sexta-feira, agosto 31, 2007

A MINHA LISBOA (1)

(Arquivo Municipal)

Foi aqui, no Externato Luso-Britânico, que fiz a minha instrução primária. A escola ainda hoje existe. O que já não existe certamente é a carrinha estacionada à porta e onde ainda fui transportado. Fica na Av. Santa Joana Princesa. Lembro uma a uma, cada uma das professoras que tive. Especialmente a da 4ª classe, que usava uns óculos graduadíssimos e em cuja sala existia o mapa de Portugal, onde na altura se aprendiam banalidades tão violentas como o nome das províncias (que ainda hoje reconheço traduzirem bem as diferenças no território continental), as linhas de comboio, os rios, as serras e as cidades. Foi ali que aprendi a tabuada que ainda hoje sei de cor e cujo empinanço repugna certamente à pedagogia assassina dos tempos modernos.

Governo quer hotel no Quartel da Graça!

Face aos inúmeros novos projectos, meios-projectos e fiascos de hotéis que têm vindo a enxamear Lisboa (Altis Belém, Palácio Rosa, quarteirão da Suíça, antiga U.Livre, Pal.Santa Catarina, Arco do Bandeira, Boa Hora, Corpus Christi, Casa do Governador da Torre de Belém, Casa do Governador do Forte do Bom Sucesso, etc.), e, nomeadamente na Graça, depois do inenarrável atentado ao património que foi a demolição das antiga fábrica da Favorita (entretanto, embargada!), haveria que repensar muito seriamente o que fazem tantos hotéis numa cidade sem turistas, que não de fim-de-semana, na maior parte dos casos vindos (e idos) em low cost, pelo que dificilmente serão hóspedes de um hotel com as características requeridas, compreensivelmente, nos termos do despacho.

Além disto, no caso deste imóvel, ainda haveria que repensar o seguinte:

1. E a zona da Parada, que dava um excelente parque de estacionamento para os moradores da Graça?
2. E a colina por debaixo do quartel, que dava um excelente parque para os moradores da Graça? (allô, Dr. JSF!)
3. E o convento, segue pelo mesmo caminho?

quinta-feira, agosto 30, 2007

Será legal? Não sei, mas não devia.

A fachada do nº 107 da Av.E.U.A. entrou em obras, finalmente. Mas ainda não estão colocados os andaimes até ao 7º andar, nem por lá consta qualquer rede de protecção, e já anda um operário a espatifar a varanda do 1º Esqº, atirando pó e entulho para cima dos transeuntes. Ainda por cima, trata-se de uma esquina onde está uma paragem de autocarro, o que não deixa alternativa aos peões que não o asfalto. Será legal? Não sei, mas não devia.

A fachada do nº 137 da Av.E.U.A. entrou em obras, finalmente. Aqui, o zêlo é tanto que colocaram a toda a altura e largura do R/C uma frente em chapas de zinco, que não deixa entrar um átomo sequer de luz ... já de si pouca. Estou solidário com a inquilina octogenária de um dos R/C, e imagino os tormentos que passa por causa disso. Acresce referir, ainda, que o dito prédio foi comprado há alguns anos por uma firma ... com inquilinos a morar, o que torna o caso muito mais suculento, como é óbvio. Será legal? Não sei, mas não devia.

RADAROLOGIAS

Suscitou basta polémica a minha entrada sobre a remoção dos radares. Descontada a má educação anónima, a que nunca respondo, o debate vivo nos comentários foi profícuo e esclarecedor. Insisto que os radares instalados pela CML são estúpidos e devem ser removidos. Além de outros perigos que causam. Exemplos: o radar à saída do túnel da João XXI, do lado das Olaias, está colocado imediatamente antes de um semáforo, exactamente como o radar instalado junto à Universidade Independente (sítio especialmente apropriado para coisas estranhas). Neste sítio, aliás, é frequente ver pessoas a atravessar a Avenida onde é proibido em vez de utilizarem a passagem de peões. É um convite ao atropelamento, mas destes potenciais suicidas e infractores poucos falam. Não podia haver sítio mais inteligente... O radar instalado à saída do mesmo túnel do lado do Campo Pequeno está instalado não antes de um semáforo, mas entre dois semáforos, num hino supremo à inteligência. Eu já previa o maniqueísmo do "quem é contra os radares é a favor da sinistralidade rodoviária". É coisa que não me preocupa e nem me ofende, porque trata-se de mais uma variante da estupidez dos próprios radares. Sendo certo que os casos patológicos de violação dos limites de velocidade nas cidades existirão com radares ou sem eles, e devem ser severamente punidos, já agora, gostaria de conhecer os números oficiais de acidentes nos sítios em que foram instalados os radares. Alguém os pode fornecer? Quanto à cobrança efectiva das coimas que serão certamente aplicadas na sequ~encia da notificação dos infractores das respectivas contra-ordenações, cá estaremos para ver o resultado. Há coisas que não vale mesmo a pena dizer antes de acontecerem. Cá estaremos.

