sexta-feira, fevereiro 16, 2007

O banquinho

(Imagem cedida pelo autor)
NO JÁ REMOTO ANO de 1964 fui aluno, no IST, do famoso professor Ilharco que se caracterizava, entre muitas outras bizarrias, por fazer perguntas rebarbativas supostamente dirigidas à inteligência.
Entre elas, havia uma que questionava «porque é que um tripé tem 3 pés» cuja resposta, por sinal, até era simples: «Se tivesse mais, haveria desperdício; e se tivesse menos, cairia».
Ora presumo que o Engº Carmona Rodrigues, sendo uma dezena de anos mais novo do que eu, já não deve ter sido aluno de tão famoso mestre que, no meu tempo, já estava à beira da reforma. De contrário, como é que se explica que ache que tem todas as condições para governar a CML mesmo que o número de apoios se restrinja a um único - por sinal ele próprio?

NOTA: Segundo ele, «Se todos os autarcas que são arguidos tivessem de suspender o seu mandato, o país parava» - e proferiu essa enormidade com um sorriso tão aberto que, à força de nos querer fazer acreditar que isso é natural, quase nos convencia de que é desejável!

13 comentários:

Anónimo disse...

Porque é que um tripé tem 3 pés?"
senão, não era TRI...PÉ ?

Ulisses Martins disse...

Não só seria desejável, como é naturalmente pouco credível que o faça, ou não seja o homem um... politico.
(*_*)

rui disse...

sempre pensei que o célebre professor ilharco fosse um mito urbano.
Carmona rodrigues estará a caminho de ser outro?

Carlos Medina Ribeiro disse...

Não, o Prof. Ilharco existiu MESMO e marcou inúmeras gerações de engenheiros.

A cadeira de Química, que ele dava, era logo no 1º ano, e era comum a TODOS os cursos.

Era uma pessoa muito original e caracterizava-se por inúmeras atitudes divertidíssimas, inesperadas e muitas vezes caricatas.

As suas "perguntas à inteligência" ficaram célebres e ainda hoje se contam com prazer.

Anónimo disse...

.....e segundo o meu professor de trabalhos manuais....
com duas cai,
com quatro fica a coxear,
e com três....qualquer nabo o faz.


JA

André Bernardes disse...

(...)de mitos académicos e estórias de sala de aula, também tenho algumas (para além das do Prof. Brotas, à procura do fio de ariane, perdido no emaranhado das equações ;)

a mais engraçada, pela gaffe foi também numa aula de Química no IST, dada por alguém bem ilustre e conhecido!? falávamos então em frequências, numa daquelas aulas bem cedo, lutando, naturalmente contra o torpor matinal, vs os estados singulares, sobre o conceito de ressonância quando...não é que lhe saiu o verbo ressonar em vez de ressoar, seguindo-se de imediato o reparo "disparate, a ressonar estou eu!?"

Carlos Medina Ribeiro disse...

Curiosidade:

«(...) Carmona Rodrigues em 1973 entrou para o Instituto Superior Técnico tendo de imediato pedido transferência para a Academia Militar, onde concluiu a licenciatura em Engenharia Civil em 1978, como aluno civil (...)»

Marco Oliveira disse...

Nomes como Ilharco, Resina, Alves Marques marcaram gerações de alunos no IST.
Creio que era o Resina que tinha por hábito perguntar nas orais "Porque é que o Técnico é amarelo?"
A resposta era "porque é a tinta mais barata"

Carlos Medina Ribeiro disse...

Marco,

Sim, essa de "o amarelo ter sido usado por ser a tinta mais barata" (o ocre) era uma das muitas rábulas atribuídas ao Prof. Ilharco.

Imagino que muitas serão invenções.

Mas temos de reconhecer que "entrar para a lenda" é algo só ao alcance de poucos eleitos!

André Bernardes disse...

(...) assim sendo, falar de Duarte Pacheco académico(e não apenas como ministro do Estado Novo) e entusiasta, frenético executor da maior parte das obras públicas à época (incluindo o IST ;), parece-me justo...senão obrigatório...há aquela estória do bilhete de eléctrico -quem a pode continuar!?

Carlos Medina Ribeiro disse...

História do bilhete de eléctrico?

Contam-se muitas do Duarte Pacheco, mas essa não conheço...

André Bernardes disse...

-porventura é mais estória do que facto histórico?

Sendo uma personagem ansiosa, com pressa em realizar e cumprir o seu destino (que, sabemos ter tido um desfecho trágico) consta que se orgulhava em tomar o eléctrico, mostrando a quem quisesse ver o bilhete do eléctrico!

Talvez numa antecipação a estas 'lutas pela libertação dos passeios' ou então, simplesmente uma lição de urbanidade e justa homenagem aos seus contemporâneos, que nessas viagens, aí idealizaram algumas das teorias mais vanguardistas...

Anónimo disse...

E porque razão é que o Técnico está pintado de amarelo?