sábado, fevereiro 28, 2009
Santana e a obra (1)
ln Público (28/2/200)
Inês Boaventura
«Comerciantes da Feira Popular ameaçam acção contra autarquia
O espaço de Entrecampos fechou há mais de cinco anos, mas os feirantes das barraquinhas e dos móveis ainda reclamam indemnizações
Mais de cinco anos depois do encerramento da Feira Popular de Lisboa, um grupo de cerca de 20 feirantes ameaça processar a Câmara de Lisboa, a Associação de Feirantes e a Fundação O Século, por considerar que foi lesado pela forma como foi distribuída a indemnização de cerca de 20,5 milhões de euros atribuída pela autarquia.
Os contestatários exploravam dois tipos de negócios na feira: pequenas barracas onde se vendiam produtos como algodão doce e ginja e espaços dedicados à comercialização de móveis. Ao todo, são 21 os comerciantes, alguns dos quais ocupavam mais do que uma área comercial, que ponderam recorrer à justiça.
A forma de distribuição dos cerca de 20,5 milhões de euros foi estabelecida por uma comissão arbitral, que incluía representantes dos feirantes e da autarquia e um elemento do Tribunal da Relação de Lisboa, com base no relatório de um perito avaliador. Mas esta questão nunca foi consensual, tendo surgido no fim de 2005 um grupo de feirantes que exigia verbas superiores às que lhes estavam destinadas, na sequência de negociações paralelas feitas com a Associação de Feirantes.
Quase cinco anos e meio depois do encerramento da Feira Popular de Lisboa, alguns desses feirantes voltam à carga, "não para atacar ou rever a distribuição", mas para reivindicar compensações monetárias por alegados danos decorrentes da maneira como esta foi feita. A explicação é do advogado Pedro Valido, que representa os 21 contestatários, apesar de no passado ter estado do outro lado da barricada, com os feirantes que exigiram o pagamento dos valores definidos pela comissão arbitral.
Pedro Valido acusa o actual executivo camarário de "desprezo pelos feirantes", já que "não manifesta interesse nem disponibilidade para ouvi-los". Se esta atitude persistir, avisa o advogado, o passo seguinte será interpor, junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, duas acções judiciais contra a Câmara de Lisboa, a Associação de Feirantes e a Fundação O Século, entidade que geria o espaço em Entrecampos.
Um dos processos será desencadeado pelos feirantes que exploravam as chamadas barraquinhas e que, segundo Pedro Valido, receberam, porque ocupavam espaços de pequena dimensão, "valores irrisórios", na maioria das situações entre os seis mil e os oito mil euros, e que não tiveram qualquer "acerto social".
Um segundo processo será interposto pelos vendedores de móveis, que antes do fecho da feira tinham sido persuadidos a trocar as lojas que ocupavam a título individual por espaços de menores dimensões em dois pavilhões partilhados, com a garantia de que poderiam regressar aos locais originais. Mas esta prerrogativa, explica Pedro Valido, não foi considerada no cálculo das compensações atribuí-das pela câmara, prejudicando estes comerciantes. »
Foto: «Pau para toda a obra»
sexta-feira, fevereiro 27, 2009
Mistérios de Lisboa (cont.)
ESTA FOTO, tirada recentemente junto à Assembleia Municipal de Lisboa, mostra 3 carros multados pela EMEL. Há, no entanto, qualquer coisa que aqui não bate certo. O que é?
O primeiro leitor que der a resposta correcta receberá um exemplar de «Cidade Escaldante», de Chester Himes.
Actualização (14h09m): a resposta certa já foi dada, como se pode ver ver [aqui]. Pede-se a Mendonça que contacte medinaribeiro@iol.pt, indicando morada para receber o prémio.
Mistérios de Lisboa - Um artista português...
UM DIA DESTES, a propósito do estacionamento selvagem em lugares destinados a motos, comentei [aqui] que bastaria colocar um par de pilaretes para resolver o problema - e juntava uma foto do que está feito na Av. Fontes Pereira de Melo.
Pois bem; esta foto, tirada na mesma artéria, mostra que, se calhar, o que eu escrevi pode não ser verdade!
Mas fica a dúvida: como é que o artista conseguiu...?!
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
Disparates
É preocupante que a agenda do Governo ande tão permanentemente desfasada das necessidades ditadas pela realidade. Desta vez tocou à Juventude, que tanto precisa de ensino de qualidade e perspectivas profissionais de futuro.
No dia 18 de Fevereiro foi publicada a Lei nº 8/2009, que cria o Regime Jurídico dos Conselhos Municipais de Juventude. A juventude, o futuro, merece-me todo o respeito e empenho. A sua ‘utilização’ politiqueira, não. A Lei nº 8/2009 é um exemplo descarado de politiquice.
Apesar da má qualidade das nossas leis e da sua profusão, raras vezes me foi dado a observar um regime – peço desculpa pela brutalidade – tão pouco inteligente, da composição às competências. Está tudo feito para que nada funcione nem permita funcionar: os conselhos municipais de juventude são compostos, entre outras entidades, por um representante de cada associação juvenil com sede no município, inscrita no Registo Nacional de Associações Jovens, um representante de cada associação de estudantes do ensino Básico e Secundário com sede no município inscrita no RNAJ (exacto, é verdade) e, ainda, um representante de cada associação jovem equiparada a associação juvenil...
Supostamente, estes conselhos colaboram na definição e execução de políticas municipais de juventude em áreas como a habitação, a saúde, etc. Compete-lhes também emitir pareceres obrigatórios sobre alguns projectos de regulamentos, bem como sobre o orçamento municipal e o plano anual de actividades.
Não imagino quão preparada esteja, por exemplo, uma associação de jovens do ensino Básico para discutir estas matérias em toda a sua complexidade. Ignorância minha. A administração participada é para aplaudir, mas isto não é administração participada, é demagogia e instrumentalização.
Em Lisboa, não vejo onde caiba ou onde possa reunir, nem sequer como possa reunir, um órgão com tal estrutura, considerando que o município está obrigado a disponibilizar instalações ‘condignas’, note-se.
Entretanto, a fome cresce na cidade e o desemprego também, com grande incidência entre a juventude.
Ele há, de facto, mentes brilhantes cujo objectivo esta humilde escriba não descortina e pormenores de intendência que obviamente me escapam.
Haja juízo e preocupação com coisas sérias, que de medidas demagógicas e entropias no sistema estamos todos mais do que fartos.
No dia 18 de Fevereiro foi publicada a Lei nº 8/2009, que cria o Regime Jurídico dos Conselhos Municipais de Juventude. A juventude, o futuro, merece-me todo o respeito e empenho. A sua ‘utilização’ politiqueira, não. A Lei nº 8/2009 é um exemplo descarado de politiquice.
Apesar da má qualidade das nossas leis e da sua profusão, raras vezes me foi dado a observar um regime – peço desculpa pela brutalidade – tão pouco inteligente, da composição às competências. Está tudo feito para que nada funcione nem permita funcionar: os conselhos municipais de juventude são compostos, entre outras entidades, por um representante de cada associação juvenil com sede no município, inscrita no Registo Nacional de Associações Jovens, um representante de cada associação de estudantes do ensino Básico e Secundário com sede no município inscrita no RNAJ (exacto, é verdade) e, ainda, um representante de cada associação jovem equiparada a associação juvenil...
Supostamente, estes conselhos colaboram na definição e execução de políticas municipais de juventude em áreas como a habitação, a saúde, etc. Compete-lhes também emitir pareceres obrigatórios sobre alguns projectos de regulamentos, bem como sobre o orçamento municipal e o plano anual de actividades.
Não imagino quão preparada esteja, por exemplo, uma associação de jovens do ensino Básico para discutir estas matérias em toda a sua complexidade. Ignorância minha. A administração participada é para aplaudir, mas isto não é administração participada, é demagogia e instrumentalização.
Em Lisboa, não vejo onde caiba ou onde possa reunir, nem sequer como possa reunir, um órgão com tal estrutura, considerando que o município está obrigado a disponibilizar instalações ‘condignas’, note-se.
Entretanto, a fome cresce na cidade e o desemprego também, com grande incidência entre a juventude.
Ele há, de facto, mentes brilhantes cujo objectivo esta humilde escriba não descortina e pormenores de intendência que obviamente me escapam.
