quarta-feira, dezembro 05, 2007

"Sorria, não foi apanhado": uma indignação

Lê-se no "Público" de hoje : "Deputados indignados com anúncios sobre radares": Dois deputados do PS apresentaram ontem no Parlamento um requerimento em que se mostram indignados com a publicação de um anúncio, num semanário, de aparelhos de GPS que anunciam a detecção de radares de verificação de velocidade na estrada.
Com o slogan "Sorria, não foi apanhado. Não perca a carta de condução", o anúncio é considerado por João Serrano e Marcos Sá como eventualmente violador do Código da Estrada, que proíbe a instalação e utilização de aparelhos susceptíveis de revelar a presença de instrumentos de detecção de infracções.
A mim, sinceramente, o que me indigna é esta indignação tardia de só agora constarem este facto. Não saberão que a net está cheia de detectores de radares em todas as línguas? Mas vendo bem as coisas, num país onde os condutores fazem sinais de luzes uns aos outros avisando da proximidade da policia ou radares, num país em que o youtube está cheio de corridas ilegais nas nossas estradas, só agora ouço uma indignação pública no Parlamento? E logo no Parlamento onde não tenho memória de ter havido uma iniciativa parlamentar quer seja no domínio da saúde ou da justiça que contemple as vítimas da estrada?
E já agora, além de "eventualmente violar o Código da Estrada" não viola também o Código de Publicidade? Ou este só se aplica às instruções dos brinquedos ou aos produtos sem calorias? São inúmeros os casos de compotas light de framboesa que dizimaram famílias inteiras...
Pois eu não estou bem certa do que terá sido criado primeiro: se os radares ou os detectores de radares.
(Isabel G.)

7 comentários:

António de Almeida disse...

-Não sei se é disto que fala, mas recentemente vi, por sinal não comprei, um aparelho GPS, da marca mais vendida em Portugal, que incluia a localização, não confundir com detecção, de radares...fixos! Ora, para mim, aquilo não é mais que publicidade enganosa, os fixos, estão fixos, toda a gente sabe a sua localização, é do domínio público, a própria GNR-BT, os considera mais um factor positivo, e dissuasor do excesso de velocidade, na medida que tal aparelho, emite um sinal, como de resto os próprios radares em Lisboa o fazem, só que estes emitem um sinal visual, o GPS emite um sonoro bip. Se é disto que estamos a falar, então é uma tempestade num copo de água, certamente motivada pelo desconhecimento do aparelho em causa, sem qualquer ilegalidade. Se fôr um aparelho capaz de detectar radares móveis, ou seja, não tem as coordenadas previamente inseridas no aparelho, sendo a busca feita por ele próprio, então sim, é proibido, a sua venda em Portugal, ilegal, correndo o infractor pela utilização, em coima e apreensão de viatura.

Anónimo disse...

" Se fôr um aparelho capaz de detectar radares móveis, ou seja, não tem as coordenadas previamente inseridas no aparelho, sendo a busca feita por ele próprio, então sim, é proibido, a sua venda em Portugal, ilegal, correndo o infractor pela utilização, em coima e apreensão de viatura."
SÂO ESTES, ANTÓNIO ALMEIDA
Isabel

Anónimo disse...

CORRIJO:
Não sei se serão esses os tais do anúncio, mas como sabe a internet está cheia desses aparelhos que refere. Aliás é um assunto amplamente discutido em vários foruns de discussão
ISABEL

Carlos Medina Ribeiro disse...

No fim de contas, quando os actuais 21 radares de Lisboa têm um pre'-aviso de 300 metros, sera' que andamos muito longe disso?

De qualquer forma, acerca dos sinais-de-luzes, pode ver-se [aqui] uma cro'nica/paro'dia publicada no "EXPRESSO" ha' uns 10 anos...

francisco feijó delgado disse...

Em França (e eventualmente outros países, mas o exemplo que conheço é o francês) publicam-se legalmente mapas de estradas com indicações dos locais dos radares. A princípio estranhei, mas depois explicaram-me o objectivo: é que o que se quer é que nos "pontos negros" as pessoas diminuam a velocidade; sabendo que os radares lá estarão, as pessoas abrandam: objectivo conseguido!

O errado é querer utilizar os radares para regular a velocidade em toda a via. Para isso não seria mais fácil impedir que se vendam carros que andem a mais de 120km/h ? Para que existem, se legalmente não se pode andar acima desse limite? Não é hipocrisia?

Anónimo disse...

"Para isso não seria mais fácil impedir que se vendam carros que andem a mais de 120km/h ? Para que existem, se legalmente não se pode andar acima desse limite? Não é hipocrisia?"

Ainda há países onde se considera que a velocidade, não sendo inocente - não explica tudo nem é culpada por tudo; nem a sua limitação mais ou menos em "jogo limpo", mais ou menos em despudorada caça à multa, resolve tudo. Nesses países, imagine-se..., é legal circular, em algumas vias, a mais de 120 Km/h.

Se eu for até lá, no meu carro, gostaria de poder circular a mais de 120 Km/h se, avaliada a situação da via, do tráfego, da meteorologia, e a minha própria capacidade nas concretas circunstâncias, entender, em meu responsável julgamento, que o posso fazer.

Pode até acontecer (porque, calcule-se, serei suficientemente bruto para gostar mesmo de conduzir; quando o correcto por estes dias, bem sei, é encarar o automóvel como um mero e entediante meio de transporte de A para B e mostrar um afectado desinteresse pelos aspectos técnicos ligados ao veículo e à sua condução), que apeteça, por cá, alugar um circuito privado e, por algum tempo, conduzir livre das imposições próprias da utilização da via pública.

Por isso, se não se importam, imponham lá tudo o que querem impor (suponho que em alegre e redentora marcha até à proibição do automóvel, como objectivo último), em matéria de velocidade.

Eu cumprirei. Porque o facto de estar em desacordo com a lei não faz necessariamente de mim um bárbaro sem remissão.

Mas por favor, deixem lá a questão da velocidade máxima dos carros. A coisa vai tomando foros de fundamentalismo insensato!

Costa

O Puma disse...

São rosas - senhora