O Governo não ouve o maior partido da Oposição sobre a necessidade de cortar na despesa, designadamente ao persistir nos megaprojectos que não são sequer financiáveis pela razão simples e evidente de que não há dinheiro.
O Governo não ouve os avisos que lhe chegam dos mais diversos sectores da sociedade, do seríssimo aviso de Belmiro de Azevedo às declarações de António de Sousa ou de Ricardo Salgado de que os Bancos já não se conseguem financiar no mercado interbancário.
O Governo não dá um passo para conceber políticas sectoriais que nos ponham a produzir, nem aproveita os fundos que o QREN, apesar de tudo, podia disponibilizar às Pequenas e Médias Empresas; não, tudo isso esbarra na ineficácia e no dia-a-dia da burocracia mais entorpecedora.
Não há uma política económica, nem de combate ao desemprego, nem de saúde... nada. Meia dúzia de medidas desgarradas e desastradas são anunciadas num dia para serem alteradas no dia seguinte, no meio da maior trapalhada, como sucede no caso dos impostos.
Inconsciente, o Governo debruça-se sobre o partido que o sustenta na patética busca de um candidato presidencial.
Sócrates, à cabeça do Governo (?), perdeu-se na estrada de viagens muito oportunas, com o País mergulhado numa paralisia económica e num desemprego crescente, sem consciência.
Se o Governo se transforma num problema crónico e não passa por ele parte de solução alguma, deixam de existir razões para que se mantenha, porque o interesse nacional passa a exigir outras soluções (não por acaso Roubini referiu que os mercados receiam que Portugal e Espanha possam não ter vontade política suficiente para reduzir a despesa pública).
Há que evitar uma crise política atenta a situação económica, mas o ponto é que o Governo se não transforme, ele próprio, num factor multiplicador da crise. Há limite.
1 comentário:
Eu gostava era de ver publicado o documento do que PSD e PS acordaram, devidamente assinado por José Sócrates e Pedro Passos Coelho (ordem alfabética).
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