Lentamente tenho retomado as minhas obrigações quotidianas, após período de férias forçadas. Uma das que ainda continuavam por retomar era justamente a minha participação neste admirável e tão plural blogue. Ao dar uma vista de olhos pela jornalada entretanto publicada, deparei-me com esta pérola. T-R-I-N-T-A. Discordo do limite de trinta quilómetros hora, para eventual surpresa dos meus críticos relativamente às minhas observações sobre os radares de Lisboa. Sim, discordo. Proponho que nessas zonas se regresse aos tempos da carroça. Sempre é mais rústico, embora exija reforço do já de si depauperado pessoal de limpeza camarário, dada a inflação de bosta cavalar e burral que este regresso às origens não deixaria de comportar. Com o preço a que estão os combustíveis era até uma medida economicamente sadia para o bolso desses bombos da festa fiscais que são os automobilistas.
(publicado no Tomar Partido)
14 comentários:
Lanço-lhe um desafio: descobrir uma capital da UE15 além de Lisboa, que não tenha zonas de 30km/h de limite.
Boa sorte!
Cada vez estou mais convencido que o Sr. é um "agent provocateur"....
Discorda também da "velocidade máxima a 30 quilómetros por hora junto de escolas"....?
JA
Reformulo o desafio lançado no primeiro comentário para "as Capitais regionais e provinciais de Espanha".
Ele há com cada burro desatrelado...
Será um burro desatrelado, ou alguém cansado de ser uma inesgotável teta, usada e abusada em verdadeiro roubo com força de lei e, insulto derradeiro, colectivamente culpado dos males dos outros?
Numa escabrosa inversão do princípio da inocência. E numa repugnante desresponsabilização dos poderes públicos que ao longo de anos deixaram a cidade chegar onde chegou, e a formação dos condutores ser a que é.
Tudo isso demagogicamente muito útil, aliás.
Costa
Caro Costa, o seu comentário é soberbo.
Com a sua prosa piadética o Jorge Ferreira não consegue esconder o seu provincianismo e alegre ignorância. Vive sozinho no mundo com um sorriso bonacheirão de Zé Povinho. Segundo ele, o melhor é ficarmos como estamos - orgulhosamente sós - com as velocidades e as estatísticas de atropelamento que temos.
Daniel Dias
O comentário do Costa está como é habitual muito bem escrito mas, sempre, muito amargo. Desta vez acresce que é mais obscuro que o habitual - talvez nos possa explicar porque é que as Zonas 30 são a "inversão do principio da inocência".
Convém esclarecer que as Zonas 30 não são pura e simplesmente a colocação de sinais e aplicação multas. Implicam necessariamente obra pacificação e segurança para precisamente não deixar a cidade ficar onde está e não ser necessário aplicar multas. A formação dos condutores e peões tem que deixar de ser como é - é um problema importante, essencial mas que não impede uma cidade bem desenhada para velocidades apropriadas.
Joana
Corolário do meu primeiro comentário:
até os gregos estão à nossa frente (ou atrás na perspectiva do post) nisto.
Não sei o que se passa na Av. Marechal Gomes da Costa, em frente à RTP, mas nas minhas ultimas passagens pelo local tenho reparado que os painéis que indicam o limite de 50 se encontram apagados. É claro que eu cumpro o limite e circulo à volta dos 40 Km por hora, porque não posso ir no limite de 50 Km para não ter que ir sempre a olhar pró conta-quilómetros, EM VEZ DE OLHAR PRÁ ESTRADA, O QUE TAMBÉM É PERIGOSO. A velocidade a que circulo também é perigosa e tenho disso a consciência, pois sujeito-me a sofrer um embate traseiro. Por isso, mas para evitar a situação, procuro frequentemente outras vias alternativas.
Há outro inconveniente de circular a 40 (apenas 10 Km abaixo do limite) é que sou insultado por outros automobilistas...
Zé da Burra o Alentejano
PROCURAM-SE
Soluções eficazes para o problema da sinistralidade rodoviária nos CENTROS URBANOS de Portugal, que não sejam demagógicas, não invertam escabrosamente o princípio da inocência (sic), nem desresponsabilizem repugnantemente os poderes públicos.
Têm a palavra o soberbo Costa e o ilustre Filipe Lara:
O princípio da inocência está - sim, escabrosamente (pelo menos) - invertido, a partir do momento em que, com tão empenhada militância se lê e se ouve, constantemente, uma continuada culpabilização dos automobilistas tomados como um todo.