LIMPEZAS

A Câmara de Lisboa inicia hoje uma acção de limpeza geral da cidade, que envolve lavagem de passeios e remoção de cartazes ilegais. Esta foi uma das promessas de António Costa quando foi eleito. A acção arranca às 22h45 na Avenida da Liberdade, junto ao posto de limpeza dos Restauradores, divulgou a autarquia da capital. Estarei atento para ver se se trata de uma limpeza mesmo geral, ou se vai ser uma acção limitada a zonas emblemáticas da cidade. Para já, aplauso à iniciativa, sem esquecer a pertinência das considerações de Carlos Medina Ribeiro em comentário a esta entrada.

terça-feira, agosto 28, 2007

O fadista

Em cidade nenhuma do mundo existe uma palavra de significacao analoga a esta: o fadista.

Ser fadista quer dizer:
ser um criminoso tolerado, agremiado civilmente, constituindo uma classe.

Pela sua genealogia social o fadista descende dos antigos espadachins plebeus que conquistavam, por meio de exame feito em valentia, o direito de cingirem a espada e de acompanharem com fidalgos bulhentos e tranca-ruas. No seculo passado existia ainda em toda a sua pureza esta raca de bravos de viella, sem officio nem beneficio, vivendo das esportulas da nobreza, apadrinhados por ella, frecheiros com as mulheres, soberboes e insolentes com os mesteiraes e com os mercadores, cobrindo as costas aos fidalgos nas excursoes nocturnas em que estes se divertiam espancando os transeuntes, escalando os muros dos quintaes e dos conventos, desarmando as rondas e acoitando os corregedores e os esbirros ao fundo dos becos tenebrosos e adormecidos.

Entre os alludidos fidalgos figurava como grao-mestre da ordem, como capitao da ala o serenissimo senhor infante D. Francisco, preclaro irmao do senhor rei D. Joao V, que Deus tenha em sua santa guarda.
D'esse interessantissimo principe, cujas tropelias crearam, durante um seculo, em volta das suas terras do Infantado, em Queluz, uma legenda de terror, conta-se este bello feito historico, que basta para mostrar o genero dos divertimentos da sua roda:

Vendo o augusto principe nas vergas de um navio um marinheiro que o saudava, quiz o infante experimentar, por ser mui curioso de balistica, se do logar onde estava poderia alcancar com um tiro aquelle homem que lhe fazia continencia meneando alegremente o seu gorro.
Fazendo em seguida a mais cuidadosa pontaria, e desfechando sobre o alvo, teve sua alteza o summo gosto de ver que o marinheiro se despegara da verga, que dobara no ar por entre as enxarceas e caira por fim estatalado no convez varado pela bala da serenissima escopeta.
Com o que o sr. infante houve um accesso de jubilo, como nunca se lhe vira, e que sua alteza houve por bem desafogar batendo as palmas e dando muitos uivos e pinchos, inequivocos signaes de uma illimitada alegria.
Mais tarde, com a illuminacao de Lisboa, devida ao intendente Pina Manique, e com a creacao da policia moderna, cessaram os recontros, as arruacas, os combates nocturnos da fidalguia com a villanagem lisboeta. Pela razao biologica de que toda a forca organica que se nao exerce se elimina, o antigo valentao plebeu deixou de ter valor mas continuou a conservar o espirito da facanha, da aventura, do amor illicito, da tavolagem e da vadiice, e tomou entao o nome de:
fadista.

O fadista nao trabalha nem possue capitaes que representem uma accumulacao de trabalho anterior. Vive dos expedientes da exploracao do seu proximo.
Faz-se sustentar de ordinario por uma mulher publica, que elle espanca systematicamente.
Nao tem domicilio certo.
Habita successivamente na taberna, na batota, no chinquilho, no bordel ou na esquadra da policia. Esta inteiramente atrophiado pela ociosidade, pelas noitadas, pelo abuso do tabaco e do alcool.
E um anemico, um covarde e um estupido.
Tem tosse e tem febre; o seu peito e concavo, os bracos sao frageis, as pernas cambadas, as maos finas e pallidas como as das mulberes, suadas, com as unhas crescidas, de vadio; os dedos queimados e enegrecidos pelo cigarro; a cabelleira fetida, enfarinhada de poeira e de caspa, reluzente de banha.

A ferramenta do seu officio consta de uma guitarra e de um _santo christo_, que assim chamam technicamente a grande navalha de ponta e triplice calco na mola. E habitado por uma molestia secreta e por varios parasitas da epiderme. Um homem de constituicao normal desconjuntar-lha-ia o esqueleto, arrombal-o-ia com um soco. Elle sente isso e e traicoeiro pelo instincto do inferioridade.
Nao ataca de frente como o espadachim ou o pugilista, investe obliquamente, tergiversando, fugindo com o corpo, fazendo fintas com uma agilidade proveniente do seu unico exercicio muscular--as _escovinhas_.

Nao ha senao uma defesa para o modo como elle aggride: o tiro ou a bengala, quando esta seja manejada por um jogador extremamente dextro. A guitarra debaixo do braco substitue n'elle a espada a cinta, por meio da qual se acamaradavam com a nobreza os pimpoes seus ascendentes do seculo XVI. E pela prenda de guitarrista que elle entra de gorra com os fidalgos, acompanhando-os ainda hoje nas feiras, nas toiradas da Alhandra e da Aldeia Gallega, e uma ou outra vez nas ceias da Mouraria, onde depois da meia noite se vae comer o prado de _desfeita_, acepipe composto de bacalhau e graos de bico polvilhados de vermelho por uma camada de colorau picante.

