quarta-feira, fevereiro 28, 2007

História de Lisboa

Lisboa é uma das mais antigas cidades da Europa, tendo sido fundada há mais de três milénios. É juntamente com Setúbal, Alcácer do Sal e algumas cidades do Algarve a mais antiga de Portugal e também a segunda mais velha capital da União Europeia, após Atenas, mais antiga por quatro séculos que Roma.

A sua história circula à volta da sua posição estratégica na foz do maior rio da Península Ibérica, o Tejo; do seu porto natural ser o melhor para o reabastecimento dos barcos que fazem o comércio entre o Mar do Norte e o Mediterrâneo; além da sua proximidade no extremo Sul e Ocidente da Europa, com os novos continentes da África Subsahariana e da América.

Pré-história

Existem vestígios de ocupação humana na área que hoje é Lisboa de há muitos milhares de anos, atraídos pela proximidade do rio Tejo. Os primeiros habitantes humanos da região teriam sido os Neandertais, extintos há cerca de 30.000 anos pela chegada à Península do Homem moderno. Durante o período Neolítico, os povos Iberos da região contruiram os megalitos de função religiosa, tal como os restantes povos da Europa Atlântica: dólmenes, menires e cromeleques terão sido comuns, e alguns ainda sobrevivem hoje na zona.

Índice:

2 Alis Ubbo: A fundação fenícia
3 Olissipo: Lisboa romana
4 As Invasões e os Germanos
5 Al-Ushbuna: Lisboa Muçulmana
6 Cruzadas: Portugal conquista Lisboa
7 Revolução
8 Lisboa, a Senhora dos Mares
9 Domínio Filipino
10 O Ouro do Brasil
11 Século das Luzes
12 Guerra Civil: Liberais e Conservadores
13 Lisboa entre a Europa e a África
14 A Revolução de 1910
15 República
16 Referências
17 Ver também

Fonte: Wikipédia

Outra vez?!

DE VEZ EM QUANDO, como agora, lá reaparece a discussão acerca dos horários do comércio.
Nessas alturas, ouvem-se as opiniões dos representantes dos pequenos e dos grandes comerciantes, o Governo também diz de sua justiça, mas, quanto a perguntar (e, acima de tudo, a ter em conta) o que pensam os consumidores... não parece estar nos planos de ninguém.
No entanto, a médio ou longo prazo, o que vai suceder é muito simples: se houver quem queira comprar e quem queira vender, o comércio far-se-á. Caso contrário, não.
Tem sido sempre assim em todos os tempos e lugares, pelo que contrariar essa tendência é como estar a atirar areia para os esporões da Costa de Caparica - o que talvez explique porque é que, neste assunto (como em tantos outros), nunca falta gente a atirar-nos areia para os olhos.
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A imagem é do blogue-arquivo «Humor Antigo»

Antigas profissões e pregões de Lisboa #12


O Padeiro

Olha o padeiro entregando o pão
De casa em casa entregando o pão
Menos naquela, aquela, aquela, aquela não
Pois quem se arrisca a cair no alçapão?

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Esclarecido...


26 Fev 07
UM DIA DESTES, estava eu num restaurante de Lagos (cidade que, em matéria de estacionamento selvagem, não fica atrás de Lisboa), quando um senhor estrangeiro, de certa idade, me perguntou se as imagens de bloqueios, multas e reboques, que a TV estava a mostar, eram "cá".
- Sim e não - respondi-lhe, sorrindo. "Sim", por ser em Portugal; e "não", por não ser em Lagos - esclareci depois.
O cavalheiro, então, apontou com o queixo para o passeio em frente, pejado de automóveis, e perguntou:
- Ah... É como na América, onde as leis variam de estado para estado?
Expliquei-lhe que em Portugal é ao contrário: a lei é a mesma; aplicá-la é que fica ao arbítrio das autoridades locais.
O homem coçou a ponta do nariz e deduzi, pelos seus olhos piscos, que não estava a perceber nada. Depois, ingeriu mais um trago de aguardente velha, recostou-se na cadeira, cabeceou e, para meu alívio, já não me perguntou mais nada...
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Publicado no «Público» de 1 Mar 07
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As imagens, como se depreende pelo texto, são de uma cidade que tem pretensões a destino turístico mas onde o nível de absurdo ultrapassou o da impunidade: parques gratuitos com lugares vagos (imagem de baixo, à esquerda), carros nos passeios, peões no asfalto... Mas todos felizes e contentes, ao que parece.

CML declara guerra à publicidade ilegal


Mas, publicidade ilegal, e muito mais grave que uns quantos posters colados aqui e ali, não será também aquela que existe sob a forma de telões gigantescos que ocultam propositadamente o estado de abandono de muitos edifícios em Lisboa, para que a imagem de certo prédio ou local se vá apagando da nossa memória de tal modo que, um dia, por magia, o prédio deixa de lá estar e aparece um outro em construção? Um exemplo disso é o bonito prédio de gaveto em plena Picoas, defronte à Maternidade Alfredo da Costa, paredes-meias com a Casa-Museu Anastácio Gonçalves, vulgo Casa Malhoa.

Esse prédio (e os dois que lhe estão contíguos), como se não bastasse o estado lastimável de abandono em que se encontra há décadas - foi vítima de incêndio «ocasional» e de demolição «imprevista» de paredes aquando das obras coercivas exigidas pela anterior vereação - mantém desde há largos meses um telão para publicidade que o envolve totalmente para gáudio de quem pensa, e tem razão, que a memória é curta. Motivo? Preparar terreno para a torre na foto em baixo, ou seja, para o chamado Edifício Compave, projectado há alguns anos pelo Arq. Ricardo Boffil, e em relação ao qual a actual CML tem vindo a mostrar particular interesse (vá-se lá saber a razão...) em «acarinhar».



Foto: Skyscrapercity Foruns

Os erros de raciocínio de Vital Moreira

Lisboa está mal? É por ser demasiado pluralista!

Vital Moreira, às vezes apanha-me mesmo descalço. E surpreende-me tanto contorcionismo. No artigo dele hoje no 'Público' os malabarismos intelectuais até fazem ferver os cérebros...

A coisa é simples e vou pô-la como a vejo, em modelo de filosofia escolar:
Tese da qual parte Vital: Lisboa está mal. A Gebalis está cheia de boys do PSD.
Antítese: É porque a lei das autarquias permite que várias forças políticas participem na gestão.
Síntese: Então mude-se a lei, façam-se executivos monocolores (de um só partido)!