Procura-se sistematicamente desenvolver a visão dos automobilistas como "o inimigo" na "guerra civil" que, parece, se concretizará todos os dias nas nossas estradas (que nos perdoem todos aqueles que conheceram o horror de uma verdadeira Guerra Civil; mas enfim, são palavras sonoras, fazem certo efeito, e susceptíveis de conquistar o povão).
E não é seguramente por culpa dos automobilistas, culpa exclusiva ou culpa principal (o que é uma maçada, pois seria tudo tão mais simples se o fosse), que Lisboa (e restantes cidades e vilas do país) não são como a Amsterdam que temos podido ver por aqui.
E, já agora, não só no que ao trânsito automóvel concerne. Junte-se-lhe - sem pretender ser exaustivo - a ruína de boa parte dos imóveis, o continuado atentado urbanístico que vem sendo o crescimento da cidade, os jardins abandonados, os passeios esventrados, as obras eternizadas, o lixo omnipresente, o proverbial e sonoro escarro sempre presente. Mas, de acordo, afasto-me do tema.
Quanto ao resto, o Costa fica por aqui. Incomoda-o, ao Costa, ser tratado como "soberbo".Coisa que manifestamente não é e, quer crer (o Costa), muito menos o será com o sentido pejorativo, trocista, chocarreiro, com que o termo foi em anterior comentário aplicado.
É possível "demolir" alguém, se tal for tido como necessário; demonstrar o erro do que sustente; sustentar a bondade das posições opostas, sem caír no insulto.
Dá trabalho, de acordo (mais uma maçada), mas é possível.
Saudações,
Costa
Soberbo Costa (sem qq ironia ou sentido pejorativo, apesar da sua já previsível mas soberba amargura), um dos problemas nestas coisas é respondermos àquilo que achamos que os outros pensam e não às ideias realmente expressas. Transforma-se uma conversa num conjunto de monólogos cruzados.
Funciona mais ou menos assim: O Fernando Ferreira ironiza a proposta de zonas 30 ridicularizando a possibilidade dos condutores terem que cumprir tal absurdo. Os comentários desafiam o autor do post a procurar cidades europeias onde não seja perfeitamente normal a existência de zonas 30. O Costa inicia um processo de intenções: o que os "malandros" querem é prejudicar o pobre dos condutores, porque acham que os ditos são uns malfeitores, e tb acham que a culpa é exclusivamente dos pobres coitados, são todos uns fanáticos, "fasssistas" e mais que fosse! Depois começam os violinos e vc desata, de forma sempre soberba, a falar "deste país".
Hem?!
As Zonas 30 são instrumentos vulgaríssimos em toda a Europa e, espante-se, zonas 20 (woonerven, Zones de Rencontres, Homezones, etc) e até zonas com velocidade máxima de 10 km/h (zonas pedonais). Se isto é o produto de mentes "fasssistas", anti-automobilistas e o mais que fosse, então o melhor é o Costa começar a pensar em imigrar para Nouakshott onde poderá conduzir à velocidade que quiser, sem imposições fanáticas, "fasssistas" e mais que fosse. Mas experimente primeiro antes de partir, porque neste momento milhões de Europeus vivem melhor com estas opções do que neste "faroeste" Lisboeta do salve-se quem puder. Porque se vamos ficar à espera de arranjar os jardins até deixarmos de escarrar no chão e continuar a escarrar no chão até os passeios estarem desventrados e deixar os passeios desventrados até...já percebeu onde quero chegar.
30 km speed limit
Wipe out 5
Joana
Obrigado Joana, não é que seja "uma maçada", mas o tempo não chega para tudo...
E já se antevê no horizonte um novo desafio (não respondido, como os anteriores?), desta vez para o especialista rodoviário Jorge Ferreira (ironia? mas quem começou com as comparações?): tentar indicar quais os modelos de carroça (mais burro) existentes no mercado que consigam, a passo, ou mesmo a trote, atingir velocidades PRÓXIMAS dos 30 km/h!
Garanto-vos: eu largo tudo e vou assistir de imediato a uma demonstração, nem que seja em Nouakchott!
Conselho de amigo: quem não aprendeu a andar de bicicleta, não deve pegar em lambretas...
Esta manhã foi atropelado mais um jovem de 16 anos, na passadeira em frente do liceu. Desta vez o Pedro Nunes. Que se saiba, o automobilista "não acusava excesso de álcool". Qual seria o excesso que justificou que este jovem levasse com um carro em cima
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