Por effeito da tradicao na orientacao mental da sua classe elle procura ainda hoje como ha duzentas annos parecer-se e confundir-se pelo modo de trajar com os fidalgos ou com os que julga taes.
A classe dos fidalgos que tresnoitam hoje pelas tabernas e pelos alcouces de Alfama, que sao levantados bebedos dos becos mal afamados, que fallam em calao e que fazem trocas no Colete Encarnado e na Perna de Pau, esta classe de fidalgos, dizemos, compoe-se hoje principalmente de jovens burguezes febricitantes, filhos de honestos lojistas ou de pacientes alfaiates, desencabrestados da rotina paterna pela educacao do lyceu e do collegio nacional, escalavrados pelo alcoolismo e pelo mercurio, profundamente corrompidos, profundamente bestialisados.
O fadista imita esses senhores na escolha que elles fazem dos seus trajes de pandega. Usa como elles a bota fina de tacao apiorrado ou o salto de prateleira, a calca estrangulada no joelho e apolainada ate o bico do pe, a cinta, a jaleca do astrakan e o chapeo arremessado para a nuca pelo dedo pollegar, com o gesto classico do grande stylo canalha.

A guitarra, seu instrumento de industria e de amor, dedilha-a elle com um desfastio impavido, deixando pender o cigarro do canto do beico pegajoso, gretado e descaido; com um olho fechado ao fumo do tabaco e o outro aberto mas apagado, dormente, perdido no vago em uma contemplacao imbecil; o tronco do corpo caido mollemente para cima do quadril; a perna encurvada com o bico do pe para fora; o _cachucho_ da amante reluzindo na mao pallida e suja. Tambem canta, algumas vezes, apoiando a mao na ilharga, suspendendo o cigarro nos dedos, de cabeca alta, esticando as cordoveias do pescoco e entoando as melopeias do fado, em que se descrevem crimes, toiradas, amores obscenos e devocoes religiosas a Virgem Maria, com uma voz solucada, quebrada na larynge, acompanhada da expressao physionomica de uma sentimentalidade de enxovia, pelintra e miseravel.

De resto o fadista nao tem vislumbres de senso moral.
Explica os seus meios de vida pelo premio tirado na cautela de pataco que lhe foi vista na algibeira cebosa do collete. Na batota concilia-se com o furto e com o roubo; na esquadra da policia concilia-se com a mentira; nas suas convivencias do bordel concilia-se com a infamia; e as condicoes especiaes em que ama e e amado acabam por dissolver n'elle os ultimos restos d'essa dignidade animal, para assim dizer anatomica, commum a todos os machos.

- As Farpas (Fevereiro a Maio 1878)

«Arrenda-se» ... à custa de malandrices

Outro dia deu-me para visitar um andarzinho que estava para arrendar em prédio do meu gosto desde há muito, com apenas 4 andares e sem elevador, situado em rua com nome de frei e em bairro como nome de santo, mas cujo senhorio nada tem de santo ou de frei. Passo a explicar:

Chegado lá após marcação com a respectiva agência, apanhei com um encontro de tipo «tupperware», a que não faltaram umas malas pretas de fole, e à qual tinham comparecido mais 3 potenciais arrendatários e respectivas proles (cônjuge, um; mãezinhas, os outros), e 2 funcionários da agência ...sinal evidente que a coisa já estava meio-arrendada.

Entro e a fedúncia da agência avisa-me: «Uma visitinha rápida! Este já está alugado, mas os outros andares vão estar para arrendar em breve!». Atónito, perguntei: «Mas, se os outros andares estão habitados, como é isso?». «Ah, umas malandrices que se fazem (rindo-se)... Daqui a 2 meses, mais ou menos, estrão prontos. O senhorio começou pelo telhado e pelas janelas e tem vindo a descer por aí abaixo», esclareceu-me a dita cuja, exultante.

Furioso, ainda mastiguei alguns insultos a estes empresários de sucesso e, claro, ao casalinho imberbe e nervoso que acabara de fechar o negócio. Mas resignei-me e fui tomar um sumo natural.

Texto editado

Tratadores que são um tratado...

