Recordar e continuar o 25 de Abril, de 1974.
Não esquecer a ditadura e a nuclear em Chernobyl de 1986.
Passam, curiosamente no dia seguinte à
revolução dos cravos, dia maior da ecologia política nacional, pois no dia 26
de Abril, passam este ano 32 anos do acidente, da explosão (impossível!
diziam-nos) do reactor nuclear de Chernobyl.
Recordemos que só o facto da radiação não ter
fronteiras e de as autoridades suecas terem, dado o alarmante nível de
radioactividade atmosférica, decidido parar, parar, todas as suas centrais
nucleares, levou a que só vários dias após o acidente, quando já dezenas de
pessoas tinham morrido e finalmente a evacuação tinha sido ordenada, o
Presidente da União Soviética, Gorbachev, viesse à televisão minorizar o
trágico acontecimento.
Não havia forma de o meter debaixo do tapete,
nem de manter o segredo. Chernobyl acabou, com os mitos, da nuclear e da URSS,
fossem eles quais.
O que aconteceu já há muito era anunciado
pelos “profetas de mau agoiro” que nos assumimos. Como o era o ocorrido depois
em Fukushima, ou ao tinha sido o de Kistin ou de Harrisburgo, ou poderá ser
amanhã, amanhã mesmo, em Cofrents, ou Almaraz como já o foi em Vandellos (onde
um incêndio levou ao encerramento, permanente de um dos grupos nucleares).
A nuclear é todo o ciclo de urânio, que nos
traz novamente as sombras negras da mineração (que no nosso país deixou muitos
destroçados e terras contaminadas), agora a 4 Kms da nossa fronteira, em
Retortillo.
É o problema dos resíduos, que levou a que sem
qualquer consideração pela legislação internacional, nem pelo nosso país, o
governo espanhol tenha decidido unilateralmente avançar com um depósito
nuclear, também em Almaraz.
É que, essa é, de facto, a única alternativa
para guardar os resíduos altamente radioactivos das centrais, dado que o local
para o seu armazenamento definitivo parece não existir... O previsto para Villar
de Cañas (Cuenca) é, era manifestamente... instável...
Vamos continuar a lutar, por alternativas a
este “erro” de Einstein e por novos paradigmas energéticos. E pela maior
participação cívica na polis!
1 comentário:
Svetlana Alexievich escreveu Vozes de Chernobyl, grande livro e merecido prémio nobel.
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