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Estes candeeiros pindéricos, de fancaria, substituiram muito recentemente (aproveitando a recente campanha eleitoral) os de marmorite da Rua João Villarett e os que estavam junto ao Cinema King, prosseguindo assim uma empreitada que paulatinamente tem vindo a destruir património histórico de Lisboa (que é disso que se trata), ano após ano, bairro a bairro - lembro que a coisa começou há mais de 10 anos, mas tem vindo a agudizar-se mais recentemente, na zona da Av.Cinco de Outubro, por exemplo, para depois ser suspensa (por 3 vezes foi suspensa e por 3 vezes voltou a reacender-se, até que o foi definitivamente até há dias) na zona do Areeiro.
As desculpas tinham/têm sido sempre as mesmas: equipamento obsoleto, não respeito por normativas europeias, ameaça de tombarem sobre a via pública, portinholas estragadas com os fios à vista e, por fim, iluminam mal.
Bom, esqueceram-se/esquecem-se sempre de dizer que o equipamento nunca foi objecto de manutenção (nem sequer a companhia que o fabricava, e fabrica, foi contactada alguma vez para fazer a manutenção), os candeeiros de marmorite cumprem com os requisitos da Norma EN 40- Part 4-2005 (incluindo o requisito referente ao impacto, com um IK normalizado de 0,8), nunca houve qualquer registo de candeeiros a cairem sobre a via pública (mesmo com abalroamento de carros, eles resistem mais do que os de chapa galvanizada), as portinholas podem ser substituídas por modelos actualizados segundo os mesmos critérios das DMA-EDP, e aplicáveis a todos os candeeiros (basta para isso pedir a sua reparação), todos os modelos de mamorite (moldes de colunas e respectivos acessórios) têm vindo a ser adaptados na linha de montagem com vista a poderem ser introduzidas novos equipamentos eléctricos ("coffrets”, luminárias, etc…) de acordo com as DMA-EDP actualizadas, e que nos locais fora de Lisboa onde essa manutenção tem sido feita a população tem sido a primeira a elogiar.
Mas, esqueceram-se do essencial, sempre: os candeeiros de época são património da cidade e de todos nós. São além disso parte integrante do bairro em que se inserem. E isto tantos e aplica a candeeiros, como a colunas como a consolas. Há que ter respeito, bom senso e cuidado, portanto, quando se intervém na iluminação pública.
Lisboa está cheia de aberrações a esse nível: Praça Afonso de Albuquerque, Príncipe Real, Avenidas Novas, Alvalade são exemplos recentes.
São alarves ignorantes que não vêem um palmo adiante do pataco que fazem estas coisas. Mas passam por cartolas. Claro que as luminárias pós-modernas que vão plantando só lhes iluminam a 'face oculta'.
ResponderEliminarCumpts.