sábado, janeiro 30, 2010

E as fábulas aqui tão perto

Projecto de Joana Vasconcellos





Visitas: Terça a Domingo das 10:00h às 13:00h e das 14:00h às 18:00h
(Via Lisboa SOS)

sexta-feira, janeiro 29, 2010

Portugal tecno... lógico - II

SEMPRE QUE, na estação de Entrecampos, quero comprar um bilhete para Lagos (o que sucede com frequência), a empresa oferece-me duas formas de o fazer: à moda antiga (na bilheteira) ou à moderna (recorrendo aos serviços de uma máquina de venda de bilhetes). O pior é que, de todas as vezes que escolhi a 2.ª hipótese, me deparei com uma das seguintes variantes:

1ª – A máquina estava fora de serviço.
2ª – A máquina estava em serviço, aceitava pagamentos com MB, mas boa parte das teclas do código pessoal não funcionavam. (A solução para esse problema era ir a uma máquina ATM, ali ao pé, e alterar o pin para uma composição de 4 dígitos, de entre os que funcionavam).
3ª – Estava tudo bem, mas há que ter em conta que "o sistema" só vende bilhetes até Tunes, como se pode ver [aqui]. Aí, como é outra “unidade de negócio”, é preciso atravessar a linha, e ir à bilheteira tradicional adquirir o bilhete Tunes-Lagos... ou comprar ao revisor.

A estima e a sua falta

NO MESMO dia em que [aqui] se afixou uma crónica de Joaquim Letria acerca dos velhos que, nos jardins públicos, aguardam a sua hora, encontrei estes dois senhores, já idosos, com quem conversei algum tempo.

Não entrei em pormenores, mas percebi o essencial: em colaboração com a Junta de Freguesia dos Anjos eles tratavam, com desvelo e um certo orgulho, de alguns canteiros da Av. Almirante Reis.

Em cima, uma das duas fotos - ora qual será? - documenta um outro canteiro que já passou pelas suas mãos. A outra... bem, é de uma avenida, não longe dali, com pretensões - coitadinha! - a grande finesse. Nesta última, os canteiros são limpos (de tempos a tempos...) por pessoal de uma empresa que vem de fora de Lisboa.

Portugal tecno... lógico - I

Uma das três máquinas de venda de bilhetes no átrio sul da estação de metro ROMA
.
Esta e uma outra estão assim (com 'capacidades reduzidas'...) há meses, e a nenhuma delas falta a ridícula referência ao defuntíssimo Porta-Moedas Multibanco!

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Visita Guiada ao Jardim França Borges-Príncipe Real

Vai ter lugar no próximo Domingo, 31 de Janeiro de 2010, pelas 11h30, uma visita guiada ao Jardim do Príncipe Real. Esta visita é promovida pelo grupo "Amigos do Príncipe Real", é gratuita, e tem como objectivo dar a conhecer as características do jardim e as alterações que a Câmara Municipal de Lisboa está a implementar. A visita durará cerca de uma hora.

Os "Amigos do Príncipe Real" consideram esta visita a melhor forma de explicar as razões que nos têm oposto e que nos continuam a opor à intervenção da CML, ao mesmo tempo que viajamos da Grécia à Nova Caledónia, visitando as árvores do jardim. Sabe, por exemplo, porque é o Cedro do Buçaco duas vezes mentiroso? E sabe que está previsto o abate de 62 árvores no jardim desde Janeiro de 2009 e que a CML quer plantar árvores cuja plantação é ilegal em Portugal?

Venha visitar o jardim connosco. Domingo, 31/Jan/2010, às 11h30. Encontro no acesso à Esplanada do Príncipe Real.

No Reino do Absurdo

ESTAREI a exagerar se disser que um chimpanzé amestrado seria capaz de colocar estas tampas correctamente?

Actualização (18h22m): ver novos (e melhores) exemplos [aqui]

Pergunta-de-algibeira

ESTA fotografia, tirada ontem na Rua Frei Amador Arrais, em Lisboa, mostra uma senhora, bastante enervada, a fazer uma série de chamadas pelo telemóvel.
Pergunta-se: o que é que a estava a preocupar?


NOTA: a foto foi feita com sua autorização, depois de eu me ter oferecido para a auxiliar.

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Príncipe Real - Plantas do projecto em curso







Fotos das plantas de execução e plantação do projecto do Jardim do Príncipe Real.

