sexta-feira, julho 01, 2016

Quando um dedo aponta a Lua...
este,,, está a apontar o marco geodésico, da hoje destruída serra d'Ossa (salva-se o Convento e herdade do mesmo, que recomendo vivamente!), perto dele , no alto da serra! está o destroço da outrora sacra capela de S.Gens, presente a cobrir todos os locais de culto pagãos, pelo imenso Sul.
Mas aqui trago hoje, que já foi publicado o meu comentário ao lançamento do livro "Exílios" mencionado em posta anterior.
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Entre a liberdade individual e o colectivismo totalitário

Na interessante apresentação do simpático livro “Exílos” lançou Pacheco Pereira uma reflexão que ficou perdida no ar e que merece ser aqui retida para aprofundamento, e para ilustrar a nossa história e iluminar o nosso presente.
A deserção, como a objecção de consciência, é/são um acto individual, profundamente inscrito na lógica liberal e também libertária.
Para o Partido Comunista Português, assim como toda a então extrema esquerda (desde logo para a direita era óbvio) a deserção estava longe, muito longe do programa político da revolução democrática nacional, nenhum partido, ou grupúsculo, ( ainda havia a mitologia soviética da insurreição de soldados e marinheiros, que tinham que lá... estar!) a tinha no seu programa, ou sequer imaginava que os seus militantes pudessem desertar.
A deserção era vista como uma atitude “pequeno burguesa” e individualista que não contribuía para a causa, que passava pela luta dentro do exército colonial, matando ou não os rebeldes...guerrilheiros
As forças armadas e a nação são aliás centrais no épico comunista e da extrema esquerda que tem, ainda hoje, dificuldades em defender políticas de direitos humanos e de defesa do Estado de direito, como sempre defendeu a Amnistia Internacional, que foi também referida nesta sessão.
A deserção,  assim como depois do 25 de Abril a regulamentação da objecção de consciência ( já para não falar do fim do serviço militar obrigatório) sempre foram anatemizadas pelas forças do colectivismo, em nome da defesa da mitologia e de uma épica nacional, nas fronteiras, hoje e sempre, do nacionalismo mais balofo.
Teria sido e será útil discutir, e a evolução do pensamento de Pacheco Pereira é desde logo uma referência, como a generalidade dos desertores, no quadro do individualismo que representou a sua atitude, ajudaram a moldar a evolução da nossa democracia, e nessa a recusa de caminhos que contrariam o direito e a liberdade individual no quadro da sociedade organizada.
Tema para a continuação do combate. “Ce n’est qu’un debout”, de pé ou sentados...continuemos o caminhar.
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a vida é esta incerteza.

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