sexta-feira, maio 24, 2013

Att. da próxima campanha #10



Logo me avisara o meu bom amigo DPA quando, inflamado, eu discuti com ele pela primeira vez esta coisa dos crimes urbanísticos aprovados por este e por aquele: «Olhe que o pior, mesmo, é a trafulhice do pós-aprovação. Muito raramente o que é construído corresponde ao que foi aprovado. É nas ‘alterações durante a obra’ que reside o busílis da coisa: a ‘vírgula’ a mais ou a menos no texto da memória descritiva, que faz com que haja nova ‘interpretação’. A alteração que escapa ao escrutínio da hierarquia. A fiscalização que vira ‘ceguinha’. A parede interior que é derrubada por ‘engano’. Os estuques que caíram ‘acidentalmente’. Os embutidos que foram esburacados pelo ‘caruncho’. As telhas que o ‘vento’ levantou e que resultaram no apodrecimento dos tectos e tornaram impossível a sua recuperação. As janelas que se abriram com o ‘vento’. Os fogos que se acenderam ‘espontaneamente’. O projecto que vira de hotelaria quando foi aprovado para habitação. Etc. Lembro-me sempre deste meu amigo quando assisto ao que se passa, por exemplo, na Duque de Loulé e vizinhanças.

Sem comentários: