sexta-feira, fevereiro 12, 2016

Hoje Catarina Martins colocou, no Parlamento, a António Costa a questão de um milhão.
Vai ou não o governo português, ao abrigo do acordo sobre a nuclear, firmado em Julho do ano passado (isso não foi dito!), intervir junto do Estado Espanhol para encerrar Almaraz, e cancelar o seu prolongamento de vida actualmente em curso, com os problemas que ainda esta semana foram denunciados nos circuitos de refrigeração, que já levaram ao funcionamento do backup de emergência, vai ou não o governo português agir?
Os riscos aumentam, muito, com o envelhecimento das centrais e Almarz, os dois grupos desta, já passaram o seu limite inicial, há muito.
O Estado português tem intervido diversas vezes (e durante o fascismo até esteve associado ao espanhol no projecto de construir uma nuclear, na falha sismica onde acabou o desastre ambiental da barragem de Alqueva! ) e pressionado o Estado Espanhol em relação à nuclear.
Desde a prevista central nuclear de Sayago que motivou protestos das organizações ecologistas activas na altura, Amigos da Terra e Terra Viva, nos finais dos anos 70, mas também das autarquias e especialmente a de Miranda do Douro, presidida por Joaquim Meirinhos.
E o cemitério de AldeaVila que empenhou o então secretário de Estado do Ambiente (Carlos Pimenta), a malta dinamizada pelo João Joanaz e as câmaras e comissão europeia por mim envolvidas.
A queixa apresentada em Bruxelas e a sua tramitação e a posição muito firme do governo de então foram essenciais em que ainda hoje o lixo nuclear continue onde é produzido.
Outros momentos juntaram os dois governos e associações, lembro os enterramentos de resíduos na fossa Atlântica...
Agora que Almaraz se transformou na Espada de Democles sobre os povos da Extremadura e Portugal é hora de sermos firmes, muito firmes.
Todos temos que agir. O Tejo é todos os dias usado para esfriar o núcleo do reactor...
E amanhã, uma das heroínas do ambiente ibérico, vai continuar a procurar a praia sob as pedras da calçada.
A minha querida amiga Paca Blanca, de que já aqui falei, é uma força da natureza que aponta sem medo os podres desta sociedade e o caminho da sustentabilidade.
Aqui:
Parabéns Paca! Continua que estamos contigo.

1 comentário:

José Janela disse...

Bela maneira de comemorar o aniversário. Saúde Paca!