segunda-feira, maio 07, 2018

Esta semana vai-se realizar, na Fábrica do Braço de Prata, dia 10 pelas 18 horas uma reunião decisiva para o futuro do M.I.A.
nesta estas questões vão ser apresentadas, numa reunião aberta:

A ideologia e a luta anti-nuclear, o caso português

Não há, temos que dizé-lo com toda a clareza, ideologia nuclear. A nuclear é um resultado de desenvolvimentos científicos, aplicados (a fissão do urânio!) para aquecer água e produzir energia em alternador com tecnologia industrial.
Poluente para sempre e muito, muito arriscado.
A nuclear tem inimigos, a democracia política e a economia de mercado. E tem aliados, o comunismo ( a URSS e o seu sucessor e a China) e o proteccionismo capitalista (o caso de França é o paradigma, mas Espanha também ou hoje Inglaterra são exemplos).
A democracia é o maior inimigo da nuclear, veja-se a Austria, Itália (e quero saudar especialmente a minha estimada amiga Emma Bonino!) ou Portugal e as economias abertas, os E.U.A. até Trump, a Inglaterra até Hickley,  a Espanha hoje (1), e claro também Portugal e países onde o nuclear Kaputt (como na Alemanha que juntou as duas coisas! Democracia e economia).
A nuclear, como tecnologia é pois neutra, e tem sido um erro, do meu ponto de vista, associá-la a ideologias, todas as ideologias defendem essa tecnologia, algumas respeitam, também, a sociedade aberta e outras não...
A ecologia é transversal, deve ser, a todos os partidos e a defesa de sociedades conviviais é um desiderato que pode enquadrar-se em todas as ideologias respeitadoras dos direitos.
Existem diversos modelos, esses sim antagónicos de organização social e poder político, em relação aos quais se estabelecem lógicas de confronto e aí sim as ideologias tem o seu papel.
 A centralização ou descentralização, o privilegiar um ou outro sistema urbano ou de transportes, o primado de um modelo industrial ou determinado desenvolvimento agrícola, as determinantes da construção do sistema de poder e eleitoral.
Não em relação à nuclear, que é energia centralizada, capitalista ou comunista, mesmo modelo.
 Já mencionei os sovietes mais electricidade, nuclear, como me tentavam convencer os membros do Partido Comunista Português que lhe chamavam revolução técnica e científica, que esbarrou em Chernobyl, que nunca esqueceremos, ou os adeptos do apoio do Estado ( a pagar tudo...) na lógica do “tout electrique (et la force de frappe!)” ou os monopólios que vivem à conta das, ás costas do Estado ( Framatone, Areva, EdF).
E  todos, todos, os partidos políticos depois da revolução de Abril eram a favor da nuclear, excepto o P.P.M. partido monárquico, democrático e centrista e talvez os então quase inexistentes maoístas albaneses (UDP) , não havia centrais na Albânia, senão.... No P.P.M. era figura de referência Gonçalo Ribeiro Telles, que consideramos no coração dos ecologistas ainda hoje!
Como se ganhou a batalha da nuclear em Portugal contra todas as ideologias? Formigando, na lógica de E.O. Wilson, em todas elas e criando alianças com todas elas, sem excepção. Nunca fazendo discursos de hostilização senão os necessários na coerência, e não entrando noutras guerras senão as do direito e do ambiente.
Conseguimos, os ecologistas, unir a direita à esquerda, alguma direita a alguma esquerda, juntámos interesses capitalistas e desejos de autonomia, juntámos a economia a uma ideia social, demos sempre lugar ao mais importante em cada momento. Criámos condições para desenvolver renováveis e também lógicas de participação e envolvimento (*).  Colocámos o mercado a bombar e em todos os partidos conquistámos aliados. Isto não é uma alteração do sistema, é uma alteração do paradigma em que este se vive.
Em Portugal conseguimos ter connosco (MIA) gente de direita e de esquerda, temos conflitos, temos contradições e até discrepâncias. E embora não deixemos de reconhecer maiores empenhos de alguns sectores temos que esses, por exemplo, em nome do tal capitalismo de estado ou comunismo, são contra as renováveis, porque dão ...lucro.
Matéria para outro artigo.
(1) Se se der voz ao mercado e à democracia as centrais espanholas... fecham.
(*) nada disto envolve todos os ecologistas, alguns remaram, remam contra esta corrente...

Este artigo é a prova de debilidade do panorama editorial português. Estava para ser publicado, mas como outro jornal publicou outro artigo meu, completamente diferente e sobre outro tema...
Mas hoje, como habitualmente, quando continua a haver falsos amigos das renováveis que lhes dão machadadas...


A produção doméstica de electricidade a partir de painéis fotovoltaicos correspondeu a 451,1 kWh, o que permitiu abastecer todos os seus consumos, os pequenos electrodomésticos e a iluminação do vizinho, e o  aquecimento de águas a partir de painéis solares térmicos em Lisboa permitiu a uma família poupar, por exemplo, 12,40 m3 de gás natural, durante o último mês. 
O sol começa, continua a romper espartilhos...
Que também não resistem aos ventos...
A produção de electricidade de origem eólica no mês passado permitiu abastecer 24 % das habitações de Lisboa.




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