segunda-feira, dezembro 31, 2007

Como é gasto o nosso dinheiro (cont.)

Actualização: terminou às 24h do último dia de 2007 a possibilidade de alguém ganhar os €50 que aqui se vêem, e que estavam reservados para a primeira pessoa que visse esta maquineta a funcionar durante 5 minutos.
Na realidade, o prémio podia ser maior, o prazo podia ser alargado indefinidamente, o tempo de funcionamento exigido podia ser reduzido a 5 segundos, e a oferta podia abranger todos os irmãos-gémeos deste verdadeiro monumento ao desperdício impune.
NOTA: este trambolho high-tech abrilhanta o edifício do Ministério da Solidariedade Social e do Trabalho na Av. Roma, n.º 1, em Lisboa.

Para si!

Bom Ano!

BOM ANO DE 2008!

Para todos um Bom 2008. Eu farei por isso e como de costume, começarei com um Lusitanias de Partagas. E como parece que há por aí uma nova lei anti-tabaco, desde já recomendo o restaurante GALITO, em Carnide, que será para fumadores. E voltarei noutro dia às magníficas iguarias que se podem degustar neste templo alentejano, pelas mãos do Sr. Henrique Galito e de sua mãe (e cozinheira), a D. Gertrudes. A Empada de Perdiz é imperdível. Mas fica prometida para 2008 uma entrada só sobre o Galito

2008

(Tirado daqui)

É o que desejo a todos os co-autores, leitores e amigos deste blogue.

domingo, dezembro 30, 2007

"Terreiro do Paço sem carros aos domingos não convence a maioria dos comerciantes "

"Terreiro do Paço sem carros aos domingos não convence a maioria dos comerciantes -PÚBLICO - 24.12.2007, Inês Boaventura
Os vendedores com negócios montados nas arcadas queixam-se da falta de movimento e de vendas, mas há quem já não passe um domingo sem ir à praça lisboeta

Quatro meses passados desde o arranque da iniciativa Aos Domingos o Terreiro do Paço É das Pessoas, a maioria dos comerciantes envolvidos no projecto da autarquia (...)
O encerramento do Terreiro do Paço ao trânsito automóvel privado aos domingos foi uma das dez medidas prioritárias anunciadas por António Costa quando conquistou a presidência da Câmara de Lisboa. Segundo o autarca, a controversa iniciativa, que tem conquistado alguns adeptos mas também gerado várias críticas, "é uma experiência de um ano", devendo prolongar-se até Agosto de 2007.
Durante a manhã de ontem, as arcadas da praça lisboeta estavam vazias, não se vendo praticamente ninguém além dos vendedores de artesanato, flores, livros e velharias que ali instalam as suas bancas aos domingos. No centro do Terreiro do Paço, cruzado de quando em quando por utilizadores de bicicletas, cerca de 30 pessoas assistiam a um espectáculo natalício promovido pelo Chapitô. Ao início da tarde, uma iniciativa das paróquias da Baixa e do Chiado e a actuação da charanga a cavalo da GNR acabaram por atrair à praça centenas de pessoas, naquele que foi seguramente um dos domingos mais concorridos desde o arranque da iniciativa camarária. Apesar disso, os comerciantes foram praticamente unânimes em queixar-se da pouca divulgação que tem sido feita das actividades existentes e da falta de vendas.
Menos turistas
"Estou aqui desde as dez horas e hoje ainda não fiz nada. Isto está mau", queixou-se Irene Sousa, que depois de quase quatro horas de trabalho continuava com uma banca cheia de flores por vender. O lamento da florista foi partilhado por vários dos artesãos que semanalmente expõem as suas peças numa feira instalada no lado nascente das arcadas do Terreiro do Paço, junto à galeria de exposições do Ministério das Finanças.
"Isto hoje não está muito bem. Nos outros domingos tem corrido mais ou menos, mas acho que a feira não está muito divulgada. Ainda por cima estamos um bocadinho escondidos e quem está do outro lado dos autocarros não nos vê", criticou a artesã Helena Rodrigues. Idêntica opinião tinha Carlos Francisco, da organização da feira de artesanato, que explicou que o negócio piorou a partir de Novembro, quando diminuiu a afluência de turistas a Lisboa. (...) A vendedora, que ontem em mais de seis horas vendeu apenas "três dúzias de castanhas", garante que, se as vendas não melhorarem nos próximos domingos, vai desistir de fazer negócio no local.
Mas, apesar das críticas dos comerciantes, a iniciativa conquistou vários adeptos. Um deles é António Fernandes, que uma vez por semana ocupa várias horas seguidas a jogar xadrez junto ao Arco da Rua Augusta e só se queixa da inexistência de um toldo que resguarde a zona do vento e da chuva.
A poucos metros das mesas consagradas ao xadrez, às damas e ao dominó está Carlos Orlando, que passa os domingos a jogar pingue-pongue com dois amigos. "Somos assíduos. Há poucas mesas de pingue-pongue em Lisboa e vimos aqui recordar velhos tempos", diz, acrescentando que era "uma pena", se a iniciativa camarária terminasse. "

(Isabel G)

A PROPÓSITO

A entrada de Carlos Medina Ribeiro sobre as passadeiras de peões fez-me lembrar outra: as operações de lavagem de ruas pararam? Ou continuaram mas deixaram de ser publicadas nos jornais?
Actualização em 30.12.2007: já agora, Senhor Presidente, se o programa de lavagem de ruas não está esquecido, será possível dispensar alguma atenção à Av. 5 de Outubro? É que até senhoras a urinar em pleno passeio à porta do Pingo Doce é possível ver (ou deveria dizer cheirar?...). 'Brigadinhos.

Proposta de mercados de bairro e na Praça da Figueira


28.12.2007, Ana Henriques-"Inciativa inspirada em cidades europeias para revitalizar bairros"-PUBLICO
(...)
Serão poucos os portugueses que nunca se deslumbraram, em visitas a cidades espanholas, francesas ou holandesas, com o aspecto irrepreensível dos mercados ao ar livre que ali existem. Uns vendem flores, outros peixe, ou então um pouco disto e daquilo. O vereador Manuel João Ramos, do movimento Cidadãos por Lisboa, não escapou a esse fascínio e vai apresentar à Câmara de Lisboa uma proposta para que sejam criados mercados de rua nos vários bairros da cidade, em colaboração com juntas de freguesia e associações de comerciantes. Para evitar desleixos tipicamente portugueses, o autarca propõe que a sua gestão seja atribuída a um concessionário por mercado, que ficaria responsável pela montagem e desmontagem das infra-estruturas, e pela segurança e higiene do troço de rua em causa. Manuel João Ramos pensa que estes mercados devem ser semanais, e que a Praça da Figueira é um bom local para um deles.
FOTO: Mercado do JARDIM DO PRÍNCIPE REAL
*
Informação suplementar sobre mercados públicos:
Markets create places and build community.
Public markets create vibrant public spaces while also having broader social impacts – from community development, to health and nutrition, to preserving family farms
.(...)
(ISABEL G.)

sábado, dezembro 29, 2007

Próspero Ano 2008!

Próspero 2008

Melhor e com mais Paz

A CML que faz... e a outra

Junto à Escola do Bairro de S. Miguel, em Lisboa
27 Dez 07
Junto à Escola da Ameijeira - 14 Set 07
Iniciativa de uma outra CML (a de Lagos...)
Numa altura em que se faz o habitual balanço de vítimas da estrada (incluindo os atropelamentos), talvez não seja mau perguntar a António Costa como está a sua promessa de (re)pintar as passadeiras de peões junto às escolas...

Votos de um Bom Ano!