Isto, é um chorrilho de raciocínios errados, na minha opinião. E julgo saber bem mais do que se passa em Lisboa e na Gebalis do que Vital, que não quis saber de nada antes de escrever: já sabia à partida qual era a sua tese e as conclusões...
Há que mudar a lei eleitoral das autarquias para que os executivos sejam monocolores, beneficiando o PS e o PSD, os grandes, e arrasando os outros, os pequenos.
Ele, Vital, parece seguir por este caminho de erros: Lisboa está mal? Há boys do PSD na Gebalis e nas outras empresas municipais? Então é por causa da presença no executivo de várias tendências partidárias. Um raciocínio estranho, de pés no ar, todo ao contrário da realidade (que desconhece e não cuidou de conhecer antes de escrever). Um raciocínio que nem parece vir da mesma pessoa que escreve as tais sebentas: então Vital não sabe que, precisamente, há boys porque ninguém mais controla aquilo: porque o PSD manda naquilo sozinho? O PS na CML pode fazer o favor de explicar isso a Vital com urgência? Talvez ele, em vocês, acredite, pá! Digam-lhe lá que o PSD gere sozinho aquela coisa: talvez assim ele caia na real e não faça estas figuras, pá).
... Então, «conclui» Vital, mude-se a lei das autarquias e façam-se executivos monocolores, corra-se com os pequenos partidos que só empatam: assim, há mais vigilância democrática e tal...

Um encadeado de asneiras que não se compreende
em Vital Moreira...

Que parvoeirada de raciocínio, desculpem a expressão, mas nem parece vir de um intelectual de alta craveira. Fico desiludido. Vital faz tudo para alinhar pelo diapasão de Sócrates. Lamentavelmente. É que não era preciso mostrar tanta subserviência... Honestamente, não esperava uma destas de Vital Moreira. Até porque, se alguma coisa prova o actual estado de coisas em Lisboa, é exactamente o excesso de poder de uma força política sozinha, mesmo que sem maioria absoluta - e, isso sim, dá no que está a dar na capital. Se Vital fosse honesto, concluía exactamente que era preciso garantir muito maior vigilância plural sobre estas coisas... Mas não: a conclusão dele já estava tomada à partida: altere-se a lei. Que coisa mais básica armada ao intelectual inatingível. Desculpem o choque, mas fico revoltado com a falta de honestidade intelectual. E este é um caso disso, tenho a certeza: não é falta de clarividência, faço-lhe essa honra. Ainda se isto viesse de um analfabeto... Mas parece...

Vital Moreira tem tanto de mau analista político como de bom (óptimo) técnico constitucionalista (estudei pelo manual dele e de Canotilho quando ainda era em sebenta - vejam só). Vital Moreira é assim: torce, torce, até levar a água ao seu moinho.

Ideia luminosa:

«Gaioso Ribeiro admite lista com toda a oposição»

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

"Noites de desassossego nas ruas do Bairro Alto"





"Por um dia, Maria Helena Carmo foi a moradora mais vaidosa do Bairro Alto, em Lisboa. O prédio n.º 35 da Rua do Poço da Cidade estava coberto de grafitti, cartazes e manchas de humidade. Tudo isso desapareceu com duas demãos de tinta branca no início de Fevereiro. "Vieram cá uns senhores da câmara municipal, montaram os andaimes e limparam tudo", conta a pensionista de 73 anos. Esta felicidade, porém, esfumou-se em menos de 24 horas: "Na manhã seguinte estava um enorme rabisco em cima da minha porta." Alguém usou a fachada do seu edifício para protestar em letras vermelhas contra a penalização das drogas." (...)
No Bairro Alto, já não restam paredes lisas: há declarações de amor que ocupam fachadas inteiras, rabiscos que vão de uma ponta à outra dos prédios, cartazes que anunciam peças de teatro, espectáculos de kizomba e de hip hop. "Os sinais de trânsito estão cheios de autocolantes e cada canto está transformado em mictório para os jovens que vêm aí à noite beber copos", censura António Figueira, residente na Rua Diário de Notícias.

Madrugadas de terror
(...)
Nem com as portas e as janelas trancadas é possível abafar o barulho. "Batem nos vidros, sentam-se nos carros e até arrancam os retrovisores", denuncia a moradora.

E, no dia seguinte, há copos, garrafas e lixo amontoados nas esquinas e nas ruas, nas escadas dos edifícios e à entrada das casas: "Sextas e sábados de manhã, quando abro a porta já estou de vassoura na mão." Só assim Manuela Gato consegue desbravar caminho e chegar até à rua. Houve alturas em que se revoltou contra a desordem instalada nas noites do Bairro Alto, mas hoje diz não ter a "mesma fibra" para cortar pela raiz a "falta de respeito" dos miúdos pelos mais velhos. "(...)
(Maria Isabel Goulão)

Antigas profissões e pregões de Lisboa #11


O Propagandista

Fernando Pessoa, azulejos Arte Nova e a brutalidade de Lisboa


É um excelente post este, que aqui reproduzo, dando-nos conta de um amigo do alheio apanhado com a boca na botija.

Foto: FJ

P.S. Por lapso, o link não estava activo. Mil desculpas.

domingo, fevereiro 25, 2007

Lisboa: uma tese que não partilho

Gaioso Ribeiro (PS) admite lista «com todos»

Compreendo algumas das razões para que Gaioso Ribeiro tenha dito o que disse e que vamos ouvir logo à noite na RTP 2: «Não é uma coisa que eu prefira mas admito» «uma lista de personalidades» de todos os partidos da oposição (das oposições, digo eu) para se sair desta situação especial que a CML vive.
Não.
A política, acho, não vai por aí. Mas logo veremos. Esta ideia há-de provocar muitos comentários.
Sou a favor da clareza em política. E absolutamente contra expeiências. E isso não passaria de uma experiência de laboratório. Ainda por cima, branqueando muita coisa que não pode ser branqueada.

EM 2003 "Abaixo-Assinado por uma Fiscalização Eficaz em Lisboa"


Para a "história" do caos no estacionamento:


Abaixo-Assinado: por uma Fiscalização Eficaz em Lisboa promovido pela Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, de Janeiro a Maio de 2003

Ao: Comandante da Divisão de Trânsito da P.S.P. de Lisboa

Exmo. Senhor,

Todos os dias, o Código da Estrada, as normas cívicas e o direito à vida são desrespeitados em Lisboa.

O excesso de velocidade e o desrespeito pela travessia de peões na cidade são os principais factores de atropelamento, o qual é uma das primeiras causas de mortalidade rodoviária em Portugal.

