domingo, março 17, 2013

No tempo que continua as palavras significam  a realidade! E anunciam a Primavera, mesmo com a chuva de Março.
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Ontem discutiu-se politica em Oeiras.
No Fórum Social de Oeiras discutiu-se cidadania e como as nossas urbes se podem desenvolver, como podemos participar na sua organização e gestão, como podemos participar no seu processo de desenvolvimento.
Numa tarde chuvosa cerca de 80 pessoas (contadas a dedo, da mesa) com representantes do CDS, do PCP, do PS, do BE e do MOV na sala, uma sala interventiva, com as habituais idiossincrasias, que conhecemos, ouviu João Seixas apresentar um quadro geral de referência para pensar a urbe, a sua realidade e relacionamento no espaço e no tempo que também o faz, numa intervenção calorosa e que deixou desde logo uma qualidade que felizmente se seguiu por toda a sessão, que foi toda ela de excelência.
Seguiram-se Teresa Nogueira, que apresentou informação da Amnistia Internacional sobre o enquadramento da pobreza e como esta impede a participação e Alda Matos que remeteu com dados para a análise do concelho.
Pela sessão esteve subliminar a critica ao austerícidio em que vivemos, sem esperança, sem horizontes, sem uma réstia de dignidade na gestão da coisa pública.
Todos somos responsáveis foi também uma ideia que percorreu a sala.
Numa sessão que não teve intervalo, e os organizadores terão que reequacionar o tempo desta, houve pessoas a que não pode dar a palavra, que lamento e a quem peço aqui desculpas, também para aproveitar a presença dos convidados, que todos eles foram restritos nos 15 minutos das suas introduções.
Seguiu-se o meu velho camarada Paulo Trigo Pereira que foi muito incisivo na análise da economia e finanças do momento, deixou muita gente com orelhas a arder numa exposição clara e didáctica e que foi contra extremismos políticos, sem nexo nem realidade, e também, sobretudo, contra as ideias nebulosas que dominam o Terreiro de Paço.
Carlos Cupeto falou de Agendas XXI, área que partilhamos e sobre as quais temos trabalho realizado. Pena que algumas ideias para discussão que lançou, amistosa e “provocatoriamente” politicamente "incorrectas," não se tenham podido aprofundar.
E Carlos Gaivoto falou-nos de transportes, num enquadramento global, mas também com referencias concretas ao espaço metropolitano e local, que é onde nos movemos, onde construímos relacionamentos e onde temos que tecer a rede para o futuro.
Que não existe senão com pessoas reais, a beneficiarem do espaço digital, com este mas não diluídas neste, em busca de relacionamentos, de sentimentos de emoções e sensações que só a vida nos dá.
E tivemos um momento diferente, que referi ser de descompressão, não por termos tido pressão no fórum, mas porque as vozes ao alto nos dão também a noção clara do poder do discurso, da força do colectivo, do coro que se junta para nos trazer debaixo da teoria, como esta foram as pedras, o que há de profundo na terra que cobrem, o CRAMOL com as suas canções de vida e trabalho.
Já no caminho das 5 horas, depois de muito sumo molecular, de um tempo de alta qualidade e já com as ideias em ebulição, com expectativas para o futuro, se concluiu a sessão, que continuará a animar Oeiras e que estará também presente no digital, que aqui trarei para referência.
É importante saber distinguir a China do Arizona. Á noite no deserto dos homens. E nesse procurar a sabedoria. E a empatia para fazer sociedade.


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