Estas plantas estão datadas de 30 de Janeiro de 2009 e nelas se vê claramente que:

- as 62 árvores estão marcadas para abate desde o início, independentemente de qualquer suposta avaliação sanitária;

- que se quer substituir as árvores de alinhamento por lódãos (Celtis australis) e as falsas-acácias (Robinia pseudoacacia) por árvores da mesma espécie. De salientar que a plantação de Rpseudoacacia em Portugal é ilegal;

- no projecto não está prevista a plantação de árvores de alinhamento no lado Sul e Poente;

- que a maioria das áreas de relvado se manterão como relvados, apesar de aqui lhes chamarem prados; existem no entanto algumas áreas que irão ser plantadas com arbustos de pequeno porte.

É interessante também que os projectistas identificam o choupo-americano (Populus x canadensis) como choupo-negro (Populus nigra), uma espécie completamente diferente. É um erro grave, são espécies diferentes.

Interessante também que abaterá um lódão, espécie que agora tanto elogiam.




Texto e fotos: Rui Pedro Lérias

terça-feira, janeiro 26, 2010

A malta do «Estaciono no passeio porque não há parques...»

Lisboa - manhã de 25 Jan 2010

segunda-feira, janeiro 25, 2010


A Câmara de Lisboa celebrou, em 2004, um contrato de arrendamento com um advogado e dirigente do Centro Nacional de Cultura (CNC), que lhe permite ocupar, durante 20 anos, uma vasta área de um palácio setecentista, no centro da cidade, com uma renda de 507 euros por mês.
A decisão de comprometer o município por 20 anos foi da responsabilidade da então vereadora Helena Lopes da Costa, actualmente deputada do PSD, que satisfez assim a pretensão do inquilino, Alberto Vaz da Silva, contariando os pareceres dos serviços camarários, que popunham um contrato com o prazo normal de cinco anos.
O Palácio Cabral, situado ao fundo da Calçada do Combro e classificado como imóvel de interesse público, acolhe desde a década de 1990 a sede da Junta de Freguesia de Santa Catarina. Já estava parcialmente arrendado, há mais de 20 anos, à família de Helena Vaz da Silva - a ex-presidente do CNC, falecida em 2002 - quando a câmara adquiriu o imóvel, em 1968. Por morte da mãe, o arrendamento foi transmitido a Helena Vaz da Silva em 1980, nos termos da lei, mantendo a renda de cerca de cinco euros.
Após o falecimento da antiga presidente do CNC - que foi deputada pelo PSD no Parlamento Europeu entre 1994 e 1999 -, o viúvo, Alberto Vaz da Silva, quis que a câmara passasse o contrato para seu nome, com a renda que vigorava na altura, 33 euros.

Despacho contraria serviços

O pedido de Vaz da Silva justificava a solicitação de transmissão do contrato com o facto de ali viver com a ex-mulher há mais de 30 anos e não ter outra residência "em Lisboa ou comarcas limítrofes". Em alternativa aceitava um novo arrendamento. Embora a carta que dirigiu à autarquia não fale no assunto, diversos do- cumentos camarários posteriores salientam que o interessado, agora com 73 anos, terá pedido verbalmente à então directora do Departamento de Património Imobiliário, Clarinda Mendes, que o contrato tivesse uma duração de 20 anos.
Analisado pelos juristas do município, o pedido de transmissão do contrato foi recusado por falta de cobertura legal. Em contrapartida foi-lhe reconhecido o direito a um novo arrendamento que não deveria ter um prazo superior a cinco anos, durante o qual seria aplicado o regime da renda condicionada. Nas renovações posteriores, segundo os serviços, o regime de renda não teria "quaisquer condicionalismos".
A possibilidade de fazer um arrendamento por um prazo superior a cinco anos não era completamente excluída, mas era qualificada como "um acto administrativo extraordinário", que carecia de "aprovação do colectivo camarário".
Uma vez calculada a renda a aplicar, de acordo com a fórmula estabelecida na lei, tendo em conta a área últil da habitação, no total de 180 m2, e o seu estado de conservação, conforto e vestutez, os serviços propuseram, em Outubro de 2003, o valor de 507 euros mensais e um prazo contratual de cinco anos.
Este prazo teria a vantagem de deixar mais espaço de manobra ao município, para o caso de pretender dar um outro uso ao palácio, além de afastar quaisquer condicionalismos na fixação das rendas posteriores.
A proposta, que recebeu a aprovação da chefe de divisão e da directora do Departamento do Património Imobiliário mereceu a concordância da vereadora Helena Lopes da Costa quanto ao valor da renda, mas, quanto ao prazo, o despacho, escrito pela sua mão, contraria os serviços: "O contrato deverá ser de 20 anos".