«QUEM JÁ VISITOU a biblioteca do Palácio das Galveias, em Lisboa, talvez conheça uma simpática salinha com quatro mesas e dezasseis cadeiras onde poderá ler inúmeros jornais e revistas - não só os do próprio dia, mas também os anteriores.
Sucede que essa divisão tem duas grandes portas envidraçadas que dão para um jardim muito acolhedor onde, além dos pombos, dos pavões e das frondosas árvores, há umas mesas (com as respectivas cadeiras) e uns confortáveis bancos que estão mesmo a pedir que os utilizem.
Ora, no passado dia 12 de Junho (véspera de Santo António, em que Lisboa abrasava de calor), passei por lá. Entrei, e fiquei satisfeito por ver que essas tais portas estavam entreabertas, permitindo-me aceder às sombras convidativas que me chamavam do outro lado.
Peguei na minha revista favorita, mas - falha imperdoável! - esqueci-me de que estava em Portugal: nem dois minutos haviam passado, e já um diligente segurança me convidava a desandar dali para fora, esclarecendo (a pedido...) que as portas estavam abertas apenas «para arejar».
No dia 19 de Julho, outro dia de grande calor, voltei lá. Desta vez, as portas não estavam apenas entreabertas mas sim escancaradas - só que, pelo que me explicaram, ainda não tinha chegado a autorização para se aceder ao jardim - o que, segundo fiquei a saber, costuma suceder a 15 de Julho.
Voltei lá, então, no passado dia 3 de Agosto - mas apenas para me deparar com a mesma situação. A única diferença foi que, dessa vez, fiquei a saber que o assunto já está a ser tratado.
De qualquer forma, já não tenho grandes esperanças de que o assunto seja «tratado» em tempo útil, pois o mais certo é que os «tratadores» de tão magno problema andem ocupados a «tratar» de outras coisas (como os programas de incentivo à leitura, por exemplo) - e o tempo, apesar de os dias agora serem grandes, também não dá para tudo.»
*
O QUE ACIMA SE LÊ é o teor de uma carta minha publicada no "Público/Local-Lisboa" em 8 de Agosto de 2006. Poucos dias depois, uma senhora responsável respondeu, no mesmo local:
Dava-me razão, e explicava que o que impedia o acesso aos jardins era o facto de ser possível que alguém roubasse publicações da Biblioteca, passando-as pelas janelas que dão para a(s) rua(s).
Mas - adiantava - o assunto já estava a ser tratado, pelo que, em breve, o jardim abriria ao público.
*
HOJE (mais de um ano depois, portanto), voltei lá, só para ver se o assunto já estava tratado...
Será mesmo preciso dizer o resto?

segunda-feira, agosto 27, 2007

Monsanto: Sá Fernandes aberto a melhorias do Campo de Tiro»

In Diário Digital (25/8/2007)

Não fosse estarmos ainda na silly season e diria que JSF está deslumbrado com o poder. Começa, mal, a mostrar o que vale. Por este andar ainda o vamos ver a defender um condomínio para a «sua» colina da Graça!

Monsanto tem que se livrar do campo de tiro, ponto. Paninhos quentes e pózinhos para os olhos, não, caro Dr.JSF.

A acompanhar, em breve.

sábado, agosto 25, 2007

AS AGULHETAS TAMBÉM FORAM DE FÉRIAS?

Apesar da promessa de António Costa, as ruas de Lisboa continuam um nojo. As agulhetas também foram de férias, ou continuamos com o método Carmona, ou seja, "espera que chova e que um mau cheiro substitua o outro"?

REMOÇÃO DOS RADARES

Em Portugal o bom senso fica sempre a meio. Esta petição que Luís Coimbra linkou aqui em baixo justifica-se por ser um progresso relativamente à situação ridícula em que a Camara Municipal de Lisboa colocou os condutores de Lisboa. Mas fica aquém do necessário. Quando existir uma petição a pedir a remoção dos estúpidos radares, que mais não são do que caixas registadoras da CML e ainda por cima ineficazes porque não existe capacidade de cobrança efectiva dos rodoviomilhões, então eu assino.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Petição ao Presidente da CML

PELA ALTERAÇÃO DE 50 KM/H PARA 80 KM/HORA

Se quiser subscrever petição ao Presidente da Câmara, vá a:

http://www.petitiononline.com/dotecome/petition.html

Luís Coimbra

Domingo, só vai faltar o Babe


A ideia até nem é nova, já Miguel Portas a tinha defendido há 6 anos, na altura até com projecto bem melhor. De qualquer forma, do que o Terreiro do Paço precisa é só de uma coisa: recuperar a dignidade perdida. Como?

Começando por ver recuperados o Arco da Rua Augusta e a estátua de D.José, encardidos e mutilados, e uma vergonha para qualquer cidade, quanto mais na praça principal de uma capital. É ver acabadas, de uma vez por todas, as malfadadas obras do Metro; recolocando-se o Cais das Colunas e trasladando-se a inenarrável boca de acesso à passagem subterrânea junto ao torreão do lado nascente da praça. Depois, é libertar os pisos térreos em toda a extensão das arcadas para esplanadas, espaços lúdicos e culturais. Mas que fiquem os ministérios, pelos menos os serviços de topo.

Mas, por favor, digam NÃO ao skate, à esplanada e ao quiosque pimbas, aos decibéis e à sujidade. Mas também à árvore do Millenium, ao tradicional alumínio dos perfis das janelas em volta do Terreiro e aos buracos no pavimento. Que se feche o Terreiro do Paço aos carros, sim, mas de vez, não só ao Domingo, para inglês ver ... isso lembra-me o 22 de Setembro de João Soares, com a Avenida toda para peões e bicicletas, para no resto dos 6 anos de mandato nada ter sido feito em prol do peão e do direito ao ar livre e ao passeio.

Vamos a ver no que dão os «jogos sem fronteiras» de Domingo.

Tudo na mesma

Regressado a casa deparei-me com dezenas de mupis informando-me que «aos Domingos o Terreiro do Paço é das pessoas, das 8h às 20h». Ena, minha querida Lisboa, continuas na mesma, fazendo de conta.

