Actualização (15h56m): a resposta certa é Praça dos Restauradores.
segunda-feira, fevereiro 28, 2011
sábado, fevereiro 26, 2011
Quando eles querem...!
DURANTE vários anos (!!), e mesmo já em 2011, referiu-se aqui a vergonha que eram as 'pinturas rupestres' no histórico Pátio do Tronco. Hoje, o aspecto era este - impecável!
Esperemos que se mantenha assim, pois a regra, nestas coisas, é "gatafunho-atrai-gatafunho"...
NOTA: devido à nova situação, que se saúda, foi alterada a legenda correspondente ao Local M dos «Prémios António Costa».
Esperemos que se mantenha assim, pois a regra, nestas coisas, é "gatafunho-atrai-gatafunho"...
NOTA: devido à nova situação, que se saúda, foi alterada a legenda correspondente ao Local M dos «Prémios António Costa».
sexta-feira, fevereiro 25, 2011
Continua, em bom ritmo, a luta contra o desemprego dos calceteiros de Lisboa
Av. Roma
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AS DUAS fotos de baixo são de ontem: lado a lado, em harmoniosa convivência, os que estragam os passeios e os que os compõem.
A de cima, de arquivo, já aqui foi divulgada, mas merece bis por ser de antologia: funcionários da CML reparam uma 'calçada portuguesa' da Baixa, ao mesmo tempo que uma camioneta da mesma autarquia lhe "trata da saúde" - e, como brinde, ainda impede a passagem de peões.
A de cima, de arquivo, já aqui foi divulgada, mas merece bis por ser de antologia: funcionários da CML reparam uma 'calçada portuguesa' da Baixa, ao mesmo tempo que uma camioneta da mesma autarquia lhe "trata da saúde" - e, como brinde, ainda impede a passagem de peões.
quinta-feira, fevereiro 24, 2011
Para onde?
Em Junho de 2008, escrevi nesta página que tinha passado a existir um novo conceito estratégico: o da reserva alimentar, e que urgia levá-lo a sério. A fome esteve sempre na origem de convulsões profundas. Como o desemprego e a repressão.
O mundo inteiro ferve: já não são só as notícias que nos chegam, todos os dias, dos países do Norte de África e do Médio Oriente, com graves conflitos, mortos e desalojados; protesta-se também na Índia e na China, e não vai parar.
Ouvimos comentários de analistas com experiência e formação. Entendemos que a mesma reacção se estendeu rapidamente a vários países, de forma incontrolável.
Sabemos que os países de que falamos são diferentes: mais ou menos ricos, mais ou menos populosos.
A diplomacia, as chancelarias, os serviços secretos parecem ter sido surpreendidos.
O que, numa primeira análise, há de comum?
Estamos a falar de países onde não existe Democracia, com graves desigualdades sociais, com fome e desemprego, principalmente entre uma população que é muito jovem, ao contrário da europeia. E a subida de preços, principalmente dos alimentos, agrava-se.
Como factor, e em parte aglutinador, surge um fenómeno com o qual não se contava há uns anos: as redes sociais. A informação deixou de estar controlada pelas oligarquias. A comunicação passou a ser livre, sem restrições, sem filtros, sem mesuras, não editada.
E a revolução veio para a rua, aparentemente sem directório, sem controlo. Não sabemos em que sentido caminharão estes povos.
E vê-se líderes, a quem há um mês todos pediam audiências e favores, como Kadafi, desesperados, a mandarem bombardear o seu próprio povo. Assistimos a repressões, à queda de regimes e mesmo a manifestações na Índia e até na China.
Claro que a escalada da violência em zonas tão sensíveis pode trazer consequências terríveis e globais para todo o mundo.
E nós, aqui? Verdade que vivemos em Democracia imperfeita. Mas verdade também que temos factores sociais que nos aproximam dos países a que nos referimos: desemprego, principalmente nos jovens, pobreza, desigualdades sociais, subida dos preços em bens essenciais e redes sociais (que já marcaram uma manifestação para o dia 12 de Março).
O primeiro-ministro, em constante campanha eleitoral, dirá: "profetas da desgraça, traidores à Pátria, gente sem educação", como sempre diz quando dele se discorda.
Mas a realidade que aí vem vai ser mesmo muito, muito bruta.
O mundo inteiro ferve: já não são só as notícias que nos chegam, todos os dias, dos países do Norte de África e do Médio Oriente, com graves conflitos, mortos e desalojados; protesta-se também na Índia e na China, e não vai parar.
Ouvimos comentários de analistas com experiência e formação. Entendemos que a mesma reacção se estendeu rapidamente a vários países, de forma incontrolável.
Sabemos que os países de que falamos são diferentes: mais ou menos ricos, mais ou menos populosos.
A diplomacia, as chancelarias, os serviços secretos parecem ter sido surpreendidos.
O que, numa primeira análise, há de comum?
Estamos a falar de países onde não existe Democracia, com graves desigualdades sociais, com fome e desemprego, principalmente entre uma população que é muito jovem, ao contrário da europeia. E a subida de preços, principalmente dos alimentos, agrava-se.
Como factor, e em parte aglutinador, surge um fenómeno com o qual não se contava há uns anos: as redes sociais. A informação deixou de estar controlada pelas oligarquias. A comunicação passou a ser livre, sem restrições, sem filtros, sem mesuras, não editada.
E a revolução veio para a rua, aparentemente sem directório, sem controlo. Não sabemos em que sentido caminharão estes povos.
E vê-se líderes, a quem há um mês todos pediam audiências e favores, como Kadafi, desesperados, a mandarem bombardear o seu próprio povo. Assistimos a repressões, à queda de regimes e mesmo a manifestações na Índia e até na China.
Claro que a escalada da violência em zonas tão sensíveis pode trazer consequências terríveis e globais para todo o mundo.
E nós, aqui? Verdade que vivemos em Democracia imperfeita. Mas verdade também que temos factores sociais que nos aproximam dos países a que nos referimos: desemprego, principalmente nos jovens, pobreza, desigualdades sociais, subida dos preços em bens essenciais e redes sociais (que já marcaram uma manifestação para o dia 12 de Março).
O primeiro-ministro, em constante campanha eleitoral, dirá: "profetas da desgraça, traidores à Pátria, gente sem educação", como sempre diz quando dele se discorda.
Mas a realidade que aí vem vai ser mesmo muito, muito bruta.
In Correio da Manhã
Piscinas ao fundo?
Finalmente, parece que é desta que as piscinas municipais do Areeiro, Campo Grande e Olivais vão voltar a meter água, que não a das chuvas e a das infiltrações decorrentes do estado de crescente decrepitude em que têm vivido de há pelo menos uma década a esta parte. Segundo foi anunciado na semana passada pelos responsáveis da Câmara Municipal de Lisboa, «a abertura ao público está prevista para o Verão de 2012». É uma excelente notícia, sem sombra de dúvida, especialmente para aqueles, e são muitos, que as querem frequentar e não podem.
Que não haja dúvidas sobre a bondade da notícia nem sobre os acertados procedimentos administrativos desenvolvidos com vista a encontrar-se quem pagasse parte das obras de reabilitação das piscinas (um concurso público internacional, que ficou deserto numa primeira fase, quando disse respeito ao “pacote” das três, mas que teve agora bom termo, bem achada que foi a modalidade tripartida), nem sobre os benefícios que advirão para Lisboa do facto dos promotores espanhóis vencedores da concessão por 40 anos, apresentarem como C.V. a gestão de 25 espaços semelhantes, modernos e competitivos em outras tantas cidades espanholas de topo, um, e as Olimpíadas de Barcelona, outro. Muito menos sobre os atraentes novos desígnios daquelas piscinas uma vez renascidas: «salas de fitness, SPA, salas para desportos diversos e espaços exteriores de recreio e jogos, estes últimos a serem construídos no complexo dos Olivais».
Só é pena dois pequenos detalhes, que alguns parecem ter esquecido: a piscina do Areeiro será demolida, “tout court”, e a piscina do Campo Grande verá serem construídos juntinho a si 5.000m2 compreendendo um edifício de 3 pisos com estacionamento automóvel em subsolo (no Cp. Grande?!).
