, como o de um aeroporto inútil no meio do Alentejo, mas para onde com adequadas e necessárias infraestruturas podiam ser transferidas as low cost mas também voos de longa distância e assim sim aliviar a Portela.
E não me venham com a distância, numa hora e meia é possível estar em Lisboa e em meia em Faro. De Lutton leva-se quase duas até Londres.
Temos os políticos que temos, infelizmente não temos pozinhos mágicos para lhes dar perfeição.

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