António Costa diz cumpriu condições impostas PSD
O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa (PS), afirmou hoje que cumpriu as condições impostas pelo PSD à contratação do empréstimo e que fez «todos os esforços» para se aproximar da posição dos sociais-democratas.
«A única condição que o PSD colocou foi ter garantias que a segunda tranche [do empréstimo] não se transformaria num saco azul. Fizemos tudo para garantir que não o era», afirmou aos jornalistas à margem da inauguração de uma exposição de arte pública de Robert Indiana, no Rossio.
Essas garantias passam pela obrigatoriedade de a Assembleia Municipal autorizar a movimentação de qualquer parcela do montante da segunda tranche, incluída na proposta de contratação de empréstimo.
«É necessário bom-senso de ambas as partes e por isso temos feito todos os esforços para nos aproximarmos da posição do PSD», afirmou.
«A faca e o queijo estão na mão do PSD. Daquele dinheiro não poderá ser feito nada que não seja pagar dívidas da gestão anterior», frisou.
António Costa referiu ter estado «sempre disponível» e tido «encontros com o PSD a todos os níveis».
Confrontado com a acusação do PSD de que o valor do empréstimo é «excessivo», António Costa argumentou não ter «inventado um número à toa».
«É o número que resulta do relatório e contas a 31 de Julho aprovado pela Assembleia Municipal», afirmou.
António Costa acusou ainda o PSD de ter votado contra a contratação do empréstimo da autarquia de 500 milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos, em reunião do executivo, na quarta-feira, «sem apresentar qualquer proposta alternativa».
«O que a Câmara pede à Assembleia é o mínimo que se pode pedir: condições para pagar as dívidas que herdámos», declarou.
António Costa não excluiu quarta-feira a hipótese de se demitir do cargo se o PSD inviabilizar na Assembleia Municipal a contratação de um empréstimo de 500 milhões de euros para pagar a fornecedores.
A proposta poderá ser inviabilizada na próxima terça-feira na Assembleia Municipal, órgão em que o PSD está em maioria absoluta.
A contratação do empréstimo à Caixa Geral de Depósitos e duas tranches, a primeira de 360 milhões de euros para pagamento imediato de dívidas a fornecedores, a segunda de 140 milhões para dívidas que estão em contencioso judicial, teve os votos contra do PSD, a abstenção dos eleitos da lista Lisboa com Carmona e os votos favoráveis do PS, PCP, Cidadãos por Lisboa e Bloco de Esquerda.
- DD
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