Outro importante factor de atropelamento é o estacionamento indevido em passeios, passadeiras e cruzamentos, obrigando os peões a circular pelas faixas de rodagem, e reduzindo a sua visibilidade para atravessar em segurança.

As autoridades, e a Divisão de Trânsito da PSP em particular, estão incumbidas de zelar pelo cumprimento das regras de trânsito na cidade, e impedir a proliferação de comportamentos infractores na condução e no estacionamento.

Infelizmente, a passividade e o óbvio alheamento da PSP-DT tem contribuído fortemente para a falta de segurança rodoviária e para a desorganização do estacionamento na cidade.

A ausência de acção da PSP-DT nas zonas concessionadas pela EMEL é um factor acrescido da sua descredibilização perante os cidadãos.

Os subscritores do presente Abaixo-Assinado vêm requerer a V. Exa. que tome, com carácter de urgência, as medidas adequadas para combater activamente o excesso de velocidade e o estacionamento indevido, de modo a contribuir para o aumento do conforto, saúde e segurança dos cidadãos.

Porque têm directo e legítimo interesse na resolução dos dramáticos problemas acima referidos, os cidadãos abaixo-assinados pedem deferimento.
(Maria Isabel Goulão)

"4º no mundo, entre 200 países"

POLICE
Total police personnel per 100.000 pop.

1. Mauritius 756
2. Italy 560
3. Barbados 516
4. Portugal 491
5. Hong Kong 487
6. Macedonia 482
7. Kazakhstan 464
8. Czech Republic 445
9. Latvia 436
10. Thailand 355
11. Malaysia 354
12. Slovakia 347
13. Lithuania 345
14. Singapore 324
15. Slovenia 318
16. Moldova 314
17. Ireland 307
18. Spain 293
19. Germany 292
20. Hungary 289
(The Economist, Pocket World in Figures, 2007 Edition, London)
NO BLOG BLASFÉMIAS
(Maria Isabel Goulão)

O DISPARATE À SOLTA

O vereador socialista na Câmara de Lisboa Nuno Gaioso Ribeiro admitiu hoje a formação de uma lista de personalidades de todas as forças políticas da oposição na câmara de Lisboa para concorrer a eleições intercalares na autarquia da capital. Ao descalabro carmonístico, sucederia o desastre da mixórdia politica. A loucura possuiu os socialistas restantes da CML.

(publicado no Tomar Partido)

sábado, fevereiro 24, 2007

Sem regras nem apitos

Sazonal e periodicamente, com maior ou menor intensidade, a cena repete-se.
À hora a que escrevo este post, o bairro estará certamente vazio de carros, restando algumas dúzias de pneus pendurados nos passeios de calçada portuguesa, já de si bastante danificados de tanto peso.
Falo de futebol. Escrevo sobre Telheiras, como poderia porventura falar de outras zonas próximas de estádios. Cruzo o bairro por volta das 20 horas, transformado por algum tempo num gigante parque de estacionamento. Nada escapa: a 2ª circular, os passeios (não há pilaretes, não se salva um), zonas ajardinadas, passadeiras, curvas. Não me espantaria se um destes dias encontrasse algum carro pendurado numa árvore.
Já por diversas vezes alertei as autoridades. Suponho que estejam dentro do estádio. Podia até ser uma piada, mas é uma tristeza. Tenho conhecimento de que, pelo menos, uma vez, uma ambulância teve que ficar afastada da porta de um doente que ia buscar por não ter conseguido passar.
E os carros a bloquear as bocas de incêndio? Porque estas também não escapam. Qualquer buraquinho serve, desde que a viatura se encaixe. E se não encaixar fica com as rodas na estrada que também não é problema nenhum.
Não há a noção de que se trata de um bairro residencial (ninguém diria, com o constante ruído que vem do eixo norte-sul, mas não é disso que se trata agora) e que devem existir medidas de segurança. Enquanto isso, a vida dos moradores está condicionada por jogos de futebol: chegar (bastante) cedo ou já depois do apito final. Quem precisa de circular a pé, sempre pode usar a estrada, que é larga. Estação de metro? Praticamente à porta do estádio.
Sei que é uma indignação cansativa e inglória. É lamentável, mas isto só vai com pilaretes. I rest my case.
(Maria Isabel Goulão)

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Nunca ouviram falar de Sísifo...


«JN»: O avanço do mar destruiu, esta madrugada, as obras de reposição de pedra que estavam a decorrer há dois dias no paredão junto ao parque de campismo do Inatel, na Costa de Caparica.
A força do mar voltou a destruir a defesa aderente em pedra e a galgar o paredão, colocando em risco os parques de campismo do Inatel e o Clube de Campismo de Lisboa, segundo a Agência Lusa.
Mas, esta manhã, as obras de reposição continuam. O Instituto da Água iniciou a intervenção no local na terça-feira, depois do avanço do mar ter provocado a derrocada das pedras que sustinham o paredão, abrindo dezenas de rombos, alguns deles destruindo de um lado ao outro a defesa aderente existente.
Para esta tarde esperam-se marés fortes, na ordem dos quatro metros.

Portugal dos Pequenitos (*)

Têm ocorrido nas últimas semanas vários desprendimentos de pedaços de betão nas traseiras do prédio nº 95, da Av. 5 de Outubro, em Lisboa.
O terraço das traseiras do prédio é quotidianamente ocupado pelas crianças que frequentam o Centro de Educação para a Infância (CEPI da Av. 5 Outubro) dos Serviços Sociais do Ministério da Educação (SSME).
O proprietário do prédio é a Companhia de Seguros GAN e o gabinete da Ministra Mª de Lurdes Rodrigues fica a 200m, em linha recta.
Os pais de algumas das crianças ainda tiveram a veleidade de querer o impossível: requereram há uma semana, à Protecção Civil, ao Serviço Nacional de Bombeiros, ao coordenador dos SSME, à Ministra da Educação, à Inspecção-Geral de Educação e ao Instututo do Consumidor, a adopção de medidas urgentes.
As crianças continuam, claro, a ser levadas para o terraço. À espera que o país acabe de cair.
MJR
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(*) Este texto, da autoria de Manuel João Ramos, da ACA-M, era para ser publicado no blogue «SORUMBÁTICO», onde ele colabora. No entanto, por ser um assunto essencialmente relacionado com Lisboa, sugeri-lhe que me autorizasse a afixá-lo aqui - e ele aqui está. Julgo que ninguém, por estes lados, se oporá se tal vier a suceder mais vezes, pois não?

Afinal a culpa é da CML!