Ora, se é certo que a piscina do Areeiro não é particularmente bonita (longe disso) nem é exemplo de boa arquitectura por aí além, o seu sentido cénico é duvidoso, a sua funcionalidade nunca foi um achado e o seu público fiel, foi-o por falta de concorrência, ela era a única das três que constava até há pouquíssimo tempo no Inventário Municipal e só por isso merecia que a não deitassem abaixo, certo? E se a do Areeiro nunca foi nada daquilo, a do Campo Grande foi-o em toda a linha, porque obra de Keil do Amaral. Não há parecer do IGESPAR, como assim?
Há 5 anos levantou-se meio mundo (este vosso escriba inclusive) quando o então Vereador Pedro Feist se lembrou de dizer que a solução para as três piscinas era demoli-las e que não via interesse algum em qualquer delas, não entendo porque ainda ninguém se voltou a levantar, ainda que q.b., que os tempos são de depressão. Bem vistas as coisas, não fora o tal levantamento e talvez hoje já tivéssemos SPA e “fitness” nas tais de piscinas municipais…
Que não haja dúvidas sobre a bondade da notícia nem sobre os acertados procedimentos administrativos desenvolvidos com vista a encontrar-se quem pagasse parte das obras de reabilitação das piscinas (um concurso público internacional, que ficou deserto numa primeira fase, quando disse respeito ao “pacote” das três, mas que teve agora bom termo, bem achada que foi a modalidade tripartida), nem sobre os benefícios que advirão para Lisboa do facto dos promotores espanhóis vencedores da concessão por 40 anos, apresentarem como C.V. a gestão de 25 espaços semelhantes, modernos e competitivos em outras tantas cidades espanholas de topo, um, e as Olimpíadas de Barcelona, outro. Muito menos sobre os atraentes novos desígnios daquelas piscinas uma vez renascidas: «salas de fitness, SPA, salas para desportos diversos e espaços exteriores de recreio e jogos, estes últimos a serem construídos no complexo dos Olivais».
Só é pena dois pequenos detalhes, que alguns parecem ter esquecido: a piscina do Areeiro será demolida, “tout court”, e a piscina do Campo Grande verá serem construídos juntinho a si 5.000m2 compreendendo um edifício de 3 pisos com estacionamento automóvel em subsolo (no Cp. Grande?!).
Ora, se é certo que a piscina do Areeiro não é particularmente bonita (longe disso) nem é exemplo de boa arquitectura por aí além, o seu sentido cénico é duvidoso, a sua funcionalidade nunca foi um achado e o seu público fiel, foi-o por falta de concorrência, ela era a única das três que constava até há pouquíssimo tempo no Inventário Municipal e só por isso merecia que a não deitassem abaixo, certo? E se a do Areeiro nunca foi nada daquilo, a do Campo Grande foi-o em toda a linha, porque obra de Keil do Amaral. Não há parecer do IGESPAR, como assim?
Há 5 anos levantou-se meio mundo (este vosso escriba inclusive) quando o então Vereador Pedro Feist se lembrou de dizer que a solução para as três piscinas era demoli-las e que não via interesse algum em qualquer delas, não entendo porque ainda ninguém se voltou a levantar, ainda que q.b., que os tempos são de depressão. Bem vistas as coisas, não fora o tal levantamento e talvez hoje já tivéssemos SPA e “fitness” nas tais de piscinas municipais…
In Jornal de Notícias (24.2.2011)
segunda-feira, fevereiro 21, 2011
Trânsito congestionado logo pela manhã
«Todo dia ela faz tudo sempre igual: me sacode às seis horas da manhã…». Assim começa uma célebre canção de Chico Buarque, e se é verdade que a TV jamais emitiu semelhante coisa manhã adentro, o refrão não podia estar mais de acordo com as notícias de trânsito com que as várias estações televisivas nacionais costumam massacrar os telespectadores mal estes acabam de lavar os olhos e começaram a deglutir o seu pequeno almoço.
Em redor da capital, é quase sempre a mesma coisa: A1, A2, A5, IC19 (e como os locutores gostam destas siglas) e acessos à ponte, invariavelmente, de “trânsito congestionado”; alguns choques, algumas “pannes”, aqui e ali, e o programa segue dentro de momentos.
Assim tem seguido e segue. É inconcebível como passados 37 anos sobre uma revolução cujo principal objectivo era o de fazer com que Portugal recuperasse do atraso face à Europa ocidental, continuemos a aceitar que meio milhão de automóveis, mais coisa menos coisa, continue a entrar, saturar, conspurcar e enervar Lisboa todos os dias logo pela manhã.
Como é possível que de então para cá ninguém tenha conseguido criar uma rede capaz de transporte público? Não falo em Lisboa, que já havia, há e até nem é má, mas em volta da capital, de modo a que as pessoas que aí residam possam, as que assim o queiram, vir trabalhar para Lisboa sem trazerem o automóvel, poupando e relaxando q.b. Como é possível que se tenha desperdiçado em alcatrão o chorudo fundo vindo de Bruxelas, e que continuemos na estaca zero no que toca a metro ligeiro de superfície em rede, que possibilite ligar de forma rápida, cómoda e, sobretudo, fiável, o centro de Lisboa com os concelhos de Cascais, Sintra, Amadora, Odivelas, Loures e “outra banda”?
Não chega dizer que há comboio, por ex., entre Cais do Sodré e Cascais, Rossio e Sintra, se depois não há como mobilizar os habitantes desses concelhos a abdicarem do carro e apanharem o comboio para Lisboa, porque não há autocarros eficazes, interfaces de verdade, parques de estacionamento junto a estes últimos, etc., etc. Como é possível uma enormidade chamada SATU, serve quem e para quê?
Curioso é que ninguém assume responsabilidades pelo cavar sucessivo do fosso do atraso. Que andam a fazer os autarcas? Autoridade Metropolitana de Transportes? E os sucessivos MOPTC, quando vão de férias nunca andam de olhos abertos para ver como é que fazem lá fora, aqueles com quem queremos equiparar-nos desde há meio século, pelo menos? Que adianta andar a falar em “mobilidade suave”, terminais eléctricos para automóveis, corredores BUS e outros lugares-comuns se no essencial continuamos na mesma: automóveis+alcatrão+estacionamento no centro+vias rápidas para introduzir (+devagar) aqueles neste último. «Cotidiano», mesmo, diria Buarque.
Em redor da capital, é quase sempre a mesma coisa: A1, A2, A5, IC19 (e como os locutores gostam destas siglas) e acessos à ponte, invariavelmente, de “trânsito congestionado”; alguns choques, algumas “pannes”, aqui e ali, e o programa segue dentro de momentos.
Assim tem seguido e segue. É inconcebível como passados 37 anos sobre uma revolução cujo principal objectivo era o de fazer com que Portugal recuperasse do atraso face à Europa ocidental, continuemos a aceitar que meio milhão de automóveis, mais coisa menos coisa, continue a entrar, saturar, conspurcar e enervar Lisboa todos os dias logo pela manhã.
Como é possível que de então para cá ninguém tenha conseguido criar uma rede capaz de transporte público? Não falo em Lisboa, que já havia, há e até nem é má, mas em volta da capital, de modo a que as pessoas que aí residam possam, as que assim o queiram, vir trabalhar para Lisboa sem trazerem o automóvel, poupando e relaxando q.b. Como é possível que se tenha desperdiçado em alcatrão o chorudo fundo vindo de Bruxelas, e que continuemos na estaca zero no que toca a metro ligeiro de superfície em rede, que possibilite ligar de forma rápida, cómoda e, sobretudo, fiável, o centro de Lisboa com os concelhos de Cascais, Sintra, Amadora, Odivelas, Loures e “outra banda”?
Não chega dizer que há comboio, por ex., entre Cais do Sodré e Cascais, Rossio e Sintra, se depois não há como mobilizar os habitantes desses concelhos a abdicarem do carro e apanharem o comboio para Lisboa, porque não há autocarros eficazes, interfaces de verdade, parques de estacionamento junto a estes últimos, etc., etc. Como é possível uma enormidade chamada SATU, serve quem e para quê?
