quarta-feira, março 07, 2007

O Direito inalienável aos engarrafamentos

A tentativa dos meliantes da EMEL de disciplinar a ocupação da via publica é uma prepotência.

A constituição garante-nos a todos o uso e a ocupação desse espaço: por isso deve continuar a permitir-se a que os automóveis estacionem em fila dupla ou tripla.

Tal como não pode haver qualquer restrição à entrada de automóveis na cidade.

Só gente sem qualquer apego às liberdades públicas não consegue perceber que, quando estamos uma hora ou duas dentro de automóvel sem conseguir avançar, estamos a ter o imenso privilégio de gozar do direito de utilizar gratuitamente o espaço viário municipal ou nacional.

Por isso em tais situações um cidadão consciente espera sem impaciência e aspira deliciado o fumo dos escapes bem sabendo que esse é o preço da liberdade.


J.L. Saldanha Sanches

12 comentários:

Anónimo disse...

A tentativa dos meliantes da EMEL de disciplinar a ocupação da via publica é uma prepotência.

Prepotência? Como assim?
Caro Prof. já são demasiados anos de terceiro mundismo, de passeios inundados de carros, de impunidade, de hábitos transformados em vícios, de tudo isto ser considerado normal.
Por mim estou farta.
Para quem anda "nisto" há anos, a defender o direito dos peões ao seu espaço, qualquer tentativa de disciplinar a via pública é bem-vinda.
Como se chegou a isto é que eu não sei.
Já chega.

Anónimo disse...

Eu, por sinal, acho que os engarrafamentos e o estacionamento à balda não são pecados isolados da nossa Lisboa, são apenas mais um sintoma do seu atraso.

Pelo que tentar acabar com o estacionamento indisciplinado (para já é apenas disso que se trata) não cola com a bagunça reinante nos outros aspectos que devem carecterizar uma capital bem caótica.

Anónimo disse...

(perdão, caracterizar)

Anónimo disse...

Cara Isabel,

Será que não percebeu a ironia do texto?!

Francamente! Olhe que é MUITO penoso ter de explicar uma piada...

Ed

Anónimo disse...

Ó Isabel!
Então você escreve tão bem e lê tão mal?
Não percebe que o texto é uma paródia, na linha do humor a que o JLSS sempre nos habituou?

R.

Anónimo disse...

Que horror!
Que vergonha :)
Desculpe Professor. (blushing)
Só li os dois primeiros parágrafos.

Sorry
Sorry
:(

PS - Não precisavam de ser tão duros, bolas!

Carlos Medina Ribeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Medina Ribeiro disse...

Há uma tira do Dilbert em que, a certa altura, aparece um "elboniano" a dizer:

-Já aprendemos a escrever. Agora, vamos aprender a ler!

-
Um dia, tendo eu, no meu blogue, criticado os "portistas" (de Paulo Portas), tive de aturar uma série de gente a insultar-me porque pensavam que eu estava a atacar os "portistas"... do FCP!.

E de nada adiantou dizer às pessoas que lessem bem o que estava escrito!

--

De facto, o excesso de textos, faz com que, hoje em dia, eles sejam lidos "em diagonal" (ou só as primeiras palavras) - o que, no entanto, é de evitar fazer com os de Saldanha Sanches...

rui disse...

o que foi dito como uma piada, pode bem corresponder à realidade de muita gente.
aquelas horitas dentro de um carro são para muitos a oportunidade de ocupar um espaço único de liberdade, isolamento, sensação de controle, relativo conforto ( o rádio, os estofos, os cromados, tudo arrumadinho de fábrica) longe dos apartamentos hipotecados mal construídos, mobilados na moviflor, lares tumultuosos, caos suburbano...
se não fosse assim como explicar?
tudo o que seja feito para melhorar o fluxo do tráfego rodoviário é um atentado à saúde mental de muitos portugueses.

André Bernardes disse...

(...) é o chamado humor escorregadio, armadilhado, capaz de gerar confissões e outras mais revelações!?

- dos outros, sim, claro, daqueles, dos tais apartamentos, que usam o automóvel e estacionam onde podem...

Carlos Medina Ribeiro disse...

Sim, é o tipo de humor usado, p. ex., por Eça n' «O Conde de Abranhos»: afirma-se uma coisa, mas o leitor, cúmplice, percebe que o autor quer dizer exactamente o oposto.

Claro que esse estilo não é à prova de tontos (nem de leitores apressados), que fazem interpretações literais do que lêem... e dão gozo.

Anónimo disse...

ANTÍFRASE é uma palavra ou frase que se usa pretendendo significar o oposto, tal como:
«Alberto João Jardim é um cavalheiro finíssimo»,
«A CML está muito bem entregue», etc...