sábado, junho 30, 2007

TEATRO SÃO CARLOS

(Teatro São Carlos)

Foi inaugurado em 30 de Junho de 1793.

Portela, Ota, TGV e Lisboa em campanha

Foto: skyscrapercity. Av. Brasil, segundos antes da aterragem

«Três cavadelas, três minhocas» em Lisboa

Quando eu era pequeno, os adultos usavam esta expressão para dizer que um tipo falhava tudo aquilo em que se metia: «Cada cavadela, sua minhoca». É uma imagem bem rural, daquelas que eu adoro mesmo no nosso povo profundo.
Pois hoje lembrei-me disso, quando recapitulava a semana de apontamentos para uma resenha aqui no nosso bem vivaço «O Carmo e a Trindade».
E decidi deitar o resto fora e ficar-me por esta constatação aborrecida: alguns apoiantes de António Costa parecem apostados em falhar os tiros todos – ou seja: parece que estão mesmo apostados em criar escolhos no caminho do candidato. E entram em contradição aberta com ele, chegando mesmo a chamar a atenção para essas contradições – não fôssemos nós não dar por elas…
Cito três casos que conheço.

1
Saldanha Sanches
Avisa que apesar de ser o mandatário financeiro de Costa, (paciência!) discorda dele em matérias tão inócuas como estas duas que são estratégicas: empresas municipais e portagens para os carros que entrem em Lisboa. Leia você mesmo: «O mandatário financeiro da candidatura do PS à Câmara de Lisboa, Saldanha Sanches, defendeu hoje a extinção das empresas municipais e a fixação de portagens à entrada de Lisboa, admitindo que António Costa discorda destas medidas» (in ‘Portugal Diário’).

2
José Miguel Júdice
Este advogado célebre está farto de pedir «maioria absoluta» para António Costa, de quem é mandatário. Agora, parece que parou com esse delírio. Mas nos primeiros dias, foi um vê se te avias. Leia também esta citação: «O mandatário do socialista António Costa na candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, José Miguel Júdice, pediu hoje "maioria absoluta" para o PS, sublinhando que "em épocas de crise exige-se que alguém assuma a responsabilidade"».
Mas o próprio candidato tem evitado a expressão de forma meticulosa, quase artística. Por exemplo, numa das ocasiões mais recentes, e portanto mais actuais, na entrevista da RTP 1 na quinta à noite (antes das 20.50). Estive completamente atento. Quem falou de maioria absoluta foi o jornalista. Costa não. Disse apenas: «maioria», nada mais. Por vezes tem dito, isso sim, «maioria estável», «maioria clara». Mas não «absoluta». Isso, o seu mandatário encarregou-se de o dizer (por conta própria?). Lamentável, meu caro Watson.

3
Medina Carreira
Este afamado apoiante de António Costa foi mais longe em matéria de divergências: quanto à Ota e à Portela, há ali uma contradição insanável. Fala mesmo de obsessão de obra e de «ilusão de coisas a mexer, camiões etc.», para «dar a ideia de que o País está a mexer»… Medina defende a Portela. E goza com a Ota: «É que é a opção mais cara. Não se percebe». Tudo isso ouvi eu na SIC Notícias, sexta-feira, ás 18.50.
Ou leia esta de Medina também: «MEDINA CARREIRA, numa grande entrevista a Inês Pedrosa, na antena 1, no passado dia 3, vai mais longe e diz que o Primeiro-ministro José Sócrates e Mário Lino pretendem que o produto nacional bruto (PIB) cresça, empurrado por este falso investimento, de modo a reduzir o défice. Erro crasso! Faz-me lembrar, de certo modo, um grupo de rapazes da minha aldeia, estava eu ainda na idade da puberdade, que tiraram um curso para se incorporarem nos Bombeiros Voluntários da Vila de Vieira do Minho. Feito o curso ficaram doidos para apagar o próximo incêndio. Em conversa, a que eu assisti, admitiram pôr fogo numa casa vizinha, incendiando um ramo de loureiro dependurado numa sacada com o significado de alertar, a quem passava, que havia bom vinho na loja do rés-do-chão.
Medina Carreira disse ainda, que o TGV é mais um investimento megalómano inventado. Milhares de milhões de euros para se chegar do Porto a Lisboa meia hora mais cedo».
Já agora, acrescento que Medina Carreira dá outra bofetada ao mesmo Governo, desta vez ainda por causa do TGV. Diz que é um disparate. Leia: «Medina Carreira aponta o dedo ao que considera «um enorme disparate» do Executivo: “O TGV em Portugal é uma tontice, um projecto dispensável”, diz, em declarações à Agência Financeira».

biclas


Com esta recente folia sobre as biclas na cidade, a Massa Critica de ontem teve um número recorde de participantes: cerca de 60 (com duas crianças!). Amanhã serão 60,000.

Mas as minhas saudações calorosas e especiais vão para os Heróis de Coimbra e para a persistência de anos de outros Heróis de Lisboa.

A Tertúlia da Plataforma para a Promoção do Uso da Bicicleta foi um momento interessante onde os utilizadores demonstraram que, em vez de insistirem na ideia de por os ciclistas em guetos separados do tráfego, o mais importante é educação e bom desenho urbano para uma utilização das ruas com civismo e respeito pelos outros e saber liderar pelo exemplo. Outra mensagem a reter: a forma mais eficiente, e com vantagem para todos, de encorajar o uso da bicicleta em Lisboa é reduzir a velocidade e o número de carros na cidade.

Se alguns de vocês tiver alguma bicicleta para arranjar ou afinar na cidade de Lisboa ou arredores, aproveito para anunciar um evento regular: a ciclo-oficina de bicicletas na rua dos bacalhoeiros a partir das 14:30H, onde estarão outros utilizadores com experiência com caixa de ferramentas para ajudar.

Com a ciclo-oficina pretende-se também formar uma oficina de ideias onde todos são convidados a participar e onde o principal objectivo seja gerar esforços para que a mobilidade em Lisboa se transforme e seja tendencialmente mais sustentável.

Local: Rua dos Bacalhoeiros - Baixa de Lisboa
Hora: 14.30H
Dias: 1º e 3º Domingo de cada mês

Próxima Ciclo-Oficina: 1 de Julho (Amanhã)

Apoios:
Junta de Freguesia da Sé
Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta

mais info:
+351 91 630 57 87

Amanhã dia 1 de Julho, haverá vídeos e debate a partir das 17H na Rua dos Bacalhoeiros, 125.

sexta-feira, junho 29, 2007

Cenas lisboetas (1)

Duas velhas ciganas, muito velhas, vestidas de negro da cabeça aos pés, conversam animadamente na Praça de Alvalade. Às tantas, diz assim uma delas:
- Matar, não posso matar. Vou presa...

Lisboetas #7

Aos 86 anos de idade, Moniz Pereira continua jovem e activo, e nunca mudou de clube. Atleta e alfacinha de gema; devem-se-lhe alguns momentos únicos do desporto nacional por via dos títulos e recordes que o atletismo de fundo ganhou para Portugal, ao longo das décadas de 70 a 90, do corta-mato à maratona, passando pelos 5.000 e 10.000 metros. É uma pessoa simpática e afável, e faz parte de uma geração que já faz muita falta. Além do mais, é homem de mil ofícios. Merece todos os elogios e mais alguns, e até que lhe tivesse sido atribuída uma pista de atletismo na Alta de Lisboa, independentemente de ter sido inaugurada antes de estar acabada, mas isso é outro registo...

Yo no creo en brujas pero que las hay... las hay

Não sei se por coincidência ou não, mas no seguimento deste post eis que a Meci, "ao serviço da EDP" (como se podia ler no cartão do limpa pára-brisas da carripana estacionada junto à ocorrência), já cavou o buraco para recolocar de pé o candeeiro que recomendei ao Sr.Comendador. Recolocar aquele, depois de devidamente endireitado e limpo, ou colocar outro, novinho em folha. Aguardemos...

Nota: O candeeiro que jazia na relva há mais de 2 meses ficou subitamente de pé e a dar luz, pelo que fica sem efeito a minha solicitação ao Sr.Comendador.

Recebido por email:

quinta-feira, junho 28, 2007

Esta agora!