Curioso é que ninguém assume responsabilidades pelo cavar sucessivo do fosso do atraso. Que andam a fazer os autarcas? Autoridade Metropolitana de Transportes? E os sucessivos MOPTC, quando vão de férias nunca andam de olhos abertos para ver como é que fazem lá fora, aqueles com quem queremos equiparar-nos desde há meio século, pelo menos? Que adianta andar a falar em “mobilidade suave”, terminais eléctricos para automóveis, corredores BUS e outros lugares-comuns se no essencial continuamos na mesma: automóveis+alcatrão+estacionamento no centro+vias rápidas para introduzir (+devagar) aqueles neste último. «Cotidiano», mesmo, diria Buarque.
In Jornal de Notícias (17.2.2011)
sábado, fevereiro 19, 2011
An-dó-li-tá...
Destes veículos (todos estacionados em paragens da Carris), houve um (e só um) que foi bloqueado pela EMEL. Qual deles foi?
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sexta-feira, fevereiro 18, 2011
Na minha rua
Por Manuel João Ramos:
EXPERIMENTEM usar o Na Minha Rua, site participativo da CML, para denunciar estacionamento indevido, problemas nas passadeiras, passeios, faixas de rodagem, etc.
É possível fazer upload de ficheiros de imagens.
Abaixo, exemplo de uma denúncia de estacionamento no passeio na Av. Brasil, em Lisboa, de facto autorizado pela CML com recurso a um sinal ilegal.
quinta-feira, fevereiro 17, 2011
Precisa de dinheiro rápido? Posso dar uma sugestão?
E A PSP já pensou, por acaso, em mandar alguém da Divisão de Trânsito dar um saltinho aqui à minha rua, e cobrar dinheiro a gente como esta - que, decerto, não tem problemas em dar-lho, em troca de fazer o que aqui se vê... e muito mais?
Ou é como o pobrezinho que se queixa que estender a mão dá muito trabalho, sendo preciso enfiar-lhe a esmola no bolso?!
Ou é como o pobrezinho que se queixa que estender a mão dá muito trabalho, sendo preciso enfiar-lhe a esmola no bolso?!
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NOTA: a 'incorrigível' paragem da Carris que aqui se vê passou a estar abrangida pelos fabulosos Prémios António Costa. Trata-se dos chamados «Locais A» - ver [aqui]..
Actualização (18 Fev 11 - 15h): já valeu a pena este 'post': neste preciso momento, um carro desportivo, estacionado no mesmo lugar e da mesma forma que o jipe da foto de baixo, está bloqueado pela EMEL - ver [AQUI]. E a paragem da Carris junto ao n.º 21 da Av. João XXI também foi 'atendida'!quarta-feira, fevereiro 16, 2011
Pergunta de algibeira
Terça-feira, 15 Fev 11, 18h 47m
À porta da Assembleia Municipal de Lisboa
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À porta da Assembleia Municipal de Lisboa
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Pergunta-se: qual o texto da placa, que explica que toda esta gente tenha estacionado assim - neste local - os carrinhos eléctricos?
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Actualização: a resposta já pode ser vista [aqui].segunda-feira, fevereiro 14, 2011
Como é acarinhada a "calçada portuguesa"
O MESMO país que faz propaganda, em postais ilustrados para turista ver, das maravilhas da calçada portuguesa, trata-a assim, como se pode comprovar, a qualquer hora, no local indicado e em tantos outros.
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NOTA: um exemplar do postal que aqui se vê pode ser ganho num pequeno passatempo que decorre, até às 12h de amanhã, [AQUI].domingo, fevereiro 13, 2011
Não sei quem planeou estes cruzamentos, mas nunca ali atravesssou a pé
Cruzamento Azinhaga Torre do Fato-Av.Nações Unidas/Telheiras
Ali, peão é carne para canhão:
-Os semáforos estão simultaneamente verdes e amarelos para os peões
-o atravessamento para peões só se efectua num local , obrigando a grande volta e demasiado tempo de espera
-A velocidade praticada na Avenida da Nações Unidas é indescritível
-As viaturas que vão da Azinhaga da Torre do Fato para as Av Nações Unidas (em frente ao hipermercado Continente Telheiras) páram praticamente em cima dos peões em atravessamento (sinal verde em simultâneo para viaturas e peões).
Um dia destes será o último dia para alguém.
Um dia destes será o último dia para alguém.
Em suma, aquilo foi tudo feito em cima do joelho, sendo os peões maltradados e não garantida a sua segurança.
Ninguém reparou? Ninguém repara a situação?
Comentário do Eng M.R:
Claro que não. Para "reparar" era preciso que houvesse alguma preocupação com estes assuntos.
Se se tratasse de uma empresa, o facto de os que são pagos para isso não o fazerem, era motivo para "despedimento com justa causa".
No caso de uma autarquia, temos de os gramar durante 4 anos, pagando-lhes 14 meses de ordenado por cada 12 de "trabalho da treta".
Zonas novas da cidade, planeadas por urbanistas que era suposto terem alguma instrução, construídas por técnicos que deveriam ter noções de acessibilidades, autorizadas por autarcas que deveriam zelar pela segurança dos seus munícipes.
Infelizmente, é este caldinho de mediocridades que constroem e destroem a vida nas cidades.
sábado, fevereiro 12, 2011
O enorme desprezo pelo cidadão
Das 28 estações do Metropolitano de Lisboa que dispõem de elevadores, 20 têm este equipamento avariado. A do Rossio, uma das mais movimentadas da Linha Verde e de toda a rede do metro da capital, é mesmo o caso mais flagrante: não tem escadas rolantes, tem três elevadores, todos eles "fora de serviço".
A situação repete-se na estação do Senhor Roubado, na Linha Amarela, e em mais três da Linha Vermelha - Olivais, Chelas e Olaias. Estes problemas foram verificados pelo levantamento que o PÚBLICO fez, anteontem, depois de viajar um dia inteiro por toda a rede do metro, com paragem em todas as 46 estações actualmente existentes. A conclusão é a de que, anteontem, as únicas estações sem qualquer problema deste tipo são Bela Vista (Linha Vermelha), Lumiar, Odivelas (Linha Amarela), Telheiras (Linha Verde), Santa Apolónia, Restauradores, Amadora Este (Linha Azul) e Marquês de Pombal (linhas Azul e Amarela).
Fazendo as contas, há 81 elevadores na rede actual. Porém, 31 não funcionam, o que equivale a dizer que 40% destes meios estão inoperacionais. Porém, o problema das avarias é bem mais abrangente e também afecta, como o PÚBLICO deu conta anteontem, as escadas rolantes.
Problemas nas 4 linhas
Em toda a rede, existem 30 estações com escadas rolantes, mas num terço delas estes meios mecânicos não funcionam correctamente. Olivais, Olaias (Linha Vermelha), Rato, Ameixoeira (Linha Amarela), Santa Apolónia, Avenida, Parque, Pontinha, Amadora Este (Linha Azul) e Baixa-Chiado (linhas Azul e Verde) são as estações com avarias, num total de 15 lanços.
É um número que até parece pequeno, quando comparado com os 180 lanços existentes em toda a rede, mas quem utiliza o metro como meio de transporte sabe que escadas rolantes paradas são sinónimo de esforço. Principalmente para quem tem problemas de locomoção, transporta carrinhos de bebé ou artigos pesados como malas de viagem.
O PÚBLICO tem insistido, há largas semanas, nos pedidos de informação junto da empresa transportadora, mas as respostas têm sido demoradas e escassas, quando não inexistentes. Por isso, fizemos a nossa própria contagem, sabendo que a Baixa-Chiado, outra das estações mais movimentadas, registou 144 avarias nas escadas rolantes no ano passado. Em 2011, muitos destes problemas continuam por resolver, o que até já levou os deputados municipais a protestarem em uníssono.