Haja juízo e preocupação com coisas sérias, que de medidas demagógicas e entropias no sistema estamos todos mais do que fartos.
In Correio da Manhã
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
Lenda de S. Vicente e a Cidade de Lisboa
Na Chronica de D. Affonso Anriques:
Como o Corpo de S. Vicente foi achado por uns devotos homens que o foram buscar
Já antes desto, em seu lugar contamos como El-Rei D. Affonso Anriques foi por si com grande cuidado, e devação, buscar o Corpo de S. Vicente, e não o pôde achar havendo já vinte e seis annos que a Cidade de Lisboa era em poder de Christãos, tomada a Mouros, fez El-Rei Albojaque tregoas, com El-Rei D. Affonso Anriques por cinco annos, as quaes foram feitas quatro dias do mez de Maio era do Senhor de mil cento e setenta e trez annos, (1173) então, certos homens de Lisboa, com grande devação, vendo que já podiam ir seguros áquelle lugar onde o Corpo de Vicente jazia, fizeram prestes uma barca, com todo o que lhes fazia mister, e foram-se lá sem nhum impedimento, nem deficuldade, chegaram, e desembarcaram no mesmo lugar, onde postos em oração, mui devotamente a Deos pediam que lhes mostrasse onde jazia o Corpo daquelle glorioso Martyr; a poz esto começaram a cavar, e aprouve a N. Senhor que o acharam, e dando-lhe muitas graças e louvores, o tomaram com muito prazer, e devação, e puzeram-no dentro na barca, e logo Deos alli mostrou por elle um grande milagre, que um dos que iam na barca, em desenterrando aquelle santo Corpo, furtou um dos ossos, e tanto que o tomou, cegou logo de todo, pelo qual cortado de medo, e arrependimento tornou a poello donde o tomara, e neste ponto lhe foi restituida toda sua vista, e foi são como dantes, e tambem se deve atribuir aos grandes merecimentos deste Santo Martyr, que sendo sempre o mar alli alevantado, e perigoso, e reçafa muito grande, foi visto tão chão e manço fóra do acostumado ao embarcar do seu Corpo, como se fôra em qualquer outro lugar, onde nunca houvesse, nem podesse fazer ondas, e assi tornaram com muito prazer a salvamento.
Como o Corpo de S. Vicente foi posto na Sé de Lisboa
Elles chegados ao porto da Cidade de Lisboa, não quizeram logo tirar fóra o Corpo do glorioso Martyr, com receo de lho tomarem por força, e aguardando a noite levaram-no escondidamente á Egreja de Santa Justa, o qual sendo logo sabido ao outro dia pela menhã, segundo Deos não quer sua gloria escondida, toda a Cidade corria para alli, e uns diziam que era bem de o poerem em S. Vicente de Fòra, e outros, que mais rezão era estar na Sé, e neste debate D. Gonçalo Viegas Adiantado mór de Cavallaria del-Rei, que era presente, vendo quão errada cousa era, arguir-se mal e arroido sobre cousa tão santa e devota, que mais com rezão deviam tolhe-lo, fez cessar o alvoroço da gente, e que esperassem até que o El-Rei soubesse, e mandasse o que sua mercê fosse nesso. D. Roberto Daião da Sé homem onesto, e de boa vida, foi o mais onesta e escuzamente que pode a D. Moniz Prior da Egreja de Santa Justa, e rogou-lhe mui afincadamente, que por honrar, e obrigar a Sé, que era a principal e mais dina Egreja da Cidade em que aquelle Santo Corpo mais honradamente, que em outra parte podia estar, lho quizesse dar, e a elle aprouve dar lho, e então os da Sé, com toda outra Clerezia mui ledos, foram por elle, e o levaram mui honradamente em procissão, acompanhado de toda a gente da Cidade dando todos muitas graças, e louvores a N. Senhor, e assi foi trazido, e posto na Sé, onde ora jaz. Os Conegos de S. Vicente vieram logo hi a pedir que lhe dessem das Reliquias daquelle santo Corpo, mas não lhe foram dadas.
Quando El-Rei D. Affonso Anriques soube esto, segundo era devoto, chorou com prazer, louvando muito ao Senhor Deos, por querer em seus dias honrar seu Reino com tão preciosas Reliquias, mandando outra vez áquelle lugar donde o Corpo fora trazido, que vissem, e catassem bem, se ficara ainda lá alguma cousa delle. Foram lá, e feita toda diligencia, acharam ainda um pedaço do testo da cabeça, e pedaços pequenos desatandados do Ataude, o que todo trazido sem nada ficar, pozeram com o Corpo. E conta a Estoria, que depois que este santo Corpo alli foi na Sé, o Corvo o qual, segundo já dissemos, que foi visto guarda-lo quando foi deitado ás aves, e animalias veio sempre na barca com elle, e o acompanhou, e depois de posto na Sé, o viram muitas vezes sobre o seu Moimento, como quem o não queria desemparar, e outras oras se punha sobre o Altar mór, e assi andava voando pela Egreja, e aconteceo, que um moço chamado Joane, que servia na Egreja deu com uma pedra a este Corvo, e foi cousa milagrosa, que logo a essa hora foi tolheito, de todos seus membros, e então seu pai do moço quando vio tamanho pezar ao moço seu filho, lançou-se em oração de noite muito devotamente ante o Corpo de S. Vicente, e foi logo o moço são de todo, como dantes era; e da li nunca mais ninguem ouzou de fazer nojo áquelle Corvo, o qual foi hi visto por muitos tempos. El-Rei mandou escrever o dia, e era em que o Corpo deste glorioso Martyr veio a Lisboa, e foi aos quinze dias do mez de Setembro da sobredita era de mil e cento e setenta e tres annos (1173).
Como o Corpo de S. Vicente foi achado por uns devotos homens que o foram buscar
Já antes desto, em seu lugar contamos como El-Rei D. Affonso Anriques foi por si com grande cuidado, e devação, buscar o Corpo de S. Vicente, e não o pôde achar havendo já vinte e seis annos que a Cidade de Lisboa era em poder de Christãos, tomada a Mouros, fez El-Rei Albojaque tregoas, com El-Rei D. Affonso Anriques por cinco annos, as quaes foram feitas quatro dias do mez de Maio era do Senhor de mil cento e setenta e trez annos, (1173) então, certos homens de Lisboa, com grande devação, vendo que já podiam ir seguros áquelle lugar onde o Corpo de Vicente jazia, fizeram prestes uma barca, com todo o que lhes fazia mister, e foram-se lá sem nhum impedimento, nem deficuldade, chegaram, e desembarcaram no mesmo lugar, onde postos em oração, mui devotamente a Deos pediam que lhes mostrasse onde jazia o Corpo daquelle glorioso Martyr; a poz esto começaram a cavar, e aprouve a N. Senhor que o acharam, e dando-lhe muitas graças e louvores, o tomaram com muito prazer, e devação, e puzeram-no dentro na barca, e logo Deos alli mostrou por elle um grande milagre, que um dos que iam na barca, em desenterrando aquelle santo Corpo, furtou um dos ossos, e tanto que o tomou, cegou logo de todo, pelo qual cortado de medo, e arrependimento tornou a poello donde o tomara, e neste ponto lhe foi restituida toda sua vista, e foi são como dantes, e tambem se deve atribuir aos grandes merecimentos deste Santo Martyr, que sendo sempre o mar alli alevantado, e perigoso, e reçafa muito grande, foi visto tão chão e manço fóra do acostumado ao embarcar do seu Corpo, como se fôra em qualquer outro lugar, onde nunca houvesse, nem podesse fazer ondas, e assi tornaram com muito prazer a salvamento.