Av. de Roma, 27 de Dezembro de 2007

As 5 serpentes esmagadas pelo cavalo de D. José


(Antes do passeio pela beira-mar - veja aí em baixo a hora a que escrevo -, eis um post de total descompressão, como é indicado para a época que atravessamos: nada de veneno, se fazem favor)
.
No imaginário popular a serpente é traição, é tentação da luxúria (tudo por causa das lendas e dos Livros do Antigo Testamento, julgo eu). A tradição oral fez chegar até nós a ideia de que os fenícios, quando aqui chegaram, deram com muitas cobras por essa costa fora - daí terem, parece, chamado a este canto (o nosso País) «a Terra das Serpentes». Para eles, li algures algum dia, a serpente seria um símbolo da inteligência.
Ok. Dou de barato o que quiserem.
Mas lá que há muitas serpentes em Portugal, disso não tenho dúvidas. Vejo-as por aí a toda a hora. Armando Vara é uma delas. José Sá Fernandes, que não me parecia, está a mostrar-se outra. Mas há mais. Muitas mais, como sabe...
Adiante.
Um dia destes, à tarde, dei comigo de cabeça no ar a tentar ver o melhor pssível a cabeça das serpentes que estão a ser esmagadas pelo cavalo de D. José, ali no Terreiro do Paço (ou devo escrever «ali na Praça do Comércio»?).
Isso porque, quase todos os dias quando dou a volta para ir para o parque de estacionamento da Praça do Município, ultimamente, dou comigo a estranhar aquelas cinco serpentes de cabeça e rabo levantados, a saltarem por baixo das patas do cavalo.
Fui averiguar isto na net...
... e o máximo que descobri foi que, para o escultor e para o Marquês, isso era como que a imagética do domínio do rei absoluto sobre o País. E agora, sem saber ao certo nem poder já falar com ele, não sei se o Marquês se queria referir especificamente à intelectualidade, seguindo eu aqui aqueles que acham que ele acreditaria mais na simbólica fenícia (serpente = inteligência, então «intectualidade») ou se ele, Marquês, seguiria mais a parte física da questão e mais racional nesse ponto específico, querendo significar o domínio sobre a terra portuguesa «tout court», já que, para os mesmos fenícios, que aqui encontraram tantas cobras, Portugal, ou este pedaço de terra pelo menos, era o mesmo que terra das cobras...
Ou virá agora aqui alguém explicar-me (nos) a coisa de forma mais fundamentada?
Oxalá que sim.
Já agora: a data que está por baixo do medalhão do Marquês, virado ao Rio, é: 19 de Outubro de 1833.
Anotei isso.
Mas o que mais me intriga são as serpentes e não saber ao certo o que levou o poder a colocá-las ali. Nâo deve ter sido só por uma questão de estética: quase não se vêem cá de baixo e o dr. Armando Vara nesse tempo ainda não era famoso nem o dr. Sá Fernandes era sequer conhecido...
As serpentes...
... se ampliar a foto, clicando duas vezes em cima dela, pode vê-las melhor. E espero que alguém que explique, por favor, o que é que elas estão a fazer ali em cima, mas por baixo das patas do cavalo. É urgente.
Estou farto de por ali passar e sempre com a mesma dúvida existencial a latejar-me na cabeça, tipo obsessão...
.
Créditos da foto: 'Olhares'

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Nas Linhas de Torres, a CML mais parece estar do lado de ...


(Foto: CML)


Massena ... e dos invasores dos nossos tempos (patos bravos, cimento armado, tubos de escape, derrubadores de árvores e de património arquitectónico, hordas de hooligans, etc.) do que propriamente de Lisboa; pois a Alameda das Linhas de Torres, hoje, é o paradigma da falta de equilíbrio urbanístico que existe na capital e da total indiferença de quem de direito pelos critérios de qualidade de vida dos que nela vivem. Já não bastava:

- O desaparecimento da quase totalidade das belas quintas senhoriais e dos edifícios de carácter (como a falecida vivenda Arte Nova da foto abaixo, por sinal, classificada (!) pelo IPPAR);
- O caos no trânsito, com faixas de rodagem confusas e condicionamento de trânsito totalmente parvo (veja-se aquele troço junto ao terreno do antigo estádio do Sporting);
- As passadeiras pedonais mal colocadas;
- Os carros em alta velocidade;
- A poluição sonora e de ar;
- Os logradouros e os quartéis que se metamorfosearam em condomínios, cada qual ao seu gosto e à sua escala (será que o Pulido Valente vai ter igual fim? e os armazéns da Tóbis?);
- Os centros comerciais de pechisbeque e as escolas em pré-fabricado;
- Aquele mercado terceiro-mundista;
- O novel viaduto imenso a entrar janelas adentro (ao menos que plantem árvores debaixo dele!);
Já não bastava tudo isso para a CML ter suspendido há algum tempo a empreitada de repavimentação da alameda por ... falta de verbas.


(Foto: Isabel Duarte)


É certo que existem as Quintas das Conchas (foto lá de cima) e dos Lilases, e isto e aqueloutro. Mas, se é verdade que a primeira se salvou do camartelo (uma parte, uma parte, que no topo Norte lá estão as árvores a morrer aos poucos por causa dos prédios que lá plantaram...), isso se deveu aos moradores e a alguns ilustres cá do burgo, Sá Fernandes, incluído (o seu a seu dono!). Já a dos Lilases anda entre cá e lá, mais lá do que cá. Ao menos, só uma coisa:

Quando se reiniciar a empreitada de repavimentação, por favor, não se esqueçam de alcatroar de modo a que as tampas das condutas não se transformem em buracos assassinos.

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Lixo: a tradição ainda é o que era


Telheiras, 26-12-07; 10h
"Lixo de Natal é alegre e às cores e até dá prendas"- no DN
O lixo no dia de Natal é muito mais alegre do que nos outros dias todos do ano. É bastante colorido e está todo enfeitado com fitas e lacinhos. E até se encontram lá prendas para quem andar a vasculhar nesses restos, como brinquedos, triciclos e os mais diversos artigos, que foram substituídos por outros novos acabadinhos de ganhar.
Pelas 17.00 de ontem, um rapaz abandonava uma viola - com cordas e tudo - junto do contentor do lixo na Rua Rodrigues Sampaio, em Lisboa.
Em Caxias, no concelho de Oeiras, alguns moradores tiveram o cuidado de acondicionar muito bem o lixo em sacos devidamente atados e bem organizados. "Aquilo até pareciam presentes de Natal à volta do contentor", gracejou um deles.
Tudo isto foi o que encontraram as equipas de reportagem do DN, quando ontem se espalharam por várias localidades para ver os restos do Natal que as pessoas não querem em casa e põem na rua, mesmo sabendo que os serviços municipais não recolhem o lixo na noite de 24 para 25.
Estes vestígios natalícios encontram-se um pouco por todas as ruas. Mais numas do que noutras, o que poderá indiciar menor ou maior civismo da parte de quem ali reside.
Um grande contraste foi detectado na zona de Arroios e na Avenida de Roma, em Lisboa. No primeiro caso, pela Rua Morais Soares encontravam-se montes de lixo à porta de quase todos os prédios, porque os moradores colocaram os contentores na rua. Quando aqueles depósitos ficaram cheios, as pessoas continuaram a pôr lixo à sua volta, que entretanto se foi entornando e espalhando pelo chão.
Na Avenida de Roma, quase ninguém pôs os contentores na rua, pelo que havia pouco lixo. Mesmo assim, alguém colocou dois contentores à porta do número 42, que se transformaram quase num depósito central. Muitos aproveitaram para ali deixar sacos, caixas, cartões e muito papel.
Quem lucrou bem neste dia foi uma mulher sem abrigo, que puxava dois carrinhos de compras carregados de cartão e outras utilidades descobertas entre os resíduos sólidos dos outros.
Anabela Ribeiro, moradora na Rua do Conde de Redondo, em Lisboa, apontava para o lixo que transbordava dos contentores e se espalhava pelo chão. "Isto é uma vergonha. As pessoas sabem que neste dia não fazem recolha, mas vão na mesma pôr tudo na rua. Deviam ficar com o lixo em casa e só o punham no contentor quando voltar a haver recolha", protestou a moradora."
(ISabel G.)