A transportadora diz que as avarias nestes equipamentos devem-se à sua "elevada utilização e horas de funcionamento" e ao "normal desgaste dos componentes que os integram". "Os actos de vandalismo" também estão na origem de "um elevado número de avarias".
Mas, em estações como a do Parque (Linha Azul), esta explicação não parece aplicar-se. Ali, uma das quatro escadas mecânicas está parada. Junto ao corrimão, há um autocolante, já gasto, mas que ainda permite ler "Escadas equipadas com economizador de energia. Metro amigo do ambiente."
A demora no arranjo dos equipamentos é uma das principais queixas dos clientes da empresa. Na estação dos Olivais, existem três lanços de escadas que estão por arranjar há pelo menos meio ano. Os três elevadores também não funcionam. Em compensação, o metropolitano diz que há 13 escadas que funcionam correctamente e que, por isso, existem alternativas.
Inclinação não ajuda
No Rato, a situação é semelhante. Há uma escada rolante que está parada desde Outubro do ano passado, obrigando os utentes a descer três lanços de forte inclinação. A esta avaria juntam-se mais dois elevadores fora de serviço - um de acesso ao cais, outro para a superfície.
As avarias nos elevadores de acesso ao cais e nos de acesso à superfície - que nem sempre são os mesmos - distribuem-se de forma equitativa, ou seja, verificam-se em número igual na grande maioria das estações com problemas que o PÚBLICO visitou. Mais uma vez, a do Rossio é o caso mais flagrante: dois elevadores dão para o cais e o outro para a superfície. Porém, nenhum funciona.
Quanto à duração das avarias, a empresa diz que os três elevadores desta estação se encontram "parados desde Agosto e Outubro de 2010 e Janeiro de 2011". Esta é uma das estações com o dístico indicativo da mobilidade plena. Só que, se os equipamentos estão avariados, a promessa de acessos facilitados para os utentes com mobilidade reduzida não passa disso mesmo: uma promessa.
Ao PÚBLICO, a empresa garantiu que estão a ser celebrados novos contratos de manutenção, tanto para resolver os problemas nas escadas, como nos elevadores. E avança uma data para esse arranjo: "final do primeiro trimestre de 2011, início do segundo."
sexta-feira, fevereiro 11, 2011
Gerir a cidade
Câmara de Lisboa exige creche a 250 metros da que abandonou
11.02.2011 - 13:49 Por José António Cerejo
11.02.2011 - 13:49 Por José António Cerejo
A Câmara de Lisboa está a exigir a cedência de um espaço de 350 metros quadrados, para instalar uma creche, a uma empresa que pretende erguer um bloco habitacional em Campo de Ourique. O curioso é que, a 250 metros dali, na Rua de Ferreira Borges, 122, a autarquia tem ao abandono, desde há quatro anos, um prédio de cinco andares em que gastou um milhão de euros para fazer um centro de dia para idosos e uma creche que nunca abriram (PÚBLICO, 4 e 27 de Janeiro).
Questionado, a 14 de Janeiro, sobre o sentido da exigência desse espaço a um privado - e com base numa norma que suscita dúvidas -, face à proximidade do edifício da Ferreira Borges, que foi feito para ter um centro de dia e, precisamente, uma creche -, o gabinete do vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, respondeu por email, três semanas depois.
"Atendendo à carência de creches, a compensação pelo licenciamento da obra nova na Rua de Silva Carvalho, 142-148, com uma área de cerca de 350 m2, destinar-se-á à instalação de uma unidade de creche" e já não ao centro de dia, como estava previsto um mês antes.
Na mesma resposta acrescentou que, "relativamente ao imóvel da Rua de Ferreira Borges, 122, e às respectivas valências inicialmente previstas, está em curso um processo de reavaliação da situação."
A Teorema, uma empresa de construção civil, submeteu, no ano passado, um pedido de licenciamento de uma obra, a construir na esquina da Rua de Saraiva de Carvalho com a Rua do Sol ao Rato.
O projecto prevê a demolição dos dois edifícios existentes, actualmente devolutos e com uma área total de 1130 m2 de pavimentos, e a sua substituição por um bloco de 2541 m2, com 21 apartamentos e dois pequenos espaços comerciais.
Analisada a proposta - e após várias mudanças de posição com origem na dificuldade de entender uma norma interpretativa [ver texto na página ao lado] do Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação de Lisboa (RMUEL) -, os serviços de Urbanismo dirigiram um ofício à Teorema, no início de Janeiro, no qual punham como condição para a aprovação do projecto a cedência ao município de um "espaço construído" de 350 m2, ao nível do piso térreo, para instalação de um centro de dia para idosos, com capacidade para cerca de 50 utentes.
Compensação financeira
A possibilidade de ser exigido um espaço para equipamentos de ensino, saúde ou desporto foi também equacionada, mas foi entendido que a zona (freguesia de Santa Isabel) não tinha carências desse género.
No caso dos equipamentos para a infância, os serviços consideraram que a freguesia também não tinha carências nesse domínio, "atendendo a que se encontra proposto para a sua área de influência a criação de duas novas creches, uma inserida em área do plano de pormenor das Amoreiras e outra localizada na Rua de Ferreira Borges - em fase de conclusão". Esta última é precisamente a que foi construída e nunca abriu no edifício que a câmara tem praticamente pronto e abandonado desde 2006.
Já no que respeita a centros de dia para idosos, os serviços concluíram que, na mesma área, havia falta de duas unidades, sem fazerem qualquer alusão à que também se encontra no prédio da Ferreira Borges.
Foi a partir desta análise das carências e da interpretação que fizeram do RMUEL, que os serviços exigiram à Teorema o espaço para o centro de dia.
Para lá da cedência de 350 m2 para a creche, o que equivale a quase metade dos 711 m2 ocupados pelo piso térreo do empreendimento, a Teorema poderá vir a ter de pagar 183 mil euros como compensação pelo facto de a propriedade não ter características que permitam a cedência de área para espaços verdes.
Empresário contesta
Contactado pelo PÚBLICO, um dos gerentes da empresa, Carlos Antunes, afirmou que "ainda está a analisar a situação", mas que provavelmente vai contestar a exigência da câmara, acrescentando que ainda não foi notificado de que o espaço em causa afinal não se destina ao centro de dia para o qual até já lhe pediram um estudo prévio.
Carlos Antunes salientou que que a área reclamada pelo município ronda os 14 por cento da totalidade do empreendimento, o que, "em muitos casos", corresponde a um valor superior ao lucro do promotor. O empresário insistiu, contudo, no facto de ainda não haver uma decisão definitiva da câmara sobre o assunto, estando o processo nos serviços
quinta-feira, fevereiro 10, 2011
Estamos bem entregues...
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Dia 22 Out 10, sexta-feira, hora de ponta da manhã.
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Com a preciosa colaboração da entidade competente, uma empresa coloca iluminações de Natal - aqui, em frente ao n.º 45 da Av. da Roma.
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Com a preciosa colaboração da entidade competente, uma empresa coloca iluminações de Natal - aqui, em frente ao n.º 45 da Av. da Roma.
À medida que o trabalho vai sendo executado, as tralhas vão sendo movimentadas para Sul. Aqui, vê-se o 'circo' novamente armado, mas agora em frente ao n.º 43.
Dado que entre o n.º 45 e o 43 se perde uma faixa BUS (em proveito do estacionamento particular), o caos é garantido, tanto mais que, durante a manhã, este é, precisamente, o lado de maior volume de tráfego (Norte-Sul, entrada na cidade).
Melhor era impossível!
Dado que entre o n.º 45 e o 43 se perde uma faixa BUS (em proveito do estacionamento particular), o caos é garantido, tanto mais que, durante a manhã, este é, precisamente, o lado de maior volume de tráfego (Norte-Sul, entrada na cidade).
Melhor era impossível!
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E ainda:
E ainda:
Esta pobre gente rica...
