sábado, maio 30, 2009

Nas próximas autárquicas, não se esqueçam de votar em quem permite isto!

Acesso ao pátio do prédio N.º 43, da Av. de Roma, pelo N.º 1 da Rua Frei Amador Arrais. O pátio tem 4 garagens e 6 lugares marcados no pavimento. Esta foto, sem carros a impedir o acesso, só foi possível de obter porque foi tirada num domingo, muito cedo.
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As fotos seguintes foram tiradas, com pouco tempo de intervalo, no passado dia 28, à tarde.

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A condutora do carro encarnado quer sair do estacionamento que se vê na 1ª foto.
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A poucos metros dali, à entrada da rua, um fiscal da EMEL olha para todo o caos que é o seu ex libris ("seu" - da rua e da EMEL). Depois, foi pela rua afora, ao longo de tudo o que se vê na 2ª imagem - e eu, que por acaso ia no mesmo sentido, pude testemunhar o que ele fez.
Pergunta-se: o que foi?
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NOTA: passa amanhã mais um mês (o 13.º) dos Prémios António Costa [ver AQUI], alguns dos quais são relativos a este local de Lisboa. Até à data, e apesar de bastante publicitados, nunca foi, sequer, reclamado um único! Ora porque será, hem?!

sexta-feira, maio 29, 2009

De novo, a Igreja de Campolide

Provedor acusa Governo de propor negócio injusto e imoral-Nascimento Rodrigues arrasa proposta de venda de igreja de Campolide
-29.05.2009 - 18h36 Carlos Filipe
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O Provedor de Justiça acusa o Governo de procurar um meio de enriquecimento “indevido, injusto, imoral” com a proposta de alienar à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, por 1,26 milhões de euros, a Igreja Paroquial de Santo António de Campolide.

Nascimento Rodrigues sublinha o “indisfarçável processo de ruína” do imóvel classificado e diz ser incompreensível “por que motivo o Estado o mantém em seu poder e não o restitui aos paroquianos”.
Numa carta enviada ao ministro de Estado e das Finanças no fim de Abril, o provedor lembra que a igreja foi confiscada há quase 100 anos pelo Estado, que “nunca cuidou de conservar o imóvel, muito menos de o beneficiar, sem prejuízo de o ter vindo a classificar em 1993 como imóvel de interesse público pela sua valia arquitectónica e histórica”. Assim sendo, aprecia Nascimento Rodrigues, “impor como condição à comunidade paroquial a sua aquisição a preço de mercado é algo que ninguém dará como solução equilibrada”.

O Provedor de Justiça já tinha defendido esta posição em Junho de 2008, altura em que recomendou ao ministro “a adopção, pelo Governo, de providências legislativas adequadas, que permitam ceder à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e Senhor Jesus dos Paços da Santa Via Sacra, a título gratuito e definitivo, sem outros ónus nem encargos que os resultantes da Concordata com a Santa Sé, a Igreja de Santo António da Campolide”.

O teor desta recomendação foi, segundo Nascimento Rodrigues, “largamente controvertido” com a Direcção-Geral do Tesouro e das Finanças, que lhe comunicou a disposição de alienar o imóvel por 1,26 milhões de euros. Isto porque, argumentou na ocasião o responsável pelo organismo do ministério das Finanças, a Concordata com a Santa Sé que reconhece à Igreja Católica a propriedade dos bens que lhe foram confiscados não se aplica a este caso porque em 1910 este imóvel era da Companhia de Jesus e não literalmente da Igreja Católica.

O director-geral, Carlos Durães da Conceição, alegou ainda que a norma concordatária não era aplicável porque o uso da igreja encontra-se cedido à referida irmandade. Nascimento Rodrigues diz que “
não vale nenhum dos argumentos apresentados”, porque está de facto em causa a Igreja Católica, “como o conjunto das pessoas regularmente constituídas e erectas segundo o direito canónico”, e porque a cedência do imóvel “não retira ao Estado a qualidade e estatuto de possuidor”.

O provedor conclui que propor uma alienação
por 1,26 milhões de euros lhe parece “um locupletamento verdadeiramente injusto da parte do Estado” e frisa que o impedimento legal de o Governo alienar bens seus de forma gratuita “deveria circunscrever-se ao património legítimo do Estado e não também aos imóveis 'conservados’ em seu poder contra disposições concordatárias”.

O PÚBLICO perguntou ao ministro de Estado e das Finanças se já existe uma resposta à carta do Provedor de Justiça e se está ou não a ser equacionada, em função dos argumentos de Nascimento Rodrigues, a cedência a título gratuito e definitivo do imóvel à irmandade. O seu assessor de imprensa respondeu que a igreja “não se encontra abrangida pelo âmbito das Concordatas celebradas com a Santa Sé, pelo que integra a titularidade do Estado”.

Pedida contra-proposta

Vasco Noronha acrescentou que a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e Senhor Jesus dos Paços da Santa Via Sacra “ficou de apresentar uma contra-proposta para aquisição do imóvel”, que lhe foi cedido “a título precário e gratuito” a 25 de Fevereiro de 1938, “o que ainda não se verificou”. O assessor não mencionou na sua resposta escrita, na qual diz que nada mais há a acrescentar sobre o assunto, se o ministro Teixeira dos Santos respondeu ou não às acusações do Provedor de Justiça.

“Em toda a parte do mundo é roubo e depois venda é crime”, diz por sua vez o presidente da Junta de Freguesia de Campolide, defendendo que “o Estado usurpou sem razão nenhuma a igreja e depois quer vendê-la aos seus donos”. “É preciso ter lata”, atira Jorge Santos, que tal como o Provedor de Justiça é a favor da cedência gratuita e definitiva do imóvel à irmandade.

O presidente da Junta de Campolide, eleito pelo PSD, diz que concorda “a cem por cento” com o conteúdo da carta de Nascimento Rodrigues, que considera ser “mais uma” manifestação “da sua grande coragem”. Jorge Santos adianta que a acção judicial que está a preparar contra o ministério das Finanças, por não cumprir a obrigação de conservar, cuidar e proteger um imóvel classificado de que é proprietário (como estipulado por Lei), deverá dar entrada no Tribunal “antes das férias judiciais”.

Pároco lamenta desresponsabilização do Estado

Temos ali um molho de brócolos de todo o tamanho porque não há uma coisa que esteja boa”, constata o pároco de Igreja de Santo António de Campolide, referindo-se ao avançado estado de degradação do imóvel classificado. Quanto à proposta de alienação da igreja por 1,26 milhões de euros, João Nogueira aponta o dedo ao Governo: “Querem receber dinheiro e não manter o património para a cidade. Não há responsabilização nenhuma pelos 99 anos em que estiveram com o edifício”.

Para meados de Junho está prevista uma reunião da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e Senhor Jesus dos Paços da Santa Via Sacra, da qual sairá uma resposta à proposta do ministério das Finanças. O pároco sublinha a impossibilidade de esta entidade comprar a igreja por aquele valor, ainda mais porque depois haveria que despender outro tanto para custear as obras há muito necessárias. João Nogueira confessa ainda a sua preocupação com a possibilidade de o imóvel sofrer um incêndio e avisa que a comunidade cristã não ficará com o “ónus”.
Mais notícias sobre a situação da Igreja de Campolide aqui

quinta-feira, maio 28, 2009

PETIÇÃO "Urge um debate público nacional sobre o futuro do Terreiro do Paço!"


Assine em http://www.gopetition.com/online/28118.html
E divulgue!



Caro(a) Amigo(a)


Considerando a aprovação em reunião pública da CML, de 27.05.2009, do “Estudo Prévio do Terreiro do Paço”, sem que até ao momento quem de direito (CML e Governo) tenha promovido o indispensável período de debate que um projecto de espaço público desta envergadura exige (por se tratar de um projecto comprovadamente intrusivo, ex. introdução de novos materiais, desenhos e soluções arquitectónicas), facto que é agravado por se tratar do Terreiro do Paço;

E considerando que decorrem a bom ritmo as obras de preparação para a execução do Estudo Prévio agora aprovado, tornando o mesmo irreversível;

Os abaixo-assinados solicitam a quem de direito que proceda, quanto antes, à abertura de um período de discussão pública antes de se iniciar o projecto de execução ou (pelo menos) antes do concurso ser lançado.