"Carmona quer voltar a ganhar dinheiro e anda mais de mota. [José] Sá Fernandes (lapsus linguae) soa menos duro e coabita com Costa. Roseta já acusa, Ruben também.Negrão? Ainda está distante."
Revista Sábado, 23-8-07-(clicar na imagem para aumentar)
(Isabel G.)

quinta-feira, agosto 23, 2007

O valor da abstenção de Costa pela Portela+1

«A Câmara Municipal de Lisboa adoptou ontem, por maioria, uma recomendação ao Governo: quer que o estudo do LNEC sobre o novo aeroporto de Lisboa abranja a hipótese Portela+1. A proposta foi apresentada por Helena Roseta. Mas, tendo sido aprovada, passou a ser de toda a câmara. O que quer dizer que a Câmara de Lisboa, presidida pelo PS, recomenda ao Governo, do PS, que faça um estudo sobre um cenário que o Governo tem rejeitado em absoluto.Esta é a primeira vez que se manifesta publicamente o facto de António Costa governar sem maioria a maior autarquia do País. E logo numa recomendação contra o sentido oficial da posição do Governo do qual fez parte. À parte do conteúdo concreto da recomendação, é um sinal preocupante para a estabilidade da capital: como se sabe, a falta de maioria absoluta do anterior presidente foi uma das razões principais que conduziram à queda do executivo camarário. Perante a proposta de Roseta, o PS absteve-se (António Costa incluído). Quer dizer: não votou contra. O que quer dizer isto? Bom, para já, uma evidência: enquanto ministro, Costa era frontalmente contra a hipótese Portela+1. Agora, enquanto presidente da câmara, já deixou de ser contra, apenas se abstém. Falta saber se este voto é um passo de Costa ao encontro do seu novo eleitorado (os lisboetas), ou se é, de certa forma, um primeiro sinal de uma possível evolução do Governo.»

Os novos e os velhos...

Estas fotos, que mostram dois velhos placards entretanto removidos, foram tiradas no Campo Grande, no mesmo local onde actualmente está instalado um dos polémicos radares
ANTES DE MAIS, peço que fique bem claro que não estou de acordo com os actuais limites de velocidade em algumas artérias de Lisboa que, por construção ou adaptação, são autênticas vias-rápidas (*). Mas - atenção! - não só de Lisboa; não só das que têm os novos radares; e não só agora, quando começa a haver muita gente multada.
Posto isso, aqui fica uma pergunta - essa, sim, essencial porque vai ao cerne do problema:
Porque é que, durante DEZENAS de anos, nunca ninguém se preocupou com radares como os que são referidos nestas imagens, e que, supostamente, faziam exactamente o mesmo que os actuais?
A resposta é simples: porque se sabia que raramente (ou nunca) funcionavam!
Ou seja: o que actualmente preocupa muito boa gente não é o facto de a lei ser absurda, mas sim haver quem tenha a ideia estapafúrdia de a querer fazer cumprir...
*
(*) Nestas imagens, vê-se uma extensa via com 3 faixas de rodagem, que tem passagens desniveladas para os peões e onde a velocidade máxima autorizada é de 50 km/h. Simplesmente - e diga-se isso tantas vezes quantas forem necessárias -, não foi a CML quem inventou esse valor, pelo que não é a ela que se deve o odioso de o fazer cumprir.
Por sinal, e concluindo-se que se está perante um absurdo (dos muitos que geram as Leis-da-Treta tão ao gosto do legislador lusitano), só há que agradecer a essa mesma CML o facto de o expor, claramente, à luz do dia.

Oposição vota adiamento proposta de reuniões descentralizadas, António Costa avisa que PS/BE podem avançar com as sessões

Os vereadores da oposição na Câmara de Lisboa votaram hoje pelo adiamento da proposta socialista para a realização de reuniões descentralizadas mas o presidente da autarquia afirmou que a maioria PS/BE poderá avançar sozinha com as sessões.
Em causa está uma proposta socialista para a realização mensal de reuniões de Câmara em diferentes locais da capital destinadas exclusivamente à intervenção da população.
"Se a maioria da Câmara não quiser, eu próprio e todos os vereadores com pelouro realizaremos reuniões com os cidadãos em diferentes zonas da cidade", afirmou António Costa na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do executivo municipal.
Foi hoje decidido o adiamento da proposta socialista, com os votos favoráveis de todas as forças da oposição, com excepção dos três vereadores do movimento Lisboa com Carmona, que se abstiveram.
Lusa

quarta-feira, agosto 22, 2007

Projecto na Av. Infante Santo: nova polémica

Provedoria de Justiça critica conclusões da IGAT sobre projecto da Av. Infante Santo
A IGAT "conclui pela verificação de procedimentos irregulares graves em práticas" da Câmara de Lisboa, "mas parece conformar-se com o uso reiterado das mesmas", sublinha a Provedoria

A Provedoria de Justiça fez este mês numerosas críticas às conclusões de um inquérito da Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT) ao licenciamento das obras do condomínio privado que está em fase de acabamento no número 58 da Avenida Infante Santo, em Lisboa. Um dos pontos de discórdia é a inexistência de uma operação de loteamento, procedimento que a IGAT considera opcional mas que a Provedoria garante ser "necessário" e fazer a diferença entre a garantia da "prosperidade do promotor" e "a vantagem para o interesse público".

In 'Público' (sem link) - integralmente transcrito em LisboaLisboa2

RADARES

Enquanto aproveitamos os últimos dias de Lisboa em Agosto, em que mais brilha a beleza da cidade, enquanto esperamos que António Costa ponha em marcha a operação higiene, lavando as ruas e removendo a merda de cão que enxameia os passeios, remeto para o artigo de João Miguel Tavares, no Diário de Notícias de ontem e que subscrevo integralmente:
Subscrevo na íntegra.