Que os ricos vivem muito melhor do que nós era dado assente. O provérbio, absurdo, de que o dinheiro não traz felicidade constituía o resignado encosto com que soluçamos as nossas mágoas, desilusões e ressentimentos. Claro que somos ressentidos e rancorosos. As nossas raivas procedem das desigualdades afrontosas com que, desde muito cedo, nos deparamos. A frase, cabisbaixa, segundo a qual haverá sempre ricos e pobres tem servido a uns e amarfanhado a outros. De vez em quando servem-nos umas migalhas e atenuamos as nossas dores com essas módicas felicidades.
Um estudo, "Classes Sociais e a Desigualdade na Saúde", do sociólogo Ricardo Antunes, de que o Público deu notícia pormenorizada, indica, com dados evidentemente probatórios, que "os ricos vivem mais dez anos do que os pobres". As dificuldades, os problemas insanos, a incultura, a iliteracia, a falta de relações sociais, a ausência de perspectivas pertencem ao rol das misérias com que se debate a esmagadora maioria dos cidadãos.
Os operários, por exemplo, morrem mais cedo do que os profissionais ditos qualificados, os "quadros", os "gestores", os professores, os advogados. Os números estarrecem. E demonstram uma peculiar associação entre a identidade dominante e a servidão e o totalitarismo. As nossas democracias, tão incensadas nas virtualidades essenciais, têm cada vez mais tendência para se esvaziar de sentido e de objectivo, transformando-se em "democracias de superfície".
A moral do nosso tempo absorve a personalidade individual, limita-lhe a vida, coarcta-lhe a existência, e faz do homem um ser absolutamente controlado. O medo, que invadiu e se instalou nas sociedades ditas modernas, é o coercivo processo de intimidação e de domínio que faz de nós pessoas recalcadas e infelizes. O medo de perder o emprego, o medo de perder a saúde, o medo compacto e abusivo de desagradar ao patrão, o medo da velhice, o medo da solidão, são os medos impostos pelas classes dominantes como construção permanente.
O documento de Ricardo Antunes, pela sua natureza, merecia uma expansão maior. E, acaso, suscitaria uma discussão mais alargada, com um tratamento jornalístico adequado à novidade e características do tema. As televisões, que se acotovelam com o crime de Nova Iorque, que praticamente ignoraram a morte de Vítor Alves, grande "capitão de Abril"; que carpem doridos queixumes com a ida embora de um Liedson e as declarações de um Costinha, remetem para os fojos das suas ignorâncias o que, na realidade, diz respeito ao nosso viver comum.
Um estudo, "Classes Sociais e a Desigualdade na Saúde", do sociólogo Ricardo Antunes, de que o Público deu notícia pormenorizada, indica, com dados evidentemente probatórios, que "os ricos vivem mais dez anos do que os pobres". As dificuldades, os problemas insanos, a incultura, a iliteracia, a falta de relações sociais, a ausência de perspectivas pertencem ao rol das misérias com que se debate a esmagadora maioria dos cidadãos.
Os operários, por exemplo, morrem mais cedo do que os profissionais ditos qualificados, os "quadros", os "gestores", os professores, os advogados. Os números estarrecem. E demonstram uma peculiar associação entre a identidade dominante e a servidão e o totalitarismo. As nossas democracias, tão incensadas nas virtualidades essenciais, têm cada vez mais tendência para se esvaziar de sentido e de objectivo, transformando-se em "democracias de superfície".
A moral do nosso tempo absorve a personalidade individual, limita-lhe a vida, coarcta-lhe a existência, e faz do homem um ser absolutamente controlado. O medo, que invadiu e se instalou nas sociedades ditas modernas, é o coercivo processo de intimidação e de domínio que faz de nós pessoas recalcadas e infelizes. O medo de perder o emprego, o medo de perder a saúde, o medo compacto e abusivo de desagradar ao patrão, o medo da velhice, o medo da solidão, são os medos impostos pelas classes dominantes como construção permanente.
O documento de Ricardo Antunes, pela sua natureza, merecia uma expansão maior. E, acaso, suscitaria uma discussão mais alargada, com um tratamento jornalístico adequado à novidade e características do tema. As televisões, que se acotovelam com o crime de Nova Iorque, que praticamente ignoraram a morte de Vítor Alves, grande "capitão de Abril"; que carpem doridos queixumes com a ida embora de um Liedson e as declarações de um Costinha, remetem para os fojos das suas ignorâncias o que, na realidade, diz respeito ao nosso viver comum.
In Diário de Notícias
Deolinda
Portugal realizou anteontem uma operação de dívida sindicada. Ora, o índice que mede o juro das Obrigações do Tesouro a 10 anos está agora nos 7,204% e ontem, em mercado secundário, 7,354%. Não é suportável para o País e está a condenar as novas gerações à pobreza. E essas gerações já perceberam exactamente o que se passa.
Há momentos e factos que funcionam como alertas ou detonadores. A este propósito, nestes dias, um desses momentos é simbolizado por uma canção que recebeu um aplauso imenso e uma adesão imediata: refiro-me ao recente êxito (bem mais do que um êxito) dos Deolinda. É um grito de geração. Está lá tudo aquilo de que se queixa toda uma geração e com razão e, ainda assim, com excepção dos jovens quadros que emigram e tiveram de o fazer, o que não deixa de representar outro tipo de capital de queixa.
É verdade que há uma geração – e já não é só uma – que estuda, tira cursos superiores e às vezes mestrados e doutoramentos para acabar a ganhar 500,00 euros, o que não lhe permite pagar nem casa, nem constituir, condignamente, família, perpetuando-a em casa dos pais (quando os tem e tal é possível).
Só que esta geração, como quase termina a canção a que me venho referindo, de parva não tem nada, mas tem seguramente revolta e também, como se lê na respectiva letra, não pode mais, isto dura há tempo demais.
Ter as novas gerações condenadas à emigração, à pobreza, retirando-lhes na prática direitos como os de habitação ou constituir o respectivo agregado, sem dependerem dos pais, é condenar um País. Ora, tudo isso é intolerável.
Há responsáveis pelo estado a que chegámos, mas creio, apesar de tudo, mesmo em todo este contexto restritivo, que também parece que estamos a chegar ao fim das impunidades de quem desgoverna ou saqueia o País. Espero bem que assim seja, para podermos contrariar este ciclo, para que os sacrifícios presentes sejam em prol da construção de um futuro e não apenas para continuar a manter aquilo que deve ser combatido: a irresponsabilização, a impunidade, a corrupção e a apropriação por poucos de um futuro que é de todos nós.
Há também uma geração em revolta, por ora surda, mas que se começou a fazer ouvir e nada melhor para o fazer do que através de uma canção.
Há rastilhos e é preciso percebê-los, quando eles estão aí.
Há momentos e factos que funcionam como alertas ou detonadores. A este propósito, nestes dias, um desses momentos é simbolizado por uma canção que recebeu um aplauso imenso e uma adesão imediata: refiro-me ao recente êxito (bem mais do que um êxito) dos Deolinda. É um grito de geração. Está lá tudo aquilo de que se queixa toda uma geração e com razão e, ainda assim, com excepção dos jovens quadros que emigram e tiveram de o fazer, o que não deixa de representar outro tipo de capital de queixa.
É verdade que há uma geração – e já não é só uma – que estuda, tira cursos superiores e às vezes mestrados e doutoramentos para acabar a ganhar 500,00 euros, o que não lhe permite pagar nem casa, nem constituir, condignamente, família, perpetuando-a em casa dos pais (quando os tem e tal é possível).
Só que esta geração, como quase termina a canção a que me venho referindo, de parva não tem nada, mas tem seguramente revolta e também, como se lê na respectiva letra, não pode mais, isto dura há tempo demais.
Ter as novas gerações condenadas à emigração, à pobreza, retirando-lhes na prática direitos como os de habitação ou constituir o respectivo agregado, sem dependerem dos pais, é condenar um País. Ora, tudo isso é intolerável.
Há responsáveis pelo estado a que chegámos, mas creio, apesar de tudo, mesmo em todo este contexto restritivo, que também parece que estamos a chegar ao fim das impunidades de quem desgoverna ou saqueia o País. Espero bem que assim seja, para podermos contrariar este ciclo, para que os sacrifícios presentes sejam em prol da construção de um futuro e não apenas para continuar a manter aquilo que deve ser combatido: a irresponsabilização, a impunidade, a corrupção e a apropriação por poucos de um futuro que é de todos nós.