Para quem acha que o estado em que está o Jardim do Campo Pequeno é da responsabilidade da sociedade da praça de touros, aqui fica a resposta da mesma a uma interpelação da Quercus. Elucidativo, Sr.Vereador António Prôa!

Sugestão para um novo logótipo da CML

Não fosse a cafeína e...

... a 1ª conferência-debate do Nicola teria sido um imenso bocejo, pois 60 dos cerca de 80' da conferência de JSF resumiram-se a uma monocórdica aula de história sobre dinossauros, D.João V ou Pina Manique, passando por ostras no Tejo e oliveiras em Monsanto, entre outras pérolas dispersas.

O interessante da coisa foram mesmo aqueles slides em que se vê claramente onde a CML anda a dar cabo do património de todos nós (ex. Inglesinhos!!!, Largo de Jesus!!) e onde se prepara para dar, via PDM (ex. Parque Periférico), ou de braço dado com o governo (ex. Convento da Graça).

Curiosidades: JSF referiu-se à «brutalidade» de Duarte Pacheco ... quando muita da cidade (e os logradouros) que pretende preservar (e bem) se deve exactamente àquele. JSF referiu-se aos toxicodependentes do Intendente como «drogados».

Antigas profissões e pregões de Lisboa #10


O Moço de Fretes

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Autismo e inconsequência política na CML



Cansa-me este arrastar da falta de vergonha política do actual executivo camarário.
Um constante alijar de responsabilidades.
Manobras inconsequentes, mais tristes que as anteriores, em tentativa desesperada de se manter no poder.

"Entre um governo que faz mal e o povo que o consente, há uma certa cumplicidade vergonhosa."

- Victor Hugo, Histoire d'un Crime

Só não dizia a quê...

Mais broncas na Câmara de Lisboa

Um vereador que veio complicar tudo ainda mais


Como se já não bastasse a Carmona Rodrigues a quantidade de nós que tem para desatar, eis que de repente, de dentro das suas próprias fileiras ou do que delas resta, surge um cavaleiro andante de trajectória própria mas incompreensível, que estende mais uma casca de banana no caminho do Presidente da CML.



Uma mepresa municipal de que ele mesmo (o vereador) fora director-geral até há um ano e tal foi o pretexto. E parece que deixou muito a desejar.



O homem mandou investigar a actual gestão. Com tantos cuidados na delimitação do objecto da investigação que a coisa parou eli mesmo no dia em que ele de lá saiu!



É o que se chama pontaria!



Pior: o despacho devia ter fundamentação jurídica e não teve, dizem-me. Consequência: é ilegal.

Pior ainda: devia ter mandado ouvir os «acusados» e não mandou.

Péssimo: deu a conhecer o conteúdo à opinião pública antes de mais nada: os eleitos da CML souberam pelos jornais.

Pior que éssimo: toda a gente que leu o relatório garante que aquilo tem dois alvos: o presidente da empresa e a vereadora que até há dois ou três meses tutelava a empresa... A ser assim, é o que se chama agir «ad hominem», ou seja: atirar direitinho às pessoas que se querem atingir.



Tudo somado: mais uma data data de dores de cabeça para Carmona, no exacto momento em que ele precisa é de sossego e de paz para pôr a casa em ordem.



O nome do homem esteve hoje em foco nos Paços do Concelho: Lipari Pinto. Os atingidos: Francisco Ribeiro e Maria José Nogueira Pinto. A empresa: Gebalis, a empresa municipal que trata da habitação social em Lisboa.

E vergonha na dita?

A dança e a "contra-dança"

Do arquivo «Humor Antigo»
EM VÁRIOS pontos do país, e perante situações absolutamente escandalosas de estacionamento selvagem (cheguei a ver-me impedindo de entrar em casa!), interpelei, por diversas vezes, graduados da PSP - que andavam por perto - perguntando-lhes porque é que não actuavam.
Ora, e como muito bem sabe quem já fez o mesmo que eu, as respostas que nos dão são variadíssimas, sendo a mais espantosa a de que «têm ordens para só actuar a pedido».
Por isso, quando oiço agora uma associação sindical da mesma corporação a reclamar contra o meritório trabalho da EMEL, não posso deixar de me lembrar da anedota da senhora que estava a dançar com um cavalheiro que só a pisava:

- O senhor não gosta de dançar? - pergunta ela.
- Adoro! - responde ele.
- Então porque é que não dança?


«Público» de 24 Fev 07 e «DESTAK» de 26 Fev 07

Que tempo faz na CML?


Este é o tempo que a BBC prevê para os próximos dias em Lisboa ... será desta que os metereologistas acertam?

"Já fui multada outras vezes pela EMEL e nunca dei importância, mas desta vez é mesmo para levar a sério"



DN-Kátia Catulo-"Fiscais da EMEL 'apanham' automobilistas desprevenidos" :

De cada vez que uma equipa de fiscais da EMEL - Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa - parou ontem a carrinha, o efeito foi sempre o mesmo. Houve quem deixasse o café a arrefecer e quem saísse do escritório ou de casa. Todos a correr, de chaves na mão, a tentar escapar a uma coima aplicada por um dos 50 agentes credenciados pela Direcção-Geral de Viação que, desde segunda-feira, têm competência para autuar e rebocar veículos estacionados em segunda fila, nos passeios e nas passadeiras.

As dez equipas da EMEL estão espalhadas pela Avenida 5 de Outubro e artérias transversais, mas o seu campo de acção alargar-se-á a partir da próxima semana. "As avenidas da República, Defensores de Chaves e o eixo entre o Terreiro de Paço e o Campo Grande, passando pelo Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade e Saldanha serão os próximos alvos", advertiu Caetano Gomes, administrador da EMEL.

Os fiscais estarão a trabalhar das 08.00 às 20.00 todos os dias da semana e, na fase inicial, contarão ainda com a parceria da Polícia Municipal de Lisboa: "A fiscalização termina à noite, altura em que os nossos funcionários irão rebocar os automóveis dos condutores que não solicitarem o desbloqueio".

Atraso fatal

Quando Alexandra Melo regressou da agência bancária já era tarde. Ainda deu uma corrida na esperança de não ser autuada, mas o esforço foi em vão: o seu carro acabou por ser bloqueado na Avenida 5 de Outubro. "Já fui multada outras vezes pela EMEL e nunca dei importância, mas desta vez é mesmo para levar a sério", desabafou a moradora do Bairro de Santos, justificando não ter pago o parquímetro por pensar que iria demorar "menos de cinco minutos".