Dois anos e meio de perdão

Passado quase um ano, em Julho de 2004, apesar de a lei estipular que os efeitos do novo arrendamento, incluindo o aumento da renda, começam a vigorar após a caducidade do anterior (Agosto de 2002), os serviços propõem que, devido à demora da conclusão do processo - em parte da responsabilidade de Vaz da Silva -, os 507 euros só sejam pagos a partir do mês seguinte, depois da celebração do contrato.
O mesmo parecer, que recebeu a concordância de Lopes da Costa, sustenta igualmente que, por via das delegações de competências e de uma interpretação da lei baseada na equiparação do caso a situações dificilmente comparáveis, a aprovação do prazo de 20 anos pode ser dada pela própria vereadora sem ir à reunião de câmara.
O contrato recebeu a assinatura da vereadora no mesmo dia (16 de Julho), mas Vaz da Silva só o levantou nos correios em Outubro, para juntar a sua assinatura. Telefonicamente pediu depois que a validade do arrendamento se iniciasse apenas a 1 de Janeiro de 2005, coisa que, segundo um novo parecer dos serviços, não podia ser aceite pelas razões legais antes invocadas.
No entanto, novamente com a justificação do atraso na conclusão do processo, o pedido foi aceite, sendo o contrato alterado e assinado por Lopes da Costa e Vaz da Silva no fim de Novembro, vigorando a nova renda a apenas no primeiro dia do ano seguinte"

domingo, janeiro 24, 2010

No Reino do Caos, do Absurdo e das Leis da Treta

Av. dos EUA
Av. Sacadura Cabral
Rua Frei Amador Arrais
Rua de Buenos Aires
Rua João de Deus
Rua de S. Ciro
Rua de S. Ciro
Praça de Londres
Praça de Londres
Av. de Roma
Av. Óscar Monteiro Torres

Av. Óscar Monteiro Torres
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NOTA: todas estas fotos foram tiradas em sábados e domingos, quando o estacionamento é gratuito.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Espaços verdes na Baixa Pombalina

Rua de S. Nicolau, Rossio, Rua da Vitória...

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Outra vez

Num pequeno País, recém-chegado à Democracia, existiam vários partidos. Passada a época revolucionária, o País passou a ser dirigido ora por um, ora por outro dos maiores partidos (ou sós ou em coligação com um partido de menor dimensão eleitoral).

Um dos dois maiores partidos políticos era muito representativo da Sociedade – transversalmente –, era reformista e os seus militantes gozavam de muita liberdade. Tinha muita implantação local.

Também havia outro partido político muito representativo; embora inicialmente não tão transversal. Ao contrário do primeiro, nada tinha de reformista e primava pelo controlo da sociedade.

Durante uma década em que o primeiro partido governou, o País cresceu... mas depois sucederam-se governos muito despesistas e o País empobreceu.

Certo é que os dois maiores partidos foram ganhando muitos vícios e muita clientela que neles via uma forma de garantir a vida. E esses partidos deixaram de ser tão representativos assim. O Povo cansou-se das dúvidas associadas a negócios em que o País perdia sempre, para alguns ganharem muito. Os escândalos sucediam-se. O Povo cansou-se da ligeireza na condução das responsabilidades políticas. Os outros partidos por vezes cresciam por demérito dos maiores partidos.

Claro que em todos os partidos existiam vozes avisadas e muitas pessoas de bem. Porém, o que predominava era a táctica, a intriga palaciana, os golpes mediáticos, o ego de cada um. Isto atingiu sobretudo o primeiro partido, porque o segundo estava no Poder e tinha uma clientela mais sossegada, porque muito alimentada.

Durante algum tempo ainda foi possível esconder a situação do País. Era preciso que os partidos se entendessem em questões essenciais, mas o que os preocupava era quem "mandava" ou deixava de "mandar", quem aparecia, quem ganhava debates no Parlamento, quem se candidatava ao quê ou quem sucedia a quem.

Mas o País estava muito pobre e as pessoas precisavam urgentemente que os partidos se deixassem de golpes e contragolpes e olhassem para ele. Nada. Os seus dirigentes permaneciam surdos, desdobrando-se em iniciativas internas.