Os "Verdeufémios" e os "artistas" das avenidas-novas

TODA A DISCUSSÃO em torno dos "verdeufémios" teve, pelo menos, uma vantagem:
Ficámos a saber que há certos crimes (que têm o patusco nome de "semi-públicos") que só têm consequências para quem os pratica se forem objecto de queixa das suas vítimas.
É estranho, parece injusto (nomeadamente porque o receio de represálias pode ser determinante), mas é mesmo assim - e foi a percepção, agora, dessa realidade que me fez entender o que se passou comigo há um par de anos:

Foi quando me apercebi que era possível que, à vista de toda a gente, jovens assaltassem quiosques dos CTT, cabines telefónicas e parquímetros impunemente - cenas essas a que assisti por cinco vezes (nos Restauradores e nas Avenidas Novas) e em plena hora-de-ponta, duas das quais mesmo nas barbas de agentes da PSP e da Polícia Municipal!
Revoltado e intrigado pela inacção destes, resolvi, a certa altura, abordar um - que me pareceu mais pachola - e perguntar-lhe a razão de tanta passividade. E o homem, com aquele ar fatigado de quem já disse a mesma coisa mil vezes, explicou-me:
O mais que podiam fazer era abordar os larápios e identificá-los - eventualmente na esquadra, se houvesse possibilidade de os levar até lá.
Em seguida, e como as empresas lesadas não apresentavam queixa, os jovens apenas tinham, como punição, um curto intervalo forçado na sua actividade - que decerto aproveitavam para um bem merecido repouso...
Na altura, ficou tudo dito. Agora, ficou tudo percebido.
-
Ver [aqui] uma referência ao Zé do Boné, um desses esforçados jovens que ajudam a EMEL a justificar os sistemáticos prejuízos que tem.

terça-feira, agosto 21, 2007

Regimento dos Sapadores de Lisboa em crise

«A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais denuncia uma crise no Regimento dos Sapadores de Lisboa. Os problemas estão relacionados com a falta de pessoal, má organização interna e queixas de abandono por parte da Câmara Municipal nos últimos quatro anos.
Os representantes dos bombeiros profissionais foram recebidos, esta terça-feira, pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, nos Paços do Concelho. Na bagagem levaram inquietações que foram explicadas à TSF pelo presidente da associação, Fernando Curto.«A falta de um regulamento interno que é extremamente importante para a organização do corpo de bombeiros, outras situações estão relacionadas com a falta de pessoal, os efectivos e a progressão na carreira, faltam 300 efectivos para completar os quadros», adiantou.»
...

domingo, agosto 19, 2007

Tolerância Zero às multas rodoviárias

Após as críticas pela alegada aferição "por baixo" dos radares da CML, a DGV emitiu uma ordem interna para as forças de autoridade (PSP e GNR), a determinar a ausência de tolerância às multas
Segundo um documento a que o LusoMotores teve acesso, distribuído na passada semana junto da Divisão de Trânsito de Lisboa, a DGV deixou claro que deixam de ser tidos em conta, a partir deste mês, os normais valores de tolerância aos limites de velocidade e de níveis de álcool no sangue deixam de ser considerados, uma situação perfeitamente legal, desde que os aparelhos que forem usados pelas forças de segurança forem devidamente aferidos de acordo com as normas legais.
(...)

sábado, agosto 18, 2007

Uma proposta estranha para resolver problemas de tesouraria da Câmara de Lisboa...

O que diz Sá
Criar uma marca de vinhos e azeites de Lisboa e comercializar as amêijoas e as corvinas que se pescam no Tejo são algumas das «ideias radicais» que José Sá Fernandes está a desenvolver para aumentar as receitas da Câmara de Lisboa. O vereador eleito pelo Bloco de Esquerda diz que «é preciso ter criatividade» para fazer face às despesas do município...
Sol
Quando li, ao meu lado alguém disse logo: «Mas isso é verdade ou é no gozo?». Antes de mais, Sá Fernandes podia ir ver as condições em que são pescadas e apanhadas as espécies de que fala. Talvez fosse óptimo começar por melhorar essas condições - e isso levará outros tantos anos quantos levou a deixar as águas do Tejo naquele estado. Quanto ao vinho e ao azeite, salvo melhor opinião, julgo que chegam a Lisboa (pelo menos à Cidade de Lisboa - e julgo que é dessa que se trata) já engarrafados... Não estou a ver os olivais e as vinhas dentro da Cidade. Não conheço. Mas deve ser lapso meu, devo estar enganado, «prontos».
«Para fazer face às despesas do Município»????? Mas então vamos pôr os Serviços Municipais a cultivar vinho e azeite e a apanhar amêijoa e corvina ali no Estuário??? Que diabo deu às pessoas?

quinta-feira, agosto 16, 2007

Os novos membros da Câmara de Lisboa


Os novos membros da Câmara Municipal de Lisboa foram eleitos a 15 de Julho e tomaram posse a 1 de Agosto. As suas fotos oficiais, ordenação, nomes completos e, no caso dos vereadores em regime de permanência, os pelouros pelos quais são responsáveis - estão já disponíveis no site da CML. Aqui.

