quarta-feira, abril 25, 2018


Recordar e continuar o 25 de Abril, de 1974.
Não esquecer a ditadura e a nuclear em Chernobyl de 1986.

Passam, curiosamente no dia seguinte à revolução dos cravos, dia maior da ecologia política nacional, pois no dia 26 de Abril, passam este ano 32 anos do acidente, da explosão (impossível! diziam-nos) do reactor nuclear de Chernobyl.
Recordemos que só o facto da radiação não ter fronteiras e de as autoridades suecas terem, dado o alarmante nível de radioactividade atmosférica, decidido parar, parar, todas as suas centrais nucleares, levou a que só vários dias após o acidente, quando já dezenas de pessoas tinham morrido e finalmente a evacuação tinha sido ordenada, o Presidente da União Soviética, Gorbachev, viesse à televisão minorizar o trágico acontecimento.

Não havia forma de o meter debaixo do tapete, nem de manter o segredo. Chernobyl acabou, com os mitos, da nuclear e da URSS, fossem eles quais.

O que aconteceu já há muito era anunciado pelos “profetas de mau agoiro” que nos assumimos. Como o era o ocorrido depois em Fukushima, ou ao tinha sido o de Kistin ou de Harrisburgo, ou poderá ser amanhã, amanhã mesmo, em Cofrents, ou Almaraz como já o foi em Vandellos (onde um incêndio levou ao encerramento, permanente de um dos grupos nucleares).

A nuclear é todo o ciclo de urânio, que nos traz novamente as sombras negras da mineração (que no nosso país deixou muitos destroçados e terras contaminadas), agora a 4 Kms da nossa fronteira, em Retortillo.
É o problema dos resíduos, que levou a que sem qualquer consideração pela legislação internacional, nem pelo nosso país, o governo espanhol tenha decidido unilateralmente avançar com um depósito nuclear, também em Almaraz.

É que, essa é, de facto, a única alternativa para guardar os resíduos altamente radioactivos das centrais, dado que o local para o seu armazenamento definitivo parece não existir... O previsto para Villar de Cañas (Cuenca) é, era manifestamente... instável...
Vamos continuar a lutar, por alternativas a este “erro” de Einstein e por novos paradigmas energéticos. E pela maior participação cívica na polis!




1 comentário:

Clara disse...

Svetlana Alexievich escreveu Vozes de Chernobyl, grande livro e merecido prémio nobel.