domingo, julho 27, 2008

No episódio Sá Fernandes vs Bloco desta semana sobrou para António Costa

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Com os episódios que estão a envolver uma deliberaçáo sobre a EPUL, os factos, desde quinta à noite, não sorriem a Sá Fernandes nem ao BE, apesar do desmerecimeto de Sá Fernandes e da água na fervura de Louçã. E António Costa acaba por «levar por tabela». A verdade é que a Concelhia de Lisboa do BE disse preto no branco que o rumo de Sá Fernandes no pelouro não lhe agrada, não cumpre o Programa Eleitoral do BE pelo qual Sá foi eleito nem sequer cumpre o Acordo PS-BE celebrado em Agosto do ano passado.
E é aqui, no Acordo, que bate o ponto central.
É que se o BE entende e denuncia publicamente que o Acordo não está a ser cumprido, isso não põe em cheque só Sá Fernandes. Diria mesmo: não põe em cheque sobretudo Sá Fernandes mas sim António Costa.
O que é que está em cima da mesa? Uma questão menor? Um «fait-divers»?
Não.
Está em causa a reestruturação do sector empresarial da CML - que não é coisa pouca. EPUL e Gebalis são agora o pretexto. Mas é também todo o restante sector empresarial da CML.
Isso fica bem claro neste parágrafo do comunicado assassino (passe a hipérbole) da Conclehia de Lisboa do BE: «A posição do Bloco de Esquerda sobre a reestruturação das empresas municipais em Lisboa tem sido clara e foi expressa no texto do chamado acordo de Lisboa com o PS. Nos termos daquele acordo, seria garantido, até ao final de 2007, a completa reorganização do sector empresarial do município e do conjunto das suas participações sociais, tendo em vista, nomeadamente, a reavaliação das SRU, da GEBALIS e da EMEL, procedendo às adequadas operações de integração, fusão ou extinção. Referia-se igualmente que a reestruturação da EPUL devia recentrá-la na reabilitação e dinamização de um mercado habitacional para atracção de novas famílias à capital.Pois bem, para além de mais de meio ano de atraso na reestruturação do sector empresarial do município, o facto é que não há qualquer proposta de “integração, fusão ou extinção” para a GEBALIS».
Faltará cumprir ano e meio de mandato.
Já ficaram pelo caminho vários objectivos de Sá Fernandes e até a aura de defensor dos cidadãos. As Juntas de Freguesia roem-lhe a corda. Muitos jornalistas já se desencantaram (agora Helena Roseta é que é).
Pedro Soares, seu ex-chefe de gabinete, bateu com a porta e foi bem duro na altura do episódio da Praça das Flores.
Luis Fazenda, que tomou conta da ligação BE-SF, ficou desiludido agora com mais este imbróglio e não o escondeu.
É só contatempos.
Costa até poderá ver-se tacticamente obrigado a «absorver» Sá mas suas listas, mas o PS aceitará isso sem qualquer «élan». Será apenas para não terem de o «aturar» na rua em campanha «do outro lado da barricada». É curto, muito curto, para um projecto de longo acance.
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