sexta-feira, abril 20, 2007
Armas, brasão e bandeira de Lisboa
Muito antes de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, ter dado o primeiro foral à cidade de Lisboa, em Maio de 1179, já esta cidade possuía uma vastíssima história.
Os ocupantes fenícios que habitavam o monte onde se encontra actualmente o Castelo de S. Jorge, chamavam a sua colónia de Alis ubbo. Aquando da ocupação romana, em 205 A.C., o seu nome passou a ser Felicitas Julia.
Após a passagem dos povos nórdicos, nomeadamente dos visigodos, a permanência árabe deixou vestígios indeléveis. Desta época remonta o nome de Aschbouna, enquanto os lusitanos, habitantes originais desta zona da Península Ibérica, sempre conheceram esta povoação por Olisipone ou Olissipo, facto que a fértil imaginação dos povos prontamente associou a uma passagem do mítico herói Ulisses por estas paragens.
Com toda esta vastíssima história, é perfeitamente natural que a cidade de Lisboa já possuísse um símbolo algum tempo antes da criação oficial deste. De facto, a insígnia da cidade era simplesmente uma nau, tal como em inúmeras outras cidades ribeirinhas, possuindo apenas ligeiras diferenças a nível de desenho. Assim, para além da nau, Lisboa seria representada por duas aves, um corvo e uma águia, à proa e à popa da embarcação, respectivamente.
Com o tempo, este brasão transformou-se e as aves que adornavam a nau passaram a ser, simplesmente, dois corvos. A explicação correntemente aceite para tal facto reporta-se à nau que transportou os restos mortais do mártir S. Vicente, que viajou do Algarve para Lisboa numa nau, sempre acompanhada por dois corvos que a protegeram e indicaram o caminho seguro até ao destino.
A partir do reinado de D. Manuel, a cidade de Lisboa passou a utilizar um escudo bi-partido, tendo do lado direito as armas reais e na parte superior esquerda a nau com os dois corvos, por cima da divisa do monarca - a esfera armilar, o escudo e a coroa real. Foi apenas em 1897 que a cidade requisitou um alvará que lhe concedesse oficialmente um brasão de armas.
Mais recentemente, em 1940, uma vez ouvida a Associação de Arqueólogos Portugueses, chegou-se à representação actual do brasão de armas da cidade de Lisboa:
"de ouro, com um barco exteriormente de negro, realçado de prata e interiormente de prata realçado de negro, mastreado e encordado de negro com uma vela ferrada de cinco bolsas de prata. A popa e a proa rematada por dois corvos de negro, aprontados, leme de negro realçado de prata. O barco assente num mar de sete faixas onduladas, quatro de verde e três de de prata. Coroa mural de ouro de cinco torres. Colar da Torre e Espada, listal branco; com os dizeres: 'Mui nobre e sempre leal cidade de Lisboa', de negro".
A bandeira da cidade é assim descrita:
"Quarteada de quatro peças de branco e quatro de negro, cordões e borlas de prata e negro, haste e lança douradas."
- Texto adaptado de Roteiro de Lisboa - Guia Cultural, Ruas, Serviços Públicos, Edições Anuário, Lisboa, 1987 (7a. edição).
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1 comentário:
Não sabia essa da águia. Obrigado;-)
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