quinta-feira, maio 05, 2011

Espectáculo

Assistimos a um espectáculo trágico e deprimente: a declaração do Primeiro-Ministro sobre as negociações com a ‘troika’. Trágico, porque vamos todos pagar a factura da incompetência deste Governo que, em seis anos, duplicou toda a dívida dos últimos 31, junta (parte dela efectuada para gastos sumptuários, não prioritários, benesses a amigos ou fiéis correligionários, geralmente sem qualquer critério de mérito). Deprimente, raiando o ridículo, o quadro de Sócrates exibindo Teixeira dos Santos: figura de corpo presente, em sentido literal, envergonhado decerto, em último frete (sabendo-se como foi dispensado).

Sócrates, na pose plástica de sempre, rodeado de efeitos especiais, revelando o que o acordo não tinha, em vez de informar sobre o que tinha, a jurar que as medidas eram melhores do que as do "seu" PEC IV, que a ajuda externa que ele diabolizara e jurara nunca pedir não era tão má como isso! E, claro, faltando à verdade sobre o conteúdo do acordo, como hoje se sabe (e ainda faltam as PPP). Ouvimos Eduardo Catroga informar que, também aqui, as negociações eram menos gravosas e mais justas, graças à delegação que chefiava.

Assinado o acordo, começa um novo ciclo: há que pagar o que devemos, trabalhar em conjunto para sair desta falência a que Sócrates nos conduziu. Vai ser difícil mas possível se o Povo Português, no dia 5 de Junho, afastar clara e inequivocamente quem nos conduziu aqui (e quem se abstiver contribuirá para a sua manutenção).

É tempo de mostrar aos Portugueses as diferenças entre Partidos, respectivos programas e ética política. Só assim existirá uma escolha livre e informada. As negociações, os acordos, virão a seguir, para que a mais ampla representação do País nos leve a atravessar este momento difícil. Impõe-se ver com atenção os diferentes Programas partidários: o do PS, já conhecido, é mais do mesmo e virtual, depois do anúncio do programa da ‘troika’. O do PSD, que breve será apresentado, nada terá da ameaça que Sócrates e seguidores propalam para incutir medo: a Saúde, universal e tendencialmente gratuita, mas mais justa (ao contrário de hoje) e com mais qualidade; a Educação assentará na Escola Pública, também com mais qualidade e sem a guerrilha contra professores que trouxe o caos e o desinteresse; a Justiça, finalmente, conhecerá reformas em benefício geral, sem os ajustes de contas e as guerras mesquinhas, desnecessárias e injustas contra os seus agentes.



In Correio da Manhã

3 comentários:

Carlos Medina Ribeiro disse...

O especialista

O AR SATISFEITO com que José Sócrates e Eduardo Catroga nos apareceram na TV a falar das medidas que aí não vinham, faz-me lembrar (especialmente agora, que sabemos o que aí vem) a anedota do Chico - que tinha muito jeito para dar notícias más:

Um dia, pediram-lhe que fosse informar um amigo que o pai tinha morrido num incêndio. Ele aceitou a incumbência e, chegando-se ao pé do infeliz, desfechou-lhe:

- Olha, pá, houve uma grande desgraça! Vê lá tu que houve um grande fogo na tua terra, e morreu toda a gente!

E ainda o outro tentava digerir a notícia quando Chico, rindo, lhe deu uma grande palmada amigável nas costas:

- Anima-te, homem! Eu estava a brincar! Quem lá morreu foi só o teu pai!

Anónimo disse...

Pois, temos que mudar mesmo e mandar estes aldrabões vendidos e corruptos para o lixo,todos os que são iguais e se têm governado, o Ps, PSD e CDS .
Cambada de bandidos!!venderam tudo a troco de benificio próprio e agora vão vender o resto.É a mesma coisa que o pescador vender a cana de pesca a troco de uns peixes.E estão mortinhos por vender também a nossa água,lá chegaremos.Eu sei bem em quem vou votar desta vez,nos únicos que pelo menos são sérios,é no PCP e é mesmo!Até parece que o PSD o SR cavaco , o Sr. Barroso não têm culpa nenhuma.Nem o CDS dos submarinos...

Anónimo disse...

Ah ,outros que não têm culpa nenhuma são o SR Dias Loureiro e o SR. Vara,Dois grandes exemplos da honestidade dos dois partidos que representam e de quem os ajudou a serem tão bem sucedidos na vida.