Como é gasto o nosso dinheiro...


Entrecampos

Alguém saberá quanto é que isto custou? Quanto tempo trabalhou e quando funcionou pela última vez? E alguém terá sido responsabilizado pelo dinheiro atirado borda-fora? E não haverá ninguém que tenha por obrigação manter estes equipamentos a funcionar?

E que tal desmontar estas porcarias e vendê-las para o ferro-velho, pois talvez dêem mais dinheiro do que as famigeradas amêijoas do Tejo?

Ou será que, apesar das aparências, está tudo operacional?

Very smart!


Estas fotos mostram uma brigada da EMEL em acção, a bloquear e a rebocar carros. Até aqui, e à parte a raridade da "coisa", não há nada de especial a registar.
No entanto, pode ver-se na imagem de cima que, atrás da carrinha da empresa, havia um espaço vago - pequeno, mas suficiente para o dono de um Smart chegar, estacionar calmamente e ir à sua vidinha, tão cego como certo da impunidade (que, por sinal, voltou a reinar assim que a brigada se foi embora...)

terça-feira, dezembro 25, 2007

Os responsáveis pelo trânsito da capital desejam aos peões da cidade um Bom Natal

Av. de Roma, manhã de 24 de Dezembro de 2007
Do lado direito, ao fundo: uma das diversas paragens de autocarros completamente bloqueadas por automóveis


José Sá Fernandes falava em vender amêijoas do Tejo para ajudar a equilibrar as finanças da CML. Não seria mais fácil (e útil) ir buscar dinheiro aqui, a €30 por cabeça?

A propósito: não é suposto haver umas centenas de funcionários policiais e camarários a quem PAGAMOS o ordenado para tratar disso? Por onde andam? A apanhar amêijoas ou minhocas?!

segunda-feira, dezembro 24, 2007

(Isabel G.)

De resto, já sabem o que aí vem....
(Isabel G.)

domingo, dezembro 23, 2007

23.12.2007, António Barreto Retrato da semana -PUBLICO

"A impunidade, a irresponsabilidade e o branqueamento parecem indispensáveis às obras e aos concursos públicos

(...) Depois das glórias internacionais, chegou a vez das nacionais. Antes mesmo de acabar a presidência portuguesa, foram inauguradas as estações de metropolitano do Terreiro do Paço e de Santa Apolónia. Foi momento alto para a obra pública e para a vida do Governo. A luzidia comitiva fez o que tinha a fazer, accionou os sistemas, inaugurou e cumprimentou. Sócrates fez discurso. O melhoramento dos transportes que se anuncia é indiscutível. O conforto para os que fazem a trasfega todos os dias aumentou muito. Há décadas que estas obras deveriam estar feitas. A principal estação de caminho-de-ferro da capital não tinha metro, caso certamente único em metade do mundo, e a outra metade não tem metro! O mais importante ponto de passagem, durante décadas, entre as duas margens do Tejo não tinha ligação directa entre barcos, comboios, autocarros e metropolitano! Toda esta obra é discutível, pelo sítio, pela dimensão e pela solução adoptada. Com certeza. Mas os benefícios parecem, para já, inquestionáveis.
Só que... A obra demorou dez anos a mais. E custou muitos milhões de euros a mais, pelo menos 140. A câmara e o Estado foram relapsos, as empresas construtoras não previram os graves acidentes ocorridos, nunca foram apuradas as responsabilidades pelos atrasos, pela imprevidência, pelos prejuízos e pelos custos exagerados. As inspecções não funcionaram, a fiscalização também não. Muito menos a justiça. A impunidade, a irresponsabilidade e o branqueamento parecem indispensáveis às obras e aos concursos públicos. Esta é apenas a última de uma longa e permanente série de obras públicas sem controlo nem planeamento. E, ao que parece, sem honestidade e rigor. "(...)
(Isabel G.)

sábado, dezembro 22, 2007

Festas Felizes



(...) Um dia um mendigo entrou no casebre, repartiu do seu farnel com a mãe amargurada, e um momento sentado na pedra da lareira, coçando as feridas das pernas, contou dessa grande esperança dos tristes, esse rabi que aparecera na Galileia, e de um pão no mesmo cesto fazia sete, e amava todas as criancinhas, e enxugava todos os prantos, e prometia aos pobres um grande e luminoso reino, de abundância maior que a corte de Salomão. A mulher escutava, com os olhos famintos. E esse doce rabi, esperança dos tristes, onde se encontrava? O mendigo suspirou. Ah esse doce rabi! quantos o desejavam, que de desesperançavam! A sua fama andava por sobre toda a Judeia, como o sol que até por qualquer velho muro se estende e se goza; mas para enxergar a claridade do seu rosto, só aqueles ditosos que o seu desejo escolhia. (...)

(Isabel G)

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Feliz Natal!

- Veloso

Na noite mais longa do ano, faço minhas as palavras do Paulo Ferrero e do Jorge Ferreira:

Feliz Natal!

Aos amigos queridos, aos co-autores deste blog e a todos os leitores:

- Muita Luz, Paz e Amor.

Por muito que renasças e redigas
tudo quanto disseste há dois mil anos,
por muito que, por cima das intrigas,
das falsidades e dos desenganos,
a tua voz de novo se levante
e fira os vendilhões e os tiranos,
por muito que, outra vez, o galo cante,
anunciando a luz de mais um dia,

o presépio que o mundo te há-de dar
esconderá sempre, implacável e fria,
a cruz em que te vai crucificar.


- Torquato da Luz, Outra vez Natal

FELIZ NATAL


É o que desejo a todos os co-autores, leitores e amigos deste blogue.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Lei eleitoral das autarquias: a panelinha do PS e do PSD

Com acordo entre PS e PSD - Lei eleitoral das autarquias para 2009 está entregue - PS e PSD entregaram hoje à tarde na mesa da Assembleia da República o seu projecto conjunto de lei eleitoral das autarquias locais, para entrar em vigor nas próximas eleições autárquicas, em 2009 (...)
Com esta lei, pelas contas que o PS e o PSD fazem, ganham sempre, mesmo sem ter cartas para ir a jogo. Ou seja: mesmo não tendo votos suficientes dados pelos eleitores, terão sempre maioria absoluta nas câmaras. É assim uma espécie de chapelada eleitoral que seria legal se o Tribunal Constitucional deixasse passar uma agressão directa ao princípio da proporcionalidade entre votos e mandatos.
Não há volta a dar-lhe: nenhum tribunal português ou europeu deixará passar isto.

SUBIRAM NA MINHA CONSIDERAÇÃO!

Os vereadores do movimento Cidadãos por Lisboa devolveram hoje os presentes de Natal que a administração da EMEL lhes enviou, por considerarem «ridículo» que uma empresa municipal com «problemas financeiros» faça aquelas ofertas.
Muito bem!