OBRIGADO!

PETIÇÃO
Urge um debate público nacional sobre o futuro do Terreiro do Paço!
Assine em http://www.gopetition.com/online/28118.html

E divulgue!

terça-feira, maio 26, 2009

Auditoria do TC à EMEL

Tribunal de contas publica a Auditoria orientada à relação contratual entre a EMEL - Empresa Pública Municipal de Estacionamento de Lisboa, EM e a Street Park (ACE):

https://www.tcontas.pt/pt/actos/rel_auditoria/2009/audit-dgtc-rel014-2009-2s.pdf

segunda-feira, maio 25, 2009

O Projecto do Terreiro do Paço em debate na OA

Amanhã, dia 26, pelas 21h, na sede da secção sul da OA.

Mais detalhes no site da Sociedade Frente Tejo: http://www.frentetejo.pt/137/coloquio-na-ordem-dos-arquitectos.htm

A quem quiser e estiver disponível em ir até este debate d' "A Corporação", a tal que acha que a arquitectura não é referendável. Vou ali e já venho.
Lisboa vai ter mais e melhores hortas urbanas até 2011 -PUBLICO -25.05.2009, Inês Boaventura

Vereador garante ser a primeira vez que a câmara aposta mesmo nos quintais e que está disposta a criar um local de venda para os hortelões

A Câmara Municipal de Lisboa diz que vai avançar, "nos próximos meses", com uma intervenção nos cerca de 15 hectares de hortas do vale de Chelas, com o objectivo de assegurar o fornecimento de água e reordenar o espaço através da criação de caminhos pedonais de acesso. Mas o plano da autarquia é mais ambicioso e inclui, num prazo de dois anos, a criação de hortas em Campolide e Telheiras, e que tentará melhorar os espaços já existentes na Quinta da Granja, Vale Fundão e Bairro Padre Cruz.
A Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas promoveu recentemente um encontro nas hortas da zona de Chelas, onde os visitantes se depararam, "num vale cortado por dois edifícios escandalosos - um hipermercado e uma escola - que cortam a circulação de água" pelos terrenos, com "um interessante mosaico de culturas, conjugando uma produção de espécies hortícolas com algumas plantas ornamentais".
A descrição foi feita pela presidente daquela associação, Margarida Cancela d'Abreu, dizendo ao PÚBLICO que aquelas hortas são mantidas por residentes dos prédios vizinhos, "na maioria reformados", que cultivam produtos agrícolas para autoconsumo, mas também como forma de "entretém".
Um dos principais problemas sentidos é o do acesso à água, recorrendo os hortelões ao expediente de a armazenar em "depósitos extraordinários" como "arcas frigoríficas e barricas", tidos como a única forma de aproveitar a água da chuva, como constatou no local Margarida Cancela d'Abreu.
A Câmara Municipal de Lisboa conhece esta realidade e, segundo o vereador do Ambiente, Espaços Verdes e Plano Verde, vai resolver o problema "nos próximos meses", criando além disso caminhos pedonais. No futuro, a ideia de José Sá Fernandes é que as hortas de Chelas venham a acolher, numa ponte a unir os dois lados do vale, um mercado onde quem cultiva a terra possa vender a sua produção.
Prática comum
Esta é, aliás, uma prática comum em vários locais do globo (como Chicago ou Londres), mas pouco vista num país que, lamenta o arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, "ignora pura e simplesmente as hortas" e a sua importância para as comunidades. A colega de profissão Margarida Cancela d'Abreu conta que uma das excepções ocorre em Évora, onde aos sábados e domingos há bancadas de madeira à porta do mercado para os "quintaneiros" que cultivam hortas à volta da cidade e que ali comercializam os seus produtos, por sinal muito procurados.
Os projectos da Câmara de Lisboa, que o vereador Sá Fernandes acredita que poderão estar concluídos nos próximos dois anos, incluem também a criação de um parque urbano que integrará as hortas já existentes na Quinta da Granja de Baixo, em Benfica. Em Campolide, a ideia é criar hortas que serão atribuídas por concurso a moradores da zona, surgindo também áreas para produção hortícola em Telheiras, num terreno ainda a negociar com a EPUL.
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Escola de Lisboa tem terreno cultivado por centenas de mãos -25.05.2009
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Na Escola 34, na Alta de Lisboa, ao Lumiar, onde estudam 330 crianças com idades entre os três e os 14 anos, houve em tempos um matagal que deu lugar a uma horta, que rapidamente se transformou na menina-
-dos-olhos dos professores, auxiliares e alunos. Num terreno lavrado e cultivado por muitas mãos, na Alta de Lisboa, crescem couves, favas, feijões, ervilhas, batatas, cebolas, cenouras, pepinos, pimentos e outras espécies hortícolas.
No ano lectivo passado, as abóboras transformaram-se num doce que foi comido com tostas por todos os alunos, junto de quem se tenta, através do projecto da horta, promover uma alimentação mais saudável.
É por isso que para este ano lectivo estão reservadas para a festa do dia das bruxas. Os pais contribuíram para a plantação com sementes e plantas, e são também eles os principais clientes compradores dos produtos que os alunos vendem à porta da escola sempre que há colheitas.
Também naquele bairro da Alta de Lisboa poderá nascer nos próximos tempos uma outra horta, esta comunitária, sonhada pelo morador e arquitecto paisagista Jorge Cancela, que tem vindo a recrutar futuros hortelões. O mentor da ideia adianta já que conseguiu convencer "mais de 40" e precisa que vai tentando tentar reunir o maior número de apoios para o projecto, incluindo o necessário terreno.
Uma das ambições desta horta comunitária é aproximar os moradores realojados naquela zona da cidade dos que lá compraram casa, contribuindo para uma maior harmonia entre este "mix social" e para o aumento do sentimento de pertença dos próprios ao todo da comunidade. A produção, explica o arquitecto paisagista Jorge Cancela, será biológica e a zona a cultivar terá que ter "um acesso relativamente fácil, seja de automóvel, seja pedonal", além de fornecimento de água e uma vedação.
O projecto e a eventual cedência de um terreno por parte da Câmara Municipal de Lisboa já estão a ser analisados pelos serviços da autarquia, garante aquele arquitecto paisagista.
No mesmo sentido, e segundo a Câmara Municipal de Lisboa, que aponta os exemplos das hortas no Vale Fundão e no Bairro Padre Cruz, o desafio da autarquia é intervir nas hortas comunitárias já existentes, algumas das quais em espaços privados e que não têm fornecimento de água ou acessos em condições, garantindo que nenhum dos hortelões deixa de ter um espaço de cultivo.
"É a primeira vez que a câmara aposta mesmo nas hortas", garante Sá Fernandes, acrescentando que "antigamente" a prática era simplesmente "fechar os olhos" e ir permitindo a sua existência. Inês Boaventura

domingo, maio 24, 2009

Museu de Arte Popular

Era bonito não era? (foto).

Bom, agora que parece passado a história do museu do mar da língua, apenas fica o da língua, e há que deitar a língua de fora ao cubo de vidro em que o querem enfiar, tendo que destruir parte do edificado, nem por isso há mais vergonha.

Porque desavergonhada foi a herança do actual MC, pois parece que há um contrato leonino com Y Dreams, que será altamente indemnizada caso o museu não avance, i.e., o actual MC está metido numa camisa de onze varas. Mas tudo tem remédio ...