terça-feira, agosto 14, 2007

Em causa os 13 concursos anulados na CML

Sindicato quer que sejam repostos os 13 concursos e as 466 vagas

«O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) enviou hoje um ofício ao presidente da autarquia local, solicitando-lhe uma reunião "urgente" e "exigindo-lhe" que revogue a anulação de 13 concursos externos para o quadro de pessoal.
A informação foi dada à agência Lusa por Delfino Serras, do STML, que acrescentou que a decisão de António Costa anular "13 concursos externos para preencher 466 vagas na Câmara vai pôr em causa o normal funcionamento da autarquia".
Contactada pela agência Lusa, fonte da presidência do município de Lisboa confirmou a decisão de António Costa "anular 13 concursos externos que ainda estavam em condições de ser anulados, num total de 466 lugares", sublinhando tratar-se de "uma medida necessária e a mais adequada face à situação financeira dramática que se vive na autarquia de Lisboa".»
Lusa
«“A anulação dos concursos não é mais do que despedimentos à vista na Câmara de Lisboa”, sublinhou Delfino Serras, acrescentando que “desrespeita compromissos assumidos anteriormente para com os trabalhadores”».
Sol

domingo, agosto 12, 2007

CML: Sobre os 300 milhões da poupança anunciada

Leio que António Costa vai apresentar um Orçamento Municipal com menos 300 milhões de euros do que o deste ano: as mudanças em curso na CML, diz o 'Diário Digital', «antecipam já a filosofia do Orçamento municipal para 2008. Costa já decidiu um corte da ordem dos 300 milhões de euros na despesa, ou seja, uma redução de 37,5% em relação ao orçamento em vigor no ano em curso».

É de notar que nos anos de Santana e Carmona houve sempre uma característica de gestão: a execução nunca passou dos 30 a 40%. Este primeiro dado, já de si sintomático, deve ser conjugado com outro não menos surpreendente: é que do lado da despesa houve sempre nestes últimos seis anos, por um lado, uma incapacidade notória em investir bem (nos sectores e programas mais necessários à Cidade) e, por outro lado, uma estonteante vertigem em derreter milhões em áreas inadequadas ou mesmo para malbaratar e desperdiçar ou, pior ainda, entregar a esmo e sem que se percebesse porquê a amigos e amigos de amigos muitas centenas de milhões de euros... ao mesmo tempo que, do lado da receita, estes seis anos demonstraram como é fácil gerir mal também nessa área: a recolha de impostos e taxas é minimalista; a entrega pura e simples de benefícios e isenções a certas entidades ou iniciativas é maximalista - traduz-se na perda de outras tantas dezenas de milhões de euros. Dou só um exemplo: a isenção de taxas atribuída ao Rock in Rio, junto com a despesa de apoios da CML, deve ter-se cifrado num prejuízo de mais de uma dezena de milhões de euros em cada edição.

Tudo somado, estes casos têm resultado numa estrondosa vergonha de gestão municipal.
.
Vem isto a propósito da «redução de 300 milhões»... Ok. Mas... Pode não ser tão tranquilizante quanto se possa pensar à primeira vista... Não é só por aí. A receita e as suas circunstâncias, a despesa e as suas características - tudo tem de ser equacionado neste mesmo quadro de uma gestão que se quer adequada à situação actual da Cidade. Aproveitar bem os recursos da autarquia (pessoas, competências, máquinas, estruturas, experiência). Poupar. Investir. Descentralizar. Rentabilizar. Fazer, mais do que mandar fazer e pagar.

Acho que é assim. Aprendi que é assim.
Aguardemos.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Cenas lisboetas (4)

Na tarde da tomada de posse de António Costa como presidente da Câmara de Lisboa. Salão nobre dos paços do município à cunha, um calor de fazer transpirar as pedras da calçada.
Enquanto se aguardava a chegada dos empossados, um dos convidados, fatinho escuro e gravata a condizer, falava ao telemóvel:
"Deixa-te estar. Fica aí na pastelaria. Bebe uma água fresca..."

terça-feira, agosto 07, 2007

Pelouros em Lisboa


Está completa a distribuição de pelouros na CML. Fica assim:

António Costa, Presidente
Segurança e Actividades Económicas (Gabinete de Auditoria Interna, Departamento de Apoio à Presidência, o Departamento de Apoio aos Órgãos do Município, Direcção Municipal de Actividades Económicas, com excepção do Departamento de Abastecimentos). Polícia Municipal, Regimento de Sapadores Bombeiros, Direcção Municipal de Segurança e Tráfego, com excepção do Departamento de Tráfego, o Turismo de Lisboa e a Lispolis (Associação para o Pólo Tecnológico de Lisboa).

Marcos Perestrello, Vice-presidente
Higiene Urbana e Espaço Público, Desporto, Obras Municipais e Mercados (Departamento de Segurança Rodoviária e Tráfego, Direcção Municipal de Ambiente Urbano, com excepção do departamento de Ambiente e Espaços Verdes, Direcção Municipal de Projectos e Obras, Departamento de Abastecimentos, Departamento de Desporto Social da Direcção Municipal de Acção Social, Educação e Desporto). EMEL, EMARLIS, ligação CML / juntas de freguesia, SIMTEJO, Valorsul e MARL.

