sábado, outubro 31, 2009

Pois há...

29 Out 09
Esquina da Frei Amador Arrais
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30 Out 09
(idem)
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31 Out 09
Esquina da Óscar Monteiro Torres
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31 Out 09
Esquina da Infante D. Pedro
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QUANDO HOJE vi este senhor, de cadeira de rodas, a circular em plena faixa de rodagem da Av. de Roma, ainda comecei por pensar que ele queria atravessar para o outro lado. Nada disso! Ele prosseguiu por ali fora, e imagino que o tenha feito pelos motivos que todos conhecem.
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Curiosamente, encontrei ali perto um agente da DT da PSP, que estava a acompanhar os trabalhos de uma camioneta de mudanças. Fui ter com ele, e meti conversa ainda a tempo de lhe mostrar o inválido, que seguia pela avenida acima, e explicar-lhe os motivos por que isso sucedia.

«Há coisas extraordinárias!» - comentou ele - «De facto, há coisas extraordinárias!»

E mais não disse nem pôde fazer pois, como se sabe, os agentes que estão de serviço a uma determinada tarefa não podem (nem devem...) desviar-se dela.

7 comentários:

  1. Que processo de selecção e que formação profissional e, já agora, que sensibilidade terão cromos como esse idiota desse agente?

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  2. É mesmo assim:

    Desde que estejam de serviço a um determinado trabalho, não podem fazer quase nada.

    Veja-se outro caso, ali perto:

    Na esquina da Av. João XXI com a Av Roma há uma ourivesaria, que tem sempre um agente da PSP à porta.

    Mesmo ao lado, há uma paragem da Carris, sempre ocupada com carros.
    Esse agente não está autorizado a abandonar o posto e a intervir.

    O mesmo me disserram agentes da P. Municipal (de serviço à AML) e da PSP (de serviço à Zara) quando lhes fui dar conta de que estavam a ser assaltados parquímetros ali perto.
    Quando muito, podem ligar para a esquadra, mas não podem sair dali.

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  3. Em breve afixarei uma foto que mostra o que refiro no comentário anterior (o caso da ourivesaria)

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  4. Bom, nesse caso, que selecção e que formação profissional terão os chefes desses pobres agentes?

    Não lhes podem dar a autonomia de acorrerem a um caso urgente? Acharão que qualquer incidente que ocorra nas imediações é forçosamente uma manobra de diversão para os afastar das importantíssimas missões que desempenham, como, por exemplo, estar à porta da Zara?

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  5. Caro Carlos,

    A questão da cadeira de rodas é a mais importante do seu post, mas cuja causa há muito aqui já discute - o estacionamento selvagem - ou melhor, os selvagens que estacionam!
    Mas o que queria comentar é a situação, que me espanta, de por que raio um agente da autoridade passa dias e dias a tomar conta de uma obra ou de uma mudança.

    Parece-me um disparate e levanta-me dois tipos de questões:
    1) Quantas mudanças/obras existem em lisboa (e no país)? Cada uma tem o seu agente? Quantos estarão a perder tempo neste expediente?
    2) Partindo do princípio que estes agentes efectuam o trabalho no seu horário normal de trabalho, o que acontece ao que se recebe destas empresa? Vai para a corporação? Vai para o agente? Poupa-se no orçamento geral do estado? É que vá para um lado ao para outro é um incentivo a que isto aconteça, e cada vez mais (uma nova fonte de financiamento).

    Não consigo perceber a lógica disto.

    A função que eu vejo ser exercida é a de, qual moedinhas, o agente ajudando camiões a fazer manobras!!
    Não poderia a Câmara ter pessoas que se especializassem nisto?

    É que dou comigo a pensar se faltam agentes nas ruas (para, entre outras coisas, fazer com que o sr. da cadeira de rodas possa usufruir do passeio, etc.) ou se calhar se não há agentes a menos, há é tarefas, que nada têm a ver com as suas funções, a mais!

    E desculpe afastar-me do tema, mas penso que tem a ver!

    Cumprimentos

    pedrocontrospilaretes

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  6. E os agentes que - às centenas! - vão para os campos de futebol?

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  7. VAIS DE CARRINHO!

    HÁ UM JOVEM
    que, todos os dias e ao pé da minha casa, estaciona impunemente o seu carro em cima do passeio, tendo o requinte de o fazer na passagem de peões. Por causa disso, assisti recentemente a uma cena confrangedora: um idoso, de cadeira de rodas, pretendia passar e não podia.

    Juntaram-se muitas pessoas, gerou-se burburinho, e eu ofereci-me para chamar o reboque. Mas o paraplégico opôs-se: «Não se incomode, cavalheiro. O idiota há-de aparecer». Não me conformei, argumentando que pelo menos os famosos «bloqueadores» tinham ali uma boa oportunidade de fazer justiça!

    Estávamos nisto, quando o dono do carro apareceu, a correr, falando ao telemóvel; entrou rapidamente, bateu com a porta e ligou o motor. Mas as pessoas rodeavam-no e ele apercebeu-se de que não ia poder sumir dali facilmente. Deitou então a cabeça de fora e desabafou:

    «Que diabo! Eu venho aqui todos os dias e tenho de meter o carro em algum lado!».

    Nessa altura, o homem da cadeira de rodas, com um vozeirão de que ninguém o julgaria capaz, explodiu: «E porque é que não o metes no **?!».

    No dia seguinte, à hora do costume, o jovem apareceu e estacionou no sítio habitual. Mas, desta vez (lá deve ter meditado...) trazia um mini...

    --

    Crónica publicada no «Expresso» de 28 de Set 2002 em «Carta Branca», inspirada, precisamente, na situação que se vê nas duas fotos de cima.

    Mais de 7 anos decorridos, a situação é a mesma... ou pior.

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