FELIZ NATAL


(Foto)

Acontece em Lisboa: ditirambos magnificentes... uma estranha forma de manifestar «apoio crítico» ao orçamento da CML para 2008


Fique a saber que apoio crítico é votar a favor e defender com unhas e dentes uma proposta. Pelo menos é o que leio nos parágrafos que seguem:

Parágrafo 1
Opinião do Bloco de Esquerda ontem sobre o Orçamento da CML para 2008 aprovad pela Assembleia Municipal (também ontem): «Para o coordenador autárquico do Bloco de Esquerda, Pedro Soares, o seu partido deu apoio crítico ao orçamento. "Apoio, porque o orçamento está de acordo com o Programa de Saneamento Financeiro que propusemos na campanha eleitoral, que tem duas questões essenciais: uma é o pagamento da dívida a fornecedores, e outra a integração dos trabalhadores a recibos verdes na Câmara. A proposta de orçamento contempla estas duas questões."
Além disso, Pedro Soares considera que o orçamento reduz a despesa à realidade da receita estrutural, "ao contrário de orçamentos anteriores que empolavam a receita, aparentemente sustentados em venda de Património." Pedro Soares diz ainda que o orçamento valoriza a componente da intervenção social do município e da reabilitação urbana.
A crítica do Bloco é que o orçamento não contempla uma nova estratégia para o universo empresarial do município, não reestrutura as empresas municipais. "Consideramos que não clarifica uma política relativamente a empresas como a Emel ou a Epul, e que essa é a principal debilidade.

Parágrafo 2
Opinião do mesmo BE aquando da aprovação do mesmíssimo Orçamento mas na sessão da CML (note que no Orçamento mesmo não há verbas para quase nada, mas a propaganda é de fartar vilanagem: «Desde logo, a entrada para o quadro da Câmara dos trabalhadores precários, a recibo verde, a trabalharem na CML, a tempo inteiro, em funções que perfazem um contrato normal de trabalho, já desde os mandatos do presidente João Soares; É garantida a manutenção do espaço público e de serviços públicos essenciais como o tratamento dos jardins e a limpeza urbana; É dada efectiva prioridade à reabilitação, nomeadamente dos bairros camarários, de responsabilidade municipal, onde vivem aqueles que mais dificuldades têm; As políticas de apoio social constituirão prioridade deste município e não esqueceremos o drama dos mais desfavorecidos, dos mais idosos e, em particular, do problema da toxicodependência; É relançado o processo de revisão do PDM, onde será vertido, naturalmente, o conteúdo do "Acordo de Políticas para Lisboa" que estabelecemos com o Presidente: O Plano Verde, A rede de eléctricos em articulação com outros transportes públicos. A quota mínima de 25% para habitação a custos controlados nos novos projectos.»

Ora digam lá se isto não é interessante: apoio crítico por um lado, ditirambos de entronização por outro...
E tudo lido no blog distrital do BE. É caso para dizer: «Confortos (no plural, de propósito) a quanto 'obrigas'»...

quarta-feira, dezembro 19, 2007

A INSTRUÇÃO DO MEDO

Os portugueses estão a ser espreitados por todos os sítios, lugares e ângulos, e esta estrutura muito moderna, eficaz e internacional de "segurança" parece torná-los extremamente felizes e, até, levemente excitados. O olho electrónico quase se tornou numa expressão artística: possui todos os moldes, formas, cores e tamanhos. Nos bancos, nos elevadores, nos hospitais, nos bairros mais elegantes, nos corredores dos hotéis, nas repartições, nos Correios, à esquina, no cairel dos edifícios, nas auto-estradas e nas ruas, de dia e à noite, com aviso e sem aviso - lá está ele. Quem sabe se a vigília incide sobre os amores clandestinos, como no belíssimo poema de Daniel Filipe? Asseguram-me que, em breve, estará nos cemitérios. Não por causa dos habitantes; sim para dissuadir quem ouse profanar o pétreo sono dos mortos.

O olho incisivo, inclemente, gélido, implacável, informa, não se sabe bem a quem, daquilo que, modestamente, estamos a fazer. As nossas minudências quotidianas: contemplar os movimentos do andar de certas mulheres, observar os livros expostos em montras, recalcitrar contra a vida infame, são decifradas como sujeito de intriga e apreensão públicas. E "ninguém sabe quantas câmaras nos andam a filmar todos os dias", diz o Expresso num bem organizado texto de Filipe Santos Costa.

José Magalhães tranquiliza-nos: "Isto não é o advento do Robocop." O sossego das almas dura pouco. O secretário de Estado adverte: "Estamos a caminho de uma sociedade onde a videovigilância é utilizada por cada vez mais entidades." Está aqui muito bem fixado o que nos espera. O lirismo das ruas, a épica das noites molhadas em balcões de bares, a frenética agitação triangular entre o Bairro Alto, 24 de Julho e Docas deixam, ou já deixaram, de ser o poema que se procura para se transformar numa perpétua homenagem ao império da desconfiança.

A sociedade, num futuro muito próximo, reduzirá o seu já limitado espaço de liberdade a uma instância insistentemente policiada. Não haverá sociedade como intervenção cultural, relação com o contrário, subdivisão de grupos de interesses, coexistência de sinalizações alternativas. Ser continuamente vigiado liquida o fundamento das instituições democráticas, o qual oscila entre o tratamento igualitário e o tratamento diferenciado. Impossível escapar ao reconhecimento de que caminhamos para uma nova e diferente ditadura, dissimulada em leis de "segurança", de "ordem" e de "autoridade". Não há lugar para o exercício das "referências", porque se deixou de admitir a alteridade. Uma das características sociais reside no direito do indivíduo a não ser "massa", e a recusar a rigidez identitária que a vigilância (pelo medo que lhe subjaz) sugere, impõe e inculca.

Não sorria. Está a ser filmado.

Baptista-Bastos


In Diário de Notícias

terça-feira, dezembro 18, 2007

E as filhoses?


F-I-L-H-O-S-E-S! (e não há Srª Estrela nem menino Diogo que me corrijam!)

Ou seja, plural de filhós, plural de filhó. Ou seja, ainda, pratos, travessas repletas de filhós com a forma de laços e tiras, com estrias feitas a roda dentada de madeira.

Não tendo aqui o Mestre Cozinheiro à mão, nem as mãos sábias da minha Avó, fica feito o aviso: massa (sem abóbora, S.F.F.) feita com azeite, e depois amassada ao murro até fazer bolhas, a que se deve juntar 1dl de aguardente. Deixa-se descansar 1 hora. Estica-se muito fina, e vai-se cortando como acima referi. Frita-se em azeite. Ainda quentes, deita-se por cima uma boa dose de calda de açúcar.

São as melhores filhoses do mundo.


(foto, sem calda)


Texto editado

Nem tanto ao mar nem tanto à terra

Ainda a propósito da ASAE, só para apontar um exemplo onde o ridículo mata:

O irmão mais novo do aclamado cozinheiro «molecular» Ferran Adrià, de seu nome Albert, abriu uma sucursal dos seus já famosos e nada «químico-físicos» chocolates, perdão, Cacaos Sampaka, em pleno Centro Comercial das Amoreiras (que nada já tem a ver com o local deprimente de até há poucos anos, aliás).

O curioso é que ali, ao contrário do que é estupidamente exigido às chocolatarias de Lisboa (e contam-se pelos dedos de uma mão...), os bombons e chocolates estão ao ar, colocados sobre bandejas, em prateleiras, sem refrigeração especial, i.e., incumprindo a lei europeia (?), tão escrupulosamente aplicada pelos nossos solícitos agentes aos chocolateiros e pasteleiros nacionais.

Mais curioso é, ainda, ver-se que na capital do bombom, Bruxelas, na casa-mãe do melhor chocolateiro do mundo, a coisa se passa da mesma maneira que no C.C.Amoreiras.

Afinal como é? Afinal, as autoridades, quando querem, conseguem separar o trigo do joio?!...