Atrasou-se um pouco mais e foi o suficiente para ser uma das vítimas dos agentes da empresa municipal. Nem sequer foi por desconhecimento que Alexandra Melo decidiu ignorar a lei: "Desde o início da semana que estou a par dos novos poderes da EMEL e até sabia que esta zona estava sob vigilância apertada".

Só nunca pensou que seria apanhada a prevaricar: "A partir de agora vou estar mais atenta porque são 60 euros que saíram do meu bolso". A expectativa dela é que os fiscais cheguem também à sua área de residência, no Bairro de Santos, na freguesia de Nossa Senhora de Fátima. "Ali é que eles deviam estar porque há transgressões em abundância, principalmente durante o dia", denuncia Alexandra, esclarecendo que um dos grandes males do seu bairro são os carros em segunda fila.

Escapar por um triz
(...)
O dia acabou mal para o proprietário do Rover estacionado sobre a passadeira da Rua de Entrecampos. Quando der pela falta do seu carro, já ele estará no parque de Sete Rios. Arrisca-se a uma coima entre 30 e 150 euros por dificultar a circulação numa passagem de peões. "Podia ser mais grave se estivesse a impedir a passadeira, pois o valor poderia subir até aos 300 euros", explicou Manuel Cardoso, chefe de serviço de fiscalização da EMEL.

E as más notícias não ficam por aqui: se a Direcção-Geral de Viação entender o automobilista pode ficar inibido de conduzir entre um e 12 meses. São as novas regras da EMEL para todos os condutores da capital.
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NA BLOGOESFERA:
Duarte Calvão no Corta-Fitas: Polícias sobrepostos
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(Maria Isabel Goulão)

Café Nicola: 1ª conferência-debate

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

A LISBOA MÁRTIR

Parece que na Camara de Lisboa ninguém se safa. Agora parece existir um relatório que aponta irregularidades na Gebalis, outra empresa municipal, mais uma empresa municipal, sempre uma empresa municipal. A vereadora do CDS/PP na Câmara de Lisboa, que tutelou a Gebalis, negou hoje ter cometido qualquer irregularidade e alegou desconhecer o relatório sobre a empresa enviado pelo vereador responsável para o Tribunal de Contas e Inspecção-Geral de Finanças. "Não estão nenhumas [irregularidades no relatório] porque não cometi nenhuma. Nunca vi o relatório", afirmou Maria José Nogueira Pinto, em conferência de imprensa convocada hoje ao final da tarde, quando questionada pelos jornalistas se teria cometido alguma irregularidade. A autarca tutelou em 2006 a empresa municipal que gere os 24.000 fogos camarários. "O que quer que esteja no relatório não pode ser verdade", acrescentou. Mais uma contribuição verdadeiramente original para o esoterismo municipal: negar à partida um relatório que não conhece.
(publicado no Tomar Partido)

Antigas profissões e pregões de Lisboa #9


O Limpa-chaminés

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Estacionamento junto a uma esquadra da PSP (que se vê ao fundo), a dois passos de diversos parques gratuitos com largas centenas de lugares... às moscas
(Janeiro 2007).
Quando interpelei um graduado da PSP acerca de casos ainda piores do que estes (tratava-se de pessoas que não conseguiam entrar nem sair de casa), respondeu-me que a polícia podia actuar, sim, mas só o fazia a pedido! O mais curioso é que disse essa enormidade com a segurança de quem está a cumprir ordens superiores - o que não duvido que acontecesse.

Quando as cabeças não têm juízo... o povo é que paga

Mas não vale a pena protestar. Convençamo-nos que não há nada a fazer...

Cabeça confusa?

Esta frase foi proferida, há um par de meses, numa reunião da AML em que se discutia a (falta de) repressão ao estacionamento selvagem...

Lisboa: Câmara, EMEL e Polícia de candeia às avessas


Quando ter a lei pelo seu lado não basta...

A Câmara de Lisboa, nesta questão agora muito blogosférica e mediática das novas competências atribuídas à EMEL, tem a lei pelo seu lado.
Também Cavaco a tinha quando quis retirar ao pessoal o feriado ilegal do Carnaval (o dia de hoje, há uns anos atrás. Lembram-se?
Também Ferreira do Amaral e Dias Loureiro, seus ministros, a tinham quando quiseram aumentar as portagens da 25 de Abril. Lembram-se?

No caso da EMEL, a Câmara soltou os diabos todos com esta medida talvez por esta ser considerada apenas avulsa, apenas desgarrada. Não sei. Como observador (que quero ser, e atento), parece-me que falta aqui qualquer coisa a coser as pontas.
E vai daí, soltam-se as vozes antagónicas.
Uns (poucos), a defender a medida (e a atacar a PSP, digo-o já agora, o que me parece altamente deslocado); outros (a maioria, sem dúvida), a criticar a EMEL e a CML.

Esta é a realidade destes dias. Veio também a PSP dizer (o Sindicato) que há sobreposição de tarefas entre a EMEL e a Polícia; e veio a mesma Polícia dizer que a CML ainda não pagou verbas devidas à PSP desde os Santos Populares. Que diabo: paguem lá isso aos homens... E, já agora, coordenem-se entre as duas entidades. Não há-de ser muito complicado, acho eu.

Lisboa agradecia.

"Fiscais da EMEL bloqueiam 122 carros e rebocam 15 numa só avenida "

DN Terça, 20 de Fevereiro de 2007
"(...) Os fiscais da EMEL bloquearam [dia 19] um total de 122 viaturas naquela área [Av. 5 de Outubro], sendo que 57 estavam estacionados em cima dos passeios, três encontravam-se em lugares destinados a deficientes, 11 em zonas de cargas e descargas e outros dois em áreas para largada de passageiros. Além destes, a EMEL bloqueou ainda 49 veículos em zonas tarifadas por falta de pagamento.
O "ataque" ao estacionamento abusivo nas faixas de rodagem começou logo pela manhã. Segundo um fiscal da empresa que colabora com a EMEL na vigilância ao estacionamento, "só de manhã já tinham rebocado uns seis ou sete" veículos. (...)"
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"(...) O maior sindicato da PSP está contra a «sobreposição» da fiscalização do estacionamento de viaturas em Lisboa entre a polícia e os fiscais da empresa municipal EMEL, que hoje passou a realizar-se em simultâneo.
«Os novos agentes são credenciados pela Direcção-Geral de Viação e vão começar a autuar as viaturas estacionadas em segunda fila ou em cima dos passeios nas áreas circundantes às zonas de estacionamento» de duração limitada, onde funcionam os parquímetros da EMEL, disse à agência Lusa uma fonte do gabinete da vereadora da Mobilidade, Marina Ferreira.
Na opinião do sindicalista, PSP e EMEL vão passar a desempenhar «serviços paralelos que, eventualmente, podem vir a prejudicar o serviço de trânsito e não a melhorá-lo».
A alternativa, segundo Paulo Rodrigues, devia antes passar pelo reforço de efectivos e meios da PSP e não pela sobreposição de funções.(...)"

