Quando analisamos, de forma sumária, a história do nosso País, velho de séculos, notamos que várias vicissitudes nos fizeram perder, desde há cerca de 600 anos, valiosos elementos: uns partiram para a Índia, o Brasil, a África. Ao contrário, a maior parte da nobreza e senhores feudais deixaram as terras e foram viver para as Cortes, perto do Rei, já nessa altura preferindo a facilidade da mesa do orçamento às tarefas árduas e menos rentáveis.
Segue-se a expulsão dos Judeus, a instalação da inquisição em Portugal, com a perseguição e morte de pessoas livres e qualificadas. Vem a ocupação por Castela durante 60 anos, com a delapidação da nossa economia, terminando com a destruição dos nossos navios, obrigados a integrar a Armada Invencível, destroçada na Guerra com a Inglaterra. E depois as invasões francesas, com a fuga do Rei e da Corte para o Brasil, que a seguir se torna independente com D. Pedro, que foi o primeiro no Brasil, o quarto de Portugal. Uma guerra fratricida destrói o País anos depois.
A 1ª República. As suas convulsões sociais. A 1ª Guerra Mundial, com os nossos mortos e estropiados. Salazar: a ditadura, a miséria para muitos, a fome para outros. A emigração principalmente para a França e a Alemanha. A Guerra Colonial.
O 25 de Abril: a Liberdade. Poucos anos depois, uma fase de desenvolvimento, logo seguida de uma outra de delapidação de recursos a partir de 1995. A não concretização das promessas sociais. Agora Sócrates: hoje a cereja em cima do bolo, prova evidente de que há políticos que não servem. O "são todos iguais" ganha força.
Para quê votar? Se a abstenção aumentar, fácil é perceber que José Sócrates tem mais hipóteses de manter o Poder e pelas piores razões. Explicando-me: quanto pior for a governação, mais hipóteses tem de ficar quem conduziu o País ao estado em que se encontra, pela simples razão de que a sua clientela e amigos, esses que vivem à custa do Orçamento do Estado, vão seguramente votar nele.
Grande parte dos outros abstém-se "porque são todos iguais" (e não são, não). Assim se perpetua a incompetência, a má gestão e o saque do País. A abstenção é, pois, a maior aliada de Sócrates e da sua incompetência, e quem não votar terá de assumir essa responsabilidade.
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