domingo, junho 17, 2012

Uma greve "igual ao litro"?

Para ilustrar os efeitos das greves do pessoal da recolha do lixo, em Lisboa, não é preciso tirar quaisquer fotos nesses dias. Veja-se como estas três (escolhidas ao acaso entre muitas outras obtidas em dias sem greve) servem perfeitamente...

8 comentários:

Anónimo disse...

"engraçado" é que as notícias sobre a greve são poucas ou nenhumas.

Desde os motivos, ao prazo (suponho que não seja por prazo indefinido...), às explicações do Zé "que fazia falta", ou a apelos a que o lisboeta não encha de lixo a sua cidade enquanto a greve durar, o que se tem sabido é quase nada...

Carlos Medina Ribeiro disse...

Para que uma greve dessas tenha algum impacto, é preciso que se note mais lixo nas ruas do que nos dias em que não há greve.

Ora, como se diz no texto (e como muito bem sabe quem ande nas ruas de Lisboa), a cidade está tão porca e tão desmazelada, que a diferença é pouca ou nenhuma.

NOTA: As fotos foram tiradas na Rua Conde de Sabugosa e junto à Praça do Chile, mas podiam ser de qualquer outra das muitas zonas de Lisboa. As que aqui tenho não caberiam neste blogue...

Anónimo disse...

Apesar de a diferença ser pouca, basta haver uma grevezita qualquer em qualquer lado para os noticiários lhe darem um enorme relevo, o que (pelo que me tenho apercebido) não tem acontecido com esta greve, vá-se lá saber porquê.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Talvez o "porquê" esteja no facto de (como atrás digo) a greve não ter impacto de maior no lixo de Lisboa.

É como o efeito das greves da EMEL nas 'avenidas novas': haver ou não haver é 'igual ao litro'.
Ora, se uma greve não tem efeito, não pode ser notícia (por definição de 'notícia')

Rodrigo disse...

Esse eco-ponto, da Conde Sabugosa, está sempre nojento! E nada tem haver com a greve, tem haver com a falta de responsabilidade e civismo das pessoas. Se fossem multadas, como acontece na Confederação Helvética e na República Federal Alemã já pensava duas vezes. A Câmara não tem capacidade nem dinheiro para andar sempre a recolher lixo. As pessoas têm de fazer a sua parte.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Tenho fotos de inúmeros eco-pontos de Lisboa, tiradas em dias de greve e em dias "normais".
Se eu as afixasse aqui, ocuparia o blogue todo. E bem podia oferecer um doce a quem soubesse discriminá-las...

Lisboa é uma cidade de gente desenraizada, sem qualquer estima pela cidade, que não sente como sua.
E tem sido governada "em conformidade"...

Julio Amorim disse...

"Gente desenraizada" é sem dúvida a causa de muitos males de Lisboa. Em Benfica tive em tempos uma vizinha que volta e meia atirava o lixo para a rua lá pela noitinha....

Mas não é que a sra. se gabava da limpeza na sua aldeia no Alentejo !?

Carlos Medina Ribeiro disse...

Em Lisboa vêem-se, essencialmente, 2 géneros de pessoas:
As que chegam de manhã e saem à tarde, e as que residem na cidade.

As primeiras, evidentemente, não têm qualquer ligação afectiva à cidade.
As outras são, na sua grande maioria, pessoas nascidas noutras terras.

De todas as pessoas que eu conheço que residem em Lisboa e que têm mais de 40-50 anos, contam-se pelos dedos as que nasceram na capital.