segunda-feira, setembro 10, 2007

Pensando em voz alta...

Antes de mais, e para se perceber o que adiante se diz ou pergunta, será conveniente ler o seguinte [ver aqui], onde ficamos a saber algumas das intenções de Maria José Nogueira Pinto (MJNP) para a Baixa de Lisboa.
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A REACÇÃO DE MJNP contra os comerciantes chineses (por enquanto só os comerciantes, só os chineses, só os da Baixa e só os de Lisboa - mas o bichinho está lá, com o rabo de fora, para o mais que há-de vir...) merece ser analisada com cuidado e tempo.
No entanto, e para já, aqui ficam algumas dicas avulso, para «pensar e des-pensar», como dizia uma saudosa tia minha:

1 - Há, nisto tudo, uma grande semelhança com o que recentemente se passou nos EUA (embora em maior escala) a propósito da invasão da indústria nipónica. Quando os americanos se queixavam de que "eles compravam tudo" (o que era verdade), a resposta dos japoneses era sempre a mesma: «Se não querem que compremos, porque é que vendem?»
2 - Se bem que não seja grosseira como a de A. J. Jardim, a reacção de MJNP vem na mesma linha. AJJ falava também dos indianos - lá chegaremos, lá chegaremos...
3 - As reacções do Poder contra minorias bem-sucedidas são recorrentes na História, e não só na de Portugal: a dos judeus é a mais conhecida (também eles empurrados para bairros próprios); mas também os Templários (aniquilados) teriam muito que contar... Deram todas mau resultado, como se sabe.
4 - As Chinatowns americanas (que MJNP aponta como exemplo a seguir, em Lisboa) não foram fruto do extremo racismo da sociedade americana da época - e um óbvio meio de defesa de uma minoria - porventura ainda mais explorada do que a negra?
5 - Estará MJNP disponível para aceitar que, na China, os portugueses que lá trabalham e investem recebam um tratamento semelhante?
6 - Ao invectivar a mão-de-obra barata e a exploração infantil chinesa, MJNP aceitará que a Europa civilizada aplique o mesmo critério a algumas (ou à maioria?) das nossas exportações?

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