E as pessoas começaram a retribuir, primeiro com desconfiança e depois com desprezo. E os que sabiam ou tinham memória, lembraram-se por que tinha o País atravessado um período negro de quase cinquenta anos, embora as coisas não se fossem repetir exactamente assim.

Rua da Prata, 20 Jan 10

Há aqui qualquer coisa estranha, não há?

The Opening of the HIghline Urban Park - post industrial landscape design






Fonte: MTG

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Carta à Comissão da Assembleia Municipal de Lisboa:


Excelentíssima Senhora
Presidente da Comissão Permanente de Ambiente e Qualidade de Vida
da Assembleia Municipal de Lisboa,



No seguimento da reunião de 21/9/2009, a Plataforma por Monsanto vem pelo presente apresentar a V. Exas. as razões pelas quais rejeita a pretensão da CML em instalar serviços da Protecção Civil e do corpo de Sapadores no edifício e na área circundante ao Restaurante Panorâmico do Alto da Serafina, no Parque Florestal de Monsanto, e uma resenha sobre todo o processo, que passamos a enumerar:


1. A CML e o Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) manifestam desde há pouco mais que 2 anos a vontade de transferir para o edifício e área envolvente do antigo restaurante panorâmico de Monsanto, o comando de sapadores bombeiros sediado no quartel da Avenida Dom Carlos I (centro estratégico de prevenção e socorro, viaturas e demais equipamentos) e o comando da Protecção Civil. Motivo: o maciço rochoso de Monsanto “apresenta as melhores garantias de resistência a fenómenos sísmicos”.

2. No edifício do antigo restaurante panorâmico ficará igualmente a funcionar a nova Sala de Operações e Comunicações Integrada onde irão operar, além do RSB e da Protecção Civil, a Polícia Municipal e a Polícia Florestal.

3. O espaço onde irá funcionar este centro operacional incluirá, além do edifício do antigo Restaurante Panorâmico (projecto dos anos 60 do Arq. Chaves da Costa, com valiosa decoração azulejar de Manuela Madureira – edifício incluído na Carta de Património anexa ao PDM), o terreno envolvente, numa área aproximada de 21.500m2.

4. De acordo com o projecto de arquitectura já elaborado pelos serviços da CML, e que aguarda ainda aprovação em reunião de executivo camarário, o edifício do Restaurante Panorâmico será reabilitado, mas será necessário … construir dois corpos novos de edifícios. O total da área de implantação terá 8.700m2. Durante o dia será utilizado por 200 pessoas e terá 150 lugares de estacionamento para veículos operacionais (parte dos quais virá do actual quartel da Cruz das Oliveiras) e de reserva, para além, naturalmente dos veículos dos próprios funcionários.

5. O edifício que actualmente alberga o comando operacional do RSB, na Avenida Dom Carlos I, manterá, afirmam a CML e o comandante do RSB, o usufruto público, em moldes ainda por definir.

Face ao exposto, e considerando que o Parque Florestal de Monsanto está abrangido pelo Regime Florestal Total, pelo que se trata de uma área non aedificandi, com excepção das infra-estruturas viárias e das instalações necessárias ao seu funcionamento e manutenção, consideramos totalmente inadequada toda e qualquer nova construção de edifícios que acarrete, obviamente, o abate de árvores, a impermeabilização dos solos e, como no caso vertente, um aumento significativo de tráfego rodoviário, tudo isto num Parque que nos últimos 30 anos viu serem-lhe retirados largas centenas de hectares de mata para os projectos mais mirabolantes.

Rebatendo os argumentos da CML e do RSB que têm justificado esta “necessidade”, consideramos ainda o seguinte:

1. Um projecto como o presente tem, a nosso ver, de ser sujeito a uma Avaliação de Impacte Ambiental, que deverá apresentar obrigatoriamente alternativas à localização agora proposta. A parcela de terreno onde agora se pretende intervir encontra-se classificada como Espaço Verde de Protecção, parcela integrante do Sistema Seco, Área com Potencial Valor Arqueológico, com nível de intervenção 2 e afecta ao Regime Florestal onde se integra o Parque de Monsanto, de acordo com os artigos 80º, 18º, 15º do RPDM, e nos termos do artigo 80º do regulamento do PDM, as áreas verdes de protecção serem áreas especialmente sensíveis sob os pontos de vista biofísico ou de enquadramento paisagístico e ambiental de áreas edificadas ou de infra-estruturas, sendo por isso áreas non aedificandi, com excepção das infra-estruturas viárias e das instalações necessárias ao seu funcionamento e manutenção, remetê-la-ia sempre para as disposições das alíneas c), e), e h) do N-º 2 do Anexo V, do Decreto-lei 69/2000, com a redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-lei 197/2005. O que nunca a eximirá de um processo de AIA.