(Centro Comercial Colombo)
(Maria Isabel Goulão)

Parodiantes de Lisboa


Da esquerda para a direita: Gabriela Seara, Fontão de Caravalho & Carmona Rodrigues


Publicado no DN de ontem
Conservar o executivo da Câmara Municipal de Lisboa é uma infeliz partida de Carnaval. Há muito que a câmara é um destroço. Arruinada, sem planeamento e com as principais obras sob suspeita, foi maquinando uma cidade-fantasma. Hoje, com vereadores arguidos, um presidente sem- -abrigo e o PSD extraviado, atolada no lodo da corrupção e das traficâncias, a maior autarquia é uma intriga de máfia medíocre. O que falta para novas eleições? Um pingo de decência do PSD e menos táctica caseira da oposição.

Mas os responsáveis ainda fazem humor. Um pagode bairrista. Quando Gabriela Seabra foi constituída arguida, Carmona afirmou que se demitiria se Fontão fosse pronunciado. Fontão, sabe-se agora, já era acusado de peculato num processo relativo à EPUL. Que faz Carmona? Permanece! As suas declarações reportavam-se apenas à Bragaparques, explica. A apropriação de dinheiro público não o incomoda. Cambalhota! O que será um sinal vermelho para Carmona? Todos os vereadores arguidos!? Pois se chegou mesmo a defender Fontão: "Se todos os autarcas arguidos suspendessem o mandato, o País não estava a funcionar." Acertou! A câmara está congelada. Enfim… para Carmona autarcas arguidos é palha. Uma insolência que só concorre com a de Fontão, o vereador que jurou que não era arguido. Mentiu. Justificou o eclipse, qual petiz de cinco anos, alegando que ninguém lhe perguntou. Só suspendeu as suas funções quando o PSD lhe retirou a confiança política. E afirma que sai porque quer. Brincalhão!

No PSD a barafunda é grande. Aquando do caso de Seabra, Marques Mendes, mosqueteiro da transparência autárquica, cambaleou. Agora que Fontão é arguido, tira-lhe o tapete porque aldrabou, mas não o faz a Carmona que sabia o que se passava. Pirueta! Falta mais algum sinal do desvario no PSD?

Seabra e Fontão eram a Rainha e o Bispo de Carmona. Urbanismo e Finanças. É expectável que se sigam outros membros do executivo e quadros de empresas da CML. Não é possível gerir Lisboa neste imbróglio. Nem tolerar um executivo que já antes era totalmente inapto. Resta a saída. A oposição só pode exigir eleições antecipadas. A defesa da cidade não é compatível com tacanhos cálculos políticos. O Carnaval são três dias. Esperemos que na quarta-feira só sobrem as cinzas deste executivo.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

O ATAQUE DA BRIGADA AMARELA

A agonizante e paralisada Camara Municipal de Lisboa afinal existe. Uma brigada de homenzinhos vestidos de amarelo florescente, assim um género de ET's de subúrbio (ou serão máscaras de Carnaval?), desatou a bloquear carros na Av. 5 de Outubro, em Lisboa, logo pela manhãzinha, que levantar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer. Exactamente nos mesmos sítios onde uma empresa privada contratada pela EMEL faz a gestão do estacionamento e dos parquímetros, aliás, com um grau de sucesso assinalável. Esta eficácia privada é mais do que suficiente para mostrar à evidência a inutilidade da EMEL, que não passa de uma empresa municipal para dar tachos e prejuízos. Mais valia a CML contratar a empresa privada para prestar mais serviços à autarquia no ordenamento do estacionamento. Mas esta solução, exuberantemente higiénica teria dois graves defeitos: o primeiro seria o aumento das receitas que, como se sabe, são desnecessárias na CML, ema autarquia que goza de brilhante saúde financeira e o segundo seria o de acabar com o trem de cozinha com que a CMl engorda os bolsos de uns amigalhaços do poder, serventuários inúteis e improdutivos do poder que estiver. Ah, um esclarecimento, na CML ninguém presta esclarecimentos sobre a ilegalidade de pôr a EMEL, uma empresa (a propósito já encontraram a escritura pública de constituição da empresa?...), a decretar contra-ordenações. A CML é uma muda sádica.
(publicado no Tomar Partido)

Antigas profissões e pregões de Lisboa #8


O Barbeiro

"Corte ou caldinho?"

Será perseguição a Cassiano?


Depois do escandaloso esventramento do Eden e, mais recentemente, deste caso na Almirante Reis, eis que a tão bela quanto abandonada vivenda junto ao Técnico começou a ser demolida. Trata-se de mais uma herança «napoleónica».

domingo, fevereiro 18, 2007

Da colectânea «HUMOR ANTIGO»

O «antes»...

Quando nos anunciam grandes alterações às regras de trânsito (nomeadamente no que toca à repressão do estacionamento selvagem - como dizem que, a partir de amanhã, vai suceder na capital), faço um pequeno exercício:
Pego na máquina fotográfica, vou a alguns sítios mais caóticos, e tiro fotos do «antes» para, a seu tempo, as comparar com o «depois».
Esta que aqui se vê (sugerida por R. Esteves Correia) já é antiga mas vem bem a propósito. Resta saber se ilustra o «antes», o «depois», ou ambos...

Bandeira, sempre certeiro!

«DN» de hoje
Em condições normais, este cartoon teria, também, uns quantos tubarões a nadar em círculo em torno da ilha - representariam, é claro, a Oposição a preparar-se para tratar da saúde ao "isolado".
Ao omiti-los (propositadamente ou não), Bandeira também nisso foi certeiro!

«O fim das SCUT» ou as tão faladas «Portagens à entrada de Lisboa»?

Esta foto foi-me enviada por Vítor Coelho que, no entanto, não disse onde fica o local documentado - apenas adiantou que a estrada em causa tem 2 km de extensão e se paga €0,75. Alguém sabe onde fica?

sábado, fevereiro 17, 2007

Quem costuma visitar o «Abrupto» sabe que, nos últimos tempos, Pacheco Pereira tem publicado imagens a que dá o título genérico de «ESPAÇOS ONDE SE PODE RESPIRAR». Como contrapeso, aqui ficam dois outros onde esse exercício respiratório está a ser difícil...