Hotéis de charme

Um mercado com potencial... mas não agora -
Responsável dos Hotéis Heritage diz que toda a Baixa é interessante
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-24.05.2009, Alexandra Prado Coelho-PUBLICO
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O mercado dos hotéis de charme em Lisboa tem potencial para crescer, mas dificilmente isto acontecerá neste momento de crise. Esta é a convicção de Luís Alves de Sousa, dos Hotéis Heritage, que conhece bem esse segmento de mercado pela experiência dos cinco hotéis desse tipo que tem em Lisboa, nomeadamente o Solar do Castelo, instalado numa mansão do século XVIII dentro das muralhas do Castelo de São Jorge.
Olhando para os cinco imóveis históricos que a Câmara de Lisboa pretende vender, Alves de Sousa avisa que não basta um palacete para fazer um hotel de charme. "Há palácios fantásticos mas em sítios onde não faz sentido nenhum ter um hotel de charme." Da lista da câmara, um exemplo disso é o Palácio Benagazil, junto ao aeroporto, ou ainda o Pancas Palha, em Santa Apolónia, que "está em cima da estrada, numa zona com barulho, pouco central". Não se consegue "vender um produto bom mas que está fora do sítio", diz.
Quanto ao Tribunal da Boa Hora, apesar de achar que "toda a Baixa é interessante", tem algumas dúvidas sobre o sucesso da ideia (já abandonada) de transformar em hotel um edifício que, apesar de "ter boas condições para ser adaptado, está encaixado num sítio um pouco sombrio". Não é a melhor localização, sobretudo tendo em conta outros locais que existem em Lisboa - "o Quartel do Carmo, por exemplo, que está num sítio magnífico". Depois há o problema do tamanho. "Explorar um hotel com menos de vinte quartos é muito difícil." Este é um tipo de negócio que, acredita Alves de Sousa, pode interessar mais a pequenas empresas familiares do que a grandes grupos hoteleiros.
Mas, por outro lado, esse pequenos negócios de exploração familiar "não conseguem ter visibilidade internacional e fazer a promoção, que é também a promoção da cidade", lembra Alves de Sousa. O essencial, contudo, é que a câmara aposte na recuperação (limpeza, obras nos edifícios degradados), sobretudo entre Santa Apolónia e a Av. de 24 de Julho, e até ao Parque Eduardo VII. "Só assim teremos condições para chamar mais turismo". Porque Lisboa "tem um charme natural, mas tem problemas que ainda afastam os turistas". É uma cidade que "tem que ser mais valorizada em termos internacionais, tem subir de categoria".
A.P.C.
Há vida para lá dos hotéis de charme ou de luxo? -Publico . 24.05.2009, Alexandra Prado Coelho
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A transformação de monumentos e palacetes em hotéis de charme ou de luxo não é uma novidade. Mas ultimamente algumas propostas originaram polémicas
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A pergunta do título é, obviamente, uma provocação. Mas é também um ponto de partida para um debate sobre aquilo que alguns vêem como uma óptima solução para reabilitar património e outros encaram como uma nova obsessão nacional: a criação de hotéis de charme em monumentos ou imóveis com valor patrimonial.
"De repente, entrou na moda, tudo é para um hotel de charme", diz a historiadora de arte Raquel Henriques da Silva, que vê nisto uma "falta de imaginação". Basta uma breve passagem por algumas notícias recentes: levanta-se a hipótese (entretanto abandonada) de criar um hotel de charme no Tribunal da Boa-Hora, na Baixa lisboeta; discute-se um hotel de charme no Terreiro do Paço; fala-se da possibilidade de ocupar as áreas devolutas do Mosteiro de Alcobaça, monumento património da Humanidade, com um hotel de charme ou de luxo; no ano passado, a Enatur voltou a admitir a ideia de fazer uma pousada no Forte de Peniche; no antigo Hospital de São Teotónio, em Viseu, o Grupo Pestana abre uma pousada com spa; o mesmo grupo vence o concurso público para a exploração turística da Cidadela de Cascais e prepara-se para abrir outra pousada no Palácio do Freixo (monumento nacional) no Porto; a Câmara de Lisboa anuncia que vai colocar à venda seis palácios centenários para serem convertidos em hotel numa operação baptizada como Lisboa, Capital do Charme. Será que aguentamos tanto charme?
"O princípio existe em todo o mundo. E em Portugal, se olharmos para o passado, todos conhecemos vários casos em que isso nunca foi polémico", diz a secretária de Estado da Cultura, Paula Fernandes dos Santos. "Em alguns monumentos, temos que ter o cuidado de não misturar o lado nobre, patrimonial, com outros lados que, se calhar, no passado, não tiveram as utilizações mais nobres. Mas como princípio acho que não devemos ficar assustados com a ideia. São formas de preservar o património. Se não lhe dermos uma finalidade ninguém acha que aquilo é útil e ninguém vai lá investir. Não se pode é dizer 'que horror, não podemos pôr lá nada', porque corremos o risco de deixar cair as paredes".
Manuel Salgado, vereador do Urbanismo de Lisboa, explica a estratégia para a capital. "Lisboa tem um conjunto significativo de edifícios com valor patrimonial que estão em mau estado ou subaproveitados e têm custos de manutenção. Por outro lado, segundo os estudos feitos pela Associação de Turismo de Lisboa, há uma procura crescente de um turismo urbano, voltado para pequenas unidades hoteleiras em zonas históricas. É uma área de negócio interessante." "Mas", sublinha, "não é a única via possível. Pode haver empresas de prestígio que queiram adquirir e recuperar um imóvel para uma sede representativa, pode haver pessoas ricas que queiram comprar, pode haver fundações". Seja como for, é uma forma de a câmara equilibrar as finanças (a soma do valor-base de venda dos seis palácios era 12,7 milhões de euros) e recuperar património.
Tudo para o turismo
Para já, a CML vendeu o Palácio Braamcamp (avaliado em 1,8 milhões, foi comprado por 2,4 milhões), em Santa Catarina, um edifício que chegou a ser ocupado por Fontes Pereira de Melo, serviu depois para a École Française de Lisbonne e, por fim, até 2008, albergou a Caixa de Previdência e os Serviços Sociais da CML. A oposição social-democrata travou a venda dos outros palácios por enquanto (Salgado diz que, de qualquer maneira, a ideia foi sempre a de vender um de cada vez). Victor Gonçalves, presidente da Comissão de Urbanismo da Assembleia Municipal, justifica: "Atendendo à actual crise e à diminuição da procura hoteleira, pareceu-nos precipitado." Não se trata de nenhuma posição de princípio contra a exploração para hotéis de charme. "A única coisa que Lisboa pode precisar, do ponto de vista hoteleiro, é de hotéis de charme. Em relação à restante hotelaria, o que existe e o que já está aprovado é suficiente."
O que preocupa Raquel Henriques da Silva é precisamente esta concentração de esforços no turismo. "Escusamos de repetir o erro de outras cidades de entregar os centros históricos exclusivamente a turistas. Tenho pena de que não haja uma reflexão mais profunda sobre esse modelo. As empresas, os bancos, o Governo, as universidades, todos vão para os arredores e devíamos pensar se isso tem que ser uma fatalidade."
Em geral, "ou se faz hotel ou se faz museu, e isso é pobre. O desígnio para Lisboa não pode ser só alojar turistas, ter restaurantes para turistas, centros de interpretação para turistas...".
"Faça-se o novo ao lado"
Um dos argumentos contra a hipótese de venda de edifícios históricos é a de que o Estado está a perder património deixando-o privatizar-se. "Há sempre maneira de alugar a projectos mais interessantes. Vender tem que ser o último recurso", defende Paulo Ferrero, do Fórum Cidadania LX. Dito isto, esclarece que também não tem nenhuma objecção de princípio a hotéis de charme. "Cada caso é um caso. Fazer a mesma alteração de uso para todos é que me parece esquisito."
É muito importante, no caso dos monumentos, que as pessoas possam continuar a visitá-los, defende Walter Rossa, especialista em Arquitectura e Urbanismo. Um bom exemplo é o da Pousada da Flor da Rosa, no Crato, onde a intervenção do arquitecto Carrilho da Graça separa a zona do hotel, permitindo que se continue a visitar o convento. "Isso pode ser uma boa solução", concorda José Aguiar, responsável da Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios (ICOMOS). "Faça-se o novo ao lado e não se altere de maneira definitiva o monumento. É muito importante garantir a reversibilidade da intervenção."
Um hotel de charme "não pode ser transformado numa receita, como foram as pousadas", defende Paulo Pereira, antigo vice-director do Instituto Português do Património Arquitectónico. "Não é a solução para todos os problemas". No entanto, admite que, "com o projecto adequado, pode ajudar a nobilitar edifícios abandonados e que não têm destino".
A questão que preocupa muita gente é precisamente a de saber que tipo de intervenção os edifícios poderão sofrer. "Este é um mercado com algum nível de exigência. Os utilizadores querem equipamentos amplos e isso é geralmente incompatível com as preexistências", alerta José Aguiar. "É preciso adequar o programa ao objecto e não o contrário. Não podemos obrigar o monumento a resolver as circunstâncias funcionais dos programas que, sendo turísticos, são muito exigentes, implicam zonas de lavagens, de preparação de refeições, spas". Dá um exemplo: "Um mosteiro de uma ordem pobre tem celas muito pequenas e a adaptação a quartos é muitas vezes desastrosa".
Os estudos de viabilidade são essenciais, concorda Walter Rossa. Mas "não são uma solução universal", até porque "há edifícios que, enquanto ruínas, merecem poder continuar a sê-lo". Ou seja, "não faz sentido aproveitar a fachada de um palácio que caiu e fazer-lhe um hotel por trás". José Aguiar está inteiramente de acordo na crítica ao "fachadismo". "Por vezes, há intervenções que preservam a pele e arrasam o interior, deixando algo que não é novo nem antigo, não preserva a memória nem os valores formais que definiam o edifício como monumento. Aí, em termos de património, estamos perante uma fraude. Não é conservação, mas ao mesmo tempo não dá espaço à arquitectura contemporânea e não permite que o nosso tempo tenha um rosto."
Manuel Salgado, vereador da Câmara de Lisboa, diz que há património em Lisboa em mau estado ou subaproveitado

