Ainda sobre a nação...
Conta-se, e está relatado, que D.Luís, passeiava num barco no norte e vendo outro, de pescadores próximo pediu para perguntar se eram portugueses ou espanhóis. A resposta foi não, não somos, nós somos da Póvoa de Varzim.
A identidade é local, do "paese" como dizem os italianos, que país é uma perversão (alargada) dessa palavra, local, a nação é um artificio para dar sentido ao Estado, que dela não necessita (um Estado é constítuido de parcelas, diferentes identidades e até línguas).
O país, os paisanos ou patriotas, embora a pátria também se ligou e mesclou com glórias e nazionalismo, é a base identitária.
Sou português, europeu e paisano do mundo, porque tenho uma língua que me estrutura, baseia como refere Chomsky, a articulações vocabulares sobre uma gramática herdada ou moldado nos genes, ou melhor até tenho duas... e tenho uma geografia alimentar.
Mas sabemos que até as línguas se inventam, o basco reiventado ou o hebraico todo ele inventado novo (como o tal esperanto), ou o bósnio separado da sua matriz, ou o brasileiro que se separa da base. E como a comida é uma situação.
Recordo longas conversas, com muitos amigos, mas uma fantástica com Roberto Cicciomessere, deputado radical, sobre estes temas. As palavras são traiçoeiras e também operativas.
Talvez devessemos chamar-nos paisanos, de um país (paese).
Nunca nos perguntam de que nação somos? certo?
Mas sim qual é o nosso país! por alguma razão. É o espaço geo-físico, marcado por muitos factos que nos "limes", limita. A ideologia nacional chega depois, muito depois, com a guerra...
As palavras só se tornam perigosas quando se transformam em ídolos e poder...
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