sábado, dezembro 07, 2019

Apresentei hoje na A.G. da A.I.
Ninguém contestou. Não havia ninguém!


Chega ao fim a minha relação com a secção portuguesa da Amnistia Internacional, de que sou fundador (da secção portuguesa) e da qual fui julgo que em pelo  três mandatos dirigente e para a qual contribui com uns milhares de euros, de direitos de autor, além dos donativos.
Recordo no inicio as primeiras cisões. Foram por decidirmos que a AI era contra a pena de morte. Antes só nos preocupávamos com os prisioneiros de consciência. As cisões ocorreram também em Portugal, país pioneiro na abolição dessa.
Depois, julgo que por cá não houve grandes sobressaltos quando a AI se investiu nos direitos das mulheres ao seu corpo e na Interrupção Voluntária da Gravidez como direito. Mas a nível internacional houve muitos conflitos internos, e a excomunhão pelo Vaticano. 2 vezes.
Já os tive (conflitos), e muitos por cá, quando a AI reconheceu as lutas de género (demissões por cá) e quando reconhecemos o direito ao casamento e sobretudo à adopção por casais do mesmo sexo, um grupo local foi desfeito (e até, vejam lá, diziam que tinham por lá um homossexual) e tive que o xingar até ao tribunal (os pretéritos reizinhos).
Tivemos alguns problemas depois, uma tentativa de assalto pelos animalistas (direitos dos animais) que ficou por aí, e a AI, nos novos documentos até avança decididamente pelo tema das alterações climáticas e pelas questões (da legalização, claro) das drogas, o que me agrada.
Mas a organização têm se vindo a transformar numa estrutura leninista, em que a burocracia, os funcionários e etc, que recebem 80% do orçamento, pelo menos em Portugal, para não serem vistos nem ouvidos em sítio nenhum, e a burocracia escolhe e controla os órgãos sociais, numa lógica que faz lembrar as células do leninismo, todas controladas pelo famoso controleiro, braço do comité central e do grande staline, seja ele quem seja. Tudo é cozinhado entre o grupo dirigente, que ninguém sabe de facto quem é.
Isto que já vem de traz tem-se vindo a acentuar e a agravar. As A.G.s transformaram-se nos novos congressos do PCUS, tudo controlado e quando não há unanimidade fora....
E isso reverte-se na política da organização. A última foi o apoio ao independentismo catalão ( esclareceu-me o diretor da A.I. que o apoio foi só aos criminosos condenados! Por gastarem dinheiros públicos em ilegalidades e infringirem as leis do Estado, aparentemente o que está no facebook é.... apócrifo! Nunca visto na A.I.) E o apoio aos direitos humanos da maioria dos catalães que não o é e é, pelo contrário assediada e com violência por uns sujeitos portadores da verdade e do paraíso? E que querem obrigar todos a segui-los.
Não há mais paciência. Hoje a AI tem menos audiência, menos influência  do que quando tinha só uma funcionária e um trigésimo do orçamento que hoje tem  (ultrapassa os milhão euros) 80 % é para pagar a burocracia, 20 funcionários, a sede e tal e tal, e escassos voluntários, mesmo. Passem bem que eu também.
Continuarei a ser um dos fundadores, continuarei a ser membro de uma secção da AI (noutro país), onde não me tenho que preocupar com estas coisecas, e claro um infatigável defensor dos Direitos Humanos, aqui, ali e acolá!
E por aqui me fico!




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