quinta-feira, junho 02, 2011

Apelo

As sondagens reflectem um empate técnico entre o PS e o PSD, no próximo acto eleitoral (cerca de 35% das intenções de voto para cada). Mais reflectem as sondagens que perto de 70% dos eleitores não querem que Sócrates governe.

É a estes eleitores, a estes cidadãos, que importa apelar, em nome de todos nós, pa-ra que se decidam e que votem: se o não fizerem, serão responsáveis pela continuação desta governação que nos trouxe à bancarrota, ao desemprego, à falência do Estado Social, pese os efeitos técnicos, a propaganda, o controlo e a tentativa de amordaçamento de meios de comunicação social ou de cidadãos cujos empregos, seus ou da família, estão dependentes de boa ou má vontade deste Governo.

Não há como não concluir que, quem não optar, será ainda responsável por uma minoria de 30% governar uma maioria de 70%, que recusa peremptoriamente José Sócrates, que recusa uma Democracia apenas formal em que o sacrifício de muitos justifica as prebendas de muito poucos.

Será a subversão da democracia: a minoria a governar a maioria, por demissão desta última na construção de uma democracia qualificada.

Na verdade, a situação descrita só será possível se nos demitirmos das nossas responsabilidades. Se deixarmos aos outros a nossa decisão. Mas depois não teremos legitimidade para questionar.

É preciso dar Esperança a este País e afastar a incompetência e o clientelismo que nos tem governado. É preciso agarrar esta oportunidade para mudarmos o nosso País, ainda que saibamos que vai ser mesmo muito duro. Ponto é que mantenhamos a coesão social e que os que mais têm estejam prontos a contribuir em favor dos que menos têm.

É preciso deixar que outros, com passado impoluto e que falem e se responsabilizem pelos seus actos, ocupem os lugares de decisão dos destinos colectivos. É preciso que outros sirvam o País em vez de se servirem do País.

Se os que se seguirem, na próxima governação, tiverem um comportamento referencial, apostarem no progresso social e na justiça, apesar de todas as enormes dificuldades, sem esbanjamento, sem conluio entre interesses públicos e privados, terão legitimidade democrática quotidiana. Os cidadãos estarão sempre a tempo de os julgar. Como agora: é altura de punir a governação de Sócrates e do Partido Socialista, que aqui nos fizeram chegar.



In Correio da Manhã

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