

Com 10 anos e 9 meses de idade, lembro-me mais do que me disseram e do que ouvi, do que propriamente do que vivi.
Bem me lembro de que passava «A Golpada» no Tivoli, e que minha mãe e tia a tinham ido ver, despreocupadas. Lembro-me da aventura contada por meu pai, de ter ido Baixa abaixo com o Morris bége, das barreiras e dos chaimites.
Lembro-me também de ouvir pela rádio o burburinho no Largo do Carmo, que nem sabia muito bem onde ficava. De gritos e vivas.
Da «Grândola» e da senha (soube-o bem mais tarde) cantada por Paulo de Carvalho.
Mas lembro-me também do Yazalde, e de Ali preparando-se contra Foreman.
Lembro-me que toda a gente parecia genuinamente satisfeita.
E lembro-me do silêncio expressivo de minha avó materna.
Nunca hei-de esquecer a Junta na RTP, nem a marcha musical do M.F.A em still na TV.
É pouco, eu sei, mas a partir daí é sempre a crescer.
Sem comentários:
Enviar um comentário