Há também uma geração em revolta, por ora surda, mas que se começou a fazer ouvir e nada melhor para o fazer do que através de uma canção.
Há rastilhos e é preciso percebê-los, quando eles estão aí.
In Correio da Manhã
E «A Napolitana»?
É tido e achado: o nosso património industrial, i.e., o que nos resta das unidades industriais do início do séc. XX, é entendido como mera curiosidade e não passa disso, salvo raras excepções (ex. a antiga Central Tejo, hoje Museu da Electricidade). Não poucas vezes, até, a arquitectura industrial é vista como um empecilho a projectos imobiliários os mais variados. São disso exemplo: os gasómetros da Matinha; o rico património já extinto na Boavista e em Alcântara, “bombardeado” por ordem expressa de edil pouco interessado em manter “barracões”, obstáculos, no seu entendimento, ao “progresso” da cidade.
E falo dos esqueletos, que do seu recheio é melhor nem falar. Costuma desaparecer no limbo em que as velhas unidades fabris caem mal são desmanteladas, mudam de dono e vêem projectos de alterações a desenvolver-se. Há os que seguem direitinhos para a casa deste e daquele, outros para a sucata, uns chegam a ser inventariados mas depois alguém lhes dá sumiço. Tristes exemplos: a antiga engomadoria “Ramiro & Leão” (à Pena) e a maquinaria a vapor do Elevador do Lavra, ambos desapareceram por ignorância e desmazelo de CML, IPPAR e Carris.
Vem esta ladainha a propósito d’ A Napolitana (e que bem lhe assentaria uma «tarantella»), a antiga fábrica de moagem e massas de Alcântara, projecto de 1908-9 de invulgar qualidade, de Veillard & Touzet, a partir de planos técnicos da casa alemã Anme, Gisecke & Konegen - ver o excelente artigo de Deolinda Folgado, no Nº 6 da Revista Estudos Património do IPPAR, de 2004 - e, mais concretamente, a propósito da caducidade em Dez. de 2010 do processo de classificação aberto pelo IPPAR em 2004, e do envio do mesmo à CML “para ponderação da classificação como de Imóvel de Interesse Municipal”.
Ora, se há património industrial em Lisboa, razoavelmente bem conservado e uno, que deva ser classificado como de Interesse Público, ele é «A Napolitana». Da mesma autora, pode ler-se no “site” da ex-DGEMN: “Os vários edifícios construídos - fabrico das massas, moagem, silos, casa das máquinas, mesmo as ampliações ocorridas, logo a partir de 1912-13, mantiveram uma unidade construtiva e uma homogeneidade estética conferida pela valorização atribuída a elementos estruturais, como os pilares, aos vãos de iluminação e à articulação do tijolo silíco-calcário branco e cinzento”.
Mas tão importante quanto a classificação (urgente), é assegurar que uma futura utilização, uma vez saídos os escritórios que por lá estão, resulte uma feliz combinação entre bom uso e fidelidade ao património. A sua adaptação a apartamentos em “loft”, à semelhança de Manhattan e das docas londrinas, e de que já há bons exemplos em Lisboa (ex. a antiga fábrica de lâmpadas Osram, na Av. 24 de Julho), seria uma excelente notícia.
E falo dos esqueletos, que do seu recheio é melhor nem falar. Costuma desaparecer no limbo em que as velhas unidades fabris caem mal são desmanteladas, mudam de dono e vêem projectos de alterações a desenvolver-se. Há os que seguem direitinhos para a casa deste e daquele, outros para a sucata, uns chegam a ser inventariados mas depois alguém lhes dá sumiço. Tristes exemplos: a antiga engomadoria “Ramiro & Leão” (à Pena) e a maquinaria a vapor do Elevador do Lavra, ambos desapareceram por ignorância e desmazelo de CML, IPPAR e Carris.
Vem esta ladainha a propósito d’ A Napolitana (e que bem lhe assentaria uma «tarantella»), a antiga fábrica de moagem e massas de Alcântara, projecto de 1908-9 de invulgar qualidade, de Veillard & Touzet, a partir de planos técnicos da casa alemã Anme, Gisecke & Konegen - ver o excelente artigo de Deolinda Folgado, no Nº 6 da Revista Estudos Património do IPPAR, de 2004 - e, mais concretamente, a propósito da caducidade em Dez. de 2010 do processo de classificação aberto pelo IPPAR em 2004, e do envio do mesmo à CML “para ponderação da classificação como de Imóvel de Interesse Municipal”.
Ora, se há património industrial em Lisboa, razoavelmente bem conservado e uno, que deva ser classificado como de Interesse Público, ele é «A Napolitana». Da mesma autora, pode ler-se no “site” da ex-DGEMN: “Os vários edifícios construídos - fabrico das massas, moagem, silos, casa das máquinas, mesmo as ampliações ocorridas, logo a partir de 1912-13, mantiveram uma unidade construtiva e uma homogeneidade estética conferida pela valorização atribuída a elementos estruturais, como os pilares, aos vãos de iluminação e à articulação do tijolo silíco-calcário branco e cinzento”.
Mas tão importante quanto a classificação (urgente), é assegurar que uma futura utilização, uma vez saídos os escritórios que por lá estão, resulte uma feliz combinação entre bom uso e fidelidade ao património. A sua adaptação a apartamentos em “loft”, à semelhança de Manhattan e das docas londrinas, e de que já há bons exemplos em Lisboa (ex. a antiga fábrica de lâmpadas Osram, na Av. 24 de Julho), seria uma excelente notícia.
In Jornal de Notícias (10.2.2011)
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terça-feira, fevereiro 08, 2011
Assessor do PS obrigado a devolver 41 mil euros que recebeu do IEFP
Câmara lisboeta pagava-lhe 3950 euros por mês. Ainda assim, IEFP deu-lhe 41 mil euros de subsídio
O Centro de Emprego do Montijo procedeu à revogação do subsídio de desemprego que concedeu a um assessor do Partido Socialista que, apesar de auferir um salário de quase 4 mil euros por mês na Câmara de Lisboa, foi ao Instituto do Emprego e Formação Profissional pedir um apoio social que... foi aceite. Deram-lhe 41,1 mil euros para criar o próprio posto de trabalho.
A denúncia deste caso veio pelo "Público", em meados de Novembro. Agora, volvidos três meses, chega a punição: devolver o dinheiro e pronto. "Para além da realização de uma auditoria, o Centro de Emprego do Montijo procedeu à revogação do apoio concedido, com a consequente devolução dos valores pagos", diz um documento do Ministério do Trabalho, consultado pelo i.
O enredo não é propriamente uma novidade. Um jovem de 26 anos, sem currículo nem formação superior, entra pela via política num cargo público bem pago - assessor da Câmara de Lisboa, com 3950 euros ilíquidos mensais. Conforme relatou o "Público", o jovem estava desempregado e solicitou ao IEFP o pagamento antecipado do subsídio a que tinha direito, como forma de lançar a sua empresa - de construção, pasme-se. O instituto aprovou a candidatura. O problema veio depois. No mês em que recebeu o "ok" do IEFP, Pedro Silva Gomes - o tal jovem, filho de um funcionário do PS - celebrou dois contratos de prestação de serviços - um de um mês e outro de 12 meses, em troco de 3950 euros mensais - com a CML, para dar "assessoria técnica e política" nos gabinetes de Graça Fonseca e de Apoio ao Agrupamento Político dos Vereadores do PS."
---
NOTA:
O Assessor ainda desempenha funções na CML?