Manuel Salgado
Urbanismo e Planeamento Estratégico. EPUL e SRUs. (Direcção Municipal de Planeamento Urbano, Direcção Municipal de Gestão Urbanística, Direcção de Conservação e Reabilitação Urbana e Departamento de Planeamento Estratégico).

Cardoso da Silva
Finanças, Património e Recursos Humanos (direcções municipais dos Serviços Centrais, Recursos Humanos, Finanças, o Departamento do Património Imobiliário). Tutela das finanças de todas as empresas municipais e participadas. Ambelis.

Rosália Vargas
Cultura, Educação e Juventude (direcções municipais da Educação e Cultura). EGAC e Orquestra Metropolitana de Lisboa.

Ana Sara Brito
Habitação e Acção Social (Gebalis, a Direcção Municipal de Habitação, o Departamento de Acção Social da Direcção Municipal de Acção Social) e Desporto. Ligação entre a câmara e a Assembleia Municipal.

José Sá Fernandes
Espaços Verdes e Plano Verde (Departamento de Ambiente e Espaços Verdes e assuntos relativos ao Plano Verde). Agência Municipal de Energia e Ambiente, Lisboa E-Nova.

domingo, agosto 05, 2007

Em frente à entrada do Jardim Zoológico

Os destroços a céu aberto do que me parece ser a antiga entrada para o Metropolitano de Sete Rios. Quem se esqueceu disto aqui?
Também não percebi muito bem como é que se consegue atravessar ali, principalmente com crianças.
(se clicar nas imagens vê-se melhor o lixo e a incúria, porque felizmente o cheiro não chega aqui.)





(fotog.e texto Isabel G)

sábado, agosto 04, 2007

Notas sobre a frente camarária de Lisboa

Começou o novo mandato. Até 5 de Outubro de 2009: 26 meses. António Costa tem um gigante para domar. Fez um acordo minoritário com o Bloco de Esquerda - cujo texto não o indica mas que Sá Fernandes diz que lhe mantém total liberdade de voto em tudo. Esta maioria minoritária tem pela frente um desafio enorme: conseguir acordos pontuais com alguma das restantes listas, de modo a fazer «passar» as suas linhas de acção. O maior dos próximos desafios neste particular é o Orçamento e Plano de Actividades para 2008.
Nas primeiras horas de mandato houve já vários indícios:

1.
As competências da CML a delegar em António Costa e que este delegará parcialmente nos vereadores com pelouros foram negociadas à mesa da sessão com sucesso assinalável. E isso é um bom começo: cedências de parte a parte, muitos contributos, muitas alterações, muitos entrosamentos. Boa marca, para começar.

2.
Logo a seguir à tomada de posse, Sá Fernandes disse que ia reunir com o presidente e com os directores municipais. Primeiro erro: o presidente, esse sim, reuniu com ele e com os directores municipais.

3.
Após a sessão, com «toda» a imprensa presente, as conferências de imprensa foram calmas, rápidas, sem o estilo «passerelle» a que Santana «habituara» os jornalistas - estilo ue, de algum modo, mesmo que adormecido, se prolongou até há três meses. Isso foi bom: acabou o «show», provavelmente. Aliás, o porta-voz do PS, Marcos Perestrello, imprimiu um estilo muito soft. E isso foi um bom sinal.

4.
Sá Fernandes não esteve:foi substituído pelo número 2, Pedro Soares, também ele mais soft - pelo que não se pode ainda aquilatar sobre qual será o modelo que SF vai adoptar desta vez. Isso ficará para o dia 22, próxima reunião, ou para 5 de Setembro, primeira sessão pública.

5.
Roseta, Carmona e Negrão ainda mantiveram um compreensível low profile. Mas outros modelos surgirão em breve. Isso é notoriamente previsível.
.
6.
Foram finalmente estabelecidas regras para a formação dos gabinetes dos vereadores. Em sessão de câmara. E isso é bom. As coisas claras funcionam muito melhor. O resultado é muito próximo daquilo que eu próprio penso que devia ter acontecido. E isso dá-me uma grande satifação.

Futuro
Vamos continuar a acompanhar naturalmente o que se vai passar e o trabalho de todos: presidente da CML, seis vereadores a tempo inteiro (5 do PS e 1 do BE), mais as oposições: 3 vereadores da lista de Carmona, 3 da lista do PSD, 2 da lista de Helena Roseta (ela mesma e Manuel Joãp Ramos, da nossa bem conhecida ACA-M) e 2 da lista da CDU (Ruben de Carvalho e Rita Magrinho).
É natural que surjam conflitos e lutas políticas. A CML é a mesma. Os agentes e protagonistas é que mudaram ou mudaram de pódio.

40 milhões
Uma nota à margem: na véspera da tomada de posse, a CML recebe do Governo mais 40 milhões de euros do que esperava. Boa notícia.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Confissão

Nem tudo o que luz é ouro, dizem. Pois aí temos a confissão pública de Pedro Magalhães, do Centro de Sondagens da Universidade Católica - comentários destemidos na RTP 1 nas noites eleitorais - e do blog Margens de Erro. No dia a seguir às intercalares de Lisboa, colocou um post digno de registo...
As aparências iludem?
Divirta-se com a sua chamada para os Monty Pithon... Aqui.