quarta-feira, maio 20, 2009

No reino do absurdo

No meio de inúmeros lugares de estacionamento disponíveis e gratuitos, este "artista" resolveu estacionar em cima do passeio e - cereja em cima do bolo - numa passadeira para peões. E, no entanto, tudo indica que seja um profissional, dado que conduz uma carrinha ao serviço de uma empresa...

segunda-feira, maio 18, 2009

A Nunes Correia faliu?


Se assim for, trata-se de mais uma machadada no comércio tradicional da Rua Augusta, que é o troço final do eixo fundamental de Lisboa, Avenida da Liberdade-Terreiro do Paço, que está a definhar a olhos vistos, sendo neste momento uma artéria que de nobre tem muio pouco, onde se trafica droga e óculos escuros à descarada; a pedincha é uma "indústria criativa"; e a CML assobia para o lado no que toca ao urbanismo comercial.

Mais a mais uma loja que já ia na 3ª geração, desde finais do séc. XIX.
Mais a mais uma loja com uns interiores lindíssimos, que importa preservar quanto antes.

Isto tudo numa semana em que a CML abre as portas do MUDE, na mesma rua. Triste.

sábado, maio 16, 2009

Animem-se, lisboetas!

Lugares vagos (e gratuitos) a perder de vista
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Pormenor
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Pormenor delicioso...
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NÃO HÁ NADA como ir até Lagos para constatar como o estacionamento selvagem e impune está longe de ser um exclusivo das grandes cidades. Mas o que o torna particularmente absurdo, nesta terra, é a enorme quantidade de lugares de estacionamento disponibilizados pela autarquia - gratuitos e desprezados.
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NOTA-1: estas fotos são de ontem, e iguaizinhas a outras, de há dois anos, aqui afixadas e também divulgadas no «Público». Repare-se no sublime ridículo das rampinhas para vencer os 10 cm de desnível da rua para o passeio...
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NOTA-2: veja-se, [aqui], como a PSP (nesta terra onde não há Polícia Municipal nem EMEL), encara estas situações.

sexta-feira, maio 15, 2009

Um concentrado de "absurdo"

A FOTO, tirada há poucos dias à porta do Hotel Roma, mostra uma realidade que, embora não sendo grave, diz muito acerca do que 'nós' somos - um povo refractário a regras, mesmo quando elas nos podem favorecer:
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Do lado direito, o espaço reservado para as camionetas está vazio; as camionetas estacionam na praça de táxis; estes, por sua vez, fazem-no da forma que se vê...
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Actualização: Esta cena foi objecto de um passatempo com prémio [aqui].

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Excelente artigo. Mas fica o alerta:

- Qual é o tipo de piso e de material em preparação para o resto da intervenção na FR (Ribeira das Naus, Corpo Santo, Rua do Arsenal, etc.)? Betão? A intervenção global é una ou uma manta de retalhos de intervençõezinhas, cada qual com a sua "marca de autor", o seu desenhinho, o seu material, o seu espaço público, a sua espécie de árvore, etc.?

- A transformação da placa central num plinto gigantesco, debruado a 2 degraus, cada qual com 45 cm de alto, além de ser inestético e indecoroso para aquela praça, é uma uma barreira arquitectónica que transformará o Terreiro do Paço numa espécie de Praça da Figueira II

Ainda outro alerta, este a quem de direito:

O chamado "estudo prévio" (que a mim me parece um projecto final) do TP vai a aprovação da CML na próxima 4ª F. Cadê a discussão pública? O "debate" limita-se a 2 arigos num jornal diário e a um debate na corporação?

Não, não, isso deve ser como se fosse um plano de pormenor, no mínimo ... faz favor de abrirem período de debate público e de solicitar pareceres a especialistas, que por sua os divulgem junto da opinião pública. O Terreiro do Paço é demasiado importante para ser tratado como uma praceta de beco.

quinta-feira, maio 14, 2009

As formas das plataformas

Do nada à pelintrice - passando pelo "como deve ser"
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COMO muito bem sabe quem costuma frequentar a Feira do Livro de Lisboa, os escaparates do lado mais baixo, devido à inclinação do pavimento, são de difícil visibilidade se não houver estrados que compensem o desnível. Pois bem; estas três imagens mostram outras tantas formas de encarar essa dificuldade com que os clientes são confrontados.
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NOTA: Repare-se que a imagem do lado direito é do stand da Majora, para miúdos. Desde a altura insuficiente até aos intervalos das tábuas - passando pelo facto de se ter usado uma palete para desenrascar... está tudo dito.

Chegado por e-mail:


«Com pedido de divulgação segue para V/conhecimento esta informação do Prof. Carvalho Rodrigues, relativa à nova travessia sobre o Tejo proposta pelo Governo.


http://www.youtube.com/watch?v=8ZBoRouCzi0

A Terceira Travessia do Tejo (TTT) em Ponte no Mar da Palha põe definitivamente em risco as populações ribeirinhas das cidades de Lisboa até Vila Franca de Xira e do arco ribeirinho da margem sul(Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro, Seixal e Almada). O índice de assoreamento no Mar da Palha é extremamente elevado, como é bem visível nesta fotografia do "Dique" Vasco da Gama (http://www.anmpn.pt/images/apvg.jpg) dado que, o aumento de amplitude do estuário naquela zona provoca uma diminuição significativa da velocidade da água, que facilita a precipitação dos sedimentos que vêm em suspensão. Na maré baixa, no trajecto Seixal - Lisboa, existem locais onde já não passam dois catamarans um pelo o outro. Os cerca de 50 pilares da nova Ponte vão originar igual número de ilhas cujo aumento de volume ao longo dos anos provocará um efeito de Dique ,potenciando a ocorrência de catástrofes com inundações das zonas ribeirinhas, em situações de caudais elevados aliadas a ventos e marés vivas equinociais. Efectivamente, dado que os caudais no rio têm vindo a aumentar fruto da diminuição das zonas de infiltração em terra ocupadas pela malha urbana, a introdução de infra-estruturas no rio que funcionam como obstáculos à corrente fará crescer significativamente o nível de assoreamento, potenciando a ocorrência de inundações devido à subida da altura da água. Este problema não foi objecto de qualquer estudo científico, nem sequer foram consultadas as entidades de referência no domínio da hidrografia, nomeadamente, o Instituto Hidrográfico.