2. A alteração de uso do antigo Restaurante Panorâmico de Monsanto para centro operacional e quartel, a ser feita, implicará forçosamente uma revisão do PDM já que o uso primitivo não é esse.

3. Ainda sobre a utilização do edifício, achamos caricato que em tempos tenha sido indeferido pela CML um projecto de hotelaria para aquele local, argumentando-se na altura, e a nosso ver com razão, que tal projecto acarretava um aumento de volumetria no edifício; e sejam agora a própria CML e os seus Espaços Verdes a pugnar por um projecto que implicará um ainda maior aumento de construção, com o consequente abate de largas dezenas de árvores.

4. Sobre a “invulnerabilidade” que se pretende para o novo centro operacional, trata-se, a nosso ver, de um argumento sem sentido, porque sendo Lisboa uma zona de forte intensidade sísmica, o que se deveria concentrar é o controlo de comunicações e de decisão, perto do centro de poder, e não isolado no cimo de um monte. A nosso ver, faria muito mais sentido optar-se por uma solução em que se diluísse toda a estrutura por zonas operacionais. Assim, em caso de catástrofe haveria maiores probabilidades de alguma das subestruturas sobreviver.

5. Por sua vez, o facto de se considerar este espaço como de menor risco sísmico em Lisboa só quer dizer baixar-se de «muitíssimo elevado risco» para «muito elevado risco». Além de que há outras zonas na cidade de grau semelhante de risco, sem ter, como Monsanto tem, logo abaixo uma grande falha geológica (a da Auto-Estrada - Viaduto Duarte Pacheco) e que está activa, como se comprova pelas alterações significativas sentidas na Auto-estrada que levam entre outras coisas à necessidade constante de vigilância do Viaduto Duarte Pacheco. Esta falha entrecorta uma outra de muito grande actividade (a da Ribeira de Alcântara), tão forte que está repartida por falhas menores para o lado de Monsanto (falha de Vila Pouca). Ainda paralela à da auto-estrada, a 10 metros do Restaurante Panorâmico, a tardoz, está outra falha activa que tem uma fractura de 5/6 metros. Lembramos que em caso de calamidade haverá escorregamentos da encosta do Restaurante Panorâmico sobre a Auto-estrada (como já houve,) e o Viaduto Duarte Pacheco partir-se-á. Como irão chegar a Lisboa os bombeiros?

6. Sobre o maciço rochoso de Monsanto há que esclarecer o seguinte: a serra é calcária e o calcário é quebradiço. O pequeno núcleo basáltico não tem dimensão. Trata-se apenas de pequenas “chaminés”, aqui e ali, à base de manto derramado com 1-2metros de espessura. Será isto “estabilidade geológica”?

7. Tratando-se de um ponto tão alto, qual o impacte visual, o impacte paisagístico das novas construções?

8. Por último, a questão do actual quartel da Avenida Dom Carlos I não nos parece despicienda, uma vez que se trata de um edifício histórico e extremamente bem localizado, pelo que compreensivelmente desejável para efeitos de especulação imobiliária e grandes projectos imobiliários.



Juntam-se:

Comunicado de Imprensa da Plataforma por Monsanto de 6 de Abril de 2009.
Proposta do Gabinete dos Vereadores “Cidadãos por Lisboa” de 14 de Janeiro de 2009.
Requerimento do Gabinete dos Vereadores do PCP de 12 de Novembro de 2008.
Moção Nº. 9 da Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em 20 de Janeiro de 2009.
Informação do Regimento de Sapadores Bombeiros de 4 de Março de 2009.
Notícia do Jornal de Notícias de 24 de Março de 2009.
Notícia do Diário de Notícias de 2 de Dezembro de 2008.
Fotografia do local em causa.
Carta de Vulnerabilidade Sísmica dos Solos de Lisboa.




