Enviei este esclarecimento:
Um ministro mal informado
Há dois meses que o Movimento Ibérico
Antinuclear solicitou uma audiência ao Ministro do Ambiente, com vista a
informá-lo, como informámos o Parlamento e autarquias, do problemas e de toda a
situação relacionada com Almaraz.
Ter-lhe-íamos dado as informações que o
Conselho de Segurança Nuclear e em consequência o Estado espanhol omite e
referido a situação em relação ao Armazém Temporal em avaliação nessa altura e
as razões porque a avaliação de impacto poderia ser contestada, o armazém não é
neste momento necessário, há espaço para armazenamento dos resíduos até ao fim
de vida, dos 40 anos da central.
Mas o ministro continuou a assobiar para o ar
e a dar palmadinhas nas costas do seu colega espanhol.
Agora vem o ministro lembrar-se de chorar
sobre o leite derramado e dizer que vai solicitar uma avaliação de impacto
transfronteiriça. Mas a quê?
O ATI é um armazenamento de resíduos de alta
actividade que existe em inúmeras centrais e que será necessário para Almaraz
para o processo de desmantelamento, e o estudo de impacto só deve ser local. Um
ATI não tem impacto transfronteiriço!
A questão que se liga com o ATI, neste
momento, é que ele está a ser construído com argumentação falsa e com o
objectivo de prolongar a vida desta central mais 10 ou 20 anos, e não como
referi por quaisquer razões de necessidade.
O que o Ministro deveria exigir, já deveria
com base no historial que continua a ignorar, desta central era o seu
encerramento, ou no quadro da construção deste ATI a garantia do seu final de
vida aos 40 anos.
Mas o Ministro, ao contrário do que aconteceu
com muitos dos seus antecessores, não ouve os grupos e entidades que conhecem
esta situação a e está, manifestamente, mal assessorado e desinformado.
O que já devia ter feito, desde logo quando o
Parlamento por unanimidade lhe solicitou que agisse com vista ao encerramento
desta central, com peças defeituosas, acidentes registados no índice de graves
e inúmeras paragens por questões de segurança, essas sim um problema transfronteiriço
que já levou à iminência do corte de água a Lisboa, era ao abrigo dos acordos
internacionais sobre a nuclear, dar seguimento ao voto do parlamento, e desde
logo utilizar também a pressão económica junto das empresas que são titulares
da central, e ao governo espanhol dizer aquilo que nas Cortes espanholas está a
ser exigência: Só ATI com decisão, interligado com o fim de vida da central.
Mas continua a soprar para o ar, o nosso
ministro.
António Eloy
Mas conhecendo o corporativismo não lhe dou grandes hipóteses. E o mais curioso é que ainda ontem estive quase uma hora ao telefone com uma colega da senhora que hoje se desplanta sobre Almaraz a explicar-lhe isto tudo, mas os jornais também são capelinhas fechadas.
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