Como o Corpo de S. Vicente foi posto na Sé de Lisboa
Elles chegados ao porto da Cidade de Lisboa, não quizeram logo tirar fóra o Corpo do glorioso Martyr, com receo de lho tomarem por força, e aguardando a noite levaram-no escondidamente á Egreja de Santa Justa, o qual sendo logo sabido ao outro dia pela menhã, segundo Deos não quer sua gloria escondida, toda a Cidade corria para alli, e uns diziam que era bem de o poerem em S. Vicente de Fòra, e outros, que mais rezão era estar na Sé, e neste debate D. Gonçalo Viegas Adiantado mór de Cavallaria del-Rei, que era presente, vendo quão errada cousa era, arguir-se mal e arroido sobre cousa tão santa e devota, que mais com rezão deviam tolhe-lo, fez cessar o alvoroço da gente, e que esperassem até que o El-Rei soubesse, e mandasse o que sua mercê fosse nesso. D. Roberto Daião da Sé homem onesto, e de boa vida, foi o mais onesta e escuzamente que pode a D. Moniz Prior da Egreja de Santa Justa, e rogou-lhe mui afincadamente, que por honrar, e obrigar a Sé, que era a principal e mais dina Egreja da Cidade em que aquelle Santo Corpo mais honradamente, que em outra parte podia estar, lho quizesse dar, e a elle aprouve dar lho, e então os da Sé, com toda outra Clerezia mui ledos, foram por elle, e o levaram mui honradamente em procissão, acompanhado de toda a gente da Cidade dando todos muitas graças, e louvores a N. Senhor, e assi foi trazido, e posto na Sé, onde ora jaz. Os Conegos de S. Vicente vieram logo hi a pedir que lhe dessem das Reliquias daquelle santo Corpo, mas não lhe foram dadas.
Quando El-Rei D. Affonso Anriques soube esto, segundo era devoto, chorou com prazer, louvando muito ao Senhor Deos, por querer em seus dias honrar seu Reino com tão preciosas Reliquias, mandando outra vez áquelle lugar donde o Corpo fora trazido, que vissem, e catassem bem, se ficara ainda lá alguma cousa delle. Foram lá, e feita toda diligencia, acharam ainda um pedaço do testo da cabeça, e pedaços pequenos desatandados do Ataude, o que todo trazido sem nada ficar, pozeram com o Corpo. E conta a Estoria, que depois que este santo Corpo alli foi na Sé, o Corvo o qual, segundo já dissemos, que foi visto guarda-lo quando foi deitado ás aves, e animalias veio sempre na barca com elle, e o acompanhou, e depois de posto na Sé, o viram muitas vezes sobre o seu Moimento, como quem o não queria desemparar, e outras oras se punha sobre o Altar mór, e assi andava voando pela Egreja, e aconteceo, que um moço chamado Joane, que servia na Egreja deu com uma pedra a este Corvo, e foi cousa milagrosa, que logo a essa hora foi tolheito, de todos seus membros, e então seu pai do moço quando vio tamanho pezar ao moço seu filho, lançou-se em oração de noite muito devotamente ante o Corpo de S. Vicente, e foi logo o moço são de todo, como dantes era; e da li nunca mais ninguem ouzou de fazer nojo áquelle Corvo, o qual foi hi visto por muitos tempos. El-Rei mandou escrever o dia, e era em que o Corpo deste glorioso Martyr veio a Lisboa, e foi aos quinze dias do mez de Setembro da sobredita era de mil e cento e setenta e tres annos (1173).
«Mistérios de Lisboa» - Passatempo com prémio
AS FOTOS, muito recentes, documentam as situações B e C dos Prémios António Costa. Pouco depois, o fotógrafo voltou a passar por lá, e um dos carros que se vêem nas imagens tinha sido bloqueado pela EMEL. A pergunta que se coloca é: qual deles?
*
Ao 1.º leitor que acertar será atribuído um exemplar de «Mistérios de Lisboa», de Camilo Castelo Branco. Evidentemente, uma 3ª foto (que documenta a resposta) será, depois, afixada.
*
Actualização (18h30m): o passatempo terminou; a resposta já pode ser vista [AQUI]. Pede-se a Sofia que escreva para medinaribeiro@iol.pt, nas próximas 48h, indicando morada para envio do livro.
Ah!, e ainda não foi desta vez que estes dois prémios António Costa (que vão desde 6 pastéis-de-massa-tenra do Frutalmeidas até uma almoçarada de lagosta no Gambrinus) foram atribuídos! Será que ninguém os reclama por receio do colesterol?!
Mistérios de Lisboa
A FOTO DE CIMA mostra uma cena frequente: um carro multado porque está a ocupar um lugar de estacionamento destinado a motos, junto à pasteleria Suprema, na Av. de Roma.
A do meio, tirada poucos segundos depois, mostra uma situação semelhante (mas não em tudo...), do outro lado da rua - junto ao café Luanda.
A pergunta que toda a gente, por aqueles lados, faz, é óbvia: «Porque é que só os do primeiro caso são multados (e, por vezes, até bloqueados) e os outros nunca são incomodados?». Mistério...
*
Mas a questão ainda pode abordar-se por outro ângulo:
Porque será que ninguém coloca, nesses locais, um par de pilaretes, por forma a permitir o estacionamento de motos e impedir o de carros - como se vê na imagem de baixo (Av. Fontes Pereira de Melo)?
Será que os autarcas, a quem pagamos o ordenado para tratarem de coisas tão simples como esta, têm outras tarefas mais importantes para fazer?
Por mim, tudo farei para que, a partir das próximas eleições, essa gente passe a ter todo o tempo do mundo para tratar desses seus outros afazeres...
terça-feira, fevereiro 24, 2009
... Assim o MP cumpra a sua obrigação
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«(...) o MP tem de levar por diante a acção interposta pelo PCP: o negócio em que a Bragaparques dá à CML o Parque Mayer e recebe em troca metade da Feira Popular e depois, por artes e manhas diversas, chega à propriedade do resto da Feira Popular - este negócio é nulo e constitui um monumento, o verdadeiro monumento, às trapalhadas da era Santana-Carmona à frente dos destinos da Câmara de Lisboa.»
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segunda-feira, fevereiro 23, 2009
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
Dtº de resposta e respectivo comentário
A propósito deste artigo: Os pilaretes e a indigência de carácter , faz-me saber o Secretário da Com. Pol. Concelhia do CDS-PP o comentário que o meu ilustre vizinho e vogal do pelouro na Junta de Freg. de S. Mamede considerou por bem tecer ao mesmo.
- Os 3 pilaretes foram de facto roubados;
- A data, mais coisa menos coisa, é essa mesmo;
- As verbas transferidas pela CML, são sempre aquém daquilo que é necessário, e até mesmo, essencial - a CML é uma mãos largas ...;
- O pedido à CML para proceder à sua colocação deverá proceder lá por volta do 3º mês anterior às eleições autárquicas, palpite meu, claro! ...;
- Mas há uma questão para a qual eu gostava de chamar a atenção do meu ilustre vizinho:
uma fita daquelas de plástico, branca e encarnada, ou até mesmo bege, talvez pudesse, a título temporário, claro está, ir dando um arranjinho, apenas enquanto dissuasão para tais energúmenos e incivilizados condutores.
(publicado no Eclético)
Relativamente ao e-mail que me enviou, o que se passa é o seguinte:E agora o meu comentário ao comentário do meu ilustre vizinho:
- Os pilaretes que faltam (3) no Jardim das Amoreiras (junto ao arco para a Rua das Amoreiras) foram roubados no final do ano passado (por volta de Novembro). Esses pilaretes são amovíveis, exactamente para que os carros de limpeza tenham acesso.
Acontece que no final do ano a verba transferida pela CML para o calcetamento e colocação de pilaretes, já se tinha esgotado e portanto ficou inviabilizada a colocação de novos pilaretes naquele local.
Foi solicitado à CML para que procedesse à sua colocação, mas até agora nada.
- Os 3 pilaretes foram de facto roubados;
- A data, mais coisa menos coisa, é essa mesmo;
- As verbas transferidas pela CML, são sempre aquém daquilo que é necessário, e até mesmo, essencial - a CML é uma mãos largas ...;
- O pedido à CML para proceder à sua colocação deverá proceder lá por volta do 3º mês anterior às eleições autárquicas, palpite meu, claro! ...;
- Mas há uma questão para a qual eu gostava de chamar a atenção do meu ilustre vizinho:
uma fita daquelas de plástico, branca e encarnada, ou até mesmo bege, talvez pudesse, a título temporário, claro está, ir dando um arranjinho, apenas enquanto dissuasão para tais energúmenos e incivilizados condutores.
(publicado no Eclético)
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
É assim mesmo!
Amigos do Museu de Arqueologia ameaçam com “resistência cívica” e “acção popular”
O Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia (GAMNA) está disposto a avançar para a “resistência cívica, por todo os meios legais ao [seu] alcance, inclusive o de acção popular” se forem retiradas ao museu algumas das suas áreas actuais “antes de haver condições de mudança para qualquer outro local que seja”.Isto já lá não vai com falinhas mansas.
