sábado, abril 30, 2011

Que se lixe o lixo!

ESTE local é um dos muitos referidos nos Prémios António Costa (trata-se do Local E - ver [aqui]), e cuja anomalia foi, felizmente, já corrigida (como lá se indica, em 'actualização'). Aqui, vê-se o ecoponto já na posição correcta (pois deixou de bloquear a saída de emergência do Centro Comercial Acqua).
Como que "para compensar", podemos ver uma senhora que, como se fosse a coisa mais natural do mundo, acaba de colocar o seu lixo na berma do passeio.

A ideia de que «com gente desta não há nada a fazer» é, para mim, cada vez mais clara.

9 comentários:

Anónimo disse...

Gosto especialmente daqueles monos de cimento.

Pena não cair um em cima dos calos do Costa.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Suponho que os monos serão para desencorajar o estacionamento ali (pois é uma saída de emergência).
Claro que isso não sucede (como toda a gente sabe e, por sinal, se vê nesta mesma foto).

Julio Amorim disse...

A nossa geração já não vai ver outra coisa!
Na minha infância em Benfica muitos sacos de lixo "saíam" à noite pela janela. Passados 50 anos, são civicamente transportados para os arredores dos ecopontos, encostados a rodas de automóveis ou...troncos de árvores. Talvez os nossos netos vejam outras coisas...para os nossos filhos já duvido.

Anónimo disse...

Não sei, não.

Todos os dias vejo a bandalheira que centenas melhor dizendo milhares de jovens deixam pelo chão junto dos locais da «night».

Carlos Medina Ribeiro disse...

Há muita gente que coloca o lixo como se vê na foto, mas recatadamente (de noite, ou às escondidas...)

O que me chamou especialmente a atenção, neste caso, foi o à-vontade desta madame das 'avenidas novas', a fazê-lo à vista de toda a gente.

O que sucede é que não há censura pública; essa "toda a gente" também não estranha. Nem uma palavra, nem mesmo um olhar de censura.
Quando muito, até se espantam por me verem - a mim! - a fotografar estas cenas!

Anónimo disse...

Caro Carlos,

Eu faço-a (a tal censura), e há mais quem faça (poucos, é certo!).
Desistir? Não!
Não, por uma questão de sanidade mental.
Efectivamente, parece quixotesco levar um papel na mão, por cima de toneladas de lixo espalhadas no chão, para o colocar, civilizadamente, no papelão.
E não o fazer por uma questão de imagem; é um prazer interior - é quase como a nossa contribuição anónima para o bem comum.
E acho que é isso que nos falta - o pensar como colectivo.
E isso vem da educação, sim! Mas os suecos não nascem mais civilizados que nós - o contexto também se impõe - se as ruas fossem limpas com frequência, menos lixo seria deitado para o chão - é uma pescadinha-de-rabo-na-boca! Pois ainda há muito aquela lógica medíocre de “isto já está uma porcaria, a minha não vai fazer diferença”!?
Há muito a fazer? Sim!
Chegaremos lá, espero! Mas temos de admitir que ainda vivemos num País terceiro-mundista e, como muito bem refere, sem o mínimo de auto-estima.
Não desista, pois o seu contributo público faz falta e, acredito (e, acredite), faz diferença.

Cumprimentos e um sincero OBRIGADO

pedro

Julio Amorim disse...

Caro Pedro...

A Suécia era um país muito limpo lá para a década de 50-60...e mais uns anitos. Agora...tem é uns excelentes serviços de limpeza! Porque esta malta virou em poucas décadas uma cambada de porcos...como pode verificar neste post de 2009 (este ano foi ainda pior!)

http://cidadanialx.blogspot.com/search?q=Slottsskogen

Anónimo disse...

caro Julio,

Pois, não sei em que contexto isto aconteceu, mas realmente não tenho esta ideia da Suécia - provavelmente, quando vou lá de férias, acordo sempre depois da passagem desta brigadas de limpeza!!
Mas a questão não é esta - ou estará a sugerir que um bom serviço de limpeza acaba por levar as pessoas a serem mais descuidadas?
É que se fosse assim, Portugal seria um país de assépticos!!!
Tenho para mim que, a qualidade do serviço de limpeza e o cuidado em não sujar, estão directamente correlacionados!

Abraços e obrigado pela informação

Pedro... Pereira

Julio Amorim disse...

Bem....estas fotografias foram tiradas depois da festa do Valborg dia 30 de Abril (dar as bem-vindas à Primavera com muito álcool).
A razão porque hoje se suja mais não tenho ideia. O que normalmente vejo é que são os mais jovens (e bem jovens) que deitam o lixo para o chão. Qualquer sueco nascido até à década de 50-60 raramente fará o mesmo. Creio que há 30-40 anos as crianças recebiam uma consciencialização nas escolas sobre estes assuntos e, o "controle social" era muito maior. Quem deita-se lixo para a rua em 1960 levava um raspanete de qualquer. Hoje quem tem a coragem de dar o raspanete...pode levar um pontapé senão pior !?
As mentalidades mudaram, o respeito pelos direitos comuns também mudou. Há 30-40 anos os suecos tinham orgulho das ruas sem um papel no chão e, os bens comuns, eram para ser bem tratados e respeitados. Hoje o que não é meu...que se lixe (como se as ruas e os parques não fossem também de cada um). Por último será uma questão da educação (ou falta) que os pais deram aos filhos...e essa creio que seja a maior das razoes.
Ainda há poucas semanas o Município de Göteborg fez uma "campanha"...deixando o lixo acumular em certos sítios durante alguns dias.
Porque esta coisa dos meninos deitarem o lixo no chão para passadas umas horas ser apanhado por outros...também não é solução.

cumprimentos...