Resposta deixada no comentário :SIM
ACTUALIZAÇÂO:
O Centro de Emprego do Montijo exigiu a devolução daqueles valores no dia 11 de Janeiro
Assessor do PS ainda não devolveu subsídios indevidos
Na sequência desta decisão, o Centro de Emprego do Montijo voltou a exigir a devolução daqueles valores no dia 11 de Janeiro, disse ao PÚBLICO o assessor de imprensa do Ministério do Trabalho e da Segurança Social. A mesma fonte adiantou ontem que Pedro Gomes tem "60 dias para devolver [o dinheiro] ou para contestar" a sua exigência, presume-se que judicialmente, contados a partir de 13 de Janeiro. Até agora, garantiu o assessor de imprensa, através de email, "não devolveu nem contestou". Feitas as contas, o interessado tem ainda um mês e uma semana para decidir o que fazer.
O Assessor ainda desempenha funções na CML?
Resposta deixada no comentário :SIM
ACTUALIZAÇÂO:
O Centro de Emprego do Montijo exigiu a devolução daqueles valores no dia 11 de Janeiro
Assessor do PS ainda não devolveu subsídios indevidos
Na sequência desta decisão, o Centro de Emprego do Montijo voltou a exigir a devolução daqueles valores no dia 11 de Janeiro, disse ao PÚBLICO o assessor de imprensa do Ministério do Trabalho e da Segurança Social. A mesma fonte adiantou ontem que Pedro Gomes tem "60 dias para devolver [o dinheiro] ou para contestar" a sua exigência, presume-se que judicialmente, contados a partir de 13 de Janeiro. Até agora, garantiu o assessor de imprensa, através de email, "não devolveu nem contestou". Feitas as contas, o interessado tem ainda um mês e uma semana para decidir o que fazer.
segunda-feira, fevereiro 07, 2011
Lisboa dos Amores
A Câmara Municipal de Lisboa assinala o Dia de São Valentim com um conjunto de acções comemorativas sob o tema do amor e o namoro em Lisboa. Três iniciativas integram o programa do dia dos namorados que estreia no dia 13 de Fevereiro, pelas 16h00, no Jardim da Estrela com Amor na Rua - conversas sobre o amor e o espaço público, com a sexóloga Marta Crawford, a actriz e encenadora Mónica Calle e o historiador Anísio Franco. No dia 14 de Fevereiro, às 10h00 e às 14h00 horas, Lisboa dos Amores - incursão por miradouros da cidade, encetando o percurso pelo Miradouro de Nossa Senhora do Monte, passando pelo Miradouro da Graça e concluindo no Miradouro de Santa Luzia. Por fim, ainda no dia 14 de Fevereiro, às 11h00 e às 14h00 horas, O Nosso Amor é Verde – percurso por jardins e quintas de Lisboa, com visitas programadas por alguns dos mais belos espaços verdes de Lisboa, entre eles a Quinta do Contador-Mor, Parque do Monteiro-Mor e o Jardim de Santa Catarina. Saiba mais sobre a iniciativa Enamorados por Lisboa e como reservar o seu lugar nos passeios agendados
sábado, fevereiro 05, 2011
A nossa terrinha
Um blog de serviço público com notícias e imagens do país em que vivemos.
A nossa terrinha
Linha do Leste, século XXI
A nossa terrinha
Linha do Leste, século XXI
Como é que se consegue convencer alguém que viaje, por exemplo, entre Portalegre e Elvas a optar por um comboio que percorre a planície alentejana à velocidade de 35 a 40 km/h, quando existe uma boa via rápida (IP2) onde se pode circular de carro a 100 km/h (até Estremoz) e, até Elvas, uma auto-estrada em que é permitido circular a 120 km/h (que para a maioria dos condutores portugueses significa, como se sabe, velocidade mínima e não máxima)?
Como é que com esta realidade o senhor Secretário de Estado dos Transportes se pode admirar de os comboios circularem com tão pouca gente?
Estação do Crato, na Linha do Leste. Em vez de um banco ou de cadeiras, uma estreita bancada revestida a azulejo (gelada nos dias frios de inverno) onde, como se pode facilmente perceber, ninguém se consegue sentar. As portas não existem, cenário ideal para "belas" correntes de ar e, nos dias chuvosos e ventosos, pode-se imaginar o desconforto...
sexta-feira, fevereiro 04, 2011
Grafittis de Lisboa
Don't let urban art cover up neglect of Lisbon's crumbling heritage
John Chamberlain - The Guardian, Friday 4 February 2011
Rachel Dixon suggests that Lisbon council's liberal offering of derelict buildings to graffiti artists provides some alternative landscape for the itinerant tourist (Quick on the draw, Travel, 29 January). Highlighting recent examples in the city, she seems torn between viewing the results "either as a scourge or what makes a city unique".
(...)
The graffiti initiative highlights poignantly the total absence of an urban strategy for regenerating the city centre. Estimates suggest there are more than 4,600 buildings empty in the central area, 50% either abandoned awaiting demolition or approval. Dixon mentions the Crono Project as an alternative to "abandoning Lisbon's crumbling heritage to the developers". Everyone likes to demonise developers, but in this case the responsibility for such a state should be laid at the door of the planning authorities.
(...)
The historic centre of Lisbon is commercially in decline, and has fewer than 10 residents. Small businesses are closing, franchising is everywhere. The Chiado area, close to Bairro Alto and destroyed by fire in 1988, is renovated and improving but too slowly. British architect Terry Farrell's proposals for the river frontage are now forgotten after being demonised by the local architectural community. Thirty years ago, as an architect involved in Bristol's and London's urban partnerships, I made proposals here to the Lisbon council and was ignored.
(...)
Dixon enjoyed Bairro Alto's restaurants and hectic nightlife with its "mix of trendy locals and knowledgable tourists". This classic residential area has grown gradually over the years without official intervention. The examples highlighted – the Crono Project, Hall of Fame, the Galeria de Arte Urbana – may well provide opportunities, as Dixon says, "to distinguish between meaningless scrawls and impressive pieces of urban art". But few locals are impressed. Many don't appreciate Lisbon council "turning over derelict buildings to street artists with stunning results" and would rather see more positive use of public money.
However, it's a beautiful city. Dixon should ignore the artwork, report the dereliction, and visit the few conservation projects that can be found. These are what make Lisbon unique, not itinerant spray jobs
quinta-feira, fevereiro 03, 2011
Peças
A China teme o contágio pela internet e limita-lhe o acesso; há mais de um milhão de pessoas nas ruas do Cairo e milhares nas ruas da Tunísia; ainda na internet apela-se à revolução na Síria e caiu o Governo da Jordânia. A Europa e os Estados Unidos estão economicamente debilitados. A par de outras situações noutras latitudes, tudo somado, significa que o Mundo já mudou. O ponto é que sabemos que mudou, mas não podemos saber em que direcção o Mundo mudou e não é "só" porque o barril de petróleo está a 101 dólares, com as repercussões óbvias.
A questão é mais séria: o redesenho político no Egipto, na Tunísia, na Jordânia ou na Síria ditará o futuro dos respectivos povos – que se deseja uma evolução democrática, mas pode bem culminar no reforço de fundamentalismos – e também ditará a sorte do chamado "Mundo Ocidental", que não está nas melhores condições para resistir a mais cenários negativos, o que pode acelerar o empobrecimento e/ou potenciar conflitos de consequências inimagináveis.
Mas para o Governo não se passa nada; não vive nem no mesmo Mundo nem no País real que é suposto governar.
Num contexto tão sério, como suportar a caracterização que o Governo continua a fazer do País, relativizando tudo: da dívida aos dados do desemprego, que são "apenas" "um pouco superiores à média europeia...", a "situação está estável"; ou criticando as oposições por pretenderem "transformar aquilo que aconteceu no dia das eleições presidenciais, sobretudo os problemas técnicos que ocorreram, num problema político"; às receitas informatizadas; à entrega obrigatória de declarações de impostos via internet (sem nenhuma consideração pelos médicos que, por exemplo, têm de se deslocar ao domicílio, ou por cidadãos que não dispõem de computadores)? Seria muito interessante saber o custo/ /benefício deste totalitarismo informático. Mas é também o desprezo pelo cidadão comum que choca. Do alto dos seus muitos gabinetes, desligado da realidade, o Governo não tem nenhuma consideração pelos seus cidadãos e está mesmo profundamente convicto de que é "moderno" e, claro, problemas em actos eleitorais – base da democracia – ou a existência de cidadãos que não têm acesso à informática ou são infoexcluídos são "questões técnicas". Somos todos meras peças. Se assim é, o melhor é encarar este Governo também como uma "questão técnica" para, tal como as peças que avariam definitivamente, ter o destino certo.