"O presidente da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) disse ontem à Lusa que ainda está por esclarecer se esta entidade precisa de autorizar o funcionamento dos radares de velocidade em Lisboa, remetendo para Julho uma resposta.
A presidente da Comissão Administrativa da Câmara de Lisboa disse, segunda-feira, à Lusa, que pondera colocar em funcionamento os 21 radares, em fase experimental desde Janeiro, sem o parecer da CNPD. Marina Ferreira justificou que há radares a funcionar no país sem o parecer desta comissão e que aguarda desde Fevereiro por uma decisão daquela entidade.
Em declarações ontem à agência Lusa, o presidente da CNPD, Luís Silveira, disse que este "não é um caso fácil", nomeadamente do ponto de vista jurídico.
Luís Silveira referiu que a comissão ainda não esclareceu "se é ou não necessária" a sua autorização para o funcionamento dos radares. Adiantou que pode ser necessária apenas uma notificação por parte da Câmara, o que, nesse caso, já sucedeu, em 16 de Fevereiro. Apesar de reconhecer que a "Câmara tem razão em dizer que ainda não há uma tomada de posição por parte da Comissão", o presidente da CNPD referiu que os últimos elementos para análise só chegaram à Comissão no dia 19 de Abril. Recusando a afirmação da Câmara de que aguarda uma decisão desde Fevereiro, Luís Silveira adiantou que o processo só foi iniciado a 16 desse mês, com a notificação feita pela Câmara à CNPD. "Notícia JN
(Maria Isabel G)

Eleições 2007: Propostas Fórum Cidadania Lx


Aos interessados, aqui fica um conjunto de propostas que o Fórum Cidadania Lx achou por bem compilar e apresentar de forma desinteressada aos candidatos à CML, na certeza de que não sendo um programa eleitoral poderia muito bem sê-lo ... que diabo, porque não? São ideias e propostas que não vendemos, damos! Mas são ideias e propostas que, levadas à prática, trarão, tenho a certeza, uma melhor qualidade de vida a Lisboa. Oxalá algumas delas sejam tidas em consideração pelo próximo executivo e pelos próximos vereadores da oposição, sejam eles quem for.

quarta-feira, junho 27, 2007

Alpha Male

Boneco: Piolho Solum

Ladies and gentlemen, it’s my privilege to present you THE ALPHA MALE: Beraaaaaaaardo! Joe Alpha Male Beraaaaardo!

O homem desbronca-se a toda a hora. Mas aquela de mandar o Mega Ferreira tratar-se de algum problema de corpo ou de cabeça, foi de Macho Man mesmo!
Lá do alto da sua prosápia, Mega deve ter ficado microzito.
E mais: mimado, com pouco que fazer e muito dinheiro para gastar... Coitado do Mega. Meteu-se com a pessoa errada.
Isto, só mesmo de alguém acabado de chegar ao século XXI, vindo directamente das profundezas do Reino de Jardim, via restos de ouro em elevador de mina - o que não é desprimor para ninguém, nem falta de sangue azul, como ele diz que o Mega pensa dele...

Aproveitando a onda «comendada»

Proponho à fundação-museu a aquisição imediata daquela magnífica peça de arte mais do que contemporânea (a bem dizer, tem apenas 2,5 meses), que jaz no relvado defronte ao cinema Quarteto, e cuja autoria remete para a parceria estratégica, tão em voga ultimamente naquela zona por força da conhecida conduta: CML+Plantagri+Elesa.

A peça em causa é um tubo de um candeeiro (daqueles horrorosos, verdes, em chapa galvanizada) que se encontra no chão, retorcido por culpa do bulldozer que o deitou abaixo, por alturas da celebérrima obra na conduta.

O tubo em apreço apresenta alguma terra no seu interior, e terá erva seca e esmagada colada à sua barriga, bem como ferrugem, pois nos últimos meses ninguém dali o tirou, e ainda teve que levar com a água da mangueira ... que teima em ser a fonte de rega do relvado, uma vez que o eminente sistema automático de rega - motivo de várias e saborosas peripécias ao longo dos últimos meses - ainda não funciona.

Que me diz, senhor comendador, será que algum desses mecenas quererá adquirir tão valioso espólio?

Reforços de Verão:

Antes que me esqueça, aqui fica esta nota, em tempo de defeso, referente ao reforço da equipa d' O Carmo e a Trindade, há pouco tempo abalada pela saída de Fernanda Câncio (f.) e de Jacinto Lucas Pires:

Rui Tavares e Pedro Correia dispensam apresentações, mas não dispensam o nosso obrigado por virem enriquecer ainda mais este blogue. Sejam muito bem-vindos!

Um grupo de utilizadores de bicicleta...

...em Lisboa junta-se, convidando todos os potenciais utilizadores deste meio de transporte rápido, eficiente e amigo do ambiente, entre eles os vários candidatos à Câmara Municipal de Lisboa, para falar da sua experiência enquanto utilizadores da bicicleta na cidade de Lisboa, explicar quais são as suas necessidades para que seja ainda mais seguro e agradável andar de bicicleta em Lisboa, e discutir propostas para melhorar as condições de circulação de bicicletas.
Estão para já confirmadas as presenças dos candidatos das listas de Helena Roseta (Ind.), José Sá Fernandes (BE), Pedro Quartin Graça (MPT) e Rúben Carvalho (CDU).
Os pontos a serem abordados são estes:
* Visionamento de um pequeno video sobre uma cidade grande que tenha sido sujeita a intervenções a favor da bicicleta;
* Pequena resenha sobre as propostas dos vários candidatos;
* Apresentação de propostas: Trajecto Farol, Acalmia em bairros residenciais;
* Discussão aberta.
Local: Crew Hassan / 28 Jun 07 / 18h 30m; duração: 1h30m
Promotores informais: Plataforma para a Promoção do Uso da Bicicleta www.geocities.com/bici_portugal/
Contacto: bici_portugal@yahoo.com, 916511449
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[Informação dada por Manuel João Ramos]

De saudar

terça-feira, junho 26, 2007

«Joe Berardo vai sugerir a Mega Ferreira que se demita da Fundação Berardo»

Mais outro a caminho da Arca?

In Público Online

Limpa-chaminés

Eram 10h em ponto. Durante 12 anos nunca lhe abri a porta, por receio do pó preto e por respeito aos ninhos dos passarocos lá no cimo da chaminé. Mas agora, por receio do senhorio e por respeito pela profissão em vias de extinção, abri-lhe a porta à hora acordada. Passados 3 minutos certos já estava de vassoura ao ombro, pronto a abalar, não deixando, contudo, de lançar um «não há por aí qualquer coisinha para o sabão?».

Maria José Nogueira Pinto e a Baixa-Chiado


O Convite Profissional

Uma verdade tem de se dizer desde logo: como vereadora do CDS, Nogueira Pinto teve sempre uma postura «sui generis», chegando a votar com a oposição ou a abster-se em certas matérias, e julgo mesmo que, após a ruptura da coligação que o PSD mantinha com o CDS, acabaria por negociar com uma parte da oposição a adopção de posições conjuntas.
Ou seja: como pessoa, Nogueira Pinto portou-se bem melhor do que alguns leitos da oposição que fizeram todos os fretes ao PSD e a Carmona.
A sua tarefa mais «brilhante» perante a opinião pública, vistosa até por envolver nomes sonantes da engenharia, da arquitectura e da economia portuguesas, o que não é demérito, pelo contrário, foi o chamado Plano da Baixa-Chiado.
Isso foi na altura.
Depois, a Assembleia Municipal congelou-o. A mesma Assembleia dirigida por Paula Teixeira da Cruz que hoje existe e funcionará até 2009.
Agora, em plena campanha, surgem as ligações ao de cima.
Nogueira Pinto, que, desde que saiu do CDS, tem mostrado alguma tentação PSista, aparece agora num primeiro momento a oferece-se para ir explicar a uma sessão do arquitecto Salgado os contornos do Plano da Baixa-Chiado, mas sem António Costa – bizantinice dispensável – e depois, logo de seguida, a manter-se na sessão quando Costa resolve residir ao acto, o que, estava-se mesmo a ver, tinha um alvo político para que a opinião pública visse o troféu da candidatura: Zezinha está comigo, mesmo que tenha dito que ia porque era Manuel Salgado e não eu quem cá estava. Como vêem, estou cá e ela também.
Uma espécie de enredo a três tempos.
Para sobrecarga de dramatismo, Costa convida Zezinha ali mesmo – como dizem os jornais – para presidir ao futuro-ex e ex-futuro Comissariado da Baixa-Chiado, mas Zezinha não diz logo que sim.
Agora, a ex-vereadora do CDS garante, como estava na cara que ia garantir, que vai estudar o convite-desafio, já que o considera como «profissional e não como político».
Aí é que está a minha admiração e o meu espanto rebenta: então um candidato pode fazer convites «profissionais»? E ninguém barafusta?
… Ou será que já ocorreram eleições em Lisboa e eu estava distraído?

-
Nota

O que está a acontecer é uma espécie de «remake» invertido, uma quase inversão de papéis: com Nogueira Pinto no lugar de vereadora, Salgado integrou o Comissariado e foi uma espécie de porta-voz. Agora, com as eleições em mira, e na previsão de maioria PS, mesmo que relativa... invertem-se os papéis. E o mundo continua a girar, sem dramas, mas podia haver um pouco mais de calma em convites destes que, mesmo que toda a gente se cale, não caem bem à generalidade das pessoas que pensem um pouquinho. É que não pode valer tudo, acho eu. E até este geral silêncio dos habituais «comentadores» só pode ser lido de uma forma: o pessoal está distraído e só vai acordar no fim-de-semana... espera-se...

