terça-feira, março 27, 2007

5 fotos, 5 recordações da Eugénio dos Santos (1973/74)


«A Escola Técnica Elementar de Eugénio dos Santos foi criada em Agosto de 1948, a primeira das 18 escolas do Ensino Técnico Elementar promovidas pelo Decreto de 11 de Julho de 1947, nº 30.406. Ficou concluída no tempo recorde de 18 meses (15/11/1950 ) e foi inaugurada a 6/12/1951. O seu primeiro director foi António Gonçalves Mattoso, pai de José Mattoso. Em 1968 passou a chamar-se Escola Preparatória de Eugénio dos Santos e, em 1993, Escola EB 2+3 Eugénio dos Santos (...)

Naquele tempo tudo era gigante: o gradeamento, as portas, as paredes, o interminável corredor do 1º piso do edifício principal. Melhores recordações: os olhos negros da Maria João e a delicadeza da Joana (esqueci os apelidos porque, ao contrário da Primária, ali não eram identificativos, pois cada qual escrevia numa placa de cartolina o respectivo nome próprio, que colocava em cima da secretária); os jogos junto ao portão e as sessões infantis no Alvalade, guiadas por minha Mãe ou por minha Avó materna. Isso e as aulas de inglês (pela bonitona I.Bernardo), ciências da natureza (por A.Pratas) e matemática (por C.Cícero). As piores? Uma contínua, perdão, auxiliar administrativa, que era um autêntico verme, e uma inspecção médica de cacáracá, hoje impossível, que muito irritou a meu Pai e com razão.


Cá fora, no recreio e naquele canteiro junto ao gradeamento da Av.Roma, fazia batalhas intermináveis com o meu amigo Carlos Botão, com tanques minúsculos que eram brinde de pastilha elástica...


Um belo dia a escola virou colorida e, à vez, ora comandávamos os chaimites de Spínola, ora os de Marcello (houve-os?). Um belo dia, também, fizemos a primeira "manif" de que havia memória por aquelas bandas: eram centenas de fedelhos, liderados pelos repetentes do 2º ano, slogan: "Não queremos aulas aos Sábados". E conseguimos.


Aqui eram a cantina e o ginásio, e a sala de música, em anfiteatro improvisado, mas eficaz. Desta, só me lembro que gostava de tocar xilofone e que passávamos a vida a cantar o Hino da Alegria. Naquele, fui gozado mais do que uma vez por não saber dar o laço aos atacadores das sapatilhas de ginástica. O equipamento era branco, e eu faltava quando podia. Cá fora, uma vez, graças a uma intervenção coriácea de minha Avó, determinado repetente deixou de se meter comigo.


Aqui eram as aulas de desenho e trabalhos manuais. Nunca tive grande jeito, mas tenho saudades de moldar o papel celofane e de desenhar sobre o vegetal, do cheiro dos guaches e dos lápis-de-cera, do toque do papel cavalinho e daquelas borrachas verdes da Pelikan, dos lápis Staedler e dos apetrechos para o compasso. Foram também as primeiras experiências malucas com tinta da china.

Hoje, é com muita satisfação que a vejo ainda de pé e com muita saúde e alunos. E que aderiu às novas tecnologias, tanto ela como os pais dos alunos.

Fonte: Arquivo Municipal, Escola Eugénio dos Santos e Jornal da Praceta

11 comentários:

Alfacinha disse...

Tambem passei por lá em 73/74 e 74/75 e lembro bem desse ano meio doido...
Fiz uma coleção enorme de calendários do pctp/mrpp, que eram os mais giros.
Lembro aquele fato de ginástica azul,com vivo branco que apertava e era horrível.
Lembro os tabuleiros de plástico do almoço com buracos.
Lembro das aulas de ginástica com o Prof. Rui Mingas, que quando chovia lá íamos nós para um sítio (não me lembro o que era
) cheio de colções de ginástica, cantar e ouvir o Professor tocar a sua guitarra.
Lembro de pouco mas à medida que penso vou relembrando... Uma visita a Évora, na altura cantávamos a torto e a direito aquela "coisa" da gaivota..
Giro...

Anónimo disse...

Estudei la anos anos de 1958 a 1960, e lembro muito bem dos bons tempos, participei da colagem em pastilhas na parede interna do patio sobre Angola. Gostaria de encontrar colegas daquela epoca.
Meu e-mail: twinpumps@terra.com.br

António Fonseca disse...