Lisboa, 7 de Janeiro de 2009

Pela Plataforma por Monsanto


Pinto Soares


segunda-feira, janeiro 18, 2010

Orçamento Participativo

Obras no canil/gatil venceu votação do Orçamento Participativo da Câmara de Lisboa-PUBLICO
A terceira fase da construção do canil/gatil municipal em Monsanto foi, com 754 votos, o projecto mais votado pelos cidadãos no Orçamento Participativo de 2010 da Câmara de Lisboa. A lista de eleitos, divulgada hoje de manhã pelo presidente António Costa, inclui 11 outros projectos, de áreas muito diversas.
Ao todo, nesta segunda edição da iniciativa foram apresentadas 533 propostas, menos 47 do que no último ano. Mas em compensação, o número de pessoas que expuseram as suas ideias para a cidade mais do que duplicou, porque desta vez cada participante só podia apresentar uma proposta. Também o número de votantes subiu de 1101 para 4719.
Além da obra no canil/gatil municipal, vão ser executados pela Câmara de Lisboa outros 11 projectos, com um valor que ascende a cerca de 4,9 milhões de euros. O limite era cinco milhões de euros, o que segundo António Costa representa “mais de cinco por cento do orçamento de investimento do município”, montante que não foi atingido porque o 13º projecto mais votado o ultrapassava largamente.
A criação de um equipamento cultural no piso térreo do Cinema Europa, que há vários anos é reivindicada pela população de Campo de Ourique, arrecadou 475 votos e está orçamentado em 690 mil euros. O presidente da autarquia sublinhou que a concretização deste investimento está dependente do arranque da obra no conjunto do edifício, que é propriedade privada.
Também eleitos foram a requalificação do Largo do Coreto, em Benfica, a beneficiação da Escola Manuel Teixeira Gomes, em Marvila e a criação de um quiosque e um parque infantil na Praça João Bosco, nos Prazeres. A Câmara de Lisboa vai também avançar com a criação de uma “incubadora” destinada a micro ou pequenas empresas de “sectores estratégicos para o desenvolvimento económico da cidade”, com o alargamento de faixas bus para permitir a circulação de bicicletas e com a melhoria das condições de largada e tomada de passageiros junto a algumas escolas da cidade.
Entre os projectos mais votados estão ainda uma iniciativa de arte urbana em espaços devolutos, a substituição da iluminação pública no Bairro das Novas Nações (nos Anjos) por “sistemas mais eficientes e sustentáveis”, uma operação de limpeza de cartazes e graffiti nos bairros históricos e, por último, a realização de “um Festival Net Audio, à imagem dos festivais congéneres em Berlim, Londres, Moscovo e Barcelona”.
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NOTA PESSOAL:
Lamento que a proposta do Fórum Cidadania Lx -
Pedonalização do Largo de São Vicente e instalação de pilaretes na Rua da Voz do Operário não tenha sido suficientemente votada. O seu valor era diminuto e a sua concretização de grande importância para a imagem da cidade, permitindo também uma melhor qualidade de vida para quem circula a pé.
Infra-estruturas Viárias, Trânsito e Mobilidade
Pedonalização do Largo de São Vicente e instalação de pilaretes na Rua da Voz do Operário
Requalificação do Largo de São Vicente (pedonalização) e da Rua da Voz do Operário (instalação de pilaretes).
Local: Largo de São Vicente e Rua da Voz do Operário
Freguesia(s): São Vicente de Fora
Custo: 133.500€ Prazo: 7 meses

sábado, janeiro 16, 2010

Camões e o Red Bull

Passatempo com prémio a propósito do estado do Pátio do Tronco:
Até às 20h de domingo, 17 Jan 10, [aqui].

quinta-feira, janeiro 14, 2010

No Reino do Absurdo (cont.)

A FOTO, tirada há algum tempo à porta do Hotel Roma, em Lisboa, mostra uma realidade que diz muito acerca do que nós somos - um povo refractário a regras, mesmo quando elas nos podem favorecer:

Do lado direito, o espaço reservado para tomada e largada de passageiros está vazio; os autocarros estacionam na praça de táxis. Os taxistas, por sua vez, desprezam amiúde a praça (pela qual devem pagar uma taxa à CML), preferindo estacionar da forma que se vê!

Cidade ingrata





Fotos: Skyscrapercity





Fotos: S.O.S. Lisboa



Independentemente de uma, a primeira, ser propriedade particular, e da outra ser municipal, e independentemente daquela zona precisar, URGENTEMENTE, um plano de pormenor (incluindo, claro, o cruzamento dos semáforos, com respectivo arranjo paisagístico, nem que seja um "simples" cotovelo verde) pergunta-se: que fazer?

Orçamento participativo, já era. GOP estão quase a ir. Não há meio de Lisboa fazer as pazes com os seus ilustres. Que fazer? Aceitam-se sugestões.