Por todos, ver o ‘CM’: Zezinha vai estudar o convite que interpreta como profissional e não como político.

segunda-feira, junho 25, 2007

HIPÓTESES DE TRABALHO

EPAL
EPEL
EPIL
EPOL
EPUL.

Abra-se concurso. Que ganhe aquela que for usada por mais pessoas. Assim é que é democrático.

Não é só o corvo, não!


Caro José Carlos, mas depois da Zézinha, e a confirmar-se o Zé, a selva está toda desorientada ... ao menos, se viesse o dilúvio.

Fonte: LacrillaCORP
(obrigado, anónimo atento!)

Mau sinal...

«Destak» 22 Mai 07
EMBORA SEJA PENOSO AFIRMÁ-LO, não tenho muito a objectar contra a demolição de casas clandestinas, especialmente quando quem as constrói já sabe que isso vai suceder. Além do mais, uma eventual tolerância das autoridades não faria mais do que, a breve trecho, tornar a situação incontrolável e sem resolver o problema de fundo.
Posto isso, não posso deixar de fazer a comparação escandalosa com outros casos (as segundas habitações/casas de férias e de fim-de-semana), de que aqui refiro apenas três:
No sábado passado, passei pela Fonte da Telha e não resisti a descer até lá abaixo, apenas para constatar que as casas clandestinas (construídas em domínio público!) lá estão e, à primeira vista, continuam a nascer mais, como se nada fosse.
Quanto à Ria Formosa, o «Público» de ontem dá-nos conta que o número de casas que deveriam ser demolidas ultrapassa o milhar, uma conversa que ouvimos há anos e anos. Mas... não há verba para isso! Desculpem a pergunta: mas quem tem de pagar as demolições não devem ser os donos das casas - acrescidas de uma renda por, durante tantos anos, terem usado um terreno que pertence ao povo português? Se forem pobrezinhos, os autarcas e as autoridades que pactuaram, por omissão, com tudo isso, poderão dar uma ajudinha, não?
E o que se passa com as famosas casas da Arrábida, de que tanto se falou no tempo de Nobre Guedes? Já lá não estão?
-oOo-
Perguntas finais: Como é que organismos como a EDP, a PT e os SMAS fornecem electricidade, telefone, água e esgotos a casas clandestinas? Que documentos legais (?) apresentam os donos para que isso seja possível, dado que têm de fazer contratos formais? O fornecimento desses serviços não constitui, de facto, um reconhecimento tácito de uma espécie de legalidade?
E o que se passa em relação ao IMI?
Recentemente, moradores de duas casas clandestinas que - excepcionalmente! - foram derrubadas argumentaram com os direitos adquiridos e o usucapião...
-oOo-
Sabendo-se como a corrupção pode estar intimamente relacionada com situações destas, lamento vivamente (mas o pior é que não estranho) a notícia que acabei de ler no «JN»:
«A discussão na Assembleia da República do pacote anticorrupção só irá concretizar-se na próxima sessão legislativa». Como "sinal" dado à sociedade... não está mal, não senhor...

Plátanos do Campo Pequeno


Cara Isabel, e demais interessados, aqui fica o ponto de situação sobre este assunto, lembrando só que as árvores abatidas foram 154:

Os canteiros estão a ser reperfilados (refira-se que os muretes de betão que foram enterrados ao longo dos novos canteiros devem ter danificado mais árvores...), o jardim infantil está a ser totalmente refeito (e bem), o campo de jogos continua ali (mal) e os canteiros já reperfilados, e as caldeiras dos plátanos que hão-de vir, estão já repletos de terra (poeira?). Este é o relatório físico.

Paralelamente, e depois de há 3 semanas se ter consultado o respectivo processo na Divisão de Matas da CML, e constatado que o mesmo sofre de várias incongruências a vários níveis, foram solicitadas fotocópias do mesmo aos serviços da CML, presencialmente, primeiro, em carta registada, a 5 Junho. Aguarda-se resposta!

Logo que a mesma chegue, enviá-la-emos à Provedoria de Justiça, para melhor sustentação da queixa apresentada oportunamente (cujos trâmites decorrem), e à PGR, para apresentação de queixa semelhante.

Ainda e sempre... a Fundação D. Pedro IV em Lisboa

«Exmo. Sr. Deputado Miguel Coelho,
Na passada quinta-feira (21 de Junho), estive presente nas galerias da Assembleia da República para assistir ao debate e votação do Projecto de Resolução n.º 210/X proposto pelo PCP, e no qual se proponha a extinção da Fundação D. Pedro IV. O discurso de V. Exa. e demais intervenções do Grupo Parlamentar do PS, pareceram ignorar factos do domínio público, relativos às outras duas áreas de intervenção social da Fundação D. Pedro IV, designadamente, estabelecimentos de infância e lares de idosos.

Passo, resumidamente, a recordá-lo do seguinte:...»
Saiba quem assina e enviou esta exposição. Clique no link acima.

domingo, junho 24, 2007

As anunciadas dificuldades e misturas em Lisboa

O corvo da imagem anda admirado. Do que vê e do que ouve lá de cima, do seu voo rasante sobre Lisboa... É que tanta confusão mata. Coligações pós-eleitorais em Lisboa? Sá Fernandes diz que sim, que vai à bola com a candidatura de António Costa. Mas com uma reserva que pode impedí-la: que não contem com ele para isto e para aquilo e que não concorda com a Circular das Colinas e com os dois túneis previstos no Plano da Baixa-Chiado de Manuel Salgado.
Uma enorme dificuldade, portanto.
Maria José Nogueira Pinto diz que apoia Manuel Salgado (António Costa já disse que teria todo o gosto em ter Nogueira Pinto na Baixa-Chiado). Eufemisticamente, os jornais ainda me vêm hoje com esta de o gesto de Nogueira Pinto não ser «ainda» um «sim» a Costa.
Tudo se preparar pois para a grande mistura: foi Manuel Salgado quem, com Nogueira Pinto como vereadora com essa delegação de competências, apresentou em público o Plano Baixa-Chiado.
Se António Costa for o próximo Presidente da CML, Salgado será o vereador do Urbanismo.
É um pouco uma inversão de posições, um rotativismo a lembrar outros rotativismos.
Uma enorme mistura, portanto…

sábado, junho 23, 2007

O Campo Pequeno : para memória futura



(....)"Assim, segundo o vereador, a remoção das 60 árvores danificadas (na sua maioria nas raízes e copas) será compensada com a plantação de 140 novas unidades. O projecto inclui também o redesenho dos caminhos pedonais e dos canteiros, cujo número será reduzido mas a dimensão aumentada. Os caminhos serão cobertos com um novo material e será instalado um sistema de drenagem e de rega automática, actualmente inexistente. O projecto inclui também a colocação de cerca de 125 bancos, 25 papeleiras, 125 candeeiros e dois bebedouros, bem como a recuperação dos sanitários públicos existentes. Outra das intervenções é a requalificação do parque infantil existente na zona norte da praça. O novo parque será vocacionado para crianças dos 2 aos 14 anos, com novos brinquedos distribuídos por espaços distintos consoante as idades para que estão vocacionados. Segundo o vereador, está também prevista a requalificação do campo de jogos existente no jardim, mas essa intervenção será custeada pela autarquia e ainda não tem data para avançar.

António Proa adiantou que a requalificação do jardim deverá arrancar no final do mês e estar concluída dentro de três a quatro meses. O autarca lamentou que a responsabilidade desta obra não tivesse sido entregue, desde o início, ao promotor, o que, em seu entender, seria mais adequado"

---O que existe no Campo Pequeno a 23 de Junho de 2007?--

Fotografia e notícia do Jornal de Notícias : Terça-feira, 16 de Maio de 2006

Já agora: "Jardim de S. Pedro de Alcântara reabre até ao Verão, anuncia Câmara Municipal de Lisboa" post de Fevereiro 14, 2007.

sexta-feira, junho 22, 2007

O ÚLTIMO A SAIR ROUBA A LUZ

Ao contrário de muitos cidadãos alfacinhas e até de eventuais candidatos à presidência da principal autarquia do país, eu gosto muito de Lisboa. Por isso é que me mete particular dó assistir ao aproveitamento da actual situação da cidade por meia dúzia de arrivistas. Realmente, nunca se viu uma coisa assim: quanto mais a cidade se desertifica, mais abutres aparecem. É provável que um dia destes seja ela por ela: dizem-me que, na actualidade, o centro de Lisboa não terá mais de 500 mil habitantes (um número e uma verdade que infelizmente não consigo confirmar). 500 mil? são quase tantos os habitantes como os candidatos à Câmara Municipal. Com a diferença que alguns dos candidatos à Câmara não serão decerto residentes em Lisboa. Como se sabe, o PSD chegou a considerar propor Fernando Seara para concorrer às eleições intercalares. Mas o Presidente da Câmara de Sintra (que sempre admitiu morar em Lisboa) não estaria decerto pelos ajustes: é que uma candidatura por Lisboa implicaria imediatamente a compra de um T2 na Rinchoa.

