Um texto noutro blog, chamando à liça o Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, no âmbito do encerramento da Sá da Costa, no seguimento e antecipando outras livrarias e alfarrabistas,
leva-me a trazer aqui esta:
Há duas questões com esta articuladas. Uma é a preservação do espaço, das suas características e relevos e também, desde logo a questão da tipologia de comércio que virá a ocupar o mesmo e restrições a abastardamentos.
Essa é uma questão onde as autoridades municipais poderão ter alguma intervenção.
Outra é a reflexão sobre a cidade, a cidadania e os livros, nos seus diversos enquadramentos, e desde logo também alfarrabistas.
As livrarias têm, a não alterarem a sua lógica e relacionamento sobretudo com os editores independentes e com os verdadeiros leitores o destino traçado. Até a FNAC parece que está a dar as últimas...E as grandes concentrações editoriais parece que não estão bem, nada bem,,, de saúde...
A Leya está de rastos, os outros conglomerados também (Porto Editora, etc) também me dizem que não duram até velhos...
Ou seja a cartelização e a redução dos leitores ao analfabetismo funcional dos livros lixo, que aliás se vendem nos hipermercados..., está a alterar o paradigma livreiro e só sobreviverão as livrarias e& que souberem ler, ler mesmo o soprar do vento.
E que incorporem no seu activo lógicas de tertúlias, percepção das novas tecnologias e ou capacidades de verdadeiros livreiros (nunca esqueço o meu querido amigo Hipolito Clemente, na ex-Opinião, ou o estimado Luís Alves, ainda na LER).
A Sá da Costa onde ia muitas vezes, sendo muitas o único cliente!, é daquelas que não vale a pena chorar sobre o leite derramado. Não evoluiu, estagnou no tempo e vivia ultimamente da boa vontade de uma ideia...e da simpatia dos funcionários.
Uma cidade de,dos livros como é aposta agora em Obidos, com livrarias articuladas com produtos locais, lógicas e temáticas em fusão, apostas inovadoras, ou como a aldeia dos alfarrabistas que revitalizou uma terra moribunda e lhe touxe gente, cultura, gastronomia, turismo e dinâmica economica (peço desculpa mas não recordo agora o nome, mas tenho-o arquivado! e aqui o trarei) em Espanha, são ideias, mas basta andarmos por cidades inovadoras, não necessáriamente inviziveis, como Paris, Bruxelas, Buenos Aires ou Londres (das últimas visitadas!), ou tantas, e as livrarias são enganches culturais e polos de atractividade e funcionalidade (em Lisboa nunca será de referir, agora, a Ler Devagar na Lx Factory, responsável aliás pela animação de Obidos!).
Bom falta uma vereação de cultura, que descubra nos intertícios o carreiro e lhe permita desenvolver os fios que articulem uma outra ideia de cidade que não esteja só a pensar em rotundas.
Infelizmente penso que vamos continuar a ler no banco do jardim, se este não se estiver a desfazer....
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