Há as que ajudam a fazer de conta, lá fora, que o Estado tem vindo a ganhar o combate ao prejuízo imenso das suas contas públicas, porque desatam a comprar a própria dívida daquele, por via de virtuosas ‘engenharias financeiras’, dignas do mais básico dos «vaudevilles», nas quais o Estado vende o seu património a empresas detidas por si próprio mas só contabilizar na coluna do haver. Há as que apenas são criadas para “agilizar” processos, leia-se, contornar a Lei e a obrigatoriedade do lançamento de concursos públicos, por exemplo, ou evitar os pareceres, tantas vezes incómodos, do Tribunal de Contas; ignorar convénios e leis como o Plano Director Municipal, encurtar prazos regimentais, etc. Resumindo, contra a burocracia e a bem da Nação, dirão os defensores de semelhantes práticas.
No sector empresarial das autarquias, é o regabofe institucionalizado, tal o vasto território de bizarrias, ubiquidades, confusões, incompetências, compadrios, sobreposições e tudo o mais que de mau se possa imaginar. Seria bom que o futuro governo procedesse ao extermínio de todas elas, ou quase todas. Não sendo directamente da sua competência, colheria fundo e rápido, creio, a ameaça do Governo em cortar a direito e de facto nas comparticipações anuais às digníssimas autarquias que não fizessem uma dieta eficaz nas suas empresas municipais.
Como há que começar por algum lado, daqui proponho ao líder da oposição a extinção de coisas como a ESTAMO (e a PARPÚBLICA por arrastamento), a FRENTE TEJO e a PARQUE ESCOLAR, mesmo sabendo que também o seu partido deu impulso determinante para a criação de semelhantes aberrações.
Em Lisboa, e na impossibilidade de encontrar justificação para a CML, em vez de seguir as boas práticas que os manuais aconselham, continuar a agir em contra-ciclo, participando financeiramente com milhões a FRENTE TEJO, “engordando” a EGEAC com competências na área dos museus de Lisboa (para que existe o Pelouro da Cultura?), e “blindando” a EMEL, uma empresa que, objectivamente, só pode dar lucro mas que nunca deu, que continua a não disciplinar o estacionamento automóvel e apenas sorve dinheiros públicos (quando não dos próprios moradores), proponho mais três e respectivas extinções.
A Nação saberá agradecer ao próximo Primeiro-Ministro, estou certo.
1 comentário:
Muito bem.
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