Sempre achei que votar nas eleições autárquicas é como escolher entre o bom papel higiénico e o mau papel higiénico. No caso de Lisboa, trata-se de escolher entre um pequeno e um grande rolo de papel higiénico. Mas antes de chegarmos à limpeza, uma conclusão deveria ser, para já, evidente: a cidade precisa de mais lisboetas e de menos autarcas. E quanto menos autarcas se apresentarem, melhor. Não é inocente pensar que, até agora, o principal tema de campanha tenha sido “a situação da Câmara Municipal”, quando afinal deveria ser apenas “a situação de Lisboa”. Pelo menos é onde a Câmara se situa. Mas creio que Lisboa atingiu o limite das suas “experiências políticas”. Afinal, até suportámos Santana Lopes na Câmara. E os resultados? O silo da Calçada do Combro e o estacionamento nas Portas do Sol (este entregue à máfia). Os últimos dois anos poderiam ter sido exemplares: Carrilho deixou de desestabilizar por aí e Carmona trabalhou com um “dream team”: Maria José Nogueira Pinto, Ruben de Carvalho e Sá Fernandes. Rescaldo? Gabriela Seara, Fontão de Carvalho e o próprio Carmona foram constituídos arguidos no caso Bragaparques.

O que se segue? Um acto de coragem e dignidade - informar os cidadãos de que, a partir de 2007, a gestão da Câmara Municipal de Lisboa será entregue a um profissional independente, preferivelmente contratado pelo Estado no estrangeiro. Se funcionou na TAP ou com a selecção nacional, por que não tentar na Câmara? Mas, antes disso, anular as eleições intercalares, mandar os lisboetas de férias, e pedir um esforço adicional a todos os profissionais da Câmara (dos quadros ou a recibos verdes, incluíndo ucranianos) para, em último esforço, eleger o cabeçudo que eles gostariam de ver no edifício da Câmara a honrar os seus derradeiros compromissos, saldando as dívidas morais e patrimoniais à sociedade civil, antes de se pôr a andar para parte incerta, ou uma ilha deserta. Uma vez limpa a bagunça na Câmara Municipal, erguer aí um Museu que honrasse o mérito e fracasso de um sistema democrático, transparente e incorruptível. Ou então vender tudo à Bragaparques.

Miguel Somsen

In Metro

Bem-vindos (ou "Bem Vindos", ou "Benvindos" - tanto dá, é "igual ao litro"...) à iliteracia!

O curioso, nesta página (http://www.naer.pt/), não é só a referência à OTA (aliás, Ota) como facto consumado - é, também, o bizarro «Bem Vindo».
Mas, se calhar, está na linha pedagógica do Ministério da Educação, segundo a qual o que interessa não é a ortografia mas sim a ideia expressa.
E, quanto a essa - há que reconhecê-lo! -, não ficam quaisquer dúvidas...

Declaração de interesses: tendo em conta a minha idade e os previsíveis prazos de execução de uma obra como esta, tanto se me faz que construam o aeroporto na Ota, como no cocuruto da Serra da Estrela - ou até mesmo como serventia das Berlengas. Além disso, e como já se viu que conseguem fazê-lo sem se rirem, também podem continuar a chamar-lhe de Lisboa.

António Costa reitera vontade de trabalhar com Nogueira Pinto

Digo aqui o que já disse ali:

Este namoro, por via de padrinho, é outra novela pitoresca dos tempos que correm, ainda mais se pensarmos que muitos dos socialistas da vereação ora extinta estiveram, e bem, contra o ilusionismo do plano da Baixa-Chiado; sendo que agora o seu candidato vira de agulha sem sequer saber no que se mete. É bom recordar que a AML aprovou por unanimidade um sinal de "stop" a essa plano de construção de uma circular rodoviária, a partir de modelo financeiro duvidoso e conceitos altamente polémicos.

Mais pitoresco ainda, é ver-se pessoas que disseram cobras e lagartos do plano, da senhora e do senhor arquitecto, aquando do seu lançamento, e bem; andarem agora de braço dado ao senhor candidato, à laia de tacho. PATÉTICO!


In Diário Digital

quinta-feira, junho 21, 2007

Depoimentos de "Um dia por Lisboa"



Outros depoimentos integrados no debate Um Dia Por Lisboa, que teve lugar no dia 19 de Junho no Teatro S. Luiz (Rui Tavares, Nuno Teotónio Pereira, Miguel Sousa Tavares, etc.) em http://pftv.sapo.pt/
(Maria Isabel G)

Foi tudo abaixo, mesmo!

Eu já aqui o tinha referido, mas parece que ninguém ligou, ou então ligou e escreveu-se direito por linhas tortas, não sei. Só sei que o programa de ontem, do programa de humor corrosivo e letal «Vai Tudo Abaixo», da SIC Radical, foi imperdível: Carmona Rodrigues fugindo para a sua sede «assombrada», Negrão, refugiando-se numa pastelaria de recurso, na Guerra Junqueiro e António Costa a fazer o mesmo, entrando rapidamente na Abraço; ou Câmara Pereira, alinhando, folgazão, na brincadeira, nas Marchas e nas Noivas de Santo António, por ex., foram momentos hilariantes. O que farão (a)os outros candidatos?

quarta-feira, junho 20, 2007

«Costa admite debate alargado sobre Torres Foster» (*)


Foto: Site da CML

Só que, Dr.António Costa, o projecto de Foster NÃO são torres!, além de que é um excelente projecto, tal como o de Renzo Piano, em Braço de Prata, aliás. Isso não impede que a discussão se faça, claro, mas reduzir-se este projecto a «torres» é falta de rigor.

Mais, bem mais gravosos para a cidade, a meu ver, são os seguintes projectos:

- Alcântara-Terra;
- Alcântara XXI;
- Vale de Santo António;
- Aumento do terminal de contentores em Alcântara;
- Terminal de cruzeiros em Santa Apolónia;
- Urbanização na Docapesca;
- Fecho do IPO e consequente urbanização;
- Fecho do D.Estefânea e consequente urbanização;
- Fecho do Miguel Bombarda e consequente urbanização;
- Fecho dos Capuchos e consequente urbanização;
- Fecho do Liceu Machado de Castro e consequente urbanização;
- Circular das Colinas;
- Via da Meia-Encosta;
- Esventramento do subsolo na Baixa Pombalina para linha de metro das colinas, e estacionamento subterrâneo no Cp.Cebolas, Lg. Corpo Santo e Terreiro do Paço;
- PUALZE (esventramento do subsolo na Avenida para estacionamento subterrâneo, logradouros da Rua do Salitre e aposta errada na tercearização);
- Plano de Pormenor da Ajuda (destruição da Alameda dos Pinheiros e construção de urbanizações a sul do Palácio);
- Plano de Pormenor de Campolide (destruição da Penitenciária, urbanização, machadada final no «Corredor Verde»;
- Plano de Pormenor do Palacete Ribeiro da Cunha (esventramento do logradouro, construção ilegal porque viola o perímetro de protecção de um MN, o Jardim Botânico);
- Plano de Pormenor da Colina do Atheneu (na callha a destruição da mancha verde e jardim suspenso de palácio anexo);
- Aumento das cérceas na Av.Fontes Pereira de Melo e Dq. Loulé;
- Construção de túneis sob a Av.Fontes Pereira de Melo e Pr.Dq.Saldanha;
- Transformação do Parque Periférico em "Urbanizável";
- Torre Compave/Boffil nas Picoas;
- Túneis sob a Av.Fontes Pereira de Melo e a Praça do Saldanha;
- Destruição do Museu de Arte Popular;

Mas, suponho, que é mais fácil e oportuno falar-se das «torres Foster».

(*) Fonte: Portugal Diário

terça-feira, junho 19, 2007

Preso por ter Ota, preso por não ter...


