domingo, dezembro 09, 2007

Pilaretes à portuguesa com carros ao lado

Miguel Carvalho disse...
Telheiras foi um exemplo de urbanismo nos anos 70 e inícios de 80, mas rapidamente passou a contra-exemplo.
O que mais me chocava quando lá vivi era o total isolamento do bairro em termos de tecido urbano, por estar completamente rodeado por vias rápidas. Ir a pé para Telheiras era e é uma aventura seja qual fora a origem


Pilaretes numa rua de Telheiras: para além de inúteis, só servem para atrapalhar o trânsito. Quem passa por ali sabe do que falo.
(Isabel G.)
Comentário do leitor Costa (a quem agradeço) na sequência do que escrevi sobre o facto de se ter vindo, pouco a pouco e de forma escandalosa, a transformar Telheiras (bairro residencial) numa zona de atravessamento da cidade, agora extremamente prejudicado com a abertura do último troço do eixo Norte-Sul. Atravessar o bairro tornou-se um pesadelo com grandes congestionamentos e óbvia perda de qualidade de vida. Dá a impressão de que tanto o urbanismo como a a mobilidade, tudo é feito a olhómetro.
E assim, com a maior das calmas e das facilidades, se vão destruindo bairros que, à semelhança da Expo, poderiam ser considerados exemplares em vários aspectos.
*
"Pois é. Mudei-me para Telheiras em 1990, levado em parte pelo discurso aparentemente responsável e qualitativamente preocupado da EPUL. Ao tempo, enfim.
Sei bem do que fala, quando refere a transformação de um bairro residencial numa zona de atravessamento da cidade. Uma zona diariamente violentada, de forma verdadeiramente intolerável.
Mas sobre quem apontar a crítica e o protesto? Sobre quem diariamente a violenta (os milhares empurrados para subúrbios, mas que têm que vir para a cidade trabalhar)? Ou sobre, quem décadas e décadas a fio, tem "planeado" a Grande Lisboa, numa orgia de incompetência (se não mesmo dolo) e venalidade? E com isso forçando impunemente situações aberrantes, como aquela que todos os dias (e já não é de manhã e ao fim do dia, é a todo o tempo) testemunhamos em Telheiras.
Mas Telheiras sujeita-se a outras violências. Telheiras, eventualmente elevada a moda há uns anos, digamos desde a 2ª metade da década de 90, cresceu disparatadamente. E vai crescendo, saturada, estupidamente densificada, sucedendo-se os prédios, separados por ruas abertas agora mas de largura oitocentista (ou pior), e começando a ser também local de instalação de empresas, escritórios, sedeadas numa zona com volumetria pacatamente residencial, que trazem mais gente e automóveis, sem que para estes, como fatalmente teria que ser, haja previsão de um espaço de estacionamento minimamente decente.
Um só e breve exemplo disso: a zona em torno da estação de correios.
Costa
Ps: e voltando ao meu "ódio de estimação" (um deles), assistia-se à vergonha do estacionamento selvagem invadindo Telheiras em dias de jogo no velho estádio de Alvalade. Foi abaixo, fez-se um novo. Acaso se resolveu, ou ao menos se atenuou, com esse novo estádio, esse verdadeiro crime?

8 comentários:

Anónimo disse...

Caríssima Vizinha,

E o post de Sete-Rios ?

Melhores cumprimentos,

Anónimo disse...

Aí bem se justificava um severo policiamento. Bem perto, para o lado direito e obrigando a caminhar não mais do que um mísero punhado de minutos, o que não falta é espaço para estacionar.

Costa

Anónimo disse...

Caro vizinho
Ao duplicá-lo apaguei-o sem querer. Vou pô-lo mais tarde.
Isabel

Anónimo disse...

Exactamente leitor Costa.
Ali a meia dúzia de metros há dezenas de lugares de estacionamento e uma esquadra da polícia também. Nunca vi qualquer admoestação nem multas.
Ém frente a estes pilaretes há meia dúzia de multibancos , imagina o caos.
E agora com a abertura do resto do eixo norte sul aquela rua está sempre congestionada.
Transformaram Telheiras, um bairo residencial numa zona de atravessamento da cidade.
Gostava de conhecer os urbanistas e os responsáveis políticos desta incompetência . Não sei para que estudaram nem onde estudaram
ISABEL

Anónimo disse...

Pois é. Mudei-me para Telheiras em 1990, levado em parte pelo discurso aparentemente responsável e qualitativamente preocupado da EPUL. Ao tempo, enfim.

Sei bem do que fala, quando refere a transformação de um bairro residencial numa zona de atravessamento da cidade. Uma zona diariamente violentada, de forma verdadeiramente intolerável.

Mas sobre quem apontar a crítica e o protesto? Sobre quem diariamente a violenta (os milhares empurrados para subúrbios, mas que têm que vir para a cidade trabalhar)? Ou sobre, quem décadas e décadas a fio, tem "planeado" a Grande Lisboa, numa orgia de incompetência (se não mesmo dolo) e venalidade? E com isso forçando impunemente situações aberrantes, como aquela que todos os dias (e já não é de manhã e ao fim do dia, é a todo o tempo) testemunhamos em Telheiras.

Mas Telheiras sujeita-se a outras violências. Telheiras, eventualmente elevada a moda há uns anos, digamos desde a 2ª metade da década de 90, cresceu disparatadamente. E vai crescendo, saturada, estupidamente densificada, sucedendo-se os prédios, separados por ruas abertas agora mas de largura oitocentista (ou pior), e começando a ser também local de instalação de empresas, escritórios, sedeadas numa zona com volumetria pacatamente residencial, que trazem mais gente e automóveis, sem que para estes, como fatalmente teria que ser, haja previsão de um espaço de estacionamento minimamente decente.

Um só e breve exemplo disso: a zona em torno da estação de correios.

Costa

Ps: e voltando ao meu "ódio de estimação" (um deles), assistia-se à vergonha do estacionamento selvagem invadindo Telheiras em dias de jogo no velho estádio de Alvalade. Foi abaixo, fez-se um novo. Acaso se resolveu, ou ao menos se atenuou, com esse novo estádio, esse verdadeiro crime?

Anónimo disse...

Caríssima Vizinha,

Agora que divido a minha vida entre o nosso bairro e outro no lado oriental da Cidade, digo-lhe que a Expo morreu no dia em que a Parque Expo reverteu para as respectivas Câmaras Municipais

E que seguiu em muito os passos do nosso bairro.

Infelizmente penso que, lá como cá, o problema está nos próprios Portugueses e no excesso de ... digamos... Betonização!

Melhores cumprimentos,

Miguel Carvalho disse...

Telheiras foi um exemplo de urbanismo nos anos 70 e inícios de 80, mas rapidamente passou a contra-exemplo.

O que mais me chocava quando lá vivi era o total isolamento do bairro em termos de tecido urbano, por estar completamente rodeado por vias rápidas. Ir a pé para Telheiras era e é uma aventura seja qual fora a origem.

Anónimo disse...

É isso Miguel. Parece uma ilha rodeada pelos eixo norte-sul, 2ª circular, av. PAdre Cruz.
ISABEL