quarta-feira, setembro 19, 2007

A MINHA LISBOA (25)

A Escola Nuno Gonçalves, numa fotografia de Judah Benoliel, do Arquivo Municipal. Aqui tirei o Ciclo Preparatório, como então se chamava, hoje 5º e 6º anos de escolaridade. Foi nos anos lectivos de 1971/1972 e 1972/1973. No primeiro dos anos a escola era só masculina, sendo que as raparigas estavam destinadas à Luísa de Gusmão, na Rua da Penha de França. No segundo ano que lá andei, a escola passou a ser mista, o que foi recebido com indisfarçável alegria pela população residente, mas obviamente com turmas só de rapazes e só de raparigas. Naqueles pátios rompi solas a jogar à bola com umas bolas de plástico que se compravam por dez ou quinze tostões na papelaria em frente à Escola. Naqueles pátios, nas férias, andei de bicicleta, gastando o tempo e o corpo nas então intermináveis férias grandes. Ali fui mobilizado, em 1972 para as comemorações do Dia da Raça, no Estádio Nacional, onde fiz uma ginástica, equipado a rigor, perante o Presidente da República de então. Ganhei uma bandeirinha verde e outra encarnada, que tive de agitar no mítico relvado em coreografia previamente ensaiada, e um lanche de pero e sandes. Ali dissequei sapos, ali percebi que seria um caso precoce de insucesso nas matemáticas e que tinha o vício dos livros e das letras. Memórias insubstituíveis. Depois, anos mais tarde, passei a exercer o democrático direito de voto, normalmente sem ganho de causa..., nas salas que antes frequentei como aluno.

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