O Professor Carvalho Rodrigues, no Programa Clube de Imprensa da RTP2, através de uma experiência simples ,mostra-nos os riscos que a TTT em ponte (em qualquer dos corredores) representará para as populações ribeirinhas, no caso de não vir a ser travada a tempo. A falta de rigor e superficialidade do estudo subjacente à TTT no respeitante aos seus efeitos na área molhada, é uma vergonha para a Engenharia Portuguesa, aliás bem patente no parecer sobre o Projecto emitido pelo Gabinete de Sexa.

O Chefe do Estado Maior da Armada, quando afirmou sic. "Apesar do Estudo de Impacto Ambiental referir que o Instituto Hidrográfico foi contactado como entidade interessada, convém esclarecer que as solicitações dirigidas àquele Instituto não foram nesse sentido, tendo tido apenas como objectivo a cedência de dados hidrográficos publicados pelo IH."

Ou seja, quem sabia da poda, quem tinha a soberania sobre os saberes, não foi consultado!

Para ver a totalidade do video do Clube de Imprensa de 2009.04.29 - Portugal, País de Descobertas - clique neste link

http://ww1.rtp.pt/multimedia/?tvprog=23329&idpod=24754»

Pedir por favor



Houve um tempo em que estive na CML a fazer de vereador, mas a mim o presidente nunca pediu que apresentasse por interposta pessoa propostas de atribuição de 500 mil euros ao herói nacional "Joe" Berardo. Na verdade, acho que nunca me pediu fosse o que fosse.


quarta-feira, maio 13, 2009

NASCEU UM MOVIMENTO - Zé para o Céu


O novo Movimento Cívico de Apoio à Associação Cívica de Apoio do José Sá Fernandes ao Partido Socialista propõe a beatificação do Zé. A Petição já está em linha, AQUI.

13 DE MAIO DE 1934


Era inaugurado, em Lisboa, o monumento ao Marquês de Pombal.

domingo, maio 10, 2009

Visitas guiadas aos Paços do Concelho


Visitas guiadas aos Paços do Concelho promovidas pela Câmara Municipal de Lisboa.
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As visitas têm o seguinte horário:
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As visitam-se realizam-se aos Domingos, sendo uma primeira visita às 10H30 e outra às 11H30. Para efectuarem a visita, bastará aos interessados comparecerem cerca de 15 minutos antes do horário indicado, na recepção do edifício dos Paços do Concelho, sito na Praça do Município, em Lisboa.
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Mais informações aqui

Retratos de Lisboa

Espaços verdes junto ao Edifício do Metropolitano na Av Fontes Pereira de Melo, 7 de Maio 2009, em plena Feira do Livro.



Rua Aníbal Bettencourt, a meia dúzia de metros do edifício da CML no Campo Grande. Fotografia de Julho de 2006. Anos depois, a situação mantém-se. A EMEL pastoreia e multa amiúde os carros a dez metros do local. A visão deve ser selectiva...




Sete Rios (em frente ao Jardim Zoológico). As fotografias têm mais de um ano e já foram colocadas aqui.
Como se encontra agora? A javardice continua ou finalmente deitaram os barracos abaixo?
(Há barracos da Carris e do Metro)

sábado, maio 09, 2009

BARÓMETRO DA MOBILIDADE Abril 09


BARÓMETRO DA MOBILIDADE - por Isabel Goulão
Parceria Jornal de Lisboa e ACA-M (Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados).

POSITIVO

Não à ocupação
A campanha "Não pense só no seu umbigo" do movimento Passeio Livre (http://passeiolivre.blogspot.com/) contra a ocupação ilegal do espaço público que pertence ao peão, constantemente invadido pelo automóvel, "cidadão" prioritário na vivência da cidade.
Esta ou outras campanhas serão sempre bem-vindas para combater o laxismo dos cidadãos e a ineficácia conivente das autoridades.
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NEGATIVO
Alameda Universitária

Canos de água rotos, lixo, mato, pó no Verão, lama no Inverno, passeios invadidos por viaturas, passadeiras mal amanhadas, sinalização horizontal ignorada, mobilidade impossível a deficientes, um sem fim de problemas que torna aquele lugar inóspito e impróprio a peões e o qual, pela sua natureza, deveria inspirar dignidade e tranquilidade.
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JORNAL DE LISBOA ABRIL 09
Aqui:

Não "coisam" nem deixam "coisar"...
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SÃO INÚMEROS os automobilistas que desprezam os lugares disponíveis, preferindo deixar os carros em 2.ª fila. Evitam o pagamento (apesar de também se verem cenas dessas em horas de gratuitidade...), e apostam que não lhes acontecerá nada (o que é quase sempre verdade)..

Mas há piores: são aqueles que desprezam os lugares vagos, não deixam que outros os utilizem... e ainda por cima impedem (ou dificultam) a saída de quem está bem estacionado.
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NOTA: Estarei a fazer confusão, ou esta situação do estacionamento em 2ª fila estava contemplada numa das muitas promessas em que os lisboetas acreditaram quando deram o seu voto a António Costa?

sexta-feira, maio 08, 2009

Acudam-nos ...

... que isto magoa a alma lusitana!!

Novas imagens do futuro Terreiro do Paço foram apresentadas hoje

- Desenho do arquitecto Bruno Soares

É uma praça cor de terra, com losangos, aquela que o arquitecto Bruno Soares desenhou para a Sociedade Frente Tejo e apresentou à Câmara de Lisboa para a renovação do Terreiro do Paço.

O projecto foi hoje finalmente dado a conhecer, depois de ter sido mantido em segredo durante mais de um mês, e inclui um substancial alargamento dos passeios e grandes restrições à circulação automóvel. A calçada à portuguesa desaparece do local, enquanto o Cais das Colunas surge transformado numa plataforma circular.

Até ao final do séc. XIX, o Terreiro do Paço não estava pavimentado: era, como o nome indica, uma praça de terra. Foi essa memória que Bruno Soares quis manter no trabalho que desenvolveu para a Sociedade Frente Tejo. A cor das fachadas dos edifícios mantém-se igual. Depois há um corredor de pedra que marca o caminho entre o arco da Rua Augusta e o rio - e que tem sido até agora, nas apresentações restritas que o arquitecto tem feito do seu projecto, o aspecto mais contestado. Há quem diga que divide desnecessariamente a praça ao meio. “Isto não é nenhuma passadeira esquisita. É um passeio em pedra em direcção ao Cais das Colunas”, disse hoje Bruno Soares em defesa da sua dama.

(...)

Sr. Arqº Bruno Soares, tem V. Exa. toda a legitimidade de defender a sua dama, e tanto quanto me é dado a entender e respeitar, elaborar os projectos mais sui generis - e que menos me agradem - que entenda, contudo gostaria de requerer à autarquia que não permita o assassinato da calçada portuguesa naquele local.

Em 2005 defendi que os passeios, os locais comuns de passagem em geral, deviam ser substituídos por piso em placas direitas, sem buracos ou desnivelamentos, para permitir a circulação normal das pessoas.
Manter-se-ia a calçada portuguesa nos locais de património nacional e/ou municipal - calçada em condições: sem buracos, ou remendos feitos à pressão, que possibilitassem a mobilidade pedonal.

No que toca a passeios, há já placas que imitam na perfeição a calçada portuguesa, e para os locais de património, há a colocação das pedras tradicionais em calcetamento condigno, e devidamente mantido.

