Foi aqui mesmo ao lado.
Por negligência criminosa de uma empresa de adubos, como está completamente, completamente mesmo, provado, morreram 14 pessoas e algumas centenas, mais de 4 centenas ficaram com sequelas da legionella. Foi aqui mesmo ao lado.
Ontem estive numa conversa no Grémio Dramático Povoense, e dei uma entrevista a um jornal local, a falar sobre as consequências da actividade industrial descuidada ou impossível de cuidar, como é o caso do urânio e todo o seu processo, embora aqui o enfoque fosse esta bactéria.
Quando das perguntas vários atingidos pelo crime desta empresa, e também pela incúria do Estado e das autarquias, além da incapacidade do sistema judicial e a leviandade de alguns dos seus agentes, tive ocasião de os colocar em contacto, estimular o associativismo e dar alguns conselhos da mais límpida sensatez para um maior empenho e pressão.
Conheço o choradinho desses bandidos e criminosos. Se pagarem indemnizações irão falir ( e lá irão uns postos de trabalho) a culpa foi do bêbado nesse dia (mas não foram vários, muitos?) ao serviço, foi um raio que caiu na cuba ( e então não se tomaram providências) ou não há provas ( mas como se a origem da bactéria foi completamente rastreada!).
A sessão embora pouco concorrida foi animada e julgo que ficou uma semente.
É preciso obrigar ao empenho autárquico, é preciso que o Estado e o sistema de justiça se mexam. Houve mortos, houve e há atingidos na sua vida e saúde. Todos, todos somos vítimas da legionella quando estes assuntos ficam em águas da dita.
A culpa não pode morrer solteira.
Agradeço à Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo e ao Grémio Dramático Povoense, assim como ao meu velho camarada Mota Redol o terem-me permitido falar e ouvir estas bravas gentes, que não podem ficar paradas. Vamos todos caminhar!
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