PS-O mesmo se aplica, por exemplo, às padarias nacionais (às quais se exigiu prateleiras de alumínio, envidraçadas, etc.) vs. as francesas, ou às tascas nacionais (veja-se o caso da Ginginha do Rossio - sou insuspeito pois sempre preferi a do «Eduardino», nas Portas de Santo Antão...- ou da Estrelinha da Sé, que está prestes a ter que montar balcão de alumínio, ao mesmo tempo que as bandejas de inox são perseguidas!!!) vs. as espanholas.

Notas sobre o orçamento da CML - Um orçamento equívoco

O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para 2008 não é de 545.983.224 €. O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa em 2008 será de 905.983.224 €. Não é 32% inferior ao orçamento de 2007. É 13% superior ao orçamento de 2007.

O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para 2008 não é de 545.983.224 €. O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa em 2008 será de 905.983.224 €. O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa proposto para o ano de 2008 pela maioria PS/Bloco de Esquerda foi proclamado como um orçamento de contenção, muito inferior ao orçamento de 2007. Mas esta afirmação é equívoca. O orçamento de 2008, tal como está apresentado, não é comparável com o de 2007. Aliás, o orçamento de 2008 da câmara de Lisboa não é comparável com nenhum orçamento anterior.

O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para 2008 não é de 545.983.224 €. O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa em 2008 será de 905.983.224 €. Ao contrário de todos os orçamentos da CML que fui conhecendo e discutindo ao longo de vários anos, desta vez, de forma inédita, a dívida a fornecedores desaparece. É omitida. Mas também o empréstimo já aprovado (e que certamente será visado pelo tribunal de contas presidido pelo ex-colega de governo de António Costa) não é contemplado.

O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para 2008 não é de 545.983.224 €. O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa em 2008 será de 905.983.224 €. O orçamento de 2008, tal como é apresentado é um orçamento invejável para qualquer autarca. Todas as dívidas do passado são pagas com recurso a um empréstimo. De forma absolutamente inédita em Lisboa, o orçamento de 2008 é limpo de qualquer dívida do passado. Integralmente disponível para aplicar no ano de 2008. Mas o mais extraordinário é que a actual gestão da CML ainda se permite atirar os encargos resultantes da contracção do empréstimo para quem vier, não neste, mas para próximos mandatos.

O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para 2008 não é de 545.983.224 €. O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa em 2008 será de 905.983.224 €. Mas o empréstimo vai ter de aparecer no orçamento. E a dívida também. Resta saber com que instrumento. Se for através de uma alteração orçamental terá um inconveniente é que fugirá ao controle da Assembleia Municipal conforme compromisso do presidente da câmara. Se for em revisão do orçamento com escrutínio da assembleia municipal, então terá de esperar pelo momento habitual desse instrumento que só ocorre durante o mês de Abril. Este prazo contraria a alegada urgência tão repetida pelo presidente da câmara. Finalmente ainda fica por esclarecer a natureza da dívida. De acordo com o orçamento aprovado, a folga para a consideração da dívida enquanto despesa corrente está limitada a 61 M€ (correspondente à diferença entre a despesa corrente e a receita corrente) o que me parece manifestamente insuficiente dada a natureza provável da dívida (corrente).



(Declaração de interesse: Participei na discussão e votação do orçamento da Câmara Municipal de Lisboa de 2007 e de 2008 na qualidade de vereador em representação do PSD)


António Prôa

Orçamento real de Lisboa fica atrás do espelho?


Que estranha sensação esta. A de que estas contas de hoje em Lisboa não jogam com a realidade. O orçamento verdadeiro é de 900 milhões. Mas isso fica lá atrás do espelho. Aqui, na parte da frente, fica o orçamento hoje votado, de 540 milhões. Ficaram de fora os tais 400 milhões do tal empréstimo, como se já nada fosse real: nem as dívidas nem a obrigação de as pagar nem sequer o contrato com a banca. Parece que é assim e que tudo pode ficar assim. Mas para mim o que brilha mais são os 900 milhões que catrapiscam por todo o lado como as luzes do Natal... Pode ler mais daquilo que escrevi aqui sobre esta matéria.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Bolo-Rei e não só!!

O roteiro do Bolo-Rei aqui apresentado pelo Paulo Ferrero e pelo Jorge Ferreira é muito interessante e até pode ser que seja, mas não há Bolo-Rei como o da minha Mãezinha :)
Digo-o eu, que tenho papilas gustativas

Quais Nacional, Versailles, Garrett ou Mexicana!
Nada disso, o Bolo-Rei da Mãe é o melhor do Mundo.
(Já agora, gamo ali a imagem ao Paulo ...)


(Para os destemidos eis um link para uma receita de Bolo-Rei, be daring!)

Ai não acreditam que o Bolinho Rei da minha Mãezinha é o melhor do Mundo?!!
Para castigo terão de assistir ao Sr Silva a comer Bolo-Rei comum! :))

BOLO REI

Quanto ao bolo rei da Versalhes, subscrevo o Paulo. Já relativamente aos Garibaldis ganhavam em ser confeccionados com chocolate preto. Eu sei que o Paulo é mais adepto dos Garibaldis da Mexicana, mas, convenhamos, aquilo são mais berlindes que bolos. Já agora: ninguém se insurge contra a proibição ASAEiana de incluir os famosos brindes no bolo-rei? Quantas fatias eu comi só na expectativa do brindezeco... Será por isso que hoje não vêem putos a comer bolo-rei?

Ainda os bolos ... e o Luanda


Parece que na Visão desta semana (não leio revistas), apareceu o do dito como sendo o melhor bolo-rei de Lisboa. Pois eu não concordo: todas as vezes que de lá veio o bolo-rei, foi quase inteiro para o lixo. Ficou duro muito rapidamente, sabia demasiado a fermento, as frutas cristalizadas sabiam a plástico e não valia o preço.

Bolos-rei de Lisboa, que eu conheça, só há dois: os da Versailles e/ou os da Confeitaria Nacional.

Mas o melhor de todos os homónimos é, sem dúvida nenhuma, aquele imenso brioche macio, sem muita fruta e cheio de pinhões e amêndoas que a Garrett vende todos os anos, até ao dia em que o pasteleiro se reformar. Vale os 5€ de gasolina, a quem lá for, desde Lisboa, e 1-2 horas de pé, na bicha.

O Café Luanda, na Av.E.U.A. fecha por 2 meses ...


e reabrirá lá para Março com o visual da novel Garrett, do Estoril, isto é, com capitonés, w.c. revestidos a espelhos, cadeiras de plástico transparente (a 40 cts. cada) e, espero, sem aquela empregada que trata os clientes por "tu".

A ASAE tem, portanto, folga de 2 meses, e a cozinha pode dormir tranquila, tal como as actuais casas de banho, e o engraxa que todo o santo dia varre os papéis e restos de bolos que se amontoam pelo chão, junto ao balcão, onde, por sinal, o letreiro "por favor, evite fumar no balcão" raras vezes é respeitado.

Fica a dúvida: onde irá agora PSL comprar os seus Kit-Kat dominicais?

(foto)

domingo, dezembro 16, 2007

Um site das arábias...

Mandaram-me este link para um site «milagroso», um site com numerosos acessos com interesse. Disponibilizo-o aqui, como serviço público. Fica aqui. Faço notar, entre outros, os seguintes acessos: jornais, rádio, tv. Leitura de jornais e revistas: Portugal - Público, Expresso ou Visão, por exemplo: aqui. Espanha - El Pais, por exemplo: aqui. Itália - Corriere de La Serra, por exemplo: aqui. França - Le Monde, por exemplo: aqui. Reino Unido - Guardian ou The Independent, por exemplo: aqui.
Gato Fedorento
Já agora, saiba que ali pode encontrar também os vídeos dos Gato Fedorento. É aqui.

