sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Olivais: labirinto sem GPS

Depois de uma deslocação aos Olivais, reafirmo tudo o que escrevi no post de Março de 2007:
Tremo sempre perante a ideia de ter que me deslocar ao simpático bairro dos Olivais. Uma pequena distração nos trajectos habituais e é clarinho como água que hei-de ser uma mulher perdida, sem encontrar qualquer orientação ou sinalética informativa. E se de dia ainda posso encontrar alguma alma caridosa que me ponha no bom caminho, à noite é o descalabro. Sem sistema de GPS ali à mão, recorre-se ao telemóvel e às abençoadas instruções esquerda, direita, viras ali, cortas acolá. Uma cegada.
Sempre me lembro de ter sido assim. E continua a ser. Sem norte, nem sul, sem placas que permitam a quem vem de fora de chegar ao ponto x sem passar desorientadamente pelos pontos y, a, b, c, w, z.
Tenho a certeza de que os habitantes se deslocam sem dificuldades (nem todos, porque conheço algumas almas que ainda vagueiam meio perdidas por ruas que desconhecem).
Mas quem vem de fora? Isto sem falar nas velocidades que se praticam em algumas avenidas e que me fazem encolher de susto. Ainda tenho na memória a tragédia vivida em Novembro em que um casal, vítima de atropelamento, morreu esmagado à frente das filhas.
Voltando à ausência de sinalética informativa, provavelmente eu sou dos que, vindos de fora, ainda se safam menos mal, pois reconheço no trajecto um ou dois pontos do bairro. Mas um incauto que resolva destemidamente procurar, naquele grande bairro, a rua a ou a avenida b com um mínimo de indicações? Exaspera de tanto procurar. E gasolina? Bom. É fazer as conta.
Já tenho tentado encontrar qualquer tipo de equipamento urbano com um mapa do bairro, mas até agora, nada. Lembro-me sempre de procurar uma rua em Lisboa e só encontrar placas com os dizeres Palácio dos Coruchéus. Nada de nomes de ruas ou outro tipo de orientação. Só Palácio dos Coruchéus.
Voltando aos Olivais, ou melhor, às voltas nos Olivais, se virem alguém perdido por lá, posso ser (também) eu.
Quando regressar (depende da hora), volto a este tema e a este lugar. E digo isto sem me rir."
ISABEL G

2 comentários:

Carlos Medina Ribeiro disse...

Sim, é verdade.

Há algum tempo, dei comigo perdido, de carro, por volta das 10h da noite.

A gasolina estava já na reserva e não encontrava ninguém nas ruas a quem pedir informação - e eu só queria sair dali!

Por fim, encontrei um café aberto e onde perguntei "O caminho para o Aerroporto"...
De contrário, mesmo que eu ligasse para alguém (para me irem buscar)... nem sequer saberia dizer onde estava!

Anónimo disse...

É labiríntico, sem dúvida, e a sinalização direccional muito insuficiente...


Mas quase não tem carros sobre os passeios, nem grandes engarrafamentos, nem muita poluição...