Em Lisboa, ninguém diz «sim» ao Professor

O actual Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carmona Rodrigues, teve a sua semana infernal nestes dias. Por entre várias traições e muitas «negas», lá houve um «desarrincanço» de esperteza que foi esta coisa de o vice-presidente da CML, Fontão de Carvalho, se auto-suspender por três meses.

Vamos a factos.

1.

Fontão era arguido há que tempos e não o disse a ninguém. Viria a dizer que ninguém lho tinha perguntado. Mas até custa a acreditar que nem a Carmona o tenha dito. No entanto, essa versão chegou a correr em primeiro plano na quinta-feira, após a notícia do «Expresso» on line, eram seis e tal da tarde.

2.

Nesse dia à noite Fontão virá dizer à comunicação social (eram 23 horas) que o processo era pouco importante e por isso não suspenderia o mandato. Mais tarde, ao princípio da tarde de sexta, Carmona dirá que essa decisão de manter Fontão tinha todo o apoio da Direcção Nacional do PSD.

3.

Mas decorria já a essa hora uma reunião do PSD nacional com Paula Teixeira da Cruz, na São Caetano. Andava todo o PSD a gritar de Norte a Sul que Fontão era arguido, ponto final: suspensão, não há filhos e enteados. Chamam Carmona. Entra mudo. Sai «cabisbaixo» (foi-me contado assim mesmo ao telefone por um jornalista presente no local, de atalaia). Saberemos mais tarde que Carmona acabava de ser traído por aqueles que, 24 horas antes, o tinham apoiado a manter Fontão e que vai dar o dito por não dito ao seu ainda vice.

4.

Depois de Fontão suspender o mandato perante as televisões, Paula Teixeira da Cruz elogiou-o nos mesmos écrans, a ele e a Carmona: em nome dos princípios, disse ela. A essa hora, já era vice-presidente Marina Ferreira, a sua favorita que a defendera com unhas e dentes na altura do conflito com Nogueira Pinto (a qual nunca aceitaria voltar a trabalhar com esta equipa, como pode ler adiante).

5.

Maria José Nogueira Pinto, acabo se saber por São José Almeida («Público»), foi de novo convidada já esta semana para retomar a coligação com o PSD na CML. Mas ela deu-lhe um rotundo «NÃO» como resposta.

Conclusão: tal como acontecia com coronel de Gabriel Garcia Marquez, a quem ninguém escrevia, em Lisboa também ninguém diz «sim» ao Professor.


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sexta-feira, fevereiro 16, 2007

O banquinho

(Imagem cedida pelo autor)
NO JÁ REMOTO ANO de 1964 fui aluno, no IST, do famoso professor Ilharco que se caracterizava, entre muitas outras bizarrias, por fazer perguntas rebarbativas supostamente dirigidas à inteligência.
Entre elas, havia uma que questionava «porque é que um tripé tem 3 pés» cuja resposta, por sinal, até era simples: «Se tivesse mais, haveria desperdício; e se tivesse menos, cairia».
Ora presumo que o Engº Carmona Rodrigues, sendo uma dezena de anos mais novo do que eu, já não deve ter sido aluno de tão famoso mestre que, no meu tempo, já estava à beira da reforma. De contrário, como é que se explica que ache que tem todas as condições para governar a CML mesmo que o número de apoios se restrinja a um único - por sinal ele próprio?

NOTA: Segundo ele, «Se todos os autarcas que são arguidos tivessem de suspender o seu mandato, o país parava» - e proferiu essa enormidade com um sorriso tão aberto que, à força de nos querer fazer acreditar que isso é natural, quase nos convencia de que é desejável!

A EPUL afinal não é da CML!

No noticiário das 13h, em directo da Praça do Município, ficámos todos a saber pelo Sr.Presidente da CML que «desta vez é muito diferente, da outra estavam em causa negócios da CML envolvendo os terrenos do Parque Mayer». Ou seja, segundo Carmona Rodrigues a EPUL não é da CML. Espantoso!

Antigas profissões e pregões de Lisboa #7


O Trapeiro

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Passado recente

Notícia 30 de Janeiro (TSF): Camona admite demissão se Fontão for arguido

TIRO AO VEREADOR

O arguido informal, afinal, é mesmo arguido. Há um desporto novo na CML: tiro ao Vereador. Claro que Carmona continuará a fazer mais coisas.

E agora, Sr. presidente da CML?

Ministério Público acusa Fontão de Carvalho de peculato
Juntamente com quatro administradores da EPUL


Vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa omitiu o facto de ter sido constituído arguido há um mês.

Eduarda Napoleão, Luísa Amado, Arnaldo Carvalho João e Aníbal Cabeça foram acusados pelo Ministério Público de peculato, apurou o Expresso. Na origem da investigação conduzida pela 9.ª Secção do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), de Lisboa, unidade do Ministério Público, estão os prémios de alegada produtividade que os administradores da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) se auto-atribuíram em 2006, e que correspondem aos anos de 2004 e 2005.

A acusação estende-se a Fontão de Carvalho, "número dois" de Carmona Rodrigues na Câmara Municipal de Lisboa (CML). Na qualidade de vereador com o pelouro das empresas municipais, Fontão autorizou o pagamento dos prémios pecuniários. O Expresso apurou ainda que Fontão de Carvalho foi constituído arguido neste processo há mais de um mês. Quer isto dizer que quando Gabriela Seara e Remédio Pires foram constituídos arguidos no processo respeitante ao Parque Mayer, o «vice» de Lisboa já tinha sido indiciado pelos prémios da EPUL.

Os cinco visados receberam hoje a notificação. O Ministério Público sustenta que os quatro administradores da EPUL (ao tempo da atribuição destes prémios) e o vice-presidente da CML tinham conhecimento que os prémios eram indevidos e que se apropriaram das verbas ilicitamente. Os outros administradores da EPUL e de duas empresas participadas – a Imohifen, Mediação Imobiliária, SA e a GF, Gestão de Projectos e Fiscalização de Obras, SA – passaram de arguidos a testemunhas. A acusação inicial, participação económica em negócio, passou agora a peculato.

Recorde-se que, à excepção de Eduarda Napoleão, todos os administradores da EPUL devolveram os prémios, por ordem da vereadora Gabriela Seara, quando em Setembro do ano passado foi suscitada a dúvida sobre a sua legalidade.

- Expresso



EPUL:
Cinco arguidos acusados do crime de peculato


O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa anunciou esta quinta-feira que cinco pessoas foram acusadas em co-autoria do crime de peculato no âmbito do caso «prémios pagos a administradores da EPUL».