O melhor e o pior de 2007 feito pelos leitores

lanka4earth disse...
ALGUMAS SUGESTÕES PARA O PIOR-
a hegemonia nunca vista em qq outra capital de uma associação portuária dona da vista e do acesso para o rio de Lisboa. Concordo com o epíteto dado pelo Miguel Sousa Tavares: inimigo público da cidade. Urge agirmos.
- a degradação continuada dos bairros históricos. A cosmética efectuada pela EPUL há uns anos, e que só beneficou a EPUL, penso eu, já lá vai.. Urge uma estratégia integrada, e não mais uma ronda de remédios.
- O assalto aos corredores verdes que outrora faziam de Lisboa uma cidade saudável, onde água e ar circulava e pássaros pousavam em árvores centenárias. Qualquer dia temos que nos amarrar às últimas árvores.
- a desertificação do centro de Lisboa com todas as suas consequências: uma cidade espalhada e suburbanizada que pede para andar de carro e usar o centro só para o largar num passseio, menos vida, menos cultura, menos alegria, a morte da personalidade da cidade.
O MELHOR-
Algumas promessas "promissoras" da nova câmara. Mas temos que estar atentos. Contribuam para lisboacontaconsigo@cm-lisboa.pt
- Aumento significativo no interesse dos cidadãos em participarem no destino da sua cidade. Não parem! A voz do cidadão é uma arma fortíssima!
(Isabel G.)

O melhor e o pior de 2007

Os leitores que quiserem deixar aqui os vossos comentários sobre o melhor e o pior deste ano, terei muito gosto em publicá-los.

O pior (que transita do ano anterior):
O ruído no Eixo Norte-Sul, que ultrapassa todos os limites do permitido por lei;
A falta de vontade política perante o intolerável estacionamento selvagem em dias de jogos de futebol; *
O absurdo estacionamento nos passeios na Avenida do Brasil;
A alteração nos tempos dos semáforos na Av. da Liberdade e as filas permanentes nas vias que vão dar ao Marquês de Pombal para uma maior "fluidez" do túnel, logo, para quem quer sair da cidade.
A falta de manutenção dos escoadouros das águas em viadutos e túneis com as consequências óbvias em dias de chuva.
A EMEL, a multar quase ao centímetro, os moradores em áreas residenciais (sei do que falo).
A falta de policiamento na cidade em áreas de perigosidade urbana, de grande confluência de trânsito ou trânsito caótico (e não falo só no centro de Lisboa).
O estacionamento selvagem no exterior dos centros comerciais com parques disponíveis, por vezes a meia dúzia de metros da esquadra da polícia.
A falta de aproveitamento do Jardim do Campo Grande
O desleixo com a reparação do muro nas traseiras da Biblioteca Palácio Galveias
Os passeios continuam por rebaixar junto das passadeiras.
O estacionamento sob as galerias dos prédiso na Av. EUA. Sorry Paulo Ferrero, passei lá há bocado e aquilo estava como de costume.
O mesmo se passa na Av Roma em que os chicos espertos apanham uma aberta nos pilaretes e vá de galgar os passeios. Uma vergonha.
Mas o meu prémio 2007, à semelhança de 2006, vai para a curva em frente ao metro de Telheiras, na Rua Francisco Gentil, este ano visivelmente em piores condições.
(...)
O Melhor:
A instalação de radares
Uma pequena melhoria (eu sei que é só de vez em quando) com alguma tolerância zero com os carros nos passeios
*
* E não me falem em falta de meios. Quem viu o "dispositivo de segurança" nos dias da assinatura do Tratado e da cimeira, já não cai nessa...
(Isabel G)

O melhor e o pior de 2007

Uma colega cega, acabada de regressar de Oslo, contava-me como se sente à vontade nos países nórdicos, com a certeza de que não encontra obstáculos, uma pedra levantada, carros nos passeios ou um degrau mal amanhado.
Por cá, anos e anos de gestão incompetente, deixaram esta cidade neste estado. Tudo muito typical, o sol a brilhar, o Tejo azul, Lisboa menina e moça, menina Da luz que meus olhos vêem tão pura, a calçada pitoresca, mas um enorme atraso de vida. E o pior é que, de ano para ano, não vejo melhorias relevantes. Sou, por natureza, céptica, mas caros leitores, gostaria que o dinheiro que esta cidade já consumiu fosse visível nas ruas, na limpeza dos jardins, em passeios amigáveis ao peão e na qualidade de vida dos seus habitantes.
Assim, aqui fica o meu pior de 2007 que é sensivelmente o meu pior de 2006, de 2005 e.....
Os leitores que quiserem deixar aqui os vossos comentários sobre o melhor e o pior deste ano, terei muito gosto em publicá-los.
(Isabel G.)

sábado, dezembro 15, 2007

ASAE


Vivam os galheteiros. Vivam as castanhas assadas embaladas em folha de lista telefónica. Vivam as sardinhas no pão do Santo António e o vinho em jarro. Vivam os pires de tremoços e as talhas de azeitonas. Vivam os bolos e os gelados na praia. Vivam as sandes de coiratos nas roulottes da bola. Viva o frango assado nas feiras, as farturas e o algodão doce.

Haverá, por vezes, excesso de zelo na actuação da ASAE. Verifica-se também uma enorme ânsia de protagonismo de alguns dirigentes da ASAE. Mas a origem do problema está em Bruxelas, lá, entre as dezenas de milhar de burocratas que precisavam de fazer umas viagens ao jeito daquelas que a União Europeia financia para os "europeus" conheceram a realidade da "Europa".

Parte significativa da causa desta aparente ditadura da ASAE reside na atitude passiva dos portugueses que permitem que a legislação portuguesa assuma todas as barbaridades determinadas pelos burocratas europeus.


António Prôa

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Alguém que a clone e importe para Lisboa, JÁ!


Chama-se Baronesa Thyssen e acaba de ganhar em toda a linha. Siza que se cuide.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Em Lisboa, junto do Cais do Sodré: péssima lição do Estado aos cidadãos


Gina Pereira fixou no «JN» de hoje a frase que melhor resume a situação, tanto mais séria quanto é certo que vem do próprio vereador do Urbanismo da CML, arq. Manuel Salgado. O que está em causa são os edifícios enormes implantados ali ao lado do Cais do Sodré, destinados a agências europeias (segurança marítima, um, e droga, outro). Segundo esse realato do jornal, «o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, considerou "caricato" o facto de, estando os dois edifícios praticamente concluídos, só agora ter sido feito o pedido de licenciamento das obras, o que significa que foram feitas sem licença da Câmara».
Isto tem sido um abuso difícil de entender. Tem sido um desplante do Estado central. Tem sido um despautério e um desrespeito. Mas também, verdade se diga, ninguém na autarquia (nem Santana nem Carmona) ôs os pontos nos is. Ninguém colocou o Estado central no seu lugar. Ninguém embargou. Ninguém mandou demolir. Ninguém actuou.
'Tá-se bem: eis a grande regra quando está envolvido o Estado central - mesmo quando preverica de formaostensiva, de forma escandalosa, de forma arrogante, à vista de toda a gente e com um enooooorme sentido de impunidade.
Isso, porque... 'tá-se bem...
«Caricato», disse Salgado.
Se você construir um prédio ou uma simples barraquinha ali na Ameixoeira, aqui d' El-Rey e ainda bem. Se a Câmara tivesse o desplante de implantar um simples pré-fabricado para um ATL ali no meio da Tapada das Necessidades (um exemplo bem na berra, pois está em vias de ser objecto de protocolo Estado-Autarquia, segundo tudo aponta) - aqui d' El-Rey e com toda a razão. Ficaríamos todos escandalizados e a dar razão ao Estado central - quer contra aquele cidadão prevaricador do primeiro exemplo, quer contra a autarquia abusadora da segunda hipótese.
E estaríamos certos em condenar as situações.
Mas então por que raio somos todos tão condescendentes para com o Estado central face a uma agressão destas contra a autonomia e os poderes do Poder Local?
Por menos do que isso, em stuações de antanho, houve guerras de fronteira ao longo da História, lembram-se?
... Fosse lá acontecer uma cena destas em alguns países em que a autonomia local e a dos estados federados é valorizada! Era uma guerra dos diabos.
Mas por cá, não. É uma paz santa: 'tá-se beeem. Muuuuuuito beeeeeem...