Agora vem o Sr. Arqº arruinar a calçada portuguesa tentando transformar o Terreiro do Paço em terra e losangos.
De facto, já não estamos no Séc. XIX para termos terra no terreiro, e não estamos no Séc. XXIII para termos losangos ...

Haja muita calma e paciência para aturar todas estas violências.

Alguém sabe...?

Av. Gago Coutinho, junto ao Areeiro
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Pergunto (dado que, de facto, não sei a resposta): pode completar-se um sinal-de-trânsito com outras placas, ad-hoc, que transformam em "autorizado" o que é "proibido"?

A "guerra" não terminou


Sobre as notícias que por aí circulam acerca dos caixotes mais conhecidos de Lisboa, e de que a Margarida deu há pouco conta, aqui fica a nota de imprensa do Fórum Cidadania Lx, desde ali mesmo ao lado.

Isto começa mal

Os processos pré-eleitorais para as eleições que se aproximam não são animadores. Indo ao mais importante: a recusa de partidos em participar em soluções transversais percebe-se numa lógica de puro eleitoralismo, mas não de interesse nacional. É evidente que admitir entendimentos com outra força política, mesmo em tese, traz implícita uma leitura de que se perdem esperanças de maiorias absolutas.

Mas traz mesmo? Não perceberia o eleitorado – não o exigiria – que para lá de maiorias ou minorias possa ser absolutamente necessário um entendimento mais alargado em nome do País? Sucede por quase toda a Europa e não me consta que em Países pior governados. Não querem os Portugueses ouvir um discurso mais virado para as graves dificuldades que estão aí, em conjugação de esforços? Por ora, de legislativas estamos falados.

As europeias já trouxeram o seu quê de inadmissível, entre insultos e murros (a historinha saberemos depois), ou mesmo inesperadas referências e comentários da Administração Pública e do Governo que estão obrigados a absoluta imparcialidade.

Quanto às autárquicas e para além do teste sobre a credibilidade, vai ser curioso o desfecho da predisposição do anterior Presidente da Câmara de Lisboa para se apresentar ao eleitorado: até às eleições vamos ouvir que avança e que não avança, o mesmo número de vezes.

Traiu Luís Marques Mendes – afirmou (é exactamente isso) não querer ficar por não ter condições, para depois faltar à palavra dada e ficar – e inviabilizou uma solução alternativa para Lisboa, entregando-a direitinha ao Partido Socialista (a coisa já tinha corrido mal quando quis fazer e desfazer um acordo com o CDS, no que foi em ambos os casos desaconselhado). É extraordinário como alguém sobre cuja (não) gestão se pode escrever um tratado, que se vitimiza quando foi carrasco – ao contrário do que afirma –, se propõe àquilo de que nunca foi capaz: governar a Cidade, com o eterno ar de grande seriedade, que jura publicamente.

A pequena história um dia dirá, até porque ninguém engana toda a gente todo o tempo. Mas na lista do Partido Socialista também podem aparecer aparentes surpresas de direita (ou talvez não, dada a dependência de cargos políticos), com um passado de gestão de apoio a situações que acabaram em casos de polícia. Aguardemos. O que se espera é que ninguém ponha diabos em casa, que a Cidade não aguenta mesmo. Isto começa mal.

É ca...mpanha eleitoral, ninguém leva a mal ...

Acabou a guerra dos contentores. Lisboa vai ter um jardim

A guerra dos contentores pode acabar antes da campanha eleitoral para as autárquicas de Lisboa: onde se esperava mais carga vai haver um jardim resgatado - por 20 anos, pretende a Câmara de Lisboa - ao Porto de Lisboa. A câmara está a negociar um protocolo com a Administração do Porto de Lisboa (APL) e a Liscont (a empresa que gere os contentores portuários, do grupo Mota-Engil, liderado por Jorge Coelho), com a bênção do movimento de cidadãos anticontentores, que deverá ser assinado durante o mês de Maio.

(...)

No i, o novo jornal.
Muito bom por sinal.

quarta-feira, maio 06, 2009

Risco de colapso obriga ao encerramento da Estufa Fria pelo menos por nove meses -PUBLICO -
06.05.2009, Ana Henriques
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Estrutura metálica da cobertura atingiu níveis de degradação perigosos, dizem especialistas.
A sua substituição irá custar mais de um milhão de euros, e não haverá concurso público
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A Estufa Fria vai estar fechada pelo menos nove meses, devido ao risco de colapso da sua estrutura metálica de cobertura. O espaço verde foi mandado encerrar pela Câmara Municipal de Lisboa no passado dia 29, depois de uma vistoria da empresa do reputado especialista em estruturas João Appleton.
O relatório dos engenheiros que visitaram o local diz que, na parte da estufa fria do recinto - onde existe ainda uma estufa quente e outra doce, com plantas tropicais e equatoriais -, a degradação da estrutura que abriga as espécies vegetais ao longo de 8100 metros quadrados atingiu níveis perigosos. Há colunas e capitéis corroídos e vigas curvadas de forma pouco recomendável. Toda a estrutura vai ter de ser substituída, com o máximo de cuidado possível para não danificar as plantas. A situação da estufa doce, que tem uma área de 3000m2, é semelhante, embora menos grave: em alguns locais, poderá ser possível o reaproveitamento parcial da estrutura. Só a estufa quente é recuperável, apesar de também ali terem sido encontradas algumas anomalias.
A empreitada e o respectivo projecto, que poderão custar mais de um milhão de euros, não serão alvo de concurso público. A Câmara de Lisboa vai socorrer-se da disposição legal que permite a adjudicação directa em casos de emergência. O director municipal do Ambiente Urbano, Ângelo Mesquita, explica que a singularidade e a delicadeza da obra também aconselham este tipo de procedimento: ao contrário da maioria das empreitadas, em que o preço e o prazo são habitualmente os principais factores de ponderação na adjudicação, aqui o que conta é, acima de tudo, o currículo da empresa que fará a proeza de substituir a estrutura antiga por uma nova.
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Ponto turístico
"Temos de garantir o mínimo de risco para os elementos vegetais, embora alguns exemplares de maiores dimensões possam vir a sofrer danos", diz o mesmo responsável. Os prejuízos para o turismo da cidade também justificam a pressa, refere. Mas o anúncio afixado à porta da Estufa Fria não dá qualquer pista sobre o que se está a passar: apenas diz que o local se encontra encerrado "por motivos técnicos", não estando prevista qualquer "data para a sua reabertura".
Ângelo Mesquita diz que já informou quer os guias turísticos quer a Associação de Turismo de Lisboa de que não vale a pena rumarem a esta parte do Parque Eduardo VII.
O director municipal do Ambiente Urbano vai agora contactar três empresas que considera capazes de levar a empreitada por diante para saber se alguma delas está em condições de fazer o trabalho e tem disponibilidade para tal. "O ajuste directo será depois auditado pelo Tribunal de Contas", frisa. O projecto será feito pela empresa de João Appleton, a A2P. A obra deverá começar daqui a três meses.
"A estrutura encontra-se em risco de colapso há cerca de dez anos", conta o vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes. "Felizmente, não aconteceu nada até agora." O autarca já tinha planos para reabilitar o recinto. Mas a intervenção prevista era de menor monta e só deveria ocorrer em 2010. Dela faz parte a abertura de um centro de interpretação e de uma cafetaria entre a estufa e o jardim infantil do Parque Eduardo VII, ali ao lado, bem como a abertura de um ponto de venda de publicações e eventualmente de sementes à entrada do recinto. Sá Fernandes quer que a nova estrutura da estufa tenha acoplados painéis solares que forneçam energia eléctrica a todo o Parque Eduardo VII.
Serão as verbas do jogo do Casino de Lisboa a que o município tem direito por lei a pagar esta intervenção, bem como várias outras previstas pela cidade fora. "Como nunca sofreu obras, a Estufa Fria encontra-se num estado lastimoso", lamenta José Sá Fernandes.
Segundo informações prestadas pela câmara, a Estufa Fria recebe uma média anual de 60 mil visitantes. Uma das suas espécies mais curiosas é um cacto que só dá flor uma vez por século - e que já floriu no ano passado, conta Sá Fernandes.