Nota
Na gravura falta Alcochete/Benavente

... Onde se demonstra que foi Lisboa mas não só que determinou esta mudança táctica... do Governo em relação ao aeroporto

Lá para o Natal, depois da Presidência Europeia, o jogo recomeça


Quando, daqui a uns sete a nove meses, o Governo decidir em definitivo continuar de vez com o processo de construção da Ota, eis o beco sem saída a que está sujeito – com destaque para Sócrates e para Mário Lino (Sócrates, agora, depois de se ter imiscuído no processo, junto da CIP, como já é público, nunca mais se vê livre desta polémica e das suas consequências):
- supondo que decidiam avançar para Alcochete, haveria meio mundo a deitar-lhes à cara o seu elevado nível de teimosia antes da semana passada;
- supondo que decidiam enveredar pelo modelo chamado Portela + 1, haveria pelo menos sete agrupamentos políticos a assacar-lhes a responsabilidade de se ter estado perante o risco de encerrar a Portela que afinal servia muito bem o País e a Cidade;
- supondo que avançam para a Ota – como vai acontecer –, há pelo menos três ataques de que não se livram:
a) esta encenação foi só para ganhar tempo a dois carrinhos: Presidência Europeia e
b) eleições para a Câmara de Lisboa;
c) esta encenação foi falsa, faz perder tempo e dinheiro ao País e afinal o Governo mentiu quando disse que ia analisar os estudos (ainda há-de haver muito elogio ao LNEC e à Universidade de Aveiro, por conta do facto de o Governo a esse tempo já ter rasgado os seus estudos).
É uma espécie de aplicação daquele aforismo popular: «Preso por ter cão, peso por não ter». Neste caso: ter Ota.
Não sei se era possível que as coisas acontecessem de modo diferente. Mas sei que o Governo, Sócrates e Mário Lino têm andado mesmo a pedi-las: puseram-se mesmo a jeito.
A coisa desenrola-se em cinco ou seis episódios, como se sabe, e convém recordar cada um deles:
1) Durante meses, Sócrates, o Governo e Mário Lino repetem por todo o lado que não há outra hipótese: o País precisa e vai ter um aeroporto e é já e será num único local possível: Ota.
2) Algumas entidades andam meses a divulgar outras hipóteses e a divulgar os impactos negativos da Ota (vários editores de blogs aderiram; eu fui um deles).
3) Mas um dia cavaco Silva vem com meia frase pôr em causa esse dogmatismo.
4) No dia seguinte, ou lá perto, António Costa aparece na corrida à CML e desata toda a gente a apertar com ele sobre a Portela. A coisa tornou-se insuportável.
5) Mas em poucas horas, tudo se resolve: eis a salvação: a CIP vem dizer numa sexta que na segunda entrega um estudo a Sócrates (sabe-se hoje que esse estudo fora combinado com Sócrates em Março/Abril, altura em que a CML ainda não tinha caído – o que sucederá depois de 20 de Maio – e em que António Costa nem pensava na candidatura. Portanto, Sócrates nessa altura quis preparar o aligeiramento da pressão sobre si durante a Presidência Europeia).
6) Começa depois o delírio: num dia se diz que nem pensar, noutro se diz que venham todos os estudos; num dia se diz que Portela + 1 nem pensar, noutro se diz que sim, venham todos os estudos que serão analisados. Etc..

O jogo foi baralhado. Só falta dar de novo. Lá para o Natal, o jogo recomeça.

segunda-feira, junho 18, 2007

Lisboetas #6


Francisco de Holanda é o típico exemplo do obscurantismo a que remetemos os nossos, inclusive já séc.XXI adentro. Bem vistas as coisas, pior que nos tempos de D.João III, o qual ao mesmo tempo que promovia a Inquisição, mandava bolseiros para os grandes centros da Renascença, ainda que o Francisco em apreço lá tivesse ido não somente para aperfeiçoar as artes mas também para espiar as últimas sobre assuntos militares. Nestes 490 anos desde que em Lisboa nasceu, continuamos a ignorar e invejar os nossos. É revoltante que a sua obra seja mais conhecida no Escorial e em Itália do que por cá.


Foto: Desenho da estátua Laocoon, incluído no Livro das Antigualhas

Campanha contra a Destruição do Hospital de D. Estefânia


Aqui fica a chamada de atenção, feita por quem lá trabalha ... sendo que este tema da «venda de património do Estado» tem que virar tema de campanha, dê lá por onde der. Aguardemos, atentos.

Foto: Site do Hospital D.Estefânea

Dados da Marktest para a televisão

domingo, junho 17, 2007

Ainda o Parque

Em relação à fotografia de C. Medina Ribeiro relativamente ao actual Parque Eduardo VII, encontrei uma pista na História da Cidade de Lisboa.


- Parque da Liberdade (actual, Parque Eduardo VII), fotografia de 1939 de Eduardo Portugal

O actual Parque Eduardo VII chamou-se Parque da Liberdade!!
Nome que foi herdado pelo então Passeio Público, e que é hoje conhecido por:
Avenida da Liberdade!
Muito interessante a história de Lisboa.

Voltando ao Parque, a fotografia é de facto dos anos 30 a 1943, período em que Duarte Pacheco foi Presidente da CML, tendo posteriormente passado a exercer as funções de Ministro das Obras Públicas.
Um excelente Presidente da CML e Ministro.

Assim, não!

Há algum tempo, a propósito do blogue criado para apoiar uma determinada candidatura à CML, referi que, nele, havia vários comentários em que apoiantes diversos colocavam questões pertinentes - e nem uma foi respondida!
E-mails que enviei (para o endereço indicado na página) não mereceram mais atenção, pelo que não tiveram melhor sorte. Resultado: deixei de visitar o blogue em causa, que até já tinha colocado nos "Favoritos".
Ontem mesmo, o Suplemento «Digital», do «Público», analisava vários blogues de candidatos a quem tinha colocado questões.
Em relação aos de António Costa, Carmona Rodrigues e Helena Roseta pode ler-se: «Não respondeu...».

Alguém sabe de que ano será esta foto?

Acabar com os pontos negros nas estradas



Acabar com os pontos negros nas estradas

Curvas perigosas, descidas acentuadas, falta de rails de protecção, sinais ausentes ou mal colocados, ruas de bairro que parecem auto-estradas e buracos no pavimento. Para ajudar a corrigir os problemas encontrados e prevenir a sinistralidade rodoviária, denuncie estas e outras situações perigosas que encontre nas vias públicas. Participe e ajude-nos a salvar vidas.
Os pontos negros não podem continuar a ser corrigidos só depois de alguém morrer. Os cidadãos podem e devem participar na sua resolução, alertando as autoridades para as deficiências que conhecem e as más experiências que viveram ou presenciaram.
A DECO e a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M) criaram um formulário para que todos possam denunciar os problemas detectados nas vias públicas.
O seu testemunho é essencial e pode contribuir para salvar vidas.
Colabore preenchendo o formulário com as situações que mereceram a sua atenção e divulgue este site.
(Maria Isabel G)

sexta-feira, junho 15, 2007

LISBOA EM DELÍRIO

A pré-campanha das eleições intercalares de Lisboa corre de feição a toda a sorte de patologistas desocupados. Depois um candidato que dizem que faz falta (ao anedotário, concedo!) de ter prometido uma praia no Cais de Sodré, eis que outro quer fazer casamentos gay no Salão Nobre da Camara Municipal de Lisboa. No meio disto tudo o drama é que ainda falta um mês para as eleições pelo que nos devemos preparar para um desfile de delírio. A coisa promete. O disparate anda à solta em Lisboa.

(publicado no Tomar Partido)

Abuso de titulagem ou mais do que isso?








Falta de rigor em algumas redacções

Vou transcrever-lhe mais um caso em que uma pessoa diz uma coisa e um jornal titula em claro abuso de linguagem. Mas como a coisa se repete - como tenho registado em vários sítios/sites/blogs -, já não sei se é um caso de linguagem, se de má fé.

Sem querer ser mais papista que o Papa, acho que isto é um gesto até indelicado para com o candidato em causa. O qual anda a evitar falar agora de maioria absoluta para evitar embaraços na noite de 15 de Julho. Como é evidente.

Vamos então ao caso.

1º - As palavras do candidato: «"Aquilo que me compete é ser tão claro quanto possível a expressar o que é melhor para a cidade, da habitação, do ambiente, das finanças ou das condições de governabilidade", disse António Costa, citado pela Lusa.
Em relação às condições de governabilidade, António Costa insistiu que, "numa Câmara com uma situação tão difícil como a de Lisboa, uma maioria é a boa solução para o futuro da cidade"».

2º - O título do jornal: «Eleições intercalares de 15 de Julho / António Costa aproveita sondagem para insistir na maioria absoluta». Maioria absoluta. Leu? 1º abuso.

3º - O lead da mesma notícia no mesmo jornal: «O candidato do PS a presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, aproveitou a recente sondagem da Intercampus, que lhe dá uma vitória com 31,1 por cento, para reiterar o apelo a uma maioria absoluta socialista nas eleições intercalares de 15 de Julho». Maioria absoluta. Está a ver?

Acho que da candidatura de Costa só mesmo José Miguel Júdice, por algum desfasamento, é que veio a público pedir memso «maioria absoluta». António Costa, que eu tenha lido - e acho que leio praticamente tudo - não a pediu nunca.

Má nota para este tipo de atitude perante a informação como direito meu e como obrigação das redacções. Neste caso foi o 'Público Última Hora' e foi, julgo que originariamente, a Lusa. Mas isto mesmo já aconteceu quatro vezes em quinze dias, pelas minhas contas: Costa fala de «maioria» e... zás, aguém escreve que ele diz «maioria absoluta»; fala de «maioria estável» e dizem logo que disse «maioria absoluta»; diz «condições de governabilidade» e a cena repete-se num ou noutro meio de comunicação: dizem que ele pediu maioria absoluta.