O Discurso do Nada
A vitória de Sócrates é a metáfora do eucalipto: ele seca tudo à sua volta e conduz o partido como muito bem entende. A percentagem de 96,43 por cento dos votos não reflecte, em boa verdade, a imagem que o PS deseja expor. O PS dispõe de cerca de 73 mil militantes, mas apenas 29 mil votaram, por terem as quotas em dia. Há um manifesto desinteresse dos socialistas pelo destino do partido em que militam. Pode-se atribuir essa falta de comparência cívica a mil razões. As mais das vezes razões falaciosas. E as declarações jubilosas de altos dirigentes, em lufa-lufa de subserviência ao chefe, além de fastidiosas, ocultam o nó do problema. O PS é a imagem devolvida do País: desencanto, aborrecimento, ausência de convicções, desmotivação. São os próprios princípios que estão em causa. A absurda justaposição do slogan "socialismo moderno" com a lógica fatal do neoliberalismo mais assanhado conduziu a uma esterilidade ideológica e ética que estas eleições vieram sancionar. O volumoso resultado obtido por Sócrates não tem importância nenhuma. A ameaça dos acontecimentos, a carência de respostas sérias, o desprezo para com a história do partido, a falta de fidelidade descaracterizaram o PS. E José Sócrates não vive em autismo, não se move num universo virtual: simplesmente não sabe como resolver os inúmeros problemas da sociedade portuguesa. Os temas exclusivos que, no congresso, suscitaram o seu interesse, são indicadores do seu oportunismo ou da sua incompetência. Esqueceu o desemprego, o desajuste entre a realidade pungente, na qual estamos mergulhados, e a mudança das instituições; a falência dos bancos, a corrupção e a própria questão da liberdade. Sócrates tinha opções: não as tomou ou não as quis tomar. A sociedade pedia-lhe (e até lhe exigia) respostas. O método de pensamento que utilizou é-lhe habitual. Passa ao lado do que se lhe pedia, exigia ou perguntava. Sob a capa de falar de problemas "fracturantes", nunca assumiu, com a coragem requerida, enfrentar os dilemas que o excedem, mas que são inseparáveis dos princípios elementares do nosso viver colectivo. Desconhecemos o que José Sócrates pensa da exaustão portuguesa, sovada pela agressividade das leis que promoveu e fez promulgar. Não sabemos dos seus projectos para Portugal, sobre o qual nos é inculcada a ideia de que materialmente não tem futuro.
Parece que o secretário-geral do PS e primeiro-ministro somente obedece a forças cegas e brutais, impostas e garantidas pelos grandes interesses, que sobrepuseram o económico ao político. Apesar de tudo, presumi, um pouco ingenuamente, que José Sócrates iria inflectir o discurso para outros perímetros. Enganei-me. O homem não tem cura.
Parece que o secretário-geral do PS e primeiro-ministro somente obedece a forças cegas e brutais, impostas e garantidas pelos grandes interesses, que sobrepuseram o económico ao político. Apesar de tudo, presumi, um pouco ingenuamente, que José Sócrates iria inflectir o discurso para outros perímetros. Enganei-me. O homem não tem cura.
terça-feira, fevereiro 17, 2009
Petição 'Salvem os Museus Nacionais dos Coches e de Arqueologia e o Monumento da Cordoaria Nacional!'
Exmos. Senhores,
Presidente da República Portuguesa, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva
Presidente da Assembleia da Republica, Dr. Jaime Gama
Primeiro-Ministro, Eng. José Sócrates
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa
O Museu Nacional dos Coches sendo de génese monárquica foi com a República que adquiriu o carácter de organização museológica, transformando-se na instituição fundadora da museologia portuguesa, de carácter nacional e com projecção internacional.
O valor artístico do espaço (antigo Picadeiro Real), a raridade da sua colecção (considerada universalmente como a mais notável no seu género, com especial destaque para os três coches monumentais da Embaixada de D. João V ao Papa Clemente XI, construídos em Roma em 1716 e únicos no mundo, bem como o raro exemplar de coche de viagem de Filipe II, construído em Espanha – Século XVI- XVII – e um dos modelos de coche mais antigos de que há conhecimento), e o sistema desenvolvido de exposição desta última, correlacionando-a com imagens e pinturas de época, garantiram-lhe a reputação europeia sem precedentes na história dos museus portugueses e na própria evolução da museologia, através de uma orientação estratégica pioneira pautada por princípios europeus modernos, criando um ambiente de exigência e trabalho de que os próprios republicanos se orgulhavam.
O projecto entretanto surgido para a construção de um novo Museu dos Coches pretende esvaziar o actual edifício e transferir a colecção para um novo espaço a construir, onde se erguem agora as Oficinas Gerais de Material de Engenharia, que serão demolidas. Não pondo em causa a qualidade do projecto de arquitectura, estima-se, no entanto, que este projecto terá um custo actual estimado de 31,5 milhões de euros.
Considerando a actual magnitude internacional do Museu Nacional dos Coches, que é o museu mais visitado de Portugal, muito significativamente por estrangeiros a quem não será indiferente a dignidade e o ambiente do espaço actual de notável valor formal e de antiguidade. Note-se que não é por acaso que em São Petersburgo se optou recentemente pela colocação de um espólio similar no antigo picadeiro real;
Considerando que o actual edifício do Museu, por imperativos técnicos e artísticos (vide, pareceres técnicos de finais dos anos 90), está impossibilitado de acolher a Escola Portuguesa de Arte Equestre, temendo-se, portanto, caso avance o projecto de novo museu, a sua subutilização;
Considerando que o projecto do novo museu não afecta somente o Museu Nacional dos Coches, mas antes constitui um verdadeiro 'terramoto' de efeito ricochete na museologia nacional, pois implicará a obrigação de deslocar os serviços do antigo IPA (actual IGESPAR) da arqueologia subaquática, do depósito de arqueologia industrial, para a Cordoaria Nacional e, por esta via, uma eventual transferência do Museu Nacional de Arqueologia para a mesma Cordoaria, que é Monumento Nacional desde 1996 (DL 2/96, DR 56, de 06-03-1996);
Considerando que a lei obriga a que uma intervenção num Monumento Nacional, como é o caso da Cordoaria Nacional, se fundamente num projecto de conservação e restauro e permita a salvaguarda dos seus valores arquitectónicos e técnicos integrados, não permitindo que se faça uma mera adaptação como parece ser o caso, o que pré-figuraria uma atitude de vandalismo de Estado;
Considerando, portanto, que o projecto em curso se nos afigura completamente desnecessário e impede que as verbas respectivas sejam aplicadas em projectos culturais de verdadeiro interesse público urgente (ex. renovação dos outros museus nacionais sediados em Lisboa, recuperação dos MN em perigo de desclassificação pela UNESCO, qualificação da Cordoaria Nacional, como monumento técnico significativo da actividade marítima portuguesa, etc.);
Os abaixo-assinados requerem a Vossas Excelências uma intervenção rápida no sentido de travar o projecto em curso do novo museu dos coches, garantindo assim a manutenção, nos espaços actuais, do Museu Nacional dos Coches e do Museu Nacional de Arqueologia e a conservação da integridade física e técnica original da Cordoaria, enquanto monumento nacional de interesse internacional.
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Jorge Santos Silva, Fernando Jorge, Luís Marques da Silva e Renato Grazina
S.F.F, Assine e DIVULGUE:
Petição 'Salvem os Museus Nacionais dos Coches e de Arqueologia e o Monumento da Cordoaria Nacional!', em http://www.gopetition.com/petitions/salvem-o-museu-dos-coches.html
domingo, fevereiro 15, 2009
Os pilaretes e a indigência de carácter
No Jardim das Amoreiras (aquele que parece que todo o gato macaco descobriu de repente ...) foram retirados, a título definitivo pelos vândalos, os pilaretes que serviam para dar entrada a viaturas de socorro, autoridade pública, ou de apoio à jardinagem.
A Junta de Freg. de S. Mamede e a CML, pura e simplesmente demitiram-se das suas funções de responsabilidade para com a integridade e segurança de pessoas, animais e património natural e arquitectónico.