Leis da treta

Dezembro de 2006

Av. de Roma

Em finais de Novembro de 2005, o «DN» publicava a seguinte carta de um leitor que se referia, concretamente, à paragem de autocarro que se vê nestas imagens:

Que nome dar a esta gente?

Em tempos não muito distantes, acompanhei às urgências de um hospital uma pessoa de família que acabou por lá falecer. Se tivesse lá chegado alguns minutos antes, talvez se tivesse salvo.
Por isso, é com mal contida raiva que - como hoje voltou a suceder - sou frequentemente despertado pelas angustiantes sirenes de ambulâncias do INEM que não conseguem circular devido à espantosa falta de civismo de meia-dúzia de condutores que estacionam os carros em segunda linha e nas paragens de autocarros da avenida onde resido. Em consequência, estes (às vezes mais do que um) têm de parar numa das duas faixas de circulação, fazendo com que as filas de trânsito, que já de si são grandes, fiquem ainda maiores e completamente intransitáveis.
Tudo isso, como é do conhecimento público, é feito perante a mais espantosa inacção das autoridades - quer da Polícia Municipal, quer da Divisão de Trânsito da PSP - o que, suponho, também devo agradecer aos sucessivos Presidentes da Câmara Municipal de Lisboa e ministros da Administração Interna.
Sem subterfúgios, e por muito que o custe dizer:
Todas as pessoas que referi são responsáveis, por acção ou omissão pela morte de pessoas.
Isso não lhes tira o sono? Palpita-me bem que não...

-oOo-

Algum tempo depois, a carta voltou a aparecer na imprensa, desta feita no «PÚBLICO» e, mais tarde, também no «metro». No último caso, acompanhada por uma fotografia semelhante a estas, onde era visível o engarrafamento provocado por 3 ou 4 automóveis.
Nessa manhã, então, a Polícia Municipal lá saiu do seu torpor e rebocou alguns carros, acção essa que se repetiu mais algumas vezes nos dias seguintes.

Se foi eficaz ou não, que o diga a foto da esquerda, em baixo, tirada 13 meses mais tarde, em Dezembro de 2006..
Três meses depois, já em 2007, tivemos o estardalhaço mediático da tolerância zero, uma rábula que parece repetir-se com António Costa - pelo menos, a avaliar pela imagem-gémea, de Dezembro de 2007...

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Herança Gabriela Seara (5)



No nº 151 da Rua do Salitre, onde até há 1-2 anos havia um prédio bonito, com o seu logradouro intacto (logradouro que dá para o Jardim Botânico), foi despachado favoravelmente um pedido de demolição (mais a pseudo-preocupação com o património, assente no já inevitável argumento de «contenção de fachada», típico do neo-pato-bravismo nacional). Consequentemente, foi aprovada a construção de um prédio de 5 andares (licença de construção emitida a 30/11/06 - alvará nº 54/C/06).

Mais grave, contudo, é o esventramento total do logradouro que está neste momento a ser feito, como se comprova pelas imagens (lado esquerdo da 2ª foto). Para além da delapidação do logradouro, em si mesmo um acto de vandalismo urbanístico, o que é ainda mais grave é que o muro do JB pode cair um dia destes ... será este esventramento legal?

r.salitre

Fotos: BFC

terça-feira, dezembro 11, 2007

S.O.S. Avenida Duque de Loulé

Ainda a propósito da votação, amanhã, do pedido de demolição do nº 42: AQUI. Resumindo, é uma VERGONHA, a que a CML deve dizer NÃO, JÁ AMANHÃ.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Para que serve uma classificação?




O nosso visitante António de Almeida defende a classificação de ruas e edifícios como meio de travar a destruição de muito do património de Lisboa ... tudo OK, em princípio, só que na verdade a tal classificação, na maior parte dos casos, não passa do ... papel. Repare-se no caso do Palácio da Quinta do Relógio, em Sintra, imóvel classificado como de interesse público:

Após anos e anos de abandono, finalmente, alguém (sueco) o compra e apresenta um projecto de restauro (aliás, objecto dos mais sinceros elogios). Só que nos últimos dias, e após mais de 2 anos de obras, o que se vislumbra neste momento, a coberto de «obras de restauro», são paredes interiores deitadas abaixo e, surpresa, a construção de mais um piso, recuado, no telhado. Protecção e classificação, para quê?


Fotos: Ex-DGEMN

A Av.Duque de Loulé está a saque e o princípio do fim pode começar já esta ... 4ª F


Entre prédios que já não existem (1ª foto) e outros que ainda resistem estoicamente (pelo menos 7 prédios do lado dos números pares, incluindo o da última foto, que aguarda projecto de aletrações (?) e 3 outros do lado dos ímpares), foi agendada para a próxima sessão de CML a DEMOLIÇÃO do nº 42 da Avenida Duque de Loulé (Proc.º n.º 2182/EDI/2006), um belo prédio de esquina, com bonita fachada e interiores, que não merecia esta sorte.



A ser aprovada, esta demolição constituirá o princípio do fim, que é como quem diz, a morte anunciada aos 3 prédios mais abaixo (em tempos ocupados por serviços do Estado), o prédio de esquina (3ª foto), sobre a ponte, e que hoje está de janelas abertas à espera de mais degradação (a Reyal Urbis costuma fazer isto aos prédios que «promove») ... ou o prédio imediatamente em frente do outro lado da avenida (4ª foto), que já teve honras de jornal por cair um bocado sobre os transeuntes, cá em baixo, junto à esquadra da polícia!


Assim, pede-se à excelentíssima CML que chumbe este pedido de demolição do nº 42, e providencie no sentido dos proprietários dos fantásticos prédios resistentes na Avenida Duque de Loulé cumpram a lei e façam obras de reabilitação dos mesmos. É uma vergonha!

Fotos: Arquivo Municipal de Lisboa

Apelo à solidariedade dos lisboetas

A Comunidade Vida e Paz promete realizar iniciativa
Lisboa: assaltado armazém que reunia géneros para jantar de Natal dos sem abrigo - 09.12.2007 - 17h26 PUBLICO.PT
(...)A RTP adiantou que o portão do armazém, localizado na zona dos Olivais e cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, não apresentava sinais de arrombamento.
Segundo Elisabete Cardoso, entre os bens roubados contam-se comida embalada recolhida pela associação para confeccionar as 4500 refeições que prevê distribuir durante os dias 14, 15 e 16, nos jantares organizados na Cantina 1 da Universidade de Lisboa.
A voluntária lamentou também o desaparecimento de inúmera roupa que seria distribuída durante a acção de solidariedade, nomeadamente “centenas de pares de meias novas” recolhidas durante uma campanha que decorreu a nível nacional. No seu sítio na Internet, a Comunidade Vida e Paz revelava que até ao final de Novembro tinham sido recolhidos 12 mil pares de meias.
Apesar do assalto, a associação pretende levar por diante o jantar de Natal, apelando, por isso, à solidariedade dos lisboetas, para que nos próximos dias seja possível recolher os bens alimentares para confeccionar as refeições previstas. “Precisamos da ajuda de toda a gente”, apelou a voluntária
A Comunidade Vida e Paz é uma instituição particular de solidariedade social, tutelada pelo patriarca de Lisboa, e tem por objectivo apoiar os sem abrigo da capital.
Telf: 21 846 01 65 / 91 234 02 22- geral@alvalade.cvidaepaz.org
(Isabel G)

domingo, dezembro 09, 2007

Outros pilaretes...

