O diabo está nos detalhes...
Estive hoje, no excelente hotel Júpiter, com uma dezena de pessoas, a assistir a umas "conversetas" sobre populismo.
Foi como falar do diabo sem falar do inferno.
Vamos lá a ver...
A democracia assenta em duas pernas, o primado da lei (the rule of law) e a representação (processo
eleitoral) para se equilibrar.
O populismo não é um fim, é um meio, uma estratégia de tomada de poder,
baseada na desconstrução que o sistema finançocrata desenvolveu (tentacularmente)
dos processos de organização do poder, incluindo a corrupção desse, e com base
no sistema de condicionamento, fake news, ilusões, manipulações, é uma estratégia
de tomada do poder (representação) e através dessa alterar o primado da lei.
Mas, atenção, é uma estratégia, um meio, um processo ao serviço de uma
ideologia. O nazionalismo, o x primeiro, a xenofobia, o segregar o outro e
também o diferente, contra “the rule of law”, que depois de modificada para
comprazer o poder (esse) o justifica para acabar com o sistema de
representação.
Não é preciso mandar vir uns supostos especialistas (com algum
anti-semitismo!), da Europa de Leste, onde o conhecimento das ciências humanas
é deficiente, em geral, para nos virem atirar areia para o ar.
O grande perigo do populismo é a ideologia de que ele é instrumento. O proteccionismo,
o totalitarismo, a grandeza da nação.
O fascismo é o objectivo do processo populista e enquanto esse não for
definido como o adversário que temos que enfrentar implacavelmente o
liberalismo será um mero verbo de encher.
Lutar contra o populismo sem perceber o que lhe está por traz e que lhe
dá vida, é lutar conta o diabo e esquecer o inferno que alastra.
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