A corja de automobilistas que resolveu apropriar-se indevidamente do espaço de jardim, que, independentemente da ausência dos 3 (3, apenas!!!!) pilaretes, sabem perfeitamente ou não podem desconhecer que não podem estacionar em espaço de jardim - público ou privado. Mas não, estacionam, e fazem mais do que isso, ainda se dão ao luxo de andar em contramão, e de levantar o nariz se alguém lhes chama a atenção.
A polícia, a pseudo autoridade pública, essa, ou se enfia na toca para não ver, ou quando passa, faz de conta que nada vê ou viu.
Não sei para que servem estes inúteis.
Onde pára o ministro da Administração Interna?
Tem o sr ministro alguma autoridade, ou é apenas mais um verbo de encher?
Voltando aos compadres da Junta de Freg. de S. Mamede:
por certo que já há muito tempo não passam pelo Jardim, mas também não têm o menor ensejo de saber, ou de tentar saber.
Quando ocorrer alguma situação grave, por certo não vão deixar de ter conhecimento.
Já aos automobilistas aquilo que precisam é de ficarem com os carros todos partidos, a começar pelos pneus
(publicado no Eclético)
A Junta de Freg. de S. Mamede e a CML, pura e simplesmente demitiram-se das suas funções de responsabilidade para com a integridade e segurança de pessoas, animais e património natural e arquitectónico.
A corja de automobilistas que resolveu apropriar-se indevidamente do espaço de jardim, que, independentemente da ausência dos 3 (3, apenas!!!!) pilaretes, sabem perfeitamente ou não podem desconhecer que não podem estacionar em espaço de jardim - público ou privado. Mas não, estacionam, e fazem mais do que isso, ainda se dão ao luxo de andar em contramão, e de levantar o nariz se alguém lhes chama a atenção.
A polícia, a pseudo autoridade pública, essa, ou se enfia na toca para não ver, ou quando passa, faz de conta que nada vê ou viu.
Não sei para que servem estes inúteis.
Onde pára o ministro da Administração Interna?
Tem o sr ministro alguma autoridade, ou é apenas mais um verbo de encher?
Voltando aos compadres da Junta de Freg. de S. Mamede:
por certo que já há muito tempo não passam pelo Jardim, mas também não têm o menor ensejo de saber, ou de tentar saber.
Quando ocorrer alguma situação grave, por certo não vão deixar de ter conhecimento.
Já aos automobilistas aquilo que precisam é de ficarem com os carros todos partidos, a começar pelos pneus
(publicado no Eclético)
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
Alterações ao trânsito em Lisboa / urgente:
In Site da CML:
«A Câmara Municipal de Lisboa informa que a Av. Ribeira das Naus, entre o Campo das Cebolas e o Largo do Corpo Santo (ao Cais do Sodré), vai estar vedada ao trânsito a partir do dia 15 de Fevereiro por um período de quatro meses.
O corte de trânsito deve-se à realização de um conjunto de empreitadas a cargo de diversas entidades: obras de consolidação do Torreão Poente do Terreiro do Paço pela Sociedade Frente Tejo, obras de drenagem e saneamento pela SIMTEJO, construção de um colector de águas pluviais pela CML e substituição da conduta de abastecimento de água da EPAL.
O presidente da CML, António Costa, apresentou, no dia 6 de Fevereiro, em conferência de imprensa, diversas alternativas de circulação para quem se desloca de nascente para poente, e vice-versa, sem ter de passar pelo Terreiro do Paço, onde a circulação passará a fazer-se exclusivamente nas "estreitas" ruas da Alfândega e do Arsenal.
Apesar de reconhecer que se trata de percursos "meramente exemplificativos de um número infindável de trajectos possíveis", o autarca sugeriu caminhos alternativos ao atravessamento da Baixa para quem sair de Algés em direcção ao Parque das Nações ou a qualquer outro destino na zona oriental da cidade, para quem estiver em Alcântara e pretender chegar à Av. Almirante Reis, para se fazer a ligação entre o Marquês de Pombal e Santos e entre o Marquês de Pombal e Santa Apolónia através do Saldanha.
Na zona central da cidade, António Costa anunciou duas alterações "muito significativas" a introduzir nos próximos dias: a Rua do Conde de Redondo e a Av. Duque de Loulé vão passar a ter duas faixas de circulação em cada sentido.
Depois de um veemente apelo à comunicação social para ajudar a Câmara a divulgar estes condicionamentos de trânsito no Terreiro do Paço e os percursos alternativos, o presidente da CML reconheceu que "vão ser quatro meses muito difíceis porque se trata de uma via muito utilizada" mas considerou "urgentes e indispensáveis" as obras de reforço das fundações do Torreão e de tratamento dos esgotos que ainda hoje poluem o Tejo.
Sobre as acessibilidades à Baixa, o autarca defendeu que "continuará a ser o local mais acessível de Lisboa", servido de "excelentes" transportes públicos (cinco estações de Metro e inúmeras carreiras da Carris) e de cinco parques de estacionamento subterrâneo.»
(percursos alternativos)
Só três comentários:
1. É óbvio que 4 meses significam, em bom português, 8 meses, pelo que lá para as eleições autárquicas é que a coisa estará pronta a 'inaugurar'.
2. É óbvio que o retorno da Duque de Loulé e da Conde Redondo a quatro faixas de rodagem abertas a todo o trânsito automóvel era algo que já devia ter sido feito.
3. É óbvio que estas obras cairam que nem ginjas para o teste necessário às alterações que hão-de vir em termos de mobilidade na Baixa e na frente-rio.
«A Câmara Municipal de Lisboa informa que a Av. Ribeira das Naus, entre o Campo das Cebolas e o Largo do Corpo Santo (ao Cais do Sodré), vai estar vedada ao trânsito a partir do dia 15 de Fevereiro por um período de quatro meses.
O corte de trânsito deve-se à realização de um conjunto de empreitadas a cargo de diversas entidades: obras de consolidação do Torreão Poente do Terreiro do Paço pela Sociedade Frente Tejo, obras de drenagem e saneamento pela SIMTEJO, construção de um colector de águas pluviais pela CML e substituição da conduta de abastecimento de água da EPAL.
O presidente da CML, António Costa, apresentou, no dia 6 de Fevereiro, em conferência de imprensa, diversas alternativas de circulação para quem se desloca de nascente para poente, e vice-versa, sem ter de passar pelo Terreiro do Paço, onde a circulação passará a fazer-se exclusivamente nas "estreitas" ruas da Alfândega e do Arsenal.
Apesar de reconhecer que se trata de percursos "meramente exemplificativos de um número infindável de trajectos possíveis", o autarca sugeriu caminhos alternativos ao atravessamento da Baixa para quem sair de Algés em direcção ao Parque das Nações ou a qualquer outro destino na zona oriental da cidade, para quem estiver em Alcântara e pretender chegar à Av. Almirante Reis, para se fazer a ligação entre o Marquês de Pombal e Santos e entre o Marquês de Pombal e Santa Apolónia através do Saldanha.
Na zona central da cidade, António Costa anunciou duas alterações "muito significativas" a introduzir nos próximos dias: a Rua do Conde de Redondo e a Av. Duque de Loulé vão passar a ter duas faixas de circulação em cada sentido.
Depois de um veemente apelo à comunicação social para ajudar a Câmara a divulgar estes condicionamentos de trânsito no Terreiro do Paço e os percursos alternativos, o presidente da CML reconheceu que "vão ser quatro meses muito difíceis porque se trata de uma via muito utilizada" mas considerou "urgentes e indispensáveis" as obras de reforço das fundações do Torreão e de tratamento dos esgotos que ainda hoje poluem o Tejo.
Sobre as acessibilidades à Baixa, o autarca defendeu que "continuará a ser o local mais acessível de Lisboa", servido de "excelentes" transportes públicos (cinco estações de Metro e inúmeras carreiras da Carris) e de cinco parques de estacionamento subterrâneo.»
(percursos alternativos)
Só três comentários:
1. É óbvio que 4 meses significam, em bom português, 8 meses, pelo que lá para as eleições autárquicas é que a coisa estará pronta a 'inaugurar'.
2. É óbvio que o retorno da Duque de Loulé e da Conde Redondo a quatro faixas de rodagem abertas a todo o trânsito automóvel era algo que já devia ter sido feito.
3. É óbvio que estas obras cairam que nem ginjas para o teste necessário às alterações que hão-de vir em termos de mobilidade na Baixa e na frente-rio.