Que falta de rigor... Se é que é disso que se trata.

aguaceiros



Caro Professor Marcelo Rebelo de Sousa,


"Se há cidade onde não faz sentido defender a bicicleta com as sete colinas é Lisboa. (...)

Andar de bicicleta em Lisboa, teoricamente é impossível (...)".


Achei extraordinário que o Professor tenha feito estas afirmações no passado Domingo a propósito da acção do candidato António Costa. Não querendo aqui defender o candidato em causa, devo dizer que é irresponsável e ineficaz usar a bicicleta como arma de arremesso político. Quem o tentou no passado, sabe bem que há grandes probabilidades de a bicicleta lhe cair em cima. Mais extraordinário ainda para um ex-candidato à câmara e, por isso mesmo, com a responsabilidade de conhecer bem Lisboa.


Como também já afirmou, é infelizmente habitual em Portugal haver quem fale de tudo, inclusivamente do que não sabe. Admito que sobre este assunto não saiba que não sabe. No entanto ao fazer esta afirmação está por em perigo os ciclistas que existem em Lisboa, não encoraja a forma de transporte mais eficiente que existe em termos energéticos e ocupação de espaço, desacredita para Lisboa um modo de transporte que não contribui para a emissão dos Gases de Efeito de Estufa, não contribui para as centenas de mortos e feridos que acontecem todos os anos na cidade mas contribui para a saúde de quem usa e quem não usa.


Existem muitos Lisboetas que usam a bicicleta como meio de transporte diário e habitual, tal como é normal em muitas cidades da União Europeia e não só nos países planos do Norte. Lisboetas que desafiam quotidianamente a "impossibilidade teórica" de que falou e que a partir de agora passarão a sofrer de uma grave crise existencialista! Se o Sr. Professor tiver por habito andar de carro pela cidade, admito que nunca tenha reparado que as Avenidas Novas são um imenso planalto que se estende até às novas urbanizações da Alta de Lisboa, que as margens do rio Tejo são planas e que é perfeitamente possível, com as bicicletas actuais, usar os vales e as cumeadas de Lisboa para chegar a qualquer sítio. Bairros como Campo de Ourique, Alvalade, Arco do Cego, etc. são perfeitamente cicláveis por qualquer pessoa, seja qual for a sua condição física. O perigo relativo são os automóveis - só nos faltava agora comentaristas a "ajudar". Entre os vales e cumeadas deveria a Carris, uma empresa pública que não lhe deveria dar ouvidos, proporcionar formas confortáveis de transportar as bicicletas dentro ou fora dos seus veículos e elevadores - como aliás é normal em muitas cidades da Europa. Em todos estes percursos, deveriam os candidatos à Câmara de Lisboa, que não lhe deveriam dar ouvidos, actuar de forma a criar condições de circulação seguras para todos os modos de transporte.


Poderá não saber, mas a bicicleta hoje já não pode ser tomada como um instrumento lúdico e recreativo, mas sim um modo de transporte urbano que precisa ser promovido como alternativa. Este facto é claramente postulado pela União Europeia que tem agora competência normativa em políticas de transporte. No entanto, a própria Comissão reconhece que o seu ponto de vista é infelizmente frequente entre quem decide – com o álibi da orografia ou outros, a bicicleta “é demasiadas vezes negligenciada como modo de transporte, embora 50 milhões de viagens (isto é, 5% do total) sejam feitas diariamente em bicicleta em toda a Europa", afirma um documento recente da Comunidade Europeia. Felizmente existe em toda a Europa uma preocupação em fomentar o uso da bicicleta tanto por razões urbanísticas, ambientais ou simplesmente para a promoção da saúde pública. Neste último aspecto, salienta-se que no caso de Portugal ainda há um grande caminho a percorrer e o Sr. Professor não ajudou a fazer caminho. Antes pelo contrário.


Por vezes não é necessário atirarmo-nos ao Tejo para meter água. Acontece a qualquer um que se aventure por águas que não conhece. Aproveito para o convidar a participar todas as últimas Sextas-feiras de cada mes na Massa Critica - uma coincidência organizada de bicicletas que se realiza em centenas de cidades em todo o mundo. É no Marquês do Pombal às 18:00 horas. Apesar de tudo, tenho a certeza gostará do ambiente festivo e será muito bem recebido.


Cordialmente,

Mário J. Alves

quinta-feira, junho 14, 2007

Ota, não, obrigado!

O documento dos 114

Há agora conhecimento de um abaixo-assinado de 114 Professores do Instituto Superior Técnico por "Um Aeroporto Internacional de Lisboa para todo o século 21”.
Um documento central no processo em curso, em que os docentes pedem às entidades públicas envolvidas que estudem alternativas à Ota (que rejeitam fundadamente) e, por outra parte, que não haja fundamentalismos ambientalistas…
Tem de ler. Foi enviado para o meu mail por mão amiga que desconheço.
Pode encontrá-lo aqui. Ou na origem: aqui.

Um estudo de opinião

Hoje mesmo, o ‘CM’ divulga o estudo da Aximage sobre a Ota e a Portela. Surpresa com as respostas do eleitorado de Sócrates…
A maioria rejeita a construção não só porque a Portela é suficiente mas também porque tem um custo muito elevado. Com efeito, 39,7 por cento considera que se trata de um projecto com um “custo muito grande”, enquanto 39,5 refere que “o que há serve bem”.
Posições que variam com as preferências políticas dos votantes das últimas eleições legislativas: os que votaram PS inclinam-se mais para o facto de a Portela servir bem (50,7 por cento), enquanto os do PSD afirmam que o custo é muito elevado (39,7 por cento).
A preferência por uma localização na Margem Sul é transversal aos partidos políticos. Todos, sem excepção, a defendem.

PARQUE MAYER: 85 ANOS

(Fotografia de J. Goulart, do Arquivo Municipal de Lisboa)

A 15 de Junho de 1922, o então denominado Avenida Parque abriu as portas junto à Avenida da Liberdade, em Lisboa, nos jardins do palacete construído por Adolf Mayer, onde entre 1918 e 1920 tinha funcionado um clube de jogo.


O espaço foi idealizado pelo jornalista, escritor e empresário teatral Luís Galhardo, que pretendia criar um novo local de espectáculos na cidade. Para isso, associou-se a um conjunto de homens de negócios que formaram a Sociedade Avenida Parque.


Inicialmente, o recinto funcionou como parque de diversões, onde havia barracas de tiros e argolas, carrosséis, mas com o tempo transformou-se num moderno e popular recinto de diversões ao ar livre.


A afluência do público foi tão grande logo no início que acabou por substituir as tradicionais Feiras de Agosto que se realizavam no Marquês de Pombal desde 1908, como contam os escritores Jorge Trigo e Luciano Reis no livro 'Parque Mayer'.


Mas o carácter provisório do parque e o facto de apenas funcionar no Verão prejudicou muito o seu futuro e em 1930 era manifestado através do Notícias Ilustrado o desejo de melhoramento, sendo utilizado como exemplo o Parque de Atracções de Sevilha.


Sem deixar de se considerar o local como «esplêndido», punha-se em causa o «vergonhoso portão» e a «amálgama de gaiolas e pardieiros que se construíram», lê-se no livro.


O Parque Mayer tinha muitas atracções, desde restaurantes a cabaret, de cafés a casas de vendas de farturas. Em 1922, surgiu o primeiro teatro, Maria Vitória, seguindo-se o Variedades (1926), o Capitólio (1931) e o ABC (1956), contou à agência Lusa o escritor Jorge Trigo.


Além do teatro, realizavam-se no recinto bailes, exibições dos circos Royal, El Dorado e Luftman, combates de boxe, luta greco-romana e luta livre, entre outras diversões.


Na noite de Santo António em 1932, acolheu o primeiro desfile de grupos representativos de alguns bairros de Lisboa, que mais tarde foi oficializado como Marchas Populares.


Ao longo de décadas, o espaço foi considerado a Catedral da Revista à Portuguesa, por onde passaram grandes actores, como António Silva, Vasco Santana, Ivone Silva, Mariana Rey Monteiro, Beatriz Costa e Laura Alves, entre muitos outros, salientou Jorge Trigo.


«O Maria Vitória foi o primeiro teatro do recinto e é o único que se mantém em funcionamento graças à luta do empresário teatral Hélder Costa», sublinhou.


Para o escritor, o 25 de Abril de 1974, as novas salas de espectáculo, a televisão, os novos gostos, as estruturas já há muito gastas, a falta de investimento e novos empresários ditaram a morte lenta do Parque, onde a alegria de outrora deu lugar a um espaço fantasma, cheio de edifícios degradados e carros espalhados pelo local.


Nas últimas décadas foram elaborados diversos projectos para aquele espaço, que se tornou um compromisso de campanha de Pedro Santana Lopes, antigo presidente da Câmara de Lisboa, e assumido posteriormente por Carmona Rodrigues, ex-presidente da autarquia.


