quarta-feira, setembro 16, 2009

Ainda o Capitólio


Ainda sobre o Capitólio - que para mim, enquanto ele e eu existirmos, será sempre Capitólio -, e o recente rebaptismo, só para dizer duas coisas:

Em todo este assunto, custou-me muito o silêncio absoluto da Cinemateca. Não só porque o Capitólio foi muito mais cinema do que teatro (muito menos terá sido "o" palco de Solnado, que actuou muito mais vezes no Variedades - mesmo que dele não gostasse, segundo se sabe -, sendo que acho que "o" palco de Solnado foi, não o teatro ou o cinema, mas a TV), mas porque Bénard da Costa era um grande entusiasta do Capitólio, lutou por ele vezes sem conta, inclusive recentemente, tendo até apadrinhado uma iniciativa comemorativa dos 75 anos do Capitólio enquanto cinema, e chegou a propor ao MC a instalação lá de um pólo da Cinemateca, com museu do cinema. Coisa que se gorou, como se gora tudo nesta terra ... menos idiotices como o Museu do Mar da Língua, etc. A sala do Capitólio merecia era o nome de Bénard. Ainda por cima porque também ele morreu recentemente. Mas enfim.

Outra coisa é a toponímia e a atribuição de nomes ao desbarato, consoante as emotividades do momento, etc. Parece que no caso das placas das ruas nem sequer há regulamento escrito. Apenas há um entendimento tácito, que vai passando de comissão de toponímia para comissão de toponímia, que assume serem 3 anos o prazo mínimo para que um determinado vulto desaparecido seja "apto" para ter o seu nome merecidamente numa rua. Geralmente, claro, são ruas acabadinhas de fazer, projectadas, outras, impasses, outros, becos, ainda outros.

Já as placas em prédios, assinalando "aqui nasceu", etc., para isso não há entendimento nenhum nem nada. É à vontade do freguês, em uns casos, e noutros, quem propõe (lembro-me de um caso de determinada actriz) anda numa série de "capelinhas" camarárias a tentar descobrir de quem depende o quê e como fazer para ver a homenagem concretizada.

Já a mudança de nomes, essa é a vertente mais subjectiva de todas. Seja de mudança de ruas, seja de equipamentos. No caso em apreço - o rebaptismo do Cine-Teatro Capitólio como Cine-Teatro Raul Solnado (e não "sala Raul Solnado" ou Capítólio/Raul Solnado), continuo a achar que foi uma precipitação, acima de tudo isso, uma precipitação. Até porque no PP Parque Mayer está prevista a construção de um novo teatro. E pronto, já disse o que pensava. Não voltarei ao assunto. Remato apenas que para mim o Capitólio será sempre Capitólio.




P.S. Muita atenção ao elemento decorativo que será colocado na fachada do Capitólio, em memória de Solnado. Não exagerem, S.F.F.!

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