Em comunicado hoje enviado à agência Lusa, o DIAP esclareceu que na sequência de uma denúncia apresentada em Setembro de 2006 foi deduzida quarta-feira acusação, sendo que a cinco arguidos é imputada a prática, em co-autoria, do crime de peculato (apropriação indevida de bens de uma empresa pública).

Em causa está a atribuição de prémios de produtividade a administradores da EPUL (Empresa Pública de Urbanização de Lisboa), tutelada pela Câmara Municipal.

O DIAP, que não identifica os arguidos, refere que o inquérito esteve a cargo da 9ª secção daquele departamento, responsável pela direcção de processos respeitantes a crimes de natureza económica e financeira e contou com a colaboração do Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira da Polícia Judiciária.

Na sua edição online de hoje, o Expresso noticiou, antes da divulgação do comunicado do DIAP, que os acusados do crime de peculato são o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Fontão de Carvalho, a ex-vereadora do Urbanismo Eduarda Napoleão, Arnaldo Carvalho João (administrador da EPUL) e os ex-administradores da empresa municipal Aníbal Cabeça e Luísa Amado.

Em causa, avança o Expresso, estarão os «prémios de alegada produtividade que os administradores da EPUL se auto-atribuíram em 2006, e que correspondem aos anos de 2004 e 2005».

Enquanto vereador com o pelouro das empresas municipais, Fontão de Carvalho «autorizou o pagamento dos prémios pecuniários», adianta o semanário.

- Diário Digital / Lusa

Código Penal

Artigo 375º
Peculato

1 - O funcionário que ilegitimamente se apropriar, em proveito próprio ou de outra pessoa, de dinheiro ou qualquer coisa móvel, pública ou particular, que lhe tenha sido entregue, esteja na sua posse ou lhe seja acessível em razão das suas funções, é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.

2 - Se os valores ou objectos referidos no número anterior forem de diminuto valor, nos termos da alínea c) do artigo 202º, o agente é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

3 - Se o funcionário der de empréstimo, empenhar ou, de qualquer forma, onerar valores ou objectos referidos no nº 1, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
Da colectânea «Humor Antigo», Ano 1944
Até ao início dos anos 60, circularam em Lisboa dois famosos e ronceiros autocarros LEYLAND (muito antigos e com o volante à direita) que tinham os números "201" e "202" e faziam a Carreira Nº 7, entre a Praça do Chile e Alvalade. Alguém se lembra e tem imagens deles?
*
Ora então aqui está a resposta, dada por um leitor no «Comentário 3»!

Lisboa: EMEL contra a Lei?

Hoje, a EMEL começa aí uma gigantesca caça à multa. Um especialista de Direito Contra-Ordenacional esteve de manhã no Rádio Clube e afirma que isso é ilegal: que os agentes da EMEL não podem multar.
Mais uma guerra que aí vem?

Há quem me alerte de que, se ainda é ilegal, então vai deixar de o ser em breve: o governo, dizem-me, alterará a lei se for o caso.
Não sei se é assim.

Há também, do outro lado do debate, quem me pergunte por que razão é que de cada vez que se levantam medidas contra o estacionamento ilegal, estacionamento em segunda fila prejudicando a circulação de peões e viaturas, se levanta logo uma polémica dos diabos.
É o lóbi dos automobilistas a funcionar, asseguram-me.

Fico-me pelo meio termo: o do bom senso e o da intervenção legal por parte da CML.

E peço calma, como sempre.
Quando as questões são quentes é que vale a pena debatê-las e encontrar as soluções. Por exemplo: estou completamente de acordo com o facto de ser necessário intervir no estacionamento em segunda fila e em todos os casos em que a circulação de pessoas fique prejudicada. Intervir sem meias tintas. Mas quem é que intervém? Essa é a pergunta.

É preciso intervir, sim, mas nunca por cima da lei ou contra a lei. Por exemplo. Será legal intervir credenciando funcionários de empresas privadas para substituírem os funcionários da EMEL, pondo funcionários da EMEL a substituir a PSP – tudo por cima da lei – melhor, tudo em situação que aquele especialista demonstrou que é ilegal e que qualquer cidadãos ganha em tribunal de caras.

Isso é prestigiar o Poder Local? Não é, pois não?
Estamos a tempo de emendar a mão e fazer tudo direitinho, acho eu e quero-o.
Em nome de valores mais altos.
Não em defesa do estacionamento ilegal. Isso não.

Dupla adivinha: o que é este mega-mamarracho alienígena? quem é o seu autor?



Dicas:

* Este mamarracho pretende corrigir um outro que começou a ser demolido;
* O arquitecto é muito conceituado entre nós;
* Oxalá isto não chegue à Ajuda!

(Atenção: não vale clickar aqui)

Cartões (cont.)

O mistério dos cartões Net-Post e Portamoedas-Multibanco, atrás referido, foi também abordado no «ABRUPTO», tendo dado origem a alguns esclarecimentos de leitores.


O endereço que o leitor JCS refere é [este]. No entanto, a devolução ao banco só faz sentido em relação aos Portamoedas-Multibanco. O Net-Post foi emitido pelos CTT (€5,49) e, da última vez que fui a uma estação dos Correios - com ele na mão -, perguntar se ainda estava a uso... nem sabiam de que é que eu estava a falar!

*

Um professor do IST dizia que «os portugueses são muito bons a inventar coisas úteis, mas péssimos a comercializá-las e ainda piores a acarinhá-las» - e, nesse aspecto, o caso aqui referido é paradigmático:

Passado um primeiro entusiasmo e muita propaganda (com palco garantido para os pavões-de-serviço - técnicos, administrativos e políticos), tira-se o pipo à coisa e «PFFFFFF...» - lá se esvazia o balão, ficando apenas em cena um monumento à incompetência... bem à vista dos palhaços que pagaram a brincadeira.

Antigas profissões e pregões de Lisboa #6


O Aguadeiro

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Aos papéis com os cartões



Eu, se tivesse oportunidade, gostaria de aproveitar o entusiasmo de José Sócrates com o lançamento do novo Cartão de Cidadão para lhe perguntar se ele conhece alguém que me diga o que sucedeu aos cartões Net-Post e Portamoedas-Multibanco de que tenho vários exemplares.
Todos eles ainda têm algum saldo de que não consigo ver-me livre; por isso, para comemorar o lançamento deste novo cartão, ofereço-os com muito gosto à primeira pessoa que me indicar uma maquineta de venda de selos ou um quiosque Net-Post... que funcione.
-
NOTA: Ver, sobre este mesmo assunto, o post mais recente.