Esqueça-se, por momentos, o grunho do lado direito, e repare-se como foram colocados os pilaretes do lado esquerdo...

Pilaretes à portuguesa com carros ao lado

Miguel Carvalho disse...
Telheiras foi um exemplo de urbanismo nos anos 70 e inícios de 80, mas rapidamente passou a contra-exemplo.
O que mais me chocava quando lá vivi era o total isolamento do bairro em termos de tecido urbano, por estar completamente rodeado por vias rápidas. Ir a pé para Telheiras era e é uma aventura seja qual fora a origem


Pilaretes numa rua de Telheiras: para além de inúteis, só servem para atrapalhar o trânsito. Quem passa por ali sabe do que falo.
(Isabel G.)
Comentário do leitor Costa (a quem agradeço) na sequência do que escrevi sobre o facto de se ter vindo, pouco a pouco e de forma escandalosa, a transformar Telheiras (bairro residencial) numa zona de atravessamento da cidade, agora extremamente prejudicado com a abertura do último troço do eixo Norte-Sul. Atravessar o bairro tornou-se um pesadelo com grandes congestionamentos e óbvia perda de qualidade de vida. Dá a impressão de que tanto o urbanismo como a a mobilidade, tudo é feito a olhómetro.
E assim, com a maior das calmas e das facilidades, se vão destruindo bairros que, à semelhança da Expo, poderiam ser considerados exemplares em vários aspectos.
*
"Pois é. Mudei-me para Telheiras em 1990, levado em parte pelo discurso aparentemente responsável e qualitativamente preocupado da EPUL. Ao tempo, enfim.
Sei bem do que fala, quando refere a transformação de um bairro residencial numa zona de atravessamento da cidade. Uma zona diariamente violentada, de forma verdadeiramente intolerável.
Mas sobre quem apontar a crítica e o protesto? Sobre quem diariamente a violenta (os milhares empurrados para subúrbios, mas que têm que vir para a cidade trabalhar)? Ou sobre, quem décadas e décadas a fio, tem "planeado" a Grande Lisboa, numa orgia de incompetência (se não mesmo dolo) e venalidade? E com isso forçando impunemente situações aberrantes, como aquela que todos os dias (e já não é de manhã e ao fim do dia, é a todo o tempo) testemunhamos em Telheiras.
Mas Telheiras sujeita-se a outras violências. Telheiras, eventualmente elevada a moda há uns anos, digamos desde a 2ª metade da década de 90, cresceu disparatadamente. E vai crescendo, saturada, estupidamente densificada, sucedendo-se os prédios, separados por ruas abertas agora mas de largura oitocentista (ou pior), e começando a ser também local de instalação de empresas, escritórios, sedeadas numa zona com volumetria pacatamente residencial, que trazem mais gente e automóveis, sem que para estes, como fatalmente teria que ser, haja previsão de um espaço de estacionamento minimamente decente.
Um só e breve exemplo disso: a zona em torno da estação de correios.
Costa
Ps: e voltando ao meu "ódio de estimação" (um deles), assistia-se à vergonha do estacionamento selvagem invadindo Telheiras em dias de jogo no velho estádio de Alvalade. Foi abaixo, fez-se um novo. Acaso se resolveu, ou ao menos se atenuou, com esse novo estádio, esse verdadeiro crime?

Que vergonha, Lisboa!

Fausto Quadros, catedrático em Direito, diz que a votação do empréstimo foi ilegal.
Se assim for, há aqui várias consequências, todas do domínio do prestígio:
1. o PSD vai ter de viabilizar com voto favorável um empréstimo sobre o quel começou por ter uma posição contrária, depois absteve-se e agora vai ter de votar a favor;
2. a Presidente da AML, PTC, ela mesma jurista, deixou passar uma cena destas (se Fausto Quadros tiver mesmo razão);
3. sintetizando: uma vergonha para tantos juristas por quem a proposta deve ter passado, acho eu.

sábado, dezembro 08, 2007

Passeios ou "Isto não é uma maquete de arquitectura"

Veja as diferenças.
Como bem reparou um leitor num comentário "(...) Já reparou que tem quase "tudo" o que nos falta (ou não faz falta).
Passeios arranjados e limpos, estacionamento ordenado, prédios sem marquises e sem graffiti, espaços ajardinados. Parece uma imagem roubada às maquetes de arquitectura, pois.....esses projectos bonitinhos que depois deixam o montinho de lama, o passeio esburacado, etc."

Av. dos Estados Unidos da América, Lisboa, [s.d.].
Artur Goulart in Arquivo Fotográfico da C.M.L.. no blog BIC LARANJA
(Isabel G.)

Proibido fumar em todos os centros comercias

"Proibido fumar", é o dístico que todos os centros comerciais vão ostentar no primeiro dia de 2008. "Vamos cumprir a lei", foi o que os empresários do sector responderam ao DN. "E os fumadores?" Esses vão ter de se adaptar à nova realidade, pelo menos no início. É que os proprietários que pensam criar salas de fumo admitem estar atrasados e os outros vão esperar para ver. Só avançam para espaços alternativos à rua se houver uma diminuição de clientes.
(...)
A excepção à regra de proibição do tabaco nos espaços Sonae são os restaurantes em que, "os proprietários podem decidir por criar espaços próprios para fumadores".
A Mundicenter (sete centros, entre os quais o Amoreiras) e o Dolce Vita (cinco a norte de Lisboa), preferem esperar pela reacção dos consumidores. "Será proibido fumar em todo o shopping, incluindo a restauração e o estacionamento. Apesar de não estarmos a equacionar a hipótese de haver espaços para fumadores, vamos avaliar o impacto da aplicação da nova lei", explica a porta-voz da Mundicenter.
(...)"Os elevados custos na adaptação dos espaços para fumadores e não fumadores é uma das preocupações do sector", sublinhou.[ fonte da Associação Portuguesa de Centros Comerciais.]
Álvaro Portela admite a proibição de fumar leve "marginalmente" à diminuição de clientes. Para a Sonae, os centros comerciais são encarados não como espaços de compras mas como "locais de destino para estar" e, nesse sentido, "é natural que fumadores inveterados possam querer ir embora mais depressa ou evitar sequer ir aos shoppings", justifica."(Diário Notícias)
ISabel G

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Dinheiro, dá-se - e ninguém o quer!

1 de Dezembro de 2007
Não sei se estão recordados que, quando Fernando Gomes foi Ministro da Administração Interna, garantiu que, com ele, não haveria touros-de-morte em Barrancos.
Pouco depois, confrontado com a realidade oposta, explicou-nos que tinha sido aplicada a respectiva multa; e, sendo-lhe perguntado se a multa era uma espécie de taxa que, uma vez paga, suprimia a ilegalidade, respondeu que sim!
E lembro-me sempre dessa anedota quando passo, na Av. de Roma, perto do Frutalmeidas, onde não falta quem prefira arriscar-se a pagar uma multa de €30 a colocar €0,25 num parquímetro.
Assim sendo, de que é que a CML - que tanto se queixa de falta de dinheiro - está à espera para ir buscar o que lhe querem dar?
Anedota adicional: perante a passividade das autoridades e a total incapacidade da autarquia em colocar um simples pilarete, a única esperança dos peões que ali passam reside, actualmente, na tabuleta do talho - que se vê à direita!
*
Correcção: A foto não foi tirada na sexta-feira (30 Nov 07), mas sim na manhã do dia 1, feriado. Nesses dias o estacionamento não é gratuito?