No Clientelismo apontámos uma série de constrangimentos democráticos
nas nossas autarquias e desde logo no processo de eleições destas, além
dos poderes e competências abstrusos dos vários orgãos destas.
Não
abordámos mas a minha posição é claro, devia-se limitar a campanha
eleitoral a uma semana, tornar mais expeditos os processos e reformar os
tempos destes desde a apresentação das candidaturas ao voto.
Deveria
também acabar-se os subsídios aos partidos, com base no número de
eleitos, a não ser que se diminuissem drásticamente esses e também o
número de eleitos. Era bom que em vez de alguns virem com ideias tolas
sobre cortes abstrusos do orçamento autárquicos, com isto e aquilo,
fizessem o que fazia parte de ADN de um Partido de que fiz parte no
estrangeiro, o dinheiro a que tinha direito ia direito para organizações
sociais e ambientais, o Partito Radicale.
E também suprimir o absurdo dia de "reflexão". Mas o que é que vamos reflectir?
Esta
campanha, por todo o lado, não discutiu nada, ou muito pouco que
tivesse a ver com as autarquias, nalguns concelhos há partidos que nem
apresentam programa e outros que se copiam em 90% da lista de compras e
iniciativas que irão realizar (e não se pense que estou a falar de
concelhos abstractos, hoje passei, e demorei-me, por três e é
exactamente isso que acontece). Programas nulos ou reduzidos a listas de
supermercado. Ideias para a autarquia e para a política nada, ou mesmo
nada.
Nas eleições anteriores, fora em Lisboa, fora em Barrancos
apesar de tudo, e nalguns momentos tive ocasião de participar, e
substancialmente nos programas, sabia em quem votar.
Não tinha, é certo desenvolvido e articulado pensamento sobre a lógica, função e competência das autarquias.
Hoje
defendo a inutilidade da Assembleia de Freguesia e a eleição directa do
executivo da Junta, na lógica e consoante o número de eleitores ( de 3 a
9) na lógica da eleição dos executivos camarários.
Simples,
directo e funcional e milhares de candidatos menos, milhares de eleitos
menos e milhares de senhas de presenças e prebendas menos.
Não
irei votar para a Assembleia de Freguesia. Sou também contra a
representação desta com voto na Assembleia Municipal. Votarei nulo.
No
caso dos outros dois orgãos, também sou contra. Sou a favor de uma
Assembleia Municipal mais pequena, consoante o munícipio (7 a 65) e a
ser dessa que saia, em lógica de Assembleia, o Executivo, sendo o
presidente sempre o 1º da lista mais votada, executivo de 3 a 11
elementos.
Mas, embora tenha havido propostas neste sentido os
chamados partidos/dinossaurios não querem que se toque nos seus
poderzinhos, que assim ficavam muito mais sujeitos a escrutínio, dado
que estas Assembleias deveriam ter poderes e capacidades de fiscalização
que hoje não existem nas A.M., que chegam a durar 10 mn em muitos
locais, dez minutos para os galifões receberem as suas senhas, cheguei a
assistir a algumas em que ainda alguns estavam a assinar e já tinha a
mesma... acabado.
Hesito em votar só para o Executivo ou votar
cruzado para permitir alguma fiscalização entre os orgãos, mas em
qualquer circunstância contrariado.
Este sistema não é o meu sistema.
Nota
E acho esdrúxula a alteração legislativa que permite, sem avaliar as tenebrosas consequências, que funcionários autárquicos sejam candidatos e eleitos, esquecendo que continuarão sempre dependentes da hierarquia, ou agora ou no futuro....
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