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quarta-feira, fevereiro 11, 2009
segunda-feira, fevereiro 09, 2009
Afinal em que é que ficamos?
O Clube de Tiro de Monsanto está na perfeita ilegalidade desde há quase dois anos, altura em que o executivo camarário não renovou o protocolo de cedência do terreno de Monsanto, aproveitando, e bem, a possibilidade de assim pôr cobro a uma situação imprópria de um país civilizado: manter um clube de tiro ao chumbo em pleno parque florestal, contaminando os solos ao longo de décadas e pondo em perigo pessoas e bens. Agiu bem a CML, dando assim provimento a uma série de protestos, onde se incluia na altura o do hoje vereador dos Espaços Verdes.
Só que passados quase dois anos a coisa está em águas-de-bacalhau. Pior, o agora vereador arrasta o problema e parece ter a memória curta. Só que os cidadãos não a têm e, das duas uma, ou o a CML acaba com as dúvidas, fecha o clube de vez e arranja um local alternativo (Cascais, por ex., veria a hipótese de bom grado) para a prática desta modalidade olímpica, devolvendo a paz ao parque de Monsanto, ou assume o ónus de virar a casaca. Já chega de faz-de-conta!
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OLHARES SOBRE A MADRAGOA
"Conheci a Madragoa há largos anos. Encantou-me aquele labirinto de ruas, travessas, vielas, velhos e enormes conventos e palácios, a que se encostavam casas pequeninas e humildes. Encantou-me o vaivém das pessoas que passavam, trocando cumprimentos, até com quem não conheciam. E as varinas, de saias rodadas, aventais, chinelas, lenços a descair numa graça que parecia estudada. E os nomes das ruas (das Madres, das Isabéis, das Inglesinhas, das Trinas. E os gatos, a roupa a secar, as conversas de janela para janela. O cheiro do Tejo, ali tão perto. Achei-lhe um ar de Aldeia bonitinha."
A Maria, natural de Tomar, habitante de Odivelas, discorre sobre a Madragoa.
(Foto)
Os Comemora... dores, os Bombos-da-festa e o Noves-fora-nada
UM DIA DESTES, comemoraram-se os 50 anos da freguesia de Alvalade. A coisa meteu banda de música e, segundo dizem, António Costa também andou por lá - é o que se vê na foto de cima.
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Desci à rua, e deparei-me com a cena habitual - é o que se vê na foto de baixo; e é por estas e por outras que, para mim, é perfeitamente igual ao litro se as autárquicas de Lisboa vão ser ganhas pelo BE, pelo PCP, pelo PS, pelo PSD, pelo CDS, pelo BE... ou por qualquer outro dos pândegos que, até agora, se mostraram incapazes de (para não sair do exemplo que tenho à porta) meter um simples pilarete num passeio, e acabar com o inferno dos moradores da zona - um escândalo que dura desde os já remotos tempos do Eng.º Abecassis!
Desci à rua, e deparei-me com a cena habitual - é o que se vê na foto de baixo; e é por estas e por outras que, para mim, é perfeitamente igual ao litro se as autárquicas de Lisboa vão ser ganhas pelo BE, pelo PCP, pelo PS, pelo PSD, pelo CDS, pelo BE... ou por qualquer outro dos pândegos que, até agora, se mostraram incapazes de (para não sair do exemplo que tenho à porta) meter um simples pilarete num passeio, e acabar com o inferno dos moradores da zona - um escândalo que dura desde os já remotos tempos do Eng.º Abecassis!
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NOTA: A promessa de acabar com os carros nos passeios (e que levou muita gente a votar no actual presidente da CML) tinha o número 9...
NOTA: A promessa de acabar com os carros nos passeios (e que levou muita gente a votar no actual presidente da CML) tinha o número 9...
Centro de Saúde do Lumiar: abaixo-assinado por mais e melhores serviços ´
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Centro de Saúde do Lumiar tem 2o mil utentes sem médico de família e funciona num prédio, tal como as suas extensões - tudo em condições sem qualidade nem das instalações nem do serviço, já que, ainda por cima, faltam médicos porque há duas dezenas de médicos não colocados.
Esta situação deu origem a um abaixo-assinado que corre aqui.
Os leitores deveriam ler e, se lhes interessasse, poderiam assinar também.
Estão em causa as condições de saúde da Charneca, Lumiar e Ameixoeira.
(o blog CidadaniaLX)
Lisboa em chamas
Os bastidores da política lisboeta já começaram a incendiar. Em Outubro, há eleições autárquicas. O PS não dá provas de querer uma política clara de futuro. O PCP decidiu não alinhar em coligações pré-eleitorais (há outras?) e os independentes e o PE Verdes já declararam que também não. A sua coligação será então a CDU, novamente. Helena Roseta concorre pelos Cidadãos por Lisboa e ficou muito satisfeita sem razões quando uma sondagem recente lhe garantia 16% se fosse coligada com o Bloco (Roseta mais BE somaram 18% há ano e meio, por isso não vejo por que é que 16% é uma vitória - como foi escrito num jornal). O Bloco, por seu lado, anda a estender o tapete vermelho com o emblema do BE a toda a gente para aquilo a que quis chamar uma coligação da esquerda grande. Sá Fernandes ficou totalmente inútil para este campeonato, neutralizado que foi pelo PS - que logo se vê o que é que lhe vai fazer. Estamos cá para observar, apesar das declarações altissonantes de «está-se bem».
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Coligação à direita
À direita, nada de novo, desde que Santana disse que se oferecia e a distrital de Lisboa o impôs. Foi aí o início do fim de Ferreira Leite. Mas no que se refere a Lisboa, a minha opinião é que a junção com o CDS ainda é mais deprimente do que se PSL viesse sozinho. Já conhecemos o cenário. Os jornais todos à coca, grandes parangonas para nada de novo, com a hipótese do erário municipal outra vez a esvair-se a dar mais força aos que não o querem etc.. Isso, porque já vimos como foi em 2002 e até Agosto de 2007.
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À esquerda
O mais lógico, neste quadro, era que PS e PCP se entendessem quanto ao essencial e arrancassem para outra coligação que modernizasse a de 1989/2001.
Mas uma análise recente que a CDU divulgou relativa ao balanço destes 17 meses de mandato de António Costa é arrasadora.
Isso, por mais que Costa se desmultiplique em convites ao PCP para um entendimento. A realidade que a CDU vê é mais forte do que a emoção que Costa mostra e que promove sem constrangimento - como aconteceu muito recentemente, no acto solene da atribuição da Medalha de Ouro da Cidade a Jorge Sampaio, por coincidência (claro que não) o primeiro presidente da CML na primeira coligação de esquerda.
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Legislativas e sondagens
E assim se está: legislativas e conteúdos do mandato a impedirem uma coligação de esquerda; direita a repetir algo que nem tem qualificação; uma Helena Roseta a concorrer sozinha qual «cavaleira» solitária; Sá Fernandes a deixar de o ser e a não ser nada; o Bloco a dizer hoje que apoia Roseta e ontem e amanhã que vai apresentar um candidato próprio.
Isso, enquanto as sondagens apontam para qualquer coisa como 35% para Costa, 11% para Roseta, 10% para a CDU, 6 ou 7% para o BE e 25 a 28 para Santana. E a abstenção nos 55%.
O lavar dos cestos é no final de Outubro.
Há muita pedra para partir até ao início do Verão, data final para registar coligações. E talvez data de campanha ou mesmo de acto eleitoral para as legislativas - isto, se Cavaco as marcar para Outubro ou para Junho, como quer Sócrates e se Sócrates, num assomo de repentismo, não decidir «ter» legislativas antes de o PSD se reorganizar e se, para isso, enveredar pela demisssão.
Desta vez, tudo o que bulir nessa matéria tem a ver com Lisboa.
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
Petição Pela permanência do Museu Nacional de Arqueologia nos Jerónimos:
Por favor assine tambem e passe aos seus contactos:
http://www.peticao.com.pt/museu-nacional-de-arqueologia
Obrigado!
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quarta-feira, fevereiro 04, 2009
BARÓMETRO DA MOBILIDADE -
POSITIVO
Cinco bairros de Lisboa vão ter zonasde velocidade reduzida a 30km/h.
Cinco bairros de Lisboa vão ter zonasde velocidade reduzida a 30km/h.