A questão é mais séria: o redesenho político no Egipto, na Tunísia, na Jordânia ou na Síria ditará o futuro dos respectivos povos – que se deseja uma evolução democrática, mas pode bem culminar no reforço de fundamentalismos – e também ditará a sorte do chamado "Mundo Ocidental", que não está nas melhores condições para resistir a mais cenários negativos, o que pode acelerar o empobrecimento e/ou potenciar conflitos de consequências inimagináveis.
Mas para o Governo não se passa nada; não vive nem no mesmo Mundo nem no País real que é suposto governar.
Num contexto tão sério, como suportar a caracterização que o Governo continua a fazer do País, relativizando tudo: da dívida aos dados do desemprego, que são "apenas" "um pouco superiores à média europeia...", a "situação está estável"; ou criticando as oposições por pretenderem "transformar aquilo que aconteceu no dia das eleições presidenciais, sobretudo os problemas técnicos que ocorreram, num problema político"; às receitas informatizadas; à entrega obrigatória de declarações de impostos via internet (sem nenhuma consideração pelos médicos que, por exemplo, têm de se deslocar ao domicílio, ou por cidadãos que não dispõem de computadores)? Seria muito interessante saber o custo/ /benefício deste totalitarismo informático. Mas é também o desprezo pelo cidadão comum que choca. Do alto dos seus muitos gabinetes, desligado da realidade, o Governo não tem nenhuma consideração pelos seus cidadãos e está mesmo profundamente convicto de que é "moderno" e, claro, problemas em actos eleitorais – base da democracia – ou a existência de cidadãos que não têm acesso à informática ou são infoexcluídos são "questões técnicas". Somos todos meras peças. Se assim é, o melhor é encarar este Governo também como uma "questão técnica" para, tal como as peças que avariam definitivamente, ter o destino certo.
In Correio da Manhã
Lisboa em reforma administrativa
Lisboa, tal como está, administrativamente falando (e não só, claro, mas disso não se trata hoje aqui), está mal e tem que dar urgentemente sinais de melhoras. Por mais “simplis” que exista no papel. Por mais competências que o executivo delegue nas sempre “carentes” Juntas de Freguesia.
A este estado de coisas é indissociável, dizem, e eu acredito, a divisão administrativa da cidade, que persiste há demasiado tempo da mesma forma, repartida em freguesias obsoletas, umas (prática e concepcionalmente falando e por força da ausência de fregueses e/ou inoperância declarada dos seus responsáveis), a “rebentar pelas costuras” de população e de actividade, outras. Resumindo, a Lisboa de hoje não é a de “ontem”, muito menos o conceito de bairro é o mesmo, para o bem e para o mal.
Acresce que, por mais feliz (ou infeliz) das coincidências (que as há), dá-se o facto de grande parte dos actuais presidentes de Juntas não se poder candidatar a novo mandato, por força da Lei.
Daí a CML ter encomendado a consultores externos um estudo sobre a melhor forma de actualizar não só a divisão administrativa (inalterável desde 1959) mas a governação da cidade. Nas conclusões do estudo, que se chama “Qualidade de Vida e Governação na Cidade de Lisboa” e no pressuposto de que se vai melhorar a eficiência e maximizar a eficácia da Administração, apontam-se três soluções para a redefinição de áreas e competências. A CML, ciente do ditado “no meio está a virtude”, escolheu a solução intermédia (ou perto dela), entre a radical e ficar tudo na mesma. Assim, o que irá estar em debate público, e ser implementado a partir do próximo mandato camarário, passa, em primeiro lugar, pela redução de 53 para 24 freguesias.
Mesmo que não se consiga uma descentralização de facto e competente, mesmo que não se consiga a prazo uma administração mais moderna e próxima dos lisboetas (e muito irá depender das Juntas e dos gabinetes de proximidade da própria CML), a verdade é que é preciso evitar toda e qualquer forma de provocação aos bairros e a quem como eles se identifica.
Convenhamos que mais perigoso do que a CML reformular as freguesias, tentada por reconfigurações territoriais de ordem partidária, ou com intuitos de repartição sócio e económica; é pôr em causas os bairros. E ao bairro, por mais laico que o Estado seja, está profundamente ligada a paróquia, não sendo por acaso que grande parte das freguesias de Lisboa tem nome de santo.
Fica o aviso: em vez de se porem com originalidades ou a dar nomes de isto e daquilo às 24 freguesias, talvez fosse bom, por uma vez, copiar um bom exemplo e fazer como Paris: numerá-las. Que se saiba, Montmarte e o Quartier Latin continuam a ser Montmartre e Quartier Latin apesar de serem parte integrante dos 18º e 5º «Arrondissements».
A este estado de coisas é indissociável, dizem, e eu acredito, a divisão administrativa da cidade, que persiste há demasiado tempo da mesma forma, repartida em freguesias obsoletas, umas (prática e concepcionalmente falando e por força da ausência de fregueses e/ou inoperância declarada dos seus responsáveis), a “rebentar pelas costuras” de população e de actividade, outras. Resumindo, a Lisboa de hoje não é a de “ontem”, muito menos o conceito de bairro é o mesmo, para o bem e para o mal.
Acresce que, por mais feliz (ou infeliz) das coincidências (que as há), dá-se o facto de grande parte dos actuais presidentes de Juntas não se poder candidatar a novo mandato, por força da Lei.
Daí a CML ter encomendado a consultores externos um estudo sobre a melhor forma de actualizar não só a divisão administrativa (inalterável desde 1959) mas a governação da cidade. Nas conclusões do estudo, que se chama “Qualidade de Vida e Governação na Cidade de Lisboa” e no pressuposto de que se vai melhorar a eficiência e maximizar a eficácia da Administração, apontam-se três soluções para a redefinição de áreas e competências. A CML, ciente do ditado “no meio está a virtude”, escolheu a solução intermédia (ou perto dela), entre a radical e ficar tudo na mesma. Assim, o que irá estar em debate público, e ser implementado a partir do próximo mandato camarário, passa, em primeiro lugar, pela redução de 53 para 24 freguesias.
Mesmo que não se consiga uma descentralização de facto e competente, mesmo que não se consiga a prazo uma administração mais moderna e próxima dos lisboetas (e muito irá depender das Juntas e dos gabinetes de proximidade da própria CML), a verdade é que é preciso evitar toda e qualquer forma de provocação aos bairros e a quem como eles se identifica.
Convenhamos que mais perigoso do que a CML reformular as freguesias, tentada por reconfigurações territoriais de ordem partidária, ou com intuitos de repartição sócio e económica; é pôr em causas os bairros. E ao bairro, por mais laico que o Estado seja, está profundamente ligada a paróquia, não sendo por acaso que grande parte das freguesias de Lisboa tem nome de santo.
Fica o aviso: em vez de se porem com originalidades ou a dar nomes de isto e daquilo às 24 freguesias, talvez fosse bom, por uma vez, copiar um bom exemplo e fazer como Paris: numerá-las. Que se saiba, Montmarte e o Quartier Latin continuam a ser Montmartre e Quartier Latin apesar de serem parte integrante dos 18º e 5º «Arrondissements».
In Jornal de Notícias (3.2.2011)
quarta-feira, fevereiro 02, 2011
O Asfalto está a chegar
Por Manuel João Ramos:
UM CURTO FILME sobre a pavimentação de uma rua em Gondar, Etiópia. Está a ser assim por toda a África. Lisboa precisa de ir na direcção oposta, a da partilha do espaço público rodoviário.
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sinistralidade rodoviária
terça-feira, fevereiro 01, 2011
Auditoria ao Parque Escolar
Auditoria às obras nas escolas
Há indicadores significativos que existem irregularidades na afectação de verbas em 20% das obras, obras desnecessárias e falta de qualidade nos trabalhos efectuados.
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