Santana Lopes encomendou um projecto de reabilitação ao arquitecto norte-americano Frank Gehry - autor do projecto de arquitectura do Museu Gugenheim, de Bilbao - que contemplava, além de habitação e escritórios, uma série de equipamentos culturais, mas que ficou na gaveta com a queda da Câmara de Lisboa.


«O Parque Mayer já serviu para pôr presidentes na Câmara de Lisboa (Santana Lopes) e serviu para retirar presidentes (Carmona Rodrigues)», disse à Lusa Júlio Calçada, gerente do restaurante Manel, um dos poucos que sobrevivem no recinto.


Júlio Calçada aludia à polémica permuta dos terrenos municipais da antiga Feira Popular com os terrenos privados do Parque Mayer, propriedade da Bragaparques, que conduziu a uma crise na Câmara de Lisboa que culminou com a queda do executivo presidido por Carmona Rodrigues.
Nascido e criado no Parque Mayer, Júlio Calçada está preocupado com o futuro das pessoas e estabelecimentos que sobrevivem no recinto: duas moradoras, três restaurantes, o Guarda-Roupa Paiva e o Teatro Maria Vitória.


«O que vai acontecer agora? Preocupa-me as pessoas. Ninguém se lembra delas, que são as grandes prejudicadas», lamentou.


Também o empresário do teatro Hélder Costa teme pelo futuro do espaço: «O nosso receio é que digam que só saímos daqui quando houver ordem para demolir e isso pode demorar anos».


Para o escritor Jorge Trigo, «o Parque Mayer, que faz parte da história da cidade, merecia mais respeito e consideração por parte dos políticos, principalmente dos que têm tido o seu futuro nas mãos».


«Respeitem a sua memória. Não é preciso projectos megalómanos. Recuperem os teatros, criem estruturas de agora e espaços de circulação», apelou Jorge Trigo, rematando: «Chega de promessas, incúrias, desleixo e passem à acção».


Para Júlio Calçada só há duas soluções: ou fazem um projecto para marcar na cidade de Lisboa, como o de Frank Gehry, ou recuperem a velha tradição, com um espaço lúdico-cultural renovado que volte a atrair pessoas àquele espaço encravado entre a Rua do Salitre, a Praça da Alegria e o Jardim Botânico.


Autor de três volumes sobre a história do Parque Mayer, o último publicado em Janeiro, Jorge Trigo afirma que o quarto volume só será editado quando o «Parque Mayer se levantar e caminhar».


A esperança do escritor está agora em quem vencer as eleições para a Câmara de Lisboa no dia 15 de Julho: «que seja eleito um D. Sebastião que venha salvar o Parque Mayer, seja num dia de nevoeiro ou de sol».


Fonte: Sol

Rescaldo do Stº Antoninho #5

O fecho não podia ser melhor: Alfama ganhou as Marchas e o resto é conversa, ou seja, remeteu para segundo lugar o espectáculo que o candidato-arguido, bipolar político e convenientemente descamisado, deu para as TV, lançando beijos e acenos a um fervoroso grupo de adeptos, talvez, quiçá, convenientemente, também, convocados por SMS ou email, pela zelosa agência XPTO. O populismo ao seu melhor, contrastando, contudo, com o indisfarçável receio de ofender o próximo com que os outros 11 candidatos não declararam a mais pura das verdades: que estavam ali para ganhar votos.

Rescaldo do Stº Antoninho #4

A ASAE seguiu o meu apelo e não foi até lá, pelo que tudo correu de feição: sardinhas mal descongeladas na Cerca Moura e chouriço a preço de colar de pérolas ... de ostra; talheres de plástico em São Miguel, compreensivelmente mancos, sem facas ... dada a dureza das febras; sangria transformada em gasosa vermelha; e notas a virarem moedas num ápice. Valeram, como sempre, as bifanas e as imperiais dos miúdos de Santiago e de Dom Fradique (aqui havia mesmo um menú 1 bifana/1 imperial=2€), e as farturas, excelentes, no Chafariz de Dentro (finalmente livre daquele estaleiro miserável que ali esteve durante 1uase 10 anos!!). Masoquista me confesso: até para o ano! Nota: as sardinhas ficam para o São João, altura em que tudo estará mais calmo e, silêncio, que se ouvirá fado!

Rescaldo do Stº Antoninho #3

Sinal dos tempos, na maior parte dos pontos de «música ao vivo», ouvia-se MPB e rap, até. Vá lá que no meu sítio de eleição, no Largo de São Miguel, apesar da senhora ter sido substituída por um senhor, música sem ser genuinamente nossa, só mesmo o «Volare», vá-se lá saber porquê. De qualquer maneira, o bailarico esteve ao rubro, como sempre, o suor escorria pela testa e os encontrões e pisadelas eram mais que muitos, para desespero dos tótós que para ali foram calçados de marca e salto alto.

Rescaldo do Stº Antoninho #2

Junto à estátua do Santo, defronte à basílica a ele dedicada, um bando de putos (como lhes chamaria Carlos do Carmo em afamado fado-canção) circunda a cerca das velas, à espera, como urubús, das moedas perdidas que alfacinhas dedicados, sonhadores inveterados e turistas acidentais lançam bem alto, na tentativa, quase sempre falhada, de acertar no livro que o santo tem nas mãos e que, acertando, lhes concederá o desejo formulado. Aqui há anos ainda andavam por lá polícias que zelavam pela dignidade da coisa. Anteontem, nada. Valia que as moedas lançadas eram sempre as escurinhas, abaixo de 10 cêntimos ... para desalento dos pirralhos de boné na cabeça e piercings espalhados pela cara.

Rescaldo do Stº Antoninho #1

Regressado às tantas, vejo que alguém da campanha de António Costa, violando o aviso prévio «Publicidade Aqui, Não!», em autocolante amarelo (genuíno, dos CTT) colado na minha caixa de correio, me deixou um dépliant com publicidade do simpático candidato. Lido na diagonal, atento em frases que começam por «Resolver as trapalhadas...» e «Acabar com o desleixo generalizado...», que podem ser rigorosas em conversa de café, mas não tanto assim enquanto folheto promocional de uma candidatura.

terça-feira, junho 12, 2007

Oh freguês! Vai um manjerico?



Votos de excelente arraial: febra e sardinha assada, e mais uns tintóis valentes!
Amanhã é dia de descanso - Boa Festa!

Cantigas de portugueses
São como barcos no mar —
Vão de uma alma para outra
Com riscos de naufragar.

A caixa que não tem tampa
Fica sempre destapada
Dá-me um sorriso dos teus
Porque não quero mais nada.

No baile em que dançam todos
Alguém fica sem dançar.
Melhor é não ir ao baile
Do que estar lá sem estar.

Vale a pena ser discreto?
Não sei bem se vale a pena.
O melhor é estar quieto
E ter a cara serena.

Tenho um relógio parado
Por onde sempre me guio.
O relógio é emprestado
E tem as horas a fio.

Aquela senhora velha
Que fala com tão bom modo
Parece ser uma abelha
Que nos diz: "Não incomodo".

Não digas mal de ninguém,
Que é de ti que dizes mal.
Quando dizes mal de alguém
Tudo no mundo é igual.

Quando vieste da festa,
Vinhas cansada e contente.
A minha pergunta é esta:
Foi da festa ou foi da gente?

Tenho uma pena que escreve
Aquilo que eu sempre sinta.
Se é mentira, escreve leve.
Se é verdade, não tem tinta.

Deixaste cair a liga
Porque não estava apertada...
Por muito que a gente diga
A gente nunca diz nada.

Não há verdade na vida
Que se não diga a mentir.
Há quem apresse a subida
Para descer a sorrir.

Santo Antônio de Lisboa
Era um grande pregador
Mas é por ser Santo Antônio
Que as moças lhe têm amor.

Tem um decote pequeno,
Um ar modesto e tranqüilo;
Mas vá-se lá descobrir
Coisa pior do que aquilo!

Aquela loura de preto
Com uma flor branca no peito,
É o retrato completo
De como alguém é perfeito.

Duas hora te esperei
Dois anos te esperaria.
Dize: devo esperar mais?
Ou não vens porque inda é dia?

Dias são dias, e noites
São noites e não dormi...
Os dias a não te ver
As noites pensando em ti.

Teus brincos dançam se voltas
A cabeça a perguntar.
São como andorinhas soltas
Que inda não sabem voar.

Levas uma rosa ao peito
E tens um andar que é teu...
Antes tivesses o jeito
De amar alguém, que sou eu.

Rosa verde, rosa verde...
Rosa verde é coisa que há?
É uma coisa que se perde
Quando a gente não está lá.

Tenho vontade de ver-te
Mas não sei como acertar.
Passeias onde não ando,
Andas sem eu te encontrar.