Nos bairros Azul, do Alvito, Madre Deus, Boavista e São Miguel, “essencialmente habitacionais” - onde coabita uma população em idade escolar com uma população mais idosa”, vai ser possível uma coexistência em segurança da circulação de peões, bicicletas e veículos automóveis nos arruamentos interiores. Um passo importante para fazer de Lisboa uma cidade para as pessoas viverem melhor.
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NEGATIVO
A anarquia da ocupação da via pública e a falta de fiscalização da autarquia
Os estaleiros das obras invadem os passeios, com entulho, ferros, cimento e lixo, degradam, sujam e ocupam – muitas vezes sem ter em conta os regulamentos em vigor- a via pública, pondo em risco a segurança e a qualidade de vida dos cidadãos. Esta situação percorre toda a cidade, mas a fiscalização da Câmara faz vista grossa, obrigando, em muitos casos a quem passa, a verdadeiras gincanas.
A anarquia da ocupação da via pública e a falta de fiscalização da autarquia
Os estaleiros das obras invadem os passeios, com entulho, ferros, cimento e lixo, degradam, sujam e ocupam – muitas vezes sem ter em conta os regulamentos em vigor- a via pública, pondo em risco a segurança e a qualidade de vida dos cidadãos. Esta situação percorre toda a cidade, mas a fiscalização da Câmara faz vista grossa, obrigando, em muitos casos a quem passa, a verdadeiras gincanas.
terça-feira, fevereiro 03, 2009
Não há nada a fazer, pois não?
UM DIA DESTES, estava eu a fotografar o habitual escândalo (*) da Rua Frei Amador Arrais (onde os moradores do n.º 1 têm, permanentemente, a entrada do estacionamento do pátio bloqueada - apesar da placa do Art.º 50 bem visível) quando - Ah!, Deus é grande! - chega uma carrinha da Emel!!
Bem... Alguém sabe o que sucedeu? A resposta (se ainda for preciso ir vê-la...) está [aqui].
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Petição Em Defesa do Diário de Notícias
To: Sociedade Portuguesa
Diário de Notícias Em defesa de um património com 144 anos
A história do Diário de Notícias não pode, nem deve, ser dissociada da história do País. Nos últimos 144 anos, o jornal fundado a 29 de Dezembro de 1864, por Thomaz Quintino Antunes e Eduardo Coelho, tem estado presente nos momentos mais históricos da sociedade portuguesa.
Em 1864, por exemplo, quando a maioria dos periódicos não escondia a sua veia de combate político, o Diário de Notícias apostou na sobriedade informativa e na prioridade factual. Sempre aliada à atracção de alguns dos nomes mais importantes da cultura nacional. Nestas páginas escreveram, entre outros, Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, Pinheiro Chagas e José Saramago.
Ao longo dos anos, contra crises mundiais e nacionais, sobreviveu a tudo e a todos, ultrapassou o Antigo Regime, defendeu a liberdade e implantou-se como uma das maiores referências nacionais e internacionais na história do jornalismo. 144 anos a informar Portugal e a inaugurar novos géneros jornalísticos: o Editorial, a Grande Reportagem, as grandes entrevistas.
Momentos houve, porém, em que algumas forças pareceram querer aniquilar o DN, colocando em causa a sua subsistência. Com sucessivas vendas e privatizações, muitas vezes causadoras de enormes perturbações no seio de uma redacção que apenas tem procurado informar Portugal, sempre com o máximo de rigor.
Nunca, porém, a precariedade dessa sobrevivência foi tão notória como hoje, sendo tempo de todas as forças vivas da sociedade portuguesa reclamarem contra o definhamento da identidade de uma instituição centenária que sempre as representou.
Num difícil momento económico-financeiro, nacional e internacional, são cada vez mais nítidos os indícios de que o grupo Controlinveste está a usar a crise como pretexto para levar a cabo uma reestruturação, longamente pensada, e que conduzirá ao despedimento, sem qualquer tipo de critério explicável, de 122 trabalhadores, dos quais mais de 60 são jornalistas do Diário de Notícias, JN, 24 Horas e O Jogo. [...]
Petição disponível aqui.
Diário de Notícias Em defesa de um património com 144 anos
A história do Diário de Notícias não pode, nem deve, ser dissociada da história do País. Nos últimos 144 anos, o jornal fundado a 29 de Dezembro de 1864, por Thomaz Quintino Antunes e Eduardo Coelho, tem estado presente nos momentos mais históricos da sociedade portuguesa.
Em 1864, por exemplo, quando a maioria dos periódicos não escondia a sua veia de combate político, o Diário de Notícias apostou na sobriedade informativa e na prioridade factual. Sempre aliada à atracção de alguns dos nomes mais importantes da cultura nacional. Nestas páginas escreveram, entre outros, Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, Pinheiro Chagas e José Saramago.
Ao longo dos anos, contra crises mundiais e nacionais, sobreviveu a tudo e a todos, ultrapassou o Antigo Regime, defendeu a liberdade e implantou-se como uma das maiores referências nacionais e internacionais na história do jornalismo. 144 anos a informar Portugal e a inaugurar novos géneros jornalísticos: o Editorial, a Grande Reportagem, as grandes entrevistas.
Momentos houve, porém, em que algumas forças pareceram querer aniquilar o DN, colocando em causa a sua subsistência. Com sucessivas vendas e privatizações, muitas vezes causadoras de enormes perturbações no seio de uma redacção que apenas tem procurado informar Portugal, sempre com o máximo de rigor.
Nunca, porém, a precariedade dessa sobrevivência foi tão notória como hoje, sendo tempo de todas as forças vivas da sociedade portuguesa reclamarem contra o definhamento da identidade de uma instituição centenária que sempre as representou.
Num difícil momento económico-financeiro, nacional e internacional, são cada vez mais nítidos os indícios de que o grupo Controlinveste está a usar a crise como pretexto para levar a cabo uma reestruturação, longamente pensada, e que conduzirá ao despedimento, sem qualquer tipo de critério explicável, de 122 trabalhadores, dos quais mais de 60 são jornalistas do Diário de Notícias, JN, 24 Horas e O Jogo. [...]
Petição disponível aqui.
Terceira Travessia: Medidas Preventivas
Resolução do Conselho de Ministros n.º 9/2009 de 27 de Janeiro
O Decreto n.º 1/2007, de 25 de Janeiro, estabeleceu medidas preventivas visando assegurar o período de tempo necessário para a preparação e execução do empreendimento público relativo à terceira travessia do rio Tejo, no eixo Chelas -Barreiro, permitindo o controlo das pretensões de alteração do uso do solo, de forma a impedir a concretização de actividades susceptíveis de onerar, comprometer ou inviabilizar a realização de tal empreendimento.
O n.º 1 do artigo 1.º do referido decreto, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 9.º do Decreto -Lei n.º 794/76, de 5 de Novembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 313/80, de 19 de Agosto, fixou em dois anos o prazo de vigência das medidas preventivas, com a possibilidade de prorrogação por um período não superior
a um ano.
Tendo em conta que ainda não foi possível proceder à programação integral do projecto, dadas as condicionantes decorrentes da sua inserção em espaço urbano consolidado, e considerando a necessidade de manutenção do regime cautelar, torna-se imprescindível prorrogar o prazo de vigência das medidas preventivas aplicáveis à área abrangida pela intervenção projectada, que afecta os municípios do Barreiro, Lisboa e Loures.
O Decreto n.º 1/2007, de 25 de Janeiro, contém igualmente a previsão da concessão de direito de preferência à REFER — Rede Ferroviária Nacional, E. P. E., ao abrigo do n.º 2 do artigo 27.º do Decreto -Lei n.º 794/76, de 5 de Novembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 313/80, de 19 de Agosto. Este preceito prevê a concessão do direito de preferência nas transmissões por título oneroso, entre particulares, de terrenos ou edifícios situados nas áreas abrangidas por medidas preventivas.
Nessa medida, uma vez que, com a prorrogação, a área em causa continua sujeita às medidas preventivas constantes do Decreto n.º 1/2007, de 25 de Janeiro, mantêm-se os requisitos de aplicação do direito de preferência previsto no artigo 3.º do Decreto n.º 1/2007, de 25 de Janeiro.
Assim:
Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 794/76, de 5 de Novembro, com a redacção dada pelo Decreto -Lei n.º 313/80, de 19 de Agosto, conjugado com o n.º 2 do artigo 109.º e com o n.º 1 do artigo 112.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, com a redacção conferida pelo Decreto -Lei nº316/2007 de 19 de Setembro, e nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o Conselho de Ministros resolve:
1 — Prorrogar por um ano a vigência das medidas preventivas estabelecidas pelo Decreto n.º 1/2007, de 25 de Janeiro.
2 — Determinar que a presente resolução produz efeitos a partir do dia 26 de Janeiro de 2009.
Presidência do Conselho de Ministros, 8 de Janeiro de 2009. — O Primeiro -Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
Resolução do Conselho de Ministros n.º 10/2009
A rede ferroviária de alta velocidade constitui um empreendimento público de excepcional interesse nacional e dimensão ibérica e europeia, que representa um compromisso de desenvolvimento económico, de coesão territorial e social e de sustentabilidade ambiental do País. O seu objectivo é a reformulação do sector ferroviário, enquanto meio privilegiado de reforço do aumento da produtividade e competitividade do tecido empresarial instalado em Portugal e de satisfação das necessidades de mobilidade das populações. Assim, a rede ferroviária de alta velocidade consubstancia-se num projecto de investimento estruturante, que se traduz num factor de desenvolvimento económico porque proporciona uma aproximação dos principais pólos de concentração de população e de actividades económicas, consolidando a fachada atlântica de Portugal como eixo competitivo à escala ibérica e europeia, ligando Portugal à rede transeuropeia de transportes. A rede de alta velocidade é também um factor de criação de riqueza, de desenvolvimento tecnológico e de promoção de emprego. A execução deste empreendimento traduz -se, ainda, num factor de coesão territorial e social dado que permitirá a criação de um sistema de transportes moderno e eficiente capaz de aproximar população e território, elemento decisivo no combate às assimetrias regionais
O Decreto n.º 1/2007, de 25 de Janeiro, estabeleceu medidas preventivas visando assegurar o período de tempo necessário para a preparação e execução do empreendimento público relativo à terceira travessia do rio Tejo, no eixo Chelas -Barreiro, permitindo o controlo das pretensões de alteração do uso do solo, de forma a impedir a concretização de actividades susceptíveis de onerar, comprometer ou inviabilizar a realização de tal empreendimento.
O n.º 1 do artigo 1.º do referido decreto, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 9.º do Decreto -Lei n.º 794/76, de 5 de Novembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 313/80, de 19 de Agosto, fixou em dois anos o prazo de vigência das medidas preventivas, com a possibilidade de prorrogação por um período não superior
a um ano.
Tendo em conta que ainda não foi possível proceder à programação integral do projecto, dadas as condicionantes decorrentes da sua inserção em espaço urbano consolidado, e considerando a necessidade de manutenção do regime cautelar, torna-se imprescindível prorrogar o prazo de vigência das medidas preventivas aplicáveis à área abrangida pela intervenção projectada, que afecta os municípios do Barreiro, Lisboa e Loures.
O Decreto n.º 1/2007, de 25 de Janeiro, contém igualmente a previsão da concessão de direito de preferência à REFER — Rede Ferroviária Nacional, E. P. E., ao abrigo do n.º 2 do artigo 27.º do Decreto -Lei n.º 794/76, de 5 de Novembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 313/80, de 19 de Agosto. Este preceito prevê a concessão do direito de preferência nas transmissões por título oneroso, entre particulares, de terrenos ou edifícios situados nas áreas abrangidas por medidas preventivas.
Nessa medida, uma vez que, com a prorrogação, a área em causa continua sujeita às medidas preventivas constantes do Decreto n.º 1/2007, de 25 de Janeiro, mantêm-se os requisitos de aplicação do direito de preferência previsto no artigo 3.º do Decreto n.º 1/2007, de 25 de Janeiro.
Assim:
Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 794/76, de 5 de Novembro, com a redacção dada pelo Decreto -Lei n.º 313/80, de 19 de Agosto, conjugado com o n.º 2 do artigo 109.º e com o n.º 1 do artigo 112.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, com a redacção conferida pelo Decreto -Lei nº316/2007 de 19 de Setembro, e nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o Conselho de Ministros resolve:
1 — Prorrogar por um ano a vigência das medidas preventivas estabelecidas pelo Decreto n.º 1/2007, de 25 de Janeiro.
2 — Determinar que a presente resolução produz efeitos a partir do dia 26 de Janeiro de 2009.
Presidência do Conselho de Ministros, 8 de Janeiro de 2009. — O Primeiro -Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
Resolução do Conselho de Ministros n.º 10/2009
A rede ferroviária de alta velocidade constitui um empreendimento público de excepcional interesse nacional e dimensão ibérica e europeia, que representa um compromisso de desenvolvimento económico, de coesão territorial e social e de sustentabilidade ambiental do País. O seu objectivo é a reformulação do sector ferroviário, enquanto meio privilegiado de reforço do aumento da produtividade e competitividade do tecido empresarial instalado em Portugal e de satisfação das necessidades de mobilidade das populações. Assim, a rede ferroviária de alta velocidade consubstancia-se num projecto de investimento estruturante, que se traduz num factor de desenvolvimento económico porque proporciona uma aproximação dos principais pólos de concentração de população e de actividades económicas, consolidando a fachada atlântica de Portugal como eixo competitivo à escala ibérica e europeia, ligando Portugal à rede transeuropeia de transportes. A rede de alta velocidade é também um factor de criação de riqueza, de desenvolvimento tecnológico e de promoção de emprego. A execução deste empreendimento traduz -se, ainda, num factor de coesão territorial e social dado que permitirá a criação de um sistema de transportes moderno e eficiente capaz de aproximar população e território, elemento decisivo no combate às assimetrias regionais
Fonte: MTG
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
Mais pérolas a porcos?
Eis algumas das fotos da construção da mais fabulosa das vivendas do Restelo, na Rua da Alcolena, nº 28 (mesmo por baixo da divina Capela de São Jerónimo), da autoria do Arq. Varela e de Almada Negreiros. Acaba de entrar um pedido de construção nova para ali (125/EDI/2009, de uma tal Soindol-Sociedade de Investimentos Dominais, Lda).
Eu pergunto: estes ministros todos da cultura e das educações, respectivos secretários e secretárias, adjuntos e demais prole, mais os escribas do regime, será que de entre todos esses iluminados não há ninguém que evite que se dê mais este atentado ao património de Lisboa e do país?
Uma casa modernista destas, em qualquer cidade que se preze pela sua memória e pela riqueza (pouca) do seu património, já devia estar restaurada, ter sido divulgada e utilizada como casa-atelier de arquitectos e artistas plásticos. Já o ministério e o município teriam elaborado um roteiro de qualquer um dos seus autores. Mas aqui é esta triste sina, usando-se os poucos dinheiros públicos (mais os que caem do céu, aliás, do casino) para coisa idiotas. Até quando?
Fotos: Arquivo Municipal
domingo, fevereiro 01, 2009
Na terra das leis da treta - VIII
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A imagem de cima mostra um carro multado porque o seu ingénuo condutor estacionou do lado errado da 'fronteira da impunidade' pois, como muito bem sabe quem lá passa habitualmente, a repressão do estacionamento selvagem, na Av. EUA, só existe (quando existe!) a poente do entroncamento da Rua Conde de Sabugosa. A documentar o facto, a foto do meio, tirada 5 segundos depois, mostra os carros do lado nascente, a quem não sucedeu (nem NUNCA sucede) absolutamente nada, apesar de toda aquela zona ser a mesma - «Zona 31».
Já agora, e pelo que se vê pela foto de baixo, parece que a "zona libertada" está a ser alargada...
Na terra das leis da treta - VII
Normalmente às terças-feiras, dias de reunião na AML, dá gosto ver um agente da Polícia Municipal a combater eficazmente o estacionamento selvagem! Pelo menos ali, um dia por semana (e nos 50 metros para norte e outros tantos para sul), a lei é cumprida! Valha-nos isso!
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Bem ... o mesmo já não se dirá se andarmos alguns metros para nascente, onde as carrinhas da CML dão o 'exemplo'. Aqui se vê uma, 'devidamente estacionada' em local de Paragem Proibida...
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... e aqui mais duas, a repousar em pleno Jardim Fernando Pessa.
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