Também foi esta a minha escola no ensino preparatório.Estive lá nos anos lectivos de 1957/59 e 1958/59.
Lembro-me de três nomes:
-Jerardo; que era um barra a matemática.
-Elídio, um bom calmeirão.
-Mário Rui, um menino bem comportado.

Fernando M disse...

Me nome Fernando Mendes Ferreira
Não me lembro com certeza mas acho que estudei no Eugênio dos Santos
em 1960.
Foi num ano que erraram no exame de admição e só eu e um colega de apelido "Piloto" que assim como eu era de Moscavide acertamos um problema de matemática.
Saudades desse tempo nem tamto pois quando nós entravamos no Eugênio por sermos calouros vinham os do 2ºano e davam um tapa na noca de quem era do 1º .
. Hoje moro no Brasil
Meu e-mail: mendes-ferreira@uol.com.br

CLAUDINO disse...

Frequentei esta escola em 1950/51e 52 indo depois para veiga beirão, só me lembro do ginja que tinha uma loja de frescos junto ao campo pequeno mas gostava de encontrar mais jovens de 70 anos

José Vieira disse...

Também andei nesta escola em 1952/1953 tenho 71 anos lembro-me dum professor de canto coral a quem chamávamos o binte óito por ter pronúncia do norte.
A mim chamavam-me o descansa o bico por ter o nariz comprido, tinha um colega de turma a quem chamavam o sr. conde por ter um ar aristocrático o nome próprio dele era Alfredo.
O nosso chefe de turma chamávamos a maria alice tinha uma voz de menina.
Foi a escola que me deixou melhores recordações, muito disciplinada e muito organizada,no 2º ano do ciclo despensei à prova oral a todas as disciplinas, houve até a professora de matemática a dona VERGÍNIA que me elogiou.
Havia lá um contínuo que era o sr Libânio muito impecável dava sempre indicação aos pais sobre a actividade dos filhos.
Tinha-mos uma farda muito original que era uma camisola castanha com fato macaco de peitorilho e um bolso largo sobre o joelho direito.

Anónimo disse...

Andei lá em 70 e 71 e também me lembro do bintóito.
Lembro-me também cá fora frente ao cinema Alvalade havia um senhor num carro com rodas e um chapéu (venda ambulante) ter muitas guloseimas que hoje já nem se vêem à venda.

Unknown disse...

Andei na Eugénio dos Santos entre 1970 e 1972.
Lá aprendi Xadres, Arqueologia e a conviver com os "bufos" que comunicavam ao "reitor" se algum puto tinha pisado a relva!
Fui confrontado com sinais de transito nos corredores!
Obtive um cartão que me permitia sair da Escola, quando não havia aulas!
Fui um previligiado!
Lembro-me da construção da Escola, do Ensino Tecnico-profissional e do Cinema Alvalade ali em frente!
Gostei de vêr artigos sobre alguns antigos alunos! Eu sou dos mais antigos (1970/1972). A Idade é um Posto! Aguardo comentários para: fernandesrcarlos@gmail.com, ou para CARLOS ROCHA FERNANDES, Facebook!

Anónimo disse...

Olá Carlos Fernandes. Pois eu andei lá nos anos 69/70 e 70/71. Tinha o mesmo cartão amarelo que me permitia sair quando não havia a última aula. Pelos vistos lá nos cruzámos. Se fosse agora, dado ser um ano mais antigo que o Carlos, ainda lhe poderia dizer "Baixa a tola". Ai, as praxes infantis da altura! Desculpe a brincadeira. Pedro R Silveira

Unknown disse...

J’ai aussi passé par là de 1982/83 1983/84
Beaucoup de soffarnce lié au racisme, mais il y avait aussi des bons moments.... beaucoup de nostalgies et saudades

Unknown disse...

Encontrei neste blog a referência a um colega meu entre 1972/73 e 1973/1974, Carlos Botão. Na minha turma estavam também Aires de Figueiredo e Pedro Telles. E um outro garoto, Henrique Cayatte (creio eu).
Jogava muito ao elástico (creio que já ninguém sabe o que isso é) e fazia desafios de futebol nos bancos de pedra (o objetivo era impedir que a equipa adversária, de 1 elemento, conseguisse atingir a baliza feita com as minhas mãos... Quem terá inventado tal tolice?!)
Pouco recordo da escola em si, mas recordo que no 1º ano de ciclo esperávamos à porta da sala, em fila, pela chegada da professora, rituais que desapareceram, tal como o uso da bata (azul, horrível) depois do 25 de abril.
Haverá por aqui mais colegas de turma?