O burburinho da água
No regato que se espalha
É como ilusão que é mágoa
Quando a verdade a baralha.

Boca com olhos por cima
Ambos a estar a sorrir...
Já sei onde está a rima
Do que não ouso pedir.

Não digas mal de ninguém,
Que é de ti que dizes mal.
Quando dizes mal de alguém
Tudo no mundo é igual.

Todas as coisas que dizes
Afinal não são verdade.
Mas, se nos fazem felizes,
Isso é a felicidade.


- Fernando Pessoa, Quadras ao gosto popular

UM DIA POR LISBOA

UM DIA POR LISBOA
Fazer e Não Fazer
Teatro São Luiz, 19 de Junho

Envolta numa ‘crise de destino’, a nossa Lisboa encontra-se num momento de encruzilhada. Todos sentimos como tem sido crescente a distância entre os espaços da política e os espaços da cidade – e os espaços da cidadania. Todos sentimos, também, que estes deveriam andar bem mais próximos.

Na próxima Terça-Feira, dia 19 de Junho, no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz, ao Chiado, decorrerá uma sessão contínua (das seis da tarde à meia-noite) de expressão da cidadania. Convidámos vários cidadãos, entre eles alguns peritos, para virem falar sobre o que SE DEVE FAZER, e o que acham que absolutamente NÃO SE DEVE FAZER em Lisboa.

Cada convidado terá um máximo de dez minutos para fazer a sua declaração. Entre cada bloco de quatro ou cinco declarações será feito um ponto de situação/resumo das intervenções, por elementos do grupo coordenador. As intervenções estarão balizadas por cinco grandes temas:
Respirar (Ambiente e Paisagem), Relacionar (Vida Urbana e Quotidiano), Mover (Mobilidade e Estacionamento), Projectar (Urbanismo, Construção e Reabilitação) e Governar (Administração, Transparência e Participação).

Em simultâneo, convidamos todos os cidadãos residentes e utentes de Lisboa para virem também dizer o que FAZER E NÃO FAZER nos “speakers-corner”, cabines com sistema de gravação, que serão instalados no S. Luiz. Os depoimentos de especialistas e de cidadãos serão posteriormente tratados, sistematizados e divulgados. Poderão também ser vistos na PF tv (http://pftv.sapo.pt ).

Do grupo que promove e coordena a iniciativa fazem parte nomes como: António Câmara, Elisa Vilares, Isabel Peres Gomes, João Seixas, Jorge Barreto Xavier, José António Pinto Ribeiro, José Calisto, Lia Vasconcelos, Leonor Cintra Gomes, Luísa Schmidt, Nuno Artur Silva, Pedro Almeida Vieira, Pedro Matos e Rui Tavares.

Este grupo de cidadãos de Lisboa, não vinculado a qualquer das actuais candidaturas, pretende provocar discussões abertas, desmistificadoras e – sobretudo – motivadoras, em torno da nossa condição de cidadãos de uma cidade tão fascinante, intrigante, desejada e mal tratada. Assim, promove a sua primeira iniciativa – colectiva – em plena maré do período eleitoral, ciente de que compete a todo o cidadão, o direito e a responsabilidade de pensar e de actuar sobre a sua cidade. Sendo direito e responsabilidade permanentes, outras iniciativas se seguirão, no futuro.

Em breve divulgaremos a lista dos intervenientes. Quaisquer informações podem ser esclarecidas pelo telefone 213864554 (isabelperesgomes@mail.telepac.pt )

(Recebido por mail)
Isabel G

SLOGANS PARA LISBOA

Fernando Negrão: Bragaparcar a Sério!
Ruben de Carvalho: Bragaparcados de todo o Mundo, Uni-vos!
Carmona Rodrigues: Eu Bragaparco, Diga Não Às Imitações!
Helena Roseta: Olha o António!
Manuel Monteiro: Bragaparquem-se uns aos outros!
Telmo Correia: Ou Há Bragaparcalidade ou Comem Todos!
António Costa: Cheguei! Deixei as Polícias.
Sá Fernandes: A Bragaparques Faz Falta!

(publicado no Tomar Partido)

Recentes cedências do Governo podem beneficiar Lisboa...

... Independentemente das razões pelas quais as cedências acontecem...

Há decisões recentes do Governo que Lisboa agradece. E, seguramente, isso ver-se-á, acho eu, já no próximo dia 15 de Julho. É que, de repente, parece outro Governo: dialoga, recua, altera, muda, garante, assegura, promete, promete, promete…
E não é só uma situação, não, senhor. São, pelo menos, quatro. De repente. E acho que ainda aí vêm mais.
Quando se lançou na campanha, o candidato do PS, dr. António Costa, jogou em Lisboa toda a sua experiência política e todo o seu peso político. Isso não é mau. É legítimo. Qualquer um que pudesse faria o mesmo. O candidato viu de imediato que havia uns quantos items de campanha em que dificilmente escaparia a apertos seja nas ruas seja, sobretudo nos debates. Valeu-lhe a experiência para ter essa percepção imediata. Valeu-lhe o peso político para abrir caminhos e esbater essas barreiras, de modo a aplanar o caminho.

Os maiores problemas que tinha de enfrentar e em que o Governo podia ajudar eram / são os seguintes:

1) O Governo tinha tirado dezenas de milhões de euros à CML.
2) As verbas do Casino (mais uns quantos milhões) estavam retidas pelo Governo.
3) O aeroporto claramente transformou-se num ápice em arma de arremesso contra António Costa.
4) O IPO ia para Oeiras e Lisboa perdia.

De repente, tudo mudou para melhor

Tudo isto mudou em quinze dias. Mudou e muito. Tanta mudança, tão boas mudanças… Quando a esmola é grande… Até custa a crer. Mas também sabemos todos que nada disto aconteceu por acaso. Assim, de repente… Ná… Não é normal. O Governo não costuma ceder tanto e em tantas coisas.
Já explico.
Há tanto tempo que andamos para aqui uns quantos a clamar? Clamamos contra tudo isto e algumas coisas mais:
1) o aeroporto da Portela está muito bom e que só precisa de ser renovado e ampliado;
2) o novo aeroporto nunca devia ficar na Ota, lá longe e entre montes;
3) o Governo é que podia dar uma ajudinha à Câmara de Lisboa nesta coisa das Finanças, pelo menos no que toca a dois montantes que andam para aí perdidos sabe-se lá onde: 35 milhões de euros da aplicação de uma cláusula no mínimo inconstitucional porque discriminatória, inserida à má fila na Lei das Finanças Locais; 15 milhões, pelo menos 15, relativos às contrapartidas do Casino Lisboa para a CML – retidos no Instituto do Turismo. E as Finanças da CML sem cheta;
4) finalmente, mas não menos importante: a deslocalização do IPO para Oeiras, a qual foi mesmo dada em certo dia como certa.

Garantias cirúrgicas

Cirurgicamente, o Governo de repente cedeu em toda a linha. Que bom, tudo isto assim de chofre, tudo a poder mudar para melhor:
1) a Portela, sabe-se lá, talvez possa manter-se, sei lá (digo eu, que, pelo andar da carruagem, ainda hei-de ver o Governo a defender isso na televisão, antes de 15 de Julho;
2) Mas uma coisa é certa, pelo menos e para já: esta semana, a Ota já não é opção única e vai ser comparada com a Margem Sul, ou pelo menos com Alcochete. Desde Fevereiro de 2005 que não se via um tal recuo do Governo de V. Ex. cia;
3) Fala-se (melhor: falou António Costa) de um Programa de Saneamento Financeiro da CML com apoio do Governo – e isso é bem-vindo, evidentemente. Ainda bem que a lei o permite e que isso pode vir a ser bem encaminhado;
4) Finalmente, o IPO. De repente, nada está decidido (e ainda bem, claro). Tudo está em aberto. O novo Presidente da CML deve dar corda aos sapatos e entender-se com o Governo.

Obrigado ao Governo

Muito obrigado por estas decisões e promessas. Obrigado pela abertura. A Cidade vai lucrar se todas estas questões ficarem bem resolvidas. Mesmo que se saiba que esta abertura e recuos se devem essencialmente à táctica eleitoral – que é perfeitamente legítima – de tirar problemas da frente do dr. António Costa. Mas felizmente que tal acontece. E felizmente que o antigo número 2 no Governo vem para a CML. Lisboa já está a lucrar com isso. E provavelmente ainda haverá mais novidades. Agora, por favor, não recuem outra vez depois do dia 15 de Julho e não dêem o dito por não dito…

Mas há mais para resolver até 15 de Julho

O que se agradece ainda é que outros casos possam conhecer de repente solução também:
1) que a venda de património do Estado seja moderada e coordenada com a CML;
2) que no Alto do Parque (EPL) seja respeitado o Plano Director;
3) que o Metro respeite a CML;
4) que a APL respeite o PDM e a CML.

Obrigado. Ainda bem que tais coisas acontecem.

Um cidadão atento.