I-
Quem és tu, romeiro?
É uma das frases do Frei Luís de Sousa que é
mais presente, no nosso quotidiano.
E ao aceitar o convite do meu estimado amigo
Paulo Ferrero para colaborar neste “ O Carmo e a Trindade”, que não voltem a
cair!,
e porque a memória é uma das nossas perdas
fatais, vou contar algumas pormenores de como aqui cheguei.
Espero que o “gulag” de miserabilismo em que
nos estão a atolar, sob a sensata e positiva adjectivação de austeridade e
sustentabilidade que tem que estar com essa articulada, me possibilite a
escrita de um livro sobre a história e segredos, do ambiente, de Lisboa, da
politica nesses desde que no rescaldo da revolução de Abril me passei a
articular com um pensamento cívico e “alfacinha” e ambientalmente articulado
com o liberalismo politico, a radicalidade cívica e os direitos humanos, todos,
todos eles.
Bom mas saltando o que não chegou a ser a
candidatura do meu querido amigo Carlos Pimenta a presidente da C.M.L. ( contra
Kruz Abecassis que desenvolvia outra Lisboa, mais feia, talvez menos porca, mas
também com muita maldade), candidatura que iria re-estruturar o mastodonte e
criar outras centralidades na cidade ( deixo detalhes para o tal livro...)
com um grupo das mais desvairadas gentes ( e
recordo em particular o meu saudoso amigo Manuel Hermínio Monteiro, que no seu
entorno deu um empurrão cultural e ousadia a essa!) e com uma ficção chamada
movimento “alfacinha” e com o “tio” Gonçalo Ribeiro Telles, e o símbolo e não
mais do PPM, candidatámo-nos e roubámos a maioria absoluta ao Nuno Abecassis (
que o P.S. rapidamente, a trocos dos lugares e tachos do costume, lhe devolveu)
e durante 4 anos nos empenhámos em semear, o que vieram a ser as hortas e a
ligação entre os verdes de Lisboa, ainda incompleta.
Embora tenhamos sido (eu substitui o Gonçalo
diversas vezes na vereação) uma oposição com projecto e cidadania tive um
convite, pessoal (do também meu saudoso amigo Jorge Ferreira!) para ser
vereador independente na vereação seguinte de Abecassis, sobretudo pela minha
frontalidade, e oposição a um projecto do P.C.P. para continuar a encharcar
Lisboa de cartazes e grafitos, em que cheguei a oferecer-me para responder em
tribunal com o então Presidente da C.M.L., para defender Lisboa. A liberdade de
expressão não é sujar e degradar o património. E o Nuno Abeccasis a quem me
opunha frontalmente politicamente (e isso disse ao Manuel Monteiro, quando
recusei!, claro) era um homem bom.
O enquadramento, eleitoral, foi alterado e
apareceu a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa e do outro lado Jorge
Sampaio. Alinhei com a de Marcelo, que ao contrario de Sampaio, preso pelos
compromissos do P.S. era de ruptura com a gestão então vigente.
Perdeu porque os interesses da urbanização a
todo o vapor e de uma cidade que não se articula-se amigavelmente ganharam.
Sampaio cativou, todavia, Luís Coimbra para
uma vereação folclórica e durante um ano fui chefe de gabinete dele.
Apresentámos novamente os projectos do nosso querido Gonçalo e o Luís Coimbra
recebeu vários recados para controlar o “seu chefe de gabinete”.
Deixou de os receber que para “jota” e
tachismo não tinha, desde sempre, vida nem vértebras.
(continua)
Nota,
escrevo à velocidade que o dedo me permite dar impressão a esse. No português em que aprendi. Por vezes haverá gralhas, que o dedo foge, das quais desde já desculpas peço, que sou pouco de revisão, a não ser do tempo.
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