Passam 40 anos de Poder Local.
Deveria ser um momento de reflexão, sobre a teia tentacular de clientes que à pala deste engordaram e das trafulhices e manigâncias e notórios casos de corrupção ( até condenados e tendo cumprido pena!) que agora voltam a avantesmar o nosso dito poder local democrático.
Claro que o nosso país evoluiu muito e para isso, como é óbvio, o poder local deu um contributo importante, mas agora que está tudo frenético e de vento em popa, não posso deixar de dizer preto no branco que as maiores patifarias se fizeram à conta desses poderes, e desde logo uma é o financiamento dos partidos políticos que à sombra desse e das suas clientelas se foi fazendo, as estruturas gangrenas desses, e a co-optação da democracia por interesses espúrios, ligados à construção civil e obras "irrealizadas", a destruição de tanto, tanto património, a devastação do território, tantas, tantas vezes com a conivência de émulos do tal poder local democrático.
Não podemos deixar de levantar a nossa voz, e exigir uma reforma radical das estruturas e lógicas não democráticas desse poder, desde logo na limitação e estatuto de menoridade que é dada às listas de cidadãos, que só muito dificilmente ganharam cidadania.
Queixa-se o poder local de que a lei das finanças locais nunca foi executada, mas não se queixam de a maior parte dos municípios estar em situação ilegal no que toca a prestação de contas e as despesas, e no caso dos custos salariais são por lei limitadas, mas servem para muitos compadrios.
Deveria o Tribunal de Contas ter mais meios para fiscalizar adequadamente esse poder, como aliás os outros!
Passam 40 anos de poder local, em contas por alto ( e obviamente as repetições dividem por mais de 1o, mais de 5 milhões, leiem bem 5 milhões, metade da população portuguesa, já foi eleita local, e quase o dobro dessa já foi candidata a qualquer coisa, inútil), os órgãos criados pela democracia e na altura com lógica, já deveriam há muito ter sido completamente reformados.
No livro " O Clientelismo" fazemos uma proposta, radical.
Mas vivemos num regime de partidocracia orgânica, e nada é capaz de lhe pôr cobro.
Agora até falam em reinstalar as freguesias, não que não ache que algumas não tenham sido extintas com arbítrio....
Mas o que se devia era reconverter estas em estruturas administrativas que são, criar-lhes um regime especial, eventualmente com eleição de um número mínimo de responsáveis e acabar com os cerca de 40.000 eleitos só para as freguesias, e para dois órgãos, com salários, senhas e assessorias.
Mas vivemos num mundo surreal, onde até o czar russo elege um tonto para presidente dos E.U.A.
Um tonto perigoso. Aio Silver!!!
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