Festas de Lisboa custam 1,5 milhões de euros e juntam os sabores da tradição a "outras cenas" -PUBLICO -06.05.2009

A sardinha volta a ser o símbolo das festas, este ano com trajes diferentes, da autoria de sete artistas plásticos portugueses

As Festas de Lisboa 2009 vão custar mais de 1,5 milhões de euros e terão duas linhas de programação própria, uma mais tradicional e outra para assinalar a diversidade cultural da cidade, ditas Outras Cenas, com propostas de vários estilos sugeridos pela EGEAC, empresa que gere os equipamentos culturais da cidade.
Segundo o programa ontem apresentado, são dois meses de festejos, a abrir a 15 deste mês com o Desfile da Máscara Ibérica e encerramento a 15 de Julho, com um concerto de Jorge Palma, nos jardins da Torre de Belém.
A programação divide-se por duas linhas: Dias em Festa, com iniciativas de cariz mais tradicional como as marchas populares e os arraiais, e Outras Cenas, com propostas de vários estilos. O Desfile da Máscara Ibérica (dias 15, 16 e 17, na Praça do Rossio) realiza-se pela terceira vez consecutiva em Lisboa e contará com cerca de 650 participantes do Nordeste transmontano e das regiões espanholas de Zamora, Ourense, Astúrias, Leão e Cantábria. O concerto de encerramento, a 15 de Julho, na Torre de Belém, ficará a cargo de Jorge Palma, que terá como convidados Cristina Branco, Adolfo Luxúria Canibal, Fausto e Sérgio Godinho, entre outros.
Pelo meio haverá iniciativas como o Omnibus, com iniciativas nos autocarros 44, 83, 709 e 708, o Fado nos Eléctricos e o Jazz às Onze, que tem como palco os principais elevadores históricos de Lisboa.
O Mundo Mix, ponto de encontro de novos projectos e novos talentos no Castelo de S. Jorge, regressa às festas, assim como a Semana das Casas Regionais e o Arraial Pride.
As marchas populares, a 5, 6, e 7 de Junho, no Pavilhão Atlântico, e a 12 de Junho, na Avenida da Liberdade, e a Festa do Fado, no Museu do Fado e no Castelo de São Jorge, marcam a restante programação de cariz mais tradicional.
O Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas marca amanhã o arranque da linha de programação Outras Cenas, que continua com o Sound Tracks (final de Maio), centrado na relação do cinema com a música, a mostra Photo España 09 Lisboa, a homenagem a Michelangelo Antonioni 52 Spaces (na sala principal do teatro Maria Matos) e a iniciativa Combo/Mude, uma parceria com 13 lojas de comércio tradicional que receberão instalações de design.
Entre as iniciativas previstas, a Experiência Variações (9 a 14 de Junho), na Fábrica Braço de Prata, assinala o 25.º aniversário da morte de António Variações.
O símbolo da Festas de Lisboa, uma sardinha estilizada, regressa este ano com sete trajes diferentes, da autoria dos artistas plásticos Bela Silva, Henrique Cayatte, João Maio Pinto, Luís Henrique, Nuno Saraiva, Pedro Proença e André Carrilho. Lusa


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Dejectos caninos estão a contaminar jardins de Lisboa--PUBLICO --06.05.2009

A Faculdade de Medicina Veterinária, em cooperação com a Câmara Municipal de Lisboa, está a desenvolver um estudo baseado em amostras de dejectos caninos recolhidos em espaços públicos para avaliar o seu grau de contaminação parasitária.
Em comunicado, a Câmara Municipal de Lisboa informa que durante este ano e o próximo, "além de mais colheitas de fezes, estão a ser planeadas colheitas de amostras de solo e vegetação no máximo de locais públicos, em particular os mais utilizados para fins de lazer pelos lisboetas, em particular jardins, de modo a determinar o tipo e grau de contaminação ambiental e verificar o potencial de infecção humana".
De 2007 para 2008, a percentagem de amostras positivas triplicou, o que poderá estar relacionado com "um maior número de amostras pesquisadas ou com um aumento real de animais parasitados, fruto, provavelmente, de reinfecções frequentes ou de programas de controlo anti-parasitário pouco eficazes", refere a autarquia, baseando-se já em alguns resultados do estudo da Medicina Veterinária.
Jardins dão "positivo"
A Faculdade de Medicina Veterinária concluiu que, em 2008, na Alameda D. Afonso Henriques, na zona envolvente da Igreja de Santo Condestável, nos Jardins de Belém e da Torre de Belém foram colhidas "amostras positivas de parasitas gastrointestinais potencialmente transmissíveis ao homem".
Perante estes resultados, a Câmara Municipal de Lisboa mostra-se preocupada com "o facto de os dejectos caninos constituírem, para além de uma das principais causas de sujidade dos passeios e jardins da cidade, um grave problema de saúde pública como consequência da contaminação dos solos".
Assim, a Câmara de Lisboa decidiu incluir este estudo na actual campanha de sensibilização da população na esfera da limpeza urbana, "apelando à remoção dos dejectos por parte dos donos dos animais, sem cuja ajuda limpar Lisboa será uma missão impossível".

terça-feira, maio 05, 2009

A Crise: Uma Crónica Alentejana

A CRISE: UMA CRÓNICA ALENTEJANA, uma conferência proferida pela antropóloga Dorle Dracklé, no próximo dia 7 de Maio, às 18:00, na SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA, no âmbito do Ciclo de Conferências "O Património em Risco - La Reina d'Africa em Lisboa", da Secção Profissional de Estudos do Património daquela Sociedade.

Será também visionado o Documentário 239, de Nuno Santos e Pedro Verde, além de alguns extractos de filmes dedicados à temática da Conferência.

Dorle Dracklé é antropóloga e professora da Universidade de Bremen. Autora de Die Rhetorik der Krise, tem diversos livros e artigos dedicados ao Alentejo.

Mais informações AQUI.

segunda-feira, maio 04, 2009

LISBOA E OS AUTOMÓVEIS

Depois deste post do Pedro Magalhães, um novo artigo:

Ainda Lisboa e os automóveis-PUBLICO -04.05.2009, Pedro Magalhães

A utilização do carro na cidade tem externalidades negativas que incidem desproporcionalmente sobre os residentes
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Há quinze dias, escrevi aqui sobre os efeitos positivos conhecidos da introdução de uma "taxa de congestão" sobre os veículos que entram no centro das cidades de Londres e Estocolmo. Critiquei alguns dos argumentos normalmente utilizados para afastar a possibilidade da aplicação de um sistema congénere na cidade de Lisboa. Recebi indirectamente algumas críticas ao que escrevi, que me pareceram suficientemente interessantes para voltar a escrever sobre o assunto.
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Um primeiro tipo de críticas invocou "direitos". Quem mora fora de Lisboa - ou de uma qualquer área que dentro do concelho se defina como "centro" - tem tanto "direito à cidade" como os que lá moram. Há aqui três falácias. A primeira consiste em supor que a introdução de taxas para entrar em Lisboa de automóvel retira "direito à cidade", como se não houvesse outras formas de entrar e circular em Lisboa e como se o excesso de trânsito não fosse, ele próprio, atentatório do "direito à cidade". A segunda consiste em supor que a faculdade de circular de automóvel por onde muito bem se entenda é um "direito" ilimitado. O problema é que, mesmo que fosse um "direito", não há cidade nenhuma no mundo - à excepção talvez de Mogadíscio e outras cidades de países onde a existência de um estado é duvidosa - onde esse direito seja ilimitado. Território e estradas são bens comuns, cuja utilização o Estado e as autarquias têm a obrigação de regular. A terceira falácia consiste em supor que a introdução de uma taxa de congestão à entrada da cidade exclui a imposição de custos para a circulação dos residentes. Não exclui. Tecnicamente, a solução pode tornar-se mais complicada, mas pode ser simplificada se os residentes pagarem mais do que pagam hoje por lugares de estacionamento ao pé de sua casa ou, genericamente, num imposto municipal sobre veículos. Mas neste capítulo da "igualdade de direitos" - a terminologia é inadequada, mas enfim - entre residentes e não residentes, há também três coisas que importa ter em conta. Primeiro, a utilização do carro na cidade tem externalidades negativas que incidem desproporcionalmente sobre os residentes em comparação com os não residentes, pelo que o custo tem sempre de ser superior para os segundos. Segundo, este diferencial pode ser manipulado e, eventualmente, aumentado, se se quiser usá-lo para dar mais incentivos para a fixação no centro. Terceiro, e mais importante, toda esta discussão sobre "igualdade de direitos" ignora completamente os direitos daqueles que, fora ou dentro da cidade, não circulam de automóvel.
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Isto leva-nos para o segundo tipo de críticas: as que invocam preocupações de equidade social. Afinal, portagens à entrada da cidade incidiriam sobre os "pobres" residentes nas áreas suburbanas, com o único efeito de melhorarem a qualidade de vida dos "ricos" residentes. Deixemos de lado a validade de uma análise que só vê "pobres" na linha do Estoril e "ricos" na Ajuda, Marvila ou S. Jorge de Arroios. Mais importante é notar o seguinte. Primeiro, os mais "pobres" não vêm de carro para Lis-
boa nem andam de carro em Lisboa. Vêm e circulam de transportes públicos, e têm depois, ainda por cima, de suportar os efeitos do uso do automóvel por outros, entre eles a drástica degradação da qualidade de serviço dos transportes públicos causada pelo excesso de tráfego de automóveis particulares. São eles os principais prejudicados pela actual situação.
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Para além disso, como recorda Nicolás Stier, professor na Columbia University, a propósito da possível introdução de um sistema semelhante em Manhattan, as - importantes - preocupações com a equidade do sistema podem ser concretizadas de diversas formas, tais como, por exemplo, usando as receitas para melhorar os transportes públicos nas áreas mal servidas ou tornando o montante pago em taxas de circulação parcialmente dedutível para famílias com mais baixos rendimentos. O ponto central sobre a questão da equidade é, afinal, o seguinte: como assinalam Jonas Eliasson e Lars-Göran Mattsson num estudo sobre a taxa de congestão de Estocolmo e, precisamente, os seus efeitos diferenciais sobre grupos sociais concretos, as consequências redistributivas de um sistema deste género dependem da forma como ele é desenhado e, crucialmente, da forma como as suas receitas são aplicadas. No caso de Estocolmo, os autores concluem que a taxa acabou por ter efeitos progressivos (e não regressivos) e os custos incidiram desproporcionalmente sobre os residentes do centro com mais elevados rendimentos. Dependendo do desenho do sistema, pode não ser assim, mas também não tem de ser o contrário.
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O último tipo de críticas baseia-se na ideia de que um sistema que tome em conta todos estes aspectos é uma impossibilidade prática em relação à qual devemos ser profundamente cépticos. Os críticos não acreditam que as receitas de uma taxa de congestão viessem a ser de facto aplicadas na melhoria dos transportes públicos de acesso à cidade. "As portagens que já são pagas para entrar em Lisboa nunca, até hoje, foram utilizadas para reforçar o sistema público de transportes", informa-nos João Pinto e Castro no blogue Jugular. A consequência seria que os residentes dos subúrbios teriam mais dificuldades a chegar a Lisboa. Terrenos e casas em Lisboa ficariam mais caros, levando a que pessoas e empresas procurassem outros concelhos para se localizarem. Em alternativa, João Pinto e Castro propõe outra via, "a única que nos levará a algum sítio onde vale a pena ir: a constituição da região político-administrativa de Lisboa".
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A resposta é típica daquilo a que, um dia, outro economista chamou a "retórica da reacção": um pessimismo supostamente "realista", que aponta efeitos nulos ou mesmo perversos a uma proposta de mudança, e que avança, em alternativa, um chavão genérico. Mas se é "pessimismo realista" que queremos, aí vai: enquanto não houver barreiras significativas à entrada de veículos em Lisboa, as câmaras dos concelhos limítrofes e o Governo podem ficar descansados. Podem continuar a acrescentar faixas de rodagem às estradas que acedem a Lisboa, sem que as pessoas que lá vivem sintam real necessidade de exigir mais e melhores transportes públicos, especialmente dos locais onde vivem para os terminais ferroviários e fluviais. Podem dar prioridade a mais umas rotundas com fontes no meio, em vez de construírem parques de estacionamento junto a esses terminais. Podem continuar a dizer que "não há meios". Que o "verdadeiro problema" é outro (é sempre outro). E podem fazer reuniões, seminários e debates sobre esse "verdadeiro problema". Por exemplo, a "constituição da região político-administrativa de Lisboa". Boa sorte com isso, então. Politólogo (pedro.magalhaes@ics.ul.pt)

O estado lastimável do Jardim Constantino














Chegado por e-mail:

«Assunto: Lisboa e Bairro da Estefânea. Jardim Constantino. Chaga, Ineficácia de Gestão ou vergonha?


Caros Senhores Autarcas
Caras Autoridades Municipais
Caros Cidadãos Lisboetas
Caros Meios de Comunicação Social



JARDIM CONSTANTINO

Ou como CONSTANTINO MARQUES DE SAMPAIO E MELLO passou a ser mais um português enxovalhado, esquecido, ignorado e desrespeitado, apesar de tudo o que ele deu a esta cidade como jardineiro de excelência

Ou como Maputo deveria ser exemplo a seguir, por quem se pensa saber tudo em Gestão Autárquica, Gestão ambiental, Gestão Orçamental, gestão de Qualidade de Vida

Depois do meu mail de Março as coisas modificaram-se e melhoraram muito no Jardim Constantino.

Ou seja,

- continuei a receber algumas respostas do tipo Muito obrigado pelo alerta do estado caótico do Jardim Constantino, de que nos tem sido dado conta desde nos últimos dias, e que nos levou a elaborar um requerimento aos serviços, que seguirá em breve, e de cuja resposta lhes daremos obviamente conta mal a tenhamos recebido.
Melhores cumprimentos
(ainda não fiz a estatística, mas iguais a esta devo ter mais de 100 ao longo dos 4 anos em que não desisto de lutar pelos direitos dos cidadãos, pela melhoria das condições de vida em Lisboa)

- As fotografias em anexo mostram como se tem degradado de dia para dia o ambiente no Jardim Constantino

Não resisti e envio quatro fotografias de quatro jardins diferentes, tiradas no dia 24 de Abril de 2009 em Maputo, Moçambique. Penso que alguns autarcas, quando falam de falta de verbas, não sabem do que estão a falar. Outros falam de falta de regulamentação, também não sabem do que falam, porque se olhassem para as dezenas de serviços que cada autarquia tem, perceberiam logo que será melhor um estágio rápido para alguns responsáveis de alguns serviços, num país “rico” como Moçambique.

Podemos fazer como sempre fazemos – os veículos mal estacionados estão autuados e estão a ser rebocados por agentes da Policia Municipal, a três metros de distância de arrumadores ilegais, estrangeiros que dormem e vivem no Jardim Constantino há mais de três anos.

A minha filha já foi apalpada por um deles, ao que respondeu fugindo a correr e a chorar. Num dia de semana, às 16 h, na semana em que eu estava em Maputo. Teve medo de ir participar à PSP.

As pessoas preferem dar a “volta”. Fugir. Não enfrentar.

Este é o nosso Jardim Constantino


Em anexo 15 fotos do Jardim Constantino e 4 fotos tiradas em Maputo, em 27/